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PORTUGUÊS 12.

O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO

ESCOLA _________________________________________________________ D ATA ___/ ___/


20__

NOME _________________________________________________________ N. O____ TURMA_____

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

PARTE A
Educação Literária

Leia o poema.

Ah, como eu quereria


Ser como aqueles em quem
A inspiração é já poesia
E a forma toda a alma tem!...

5 Meu mestre Camilo Pessanha!


Como sentias? Por que modo
O que em ti é matéria estranha
Era teu natural, teu todo?

Ninguém sabe. E teus versos são


10 Como o que passa no sonhar
E nem é bem uma visão
E nem é bem o despertar.

Fernando Pessoa (escrito em 7.8.1934), in Poesia 1931-1935 e não datada,


Assírio & Alvim (ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine), 2006.

1. Explicite o desejo do sujeito poético e justifique a sua resposta com elementos textuais
pertinentes.
2. Justifique a evocação de Camilo Pessanha.
3. Selecione a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas.

A expressividade e musicalidade deste texto poético resultam do emprego de recursos


expressivos, como é o caso da ___a)___ , nos dois últimos versos, do emprego da
___b)___, logo no início do poema, mas também do ritmo ___c)___, resultante da
utilização da quadra, dos versos mais curtos e da rima ___d)___.

a) b) c) d)
1. metáfora 1. interjeição 1. lento 1. interpolada
2. comparação 2. interrogação 2. rápido 2. cruzada
3. anáfora 3. exclamação 3. cadenciado 3. emparelhada

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PARTE B
Escrita (resposta restrita)

4. Em Os Maias, é possível retratar a sociedade portuguesa dos finais do século XIX, de


acordo com o olhar crítico do autor.
Escreva uma breve exposição sobre o modo como a crítica mordaz de Eça de Queirós se
concretiza no romance, baseando-se na sua experiência de leitura desta obra.

A sua exposição deve incluir:


 uma introdução ao tema;
 um desenvolvimento no qual explicite dois momentos narrativos em que Eça de
Queirós critique aspetos sociais, culturais, económicos, políticos ou morais
presentes na sociedade oitocentista.
 uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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GRUPO II
Leitura e Gramática

Leia o seguinte texto e responda às questões em seguida. Nas respostas aos itens de escolha
múltipla, selecione a opção correta.

“O ídolo” de Pessoa

Escorreram da mente criativa de Fernando Pessoa e foram batidos à máquina tingindo


o papel de onde nunca saíram. O mais conhecido e reconhecido escritor português viu no
Cinema, há quase 100 anos, mais um escape para a sua vasta veia criativa.  Os guiões de
Pessoa, que são amplamente desconhecidos do grande público, estão detalhados no livro
5 Fernando Pessoa, Argumentos para filmes, de 2011, edição Babel.
O realizador português, que também escreveu o guião de O ídolo, reconhece que os
guiões de Pessoa para o cinema são: “desafiantes e complexos. Densos e bastante
modernos na sua estrutura. Cheios de curiosidade pela natureza humana, sempre a viver da
reação a uma situação ou desafio… que é na verdade um dos melhores combustíveis para
10 uma história”, explica Pedro Varela, acrescentando que “este argumento, e um pouco à
semelhança de outros deixados por Pessoa no mesmo período, remete para objetos de arte
de grande valor, viagens transatlânticas e sempre a ideia de jogar com o que parece, e que
nem sempre é.  O género também estava bem definido no cabeçalho de Note for a Thriller,
or Film. Em trabalho de equipa com a Agência, definimos a época e o tom, etc. Depois
15 fechei-me e entrei num processo igual ao de sempre, procurar até encontrar. Mas a minha
decisão mais importante no Ídolo foi trazer a língua portuguesa para o projeto, tinha de
falar-se em português, e claro manter o universo falado em inglês, da ideia original”.
A Samsung colocou a Pedro Varela um desafio: a curta-metragem teria de ser gravada
na íntegra com o mais recente smartphone topo de gama deste fabricante.
20 E como foi filmar com um telefone? “Foi muito semelhante ao filmar com
equipamentos profissionais, e rapidamente nos adaptámos, e transformámos as diferenças
“menos boas” em vantagens. A velocidade com que se muda de posição e o lugar onde se
consegue colocar a câmara (telefone) é uma grande vantagem por exemplo. Mas a minha
adaptação começou no momento que escrevi o guião, é aí que se tomam as decisões mais
25 importantes.”, explica o realizador e guionista de O ídolo.
“Fernando Pessoa é o poeta mais reconhecido do nosso país, um verdadeiro ícone,
basta olhar para a sua silhueta para rapidamente associarmos a imagem ao nome. Foi mais
do que um artista, foi sociólogo, crítico, ensaísta, personificou a verdadeira alma lusitana e
representou-nos a todos enquanto povo. Produzir pela primeira vez um filme que surge de
30 um guião inacabado de Fernando Pessoa é a Samsung a fazer aquilo que nunca tinha sido
feito e isso encaixa na perfeição no ADN da marca.

