O documento discute como a falência de uma empresa afeta seus contratos bilaterais e unilaterais. Contratos bilaterais geralmente continuam válidos, mas podem ser encerrados pelo administrador judicial se autorizado pelo comitê de credores. Contratos unilaterais são decididos individualmente pelo administrador judicial. Existem regras especiais para diferentes tipos de contratos de compra e venda. O objetivo é manter a empresa funcionando se possível, mas também proteger os interesses dos credores e outras partes.
O documento discute como a falência de uma empresa afeta seus contratos bilaterais e unilaterais. Contratos bilaterais geralmente continuam válidos, mas podem ser encerrados pelo administrador judicial se autorizado pelo comitê de credores. Contratos unilaterais são decididos individualmente pelo administrador judicial. Existem regras especiais para diferentes tipos de contratos de compra e venda. O objetivo é manter a empresa funcionando se possível, mas também proteger os interesses dos credores e outras partes.
O documento discute como a falência de uma empresa afeta seus contratos bilaterais e unilaterais. Contratos bilaterais geralmente continuam válidos, mas podem ser encerrados pelo administrador judicial se autorizado pelo comitê de credores. Contratos unilaterais são decididos individualmente pelo administrador judicial. Existem regras especiais para diferentes tipos de contratos de compra e venda. O objetivo é manter a empresa funcionando se possível, mas também proteger os interesses dos credores e outras partes.
A RESOLUÇÂO DOS CONTRATOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS AOS ENVOLVIDOS.
Trabalho da disciplina de Direito Concursal (Recuperação
de Empresas e Falência).
Santa Cruz do Sul
A falência de uma empresa afeta diversas áreas na mesma, desde os seus integrantes a suas obrigações, e incluso também, os contratos ativos. É possível imaginar que uma vez decretada a falência da empresa, os seus contratos deixariam de existir, porém esse não é o caso, visto que muitas vezes a empresa continua atuando, por isso, se fez necessário estabelecer como a falência irá afetar as diferentes categorias de contratos, os bilaterais, unilaterais e regras individuais para os diversos contratos especializados. Os contratos bilaterais, isso é, aqueles onde há presente para ambas as partes um dever, compõem a maior parte dos contratos no mundo dos negócios, e portanto a maioria dos contratos realizados por empresas. Para esse grupo, a legislação vigente criou uma regra geral no seguinte sentido: “Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.” Portanto, por padrão, os contratos bilaterais continuam com a sua existência, mesmo após a decretação da falência. Existe, no entanto, uma exceção a essa regra geral, sendo o caso dos contratos bilaterais onde a única prestação devida é de valor monetário por parte do falido. Por exemplo, se uma empresa já comprou um certo produto, o mesmo já foi entregue, e a única prestação remanescente é o pagamento do mesmo, deverá ser pago e o contrato encerrado. Além dos moldes da regra geral, é o administrador judicial que decide como irá se proceder com os contratos, tendo ele a opção de resolver os contratos, efetuando tal decisão de forma soberana, no entanto é cabível questionamento da mesma. Por outro lado, pode o administrador judicial decidir pela continuação do contrato, nesse caso, ele deverá motivar tal decisão conforme as possibilidades ofertadas pela legislação: a redução do passivo, o impedimento do aumento do passivo e a manutenção e preservação de ativos. Nas primeiras duas hipóteses, são vantajosas pois possibilitam o aumento dos valores recebidos pelos credores, enquanto a manutenção e preservação também contribuem nesse sentido. Ao contrário da resolução do contrato, a sua continuação exige a aprovação do comitê de credores, visto que estes são os principais interessados. Na ausência de autorização do comitê, a mesma também pode ser suprida por autorização judicial, e independente de como o administrador obteve a autorização, a decisão é cabível de questionamento. Quando declarada a falência, os envolvidos tem interesse em saber o prosseguimento de contratos específicos, se estes serão encerrados ou não, e quando tal ato irá ocorrer. Existe, para tais situações, a ferramenta de interpelação, na qual o administrador judicial é acionado a se manifestar quanto ao prosseguimento ou encerramento de contratos, sendo até o seu silêncio uma resposta, nesse caso, do encerramento do contrato. Na possibilidade do encerramento do contrato, é criada uma obrigação de indenização com a parte que contratou com o ente falido, justificado pelo fato que qualquer obrigação encerrada gera perdas e danos. Decorrido tal cenário, a indenização resultante é classificada como crédito quirografário. O segundo grande grupo de contratos a serem analisados, são os contratos unilaterais, sendo estes designados como aqueles em que apenas uma das partes possui uma obrigação em relação a outra. Para estes, não há uma regra geral, sendo decididos de forma mais individualizada pelo administrador