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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Humanas

Disciplina: Estágio Obrigatório: Inclusão de Pessoas com Deficiência em Espaços


Escolares e Não Escolares.

Professor: Sérgio de Freitas Oliveira.

Aluna: Ítala Fernanda Campolina.

Data: 30/08/2021

O 1° da Classe – Síndrome de Tourette.

O filme “O primeiro da classe" conta a história de Brad Cohen, um professor


que possui a síndrome de Tourette, que é caracterizada como “uma doença
neurológica que leva a pessoa a realizar atos impulsivos, frequentes e repetidos,
também conhecidos como tiques, que podem dificultar a socialização e piorar a
qualidade de vida da pessoa, devido a situações embaraçosas”. (GONZALO, 2021).
Por muito tempo, ele teve que passar por diversos desafios e preconceitos em sua
vida devido a “sua companheira constante”, assim como a descrença que alguns
profissionais da educação e familiares colocavam sobre ele quando dizia que
desejava seguir no caminho do magistério, bem como o preconceito enfrentado por
ele para se afirmar como um profissional da educação.

As situações que o estudante Brad passou dentro do contexto escolar, sendo


julgado e silenciado pelos seus movimentos e barulhos, são enfrentados por vários
alunos independentes das deficiências ao qual eles possuem, em escolas
despreparadas e nas visões de profissionais da educação e de uma parte da
sociedade, esses alunos que possuem alguma deficiência, não deveriam estar em
um ambiente para alunos ditos “normais”, por poderem atrapalhar o decorrer das
aulas e a concentração dos alunos sem deficiência.

Em diversos casos, esses alunos não são compreendidos por seus


professores e também por familiares, fazendo com que esses se sintam
incomodados , julgados por algo que não é de seu controle, fazendo com que se
sintam desestimulado de aprender, como no caso do Brad que por muito tempo não
gostava de ler ou de ir a escola. A falta de compreensão dos pais também é um
fator que impossibilita essas pessoas, visto o caso da falta de paciência do pai do
Brad por não compreender os tiques do filho, dizendo que é algo que ele consiga
controlar, mesmo quando esse diz que é uma situação em que ele não consegue
controlar, para o pai, sem conhecimento sobre a síndrome a trata como uma falta de
controle do filho.

Dentro de uma situação como essa no espaço escolar, vemos o quanto o


despreparo de profissionais que não buscam compreender a situação dos alunos e
consequentemente acabam não sabendo lidar, acabam reproduzindo falas
prejudiciais aos alunos como se suas atitudes fosses propositais ou que são
“barulhos idiotas" para atrapalhar a aula, os intimidando para toda a turma ou
sempre os mandando para a diretoria, que quando também não é preparada acaba
reforçando os preconceitos e desestimulando ainda mais esses alunos ou até
mesmo os culpabilizando pelo fato dos professores estarem no limite devido aos
comportamentos provocados pela deficiência,

As escolas ainda hoje encontram profissionais incapacitados para trabalhar


com alunos que possuem NEE, sendo assim, a importância de se ter um diretor e
professores que saibam enxergar esse aluno, pode provocar mudanças significavas
na vida de cada um, dando lugar de fala e espaço para aprendizagens diversas,
sendo necessário abrir espaços para que essas crianças e jovens possam ser
acolhidas e bem recebidas, “em poucas palavras e com um pouco de educação foi
como abrir as portas para um mundo novinho em folha".

Não só o ambiente escolar, mas a sociedade em geral deve ser um ambiente


em que essas pessoas possam ser recebidas sem preconceitos, dentro do filme
nota-se a dificuldade que foi para que o professor conseguir emprego, mesmo tendo
se formado com notas altas, recomendações de professores, boas referências,
ainda sim, foi taxado devido a sua síndrome, não permitindo com que ele fosse de
fato reconhecido pelos seus talentos e como a pessoa que ele é. Sendo até mesmo,
questionado sobre seus interesses na docência e que para isso, deveria evitar de
fazer barulhos para não atrapalhar os alunos, na visão preconceituosa de um diretor
de escola, que não acreditava em seus próprios estudantes, os colocando como
“problemáticos" e colocando a síndrome de Brad como impedimento para ensinar.
Pessoas com deficiências são tratadas como incapazes de realizarem
atividades que pessoas sem deficiência realizam, sofrendo preconceitos por todos
os lados da sociedade. Essa mudança de comportamento só irá mudar quando
essas mesmas pessoas tiverem oportunidades de demonstrarem que também são
capazes de realizar tarefas e ter empregos que gostam de forma eficiente, tendo
sucesso no que fazem como o professor Brad, que escolheu a docência sendo
inspirado tanto pelo diretor do colégio que o identificou além da Tourette, quanto
pelos professores que o inspiraram a ser o tipo de professor que eles nunca foram.
Mesmo com muitas pessoas indo contra o seu sonho de ser professor, houveram os
que o apoiaram desde cedo, como a mãe que buscou identificar sua síndrome, a
madrasta e os diretores da escola em que ele fora contratado, todo esse apoio lhe
rendeu bons resultados com os alunos, ao ponto de ter sido premiado como melhor
professor do ano, mesmo após a desconfiança de pais no trabalho desenvolvido por
ele

Com o apoio de pessoas e espaços propícios a inclusão, sem preconceitos


por parte dos demais, todos são capazes de desenvolverem suas habilidades e
talentos de forma que cada um possa exercer o que lhe for de interesse, sendo
assim, necessário que se compreendam as particularidades de cada indivíduo com
deficiência e suas contribuições, não os separando dos demais, principalmente em
salas de aulas, mas os possibilitando de serem integrados aos demais alunos como
forma de possibilitar a aprendizagem de todos os envolvidos, fazendo o possível
para que uma criança aprenda mesmo sendo diferente, esse é o papel do professor.

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