In Visão, edição online de 17.05.2021


(https://visao.sapo.pt/jornaldeletras/conteudo-patrocinado-jl/2021-05-17-o-idolo-de-pessoa/ ,
texto com supressões).

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PARTE A
Leitura

1. A expressão “tingindo o papel” (ll. 1-2) encerra uma


(A) metáfora.
(B) comparação.
(C) aliteração.
(D) anáfora.

2. O parágrafo inicial reveste-se de particular importância dado


(A) apresentar a biografia da personalidade destacada.
(B) anunciar resumidamente o assunto principal do texto.
(C) resumir a atividade literária de Fernando Pessoa.
(D) alertar para uma faceta literária de Pessoa menos conhecida.

3. O interesse de Pedro Varela pelos originais de Fernando Pessoa adaptáveis ao cinema


justifica-se
(A) por se tratar de guiões lineares e simples.
(B) uma vez que o seu valor documental é inegável.
(C) por serem desafiantes e modernos tematicamente.
(D) porque Fernando Pessoa é uma marca fácil de vender.

4. A realização de O ídolo mostrou-se inovadora, uma vez que


(A) foi feita durante uma viagem transatlântica.
(B) a máquina de filmar foi substituída por um telemóvel.
(C) o realizador se fechou até encontrar uma linha orientadora.
(D) Pedro Varela tinha de cumprir a obrigatoriedade de usar a língua portuguesa.

5. No contexto em que surge, o termo “ícone” (l. 26) pode ser substituído por
(A) santo.
(B) senhor.
(C) desumano.
(D) símbolo.

6. A decisão da Samsung de recriar um guião inacabado de Pessoa constitui


(A) um incentivo às artes portuguesas.
(B) uma estratégia de marketing.
(C) um feito inédito.
(D) uma ousadia.

7. Releia novamente o texto de “O realizador português” (l. 6) até “e que nem sempre é”
(l. 13) e transcreva
a) a dupla adjetivação utilizada pelo realizador Pedro Varela sobre os guiões de Pessoa.
b) a presença da ideia de simulação nos guiões.
c) o termo que, no contexto, é sinónimo de guião.

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PARTE B
Gramática

8. O mecanismo de coesão configurado nos elementos sublinhados em “Escorreram da mente” (l. 1) é


(A) lexical por substituição.
(B) gramatical frásica.
(C) gramatical referencial.
(D) gramatical interfrásica.

9. A afirmação “a curta-metragem teria de ser gravada na íntegra com o mais recente


smartphone topo de gama deste fabricante.” (ll. 18-19) exemplifica a modalidade
(A) epistémica (valor de certeza).
(B) epistémica (valor de probabilidade).
(C) deôntica (valor de obrigação).
(D) apreciativa.

10. O vocábulo “ADN” (l. 31) exemplifica o processo de formação de palavras designado de
(A) sigla.
(B) acrónimo.
(C) empréstimo.
(D) truncação.

11. Identifique a função sintática dos segmentos sublinhados em


a) “explica Pedro Varela” (l. 10).
b) “a ideia de jogar com o que parece” (l. 12).
c) “e representou-nos a todos” (ll. 28-29).

12. Classifique as seguintes orações.


a) “que os guiões de Pessoa para o cinema são: ‘desafiantes e complexos’” (ll. 6-7)
b) “onde se consegue colocar a câmara” (ll. 22-23)

COTAÇÕES

Grupos Itens Subtotal


I 1. 2. 3. 4.
20 20 20 40 100
II 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.
8 8 8 8 8 8 12 8 8 8 8 8 100
Total 200

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Níveis de desempenho por domínio

Educação Literária – PARTE A


Assinalar com X
Nível Descritores de desempenho o nível atingido
no domínio
O aluno interpreta e analisa um texto do género lírico, recorrendo a uma
metalinguagem adequada e a estratégias de análise de texto.
Revela destreza na análise de um texto poético pessoano.
5
Desenvolve e justifica adequadamente as respostas.
Seleciona corretamente todas as opções que completam as afirmações
apresentadas.
4 Nível intermédio de desempenho
O aluno interpreta e analisa um texto do género lírico, recorrendo a uma
metalinguagem adequada e a estratégias de análise de texto.
Revela algumas dificuldades ao nível da compreensão específica do texto
poético pessoano selecionado.
3
Desenvolve com omissões/imprecisões as respostas, mas nem sempre as
justifica adequadamente.
Seleciona corretamente duas das quatro opções para completamento das
afirmações apresentadas.
2 Nível intermédio de desempenho
O aluno interpreta de forma insuficiente um texto do género lírico,
limitando-se a transcrever passagens textuais ou a dar respostas vagas.
Seleciona uma das quatro opções para completamento das afirmações
1
apresentadas.
Ou
Não seleciona corretamente nenhuma das opções.