judicial, por exemplo, pode o administrador acreditar ser vantajoso continuar em um contrato de comodatário de equipamentos, visto que o mesmos podem permitir a empresa a continuar operando. Da mesma maneira que os contratos bilaterais, é decisão soberana do administrador o encerramento de quaisquer contratos unilaterais e a continuação deve ser aprovada pelo comitê de credores, bem como, devidamente justificada. No entanto, se difere dos bilaterais quanto a interpelação, não sendo a mesma possível para os unilaterais. Iniciando o rol de contratos com regras especiais, temos exemplos de contratos de compra e venda, que por serem bilaterais, seguem a regra geral, mas diferem da norma em diversos casos Mercadorias em trânsito, grupo composto pelos bem vendidos ao falido, não tendo sido pagas, entregues e revendidas. Nessa situação, a legislação permite ao credor, suspender de forma temporária, a entrega das mercadorias, devendo aguardar a decisão do administrador judicial. É vedado rescindir o contrato anterior a decisão do administrador, sendo as mercadorias devolvidas se encerrado e entregues se continuado. Para adequação dessa categoria, é necessário o cumprimento simultâneas quanto ao bem ter sido pago, entregue e revendido. A venda de coisa composta é classificada tipicamente por vendas de grande porte que ocorrem de forma sucessiva devido a tal grande volume. Decretada a falência enquanto um desses contratos ocorre, deverá aguardar- se a decisão do administrador e sendo no sentido não cumprimento, aplica-se a regra especial. A montante dos equipamentos já recebidos integram a massa falida, bem como, poderá o ente falido exigir restituição dos valores já pagos porém que não serão entregues. Devemos atentar que tal exigência não pode beirar o absurdo, não sendo válida em cenário de quase cumprimento total da obrigação. A venda para pagamento em prestações é similar ao caso anterior, no sentido que a mesma segue a regra geral dos contratos bilaterais, porém, optando o administrador pelo encerramento do contrato, torna se cabível exigência de restituição das prestações já pagas, sendo também discutida a possibilidade de indenização. No caso da compra e venda com reserva de domínio, que se configura quando o comprador obtém desde o início a posse, mas a transferência da propriedade é condicional. A resolução ou não de tal contrato segue a regra geral, se diferindo no entanto, que mesmo no caso de decisão de encerramento pelo administrador, o mesmo deverá ouvir a opinião do comitê de credores, possuindo ainda a decisão final. Encerrando a obrigação, é realizada a devolução do bem e exigido de volta os valores já pagos. Tal exigência de devolução de valores é discutível no caso de falência, podendo o possuidor de bem permanecer com os valores devido a depreciação do bem, assim como, pode a empresa exigir a devolução devido a crer que a falência sobrepõe se sob o direito de retenção. Se tratando das vendas a termo, casos na quais as partes concluem o contrato mas estabelecem um termo para a posse, também possui uma regra especial. Caso o administrador judicial decida na conclusão do contrato, possuindo o bem cotação na bolsa de valores, há ajuste no valor conforme o dia do contrato e o dia de entrega da mercadoria. Tal situação pode beneficiar ambas as partes não simultaneamente, conforme o acréscimo ou decréscimo do valor. Temos ainda promessa de compra e venda de imóveis. Tal exceção é voltada aos contratos referentes à área loteada ou a lotes na referida área. Nesse caso, difere se de forma significativa da norma, devendo em caso de falência do comprador, liquidar em forma de leilão o direito real, e na falência do devedor, cumpre-se o contrato e entrega-se o imóvel. Os contratos administrativos, devido a possuírem interesse público, não possuem opção de continuar, devendo serem imediatamente extintos. A locação, de forma oposta, por regra continua sendo efetuada, visto que traz recursos ao ente falido. O mandado, bem como os contratos de conta corrente e incorporação imobiliária, devem mediante a falência, ser encerrados. E finalizando o rol de casos especiais de contratos de compra e venda, existem os acordos para compensação e liquidação no sistema financeiro, os quais, mesmo com a falência, não podem ser considerados vencidos antecipadamente, sendo cumprido com crédito adquirido pela parte falida em data futura. Há ainda além dos já mencionados, diversos outros contratos com a suas respectivas exceções à regra geral, porém ao analisar esse grupo composto pelos bilaterais e unilaterais bem como as regras especiais dos casos de compra e venda, Tomazette torna claro o objetivo da legislação da falência e recuperação de empresa, observados dessa vez pelas consequências nos contratos, que é o mantimento da empresa, visto que esta é importante ente social e econômico, porém nota-se também, a igual preocupação com os interesses dos credores assim como os entes envolvidos com a empresa falida, para que os mesmos não saiam prejudicados. Referências:
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial Vol. 3 – Falência e Recuperação de