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Os impactos coletivos da flexibilização da jornada de trabalho

Nomes: Graciele ..

A Pesquisa Perfil da Enfermagem traz que equipes de enfermagem constituem a


maior categoria profissional atuante no campo da saúde no país, com quase dois
milhões de profissionais presentes em todo o território brasileiro (REFERENCIA).
Segundo Lopes (2020), o ambiente de trabalho se mostrou o lugar mais afetado
durante a pandemia e entre as principais sensações presentes no contexto pandêmico
estão: tensão, preocupação dos profissionais, nervosismo, pânico, insegurança, medo,
sensação de impotência e aumento do estresse.

A flexibilidade no trabalho é uma prática de gestão que vem ganhando grande


espaço no mundo corporativo. Baseado no artigo “Flexibilização da jornada de trabalho
em uma instituição federal de ensino superior: análise da percepção de diferentes
atores envolvidos no processo”, Zupiroli (2007) destaca que não há possibilidade de
associação do regime de trabalho contemporâneo com os antigos modos de produção,
concentrados e rígidos. O autor destaca que desde a década de 1990, houve o
surgimento de novos modos de trabalho que transformam o mercado, sendo que a
flexibilização da jornada é um dos principais exemplos.

Segundo Dastmalchian e Blyton (2001), organizações sobrevivem e obtém


sucesso de acordo com seus níveis de flexibilidade e adaptação ao ambiente e suas
mudanças, sendo necessário que as relações de trabalho assumam formas complexas,
porém flexíveis. Assim, o contexto pandêmico tornou-se propício para a readequação
das jornadas de trabalho fazendo com que as rotinas do serviço se tornassem mais
maleáveis resultando em profissionais satisfeitos e impactando positivamente em suas
produtividades.

A prática objetivou possibilitar ao colaborador a flexibilização da carga horária


para conciliação de suas responsabilidades profissionais com a vida pessoal. Além
disso, melhorou o planejamento de cada trabalhador para escolha da maneira mais
confortável de se expor às saídas de casa diante da pandemia.
Para isso, desde março de 2020, houve uma readequação do processo de
confecção das escalas. Os funcionários podiam contribuir efetivamente na construção
das suas próprias escalas, escolhendo suas folgas nos dias que eram melhores para
suas rotinas individuais, havendo priorização por parte da gestão de distribuir folgas
nos finais de semana e emendas de feriado, possibilitando aos funcionários dias de
folga consecutivos que ofereciam maior tempo livre para estarem com seus familiares e
cuidarem de si mesmos.

Os resultados observados durante este novo cenário, foi a construção de um


ambiente colaborativo focado no bem estar individual e da equipe, que proporcionou
não só melhorias a nível individual, mas também no funcionamento da equipe como,
diminuição do absenteísmo, redução de erros técnicos, aumento do espírito
colaborativo e trabalho conjunto, resultando em um ambiente aberto para discussões
que potencializaram as habilidades comportamentais no ambiente de trabalho e
contribuíram para que os profissionais se sentissem mais motivados no atendimento
prestado aos usuários do serviço.

A implementação dessa mudança não apresentou desafios significativos e


devido ao saldo positivo dessa flexibilização vivenciada durante o auge da pandemia,
optou-se pela manutenção dessas ações até o presente momento.

Referências

1. Ana Teresa Athayde Colnago, Maria de Fátima Bruno Faria. Flexibilização da


jornada de trabalho em uma instituição federal de ensino superior: análise da
percepção de diferentes atores envolvidos no processo. Revista Gestão Pública
Práticas e Desafios. Volume V, Número I, Abril 2014. [Acessado: 09 de
Setembro de 2021].
2. Lopes, E. A. de B. Vivências de sofrimento e adoecimento em ambiente de
trabalho: uma análise do cotidiano profissional de enfermeiras e enfermeiros
num contexto pandêmico em dois centros de referência no atendimento a
pacientes de Covid-19. Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho. 2020. 23(2),
218-235. [Acessado: 09 de Setembro de 2021].
3. Luz EMF, Munhoz OL, Morais BX, et al. Repercussões da Covid-19 na saúde
mental dos trabalhadores de enfermagem. Revista de Enfermagem do Centro
Oeste Mineiro. 2020; 10:38 e 24. [Acessado: 09 de Setembro de 2021].
4. Relatório final da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil -
FIOCRUZ/COFEN, Rio de Janeiro, 28 volumes. Produzido em 2016, Publicado
em 2017. Volume I - Brasil. [Acessado: 09 de Setembro de 2021].

5. Teixeira CFS, Soares CM, Souza EA, Lisboa ES, et al. A saúde dos profissionais
de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Ciênc. saúde coletiva 25
(9) • Set 2020. [Acessado: 09 de Setembro de 2021].

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