Escrita – PARTE B
Assinalar com X
Nível Descritores de desempenho o nível atingido
no domínio
5 O aluno escreve respostas restritas e textos expositivos, estruturando-os
adequadamente e redigindo-os com correção linguística. Recorre a
mecanismos de coesão, de coerência, de revisão, de avaliação e de
correção na produção das respostas e do texto.
4 Nível intermédio de desempenho
3 O aluno escreve respostas restritas e textos expositivos, nem sempre
respeitando marcas de género, estruturando-os satisfatoriamente e
redigindo-os com alguma correção linguística. Serve-se de alguns a
mecanismos de coesão, de coerência, de revisão, de avaliação e de
correção na produção das respostas e do texto.
2 Nível intermédio de desempenho
1 O aluno revela grandes dificuldades nas respostas e na produção do texto
expositivo, não respeitando marcas de género, não estruturando o
discurso e redigindo com bastantes incorreções linguísticas. Recorre a
mecanismos de coesão e de coerência elementares e muito repetitivos na
produção das respostas e do texto, evidenciando ausência de revisão, de
avaliação e de correção na produção escrita.

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Leitura – PARTE A
Assinalar com X
o nível atingido
Nível Descritores de desempenho no domínio
5 O aluno interpreta e analisa adequadamente um texto de opinião
complexo, selecionando e relacionando informação. Deduz pontos de
vista e intencionalidade comunicativa.
4 Nível intermédio de desempenho
3 O aluno revela algumas dificuldades na interpretação e análise de um
texto de opinião complexo, nem sempre selecionando e relacionando
informação. Apresenta algumas fragilidades na dedução de pontos de
vista e intencionalidade comunicativa.
2 Nível intermédio de desempenho
1 O aluno revela grandes dificuldades na interpretação e análise de um
texto de opinião complexo, nem sempre selecionando nem relacionando
informação. Apresenta muitas fragilidades na dedução de pontos de vista
e intencionalidade comunicativa.

Gramática – PARTE B
Assinalar com X
o nível atingido
Nível Descritores de desempenho no domínio
5 O aluno, em situação de compreensão escrita, revela conhecimento
rigoroso e adequado sobre a estrutura e o funcionamento da língua,
identificando, analisando e aplicando metalinguagem específica a nível
pragmático (coesão textual e modalidade), morfológico (formação de
palavras) e sintático (funções sintáticas e subordinação).
4 Nível intermédio de desempenho
3 O aluno, em situação de compreensão escrita, revela conhecimento nem
sempre rigoroso e adequado sobre a estrutura e o funcionamento da
língua, apresentado algumas lacunas na identificação, análise e aplicação
da metalinguagem específica a nível pragmático (coesão textual e
modalidade), morfológico (formação de palavras) e sintático (funções
sintáticas e subordinação).
2 Nível intermédio de desempenho
1 O aluno, em situação de compreensão escrita, revela muito pouco
conhecimento sobre a estrutura e o funcionamento da língua,
evidenciando grandes lacunas na identificação, análise e aplicação da
metalinguagem específica a nível pragmático (coesão textual e
modalidade), morfológico (formação de palavras) e sintático (funções
sintáticas e subordinação).

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Propostas de correção

GRUPO I
PARTE A
1. O “eu” lírico deseja ser como aqueles poetas cuja inspiração brota já em forma poética porque ela “toda
a alma tem”. Os versos “Ah, como eu quereria / Ser como aqueles em quem / A inspiração é já poesia”
comprovam o desejo do “eu” que afirma mesmo que a produção poética destes tem na forma toda a
alma (“E a forma toda a alma tem!...” – v. 4).
2. Camilo Pessanha é evocado porque o sujeito poético o vê como seu “mestre”, o seu modelo de
inspiração, dado que ele sente de um modo diferente, escreve versos que expressam o sonho, que não
fazem despertar para a realidade, sendo apenas uma espécie de “visão”. É o inefável que os domina,
isto porque as palavras não conseguem expressar o que o poeta sente.
3.
a) 3
b) 1
c) 2
d) 2
PARTE B
4.
Em Os Maias, desfilam figuras típicas da sociedade portuguesa dos finais do século XIX. Através das suas
vivências, Eça de Queirós critica determinados comportamentos e valores que estavam enraizados.
Tomando como referência, por exemplo, o episódio do “Jantar no Hotel Central”, Eça destaca a
leviandade com que são encaradas a situação económica e financeira do país, quando o banqueiro Cohen
afirma, perante a estupefação de todos, que, falhando a cobrança de impostos e os pedidos de empréstimo
ao estrangeiro, Portugal caminharia para a bancarrota. Pode-se referir ainda a crítica à persistência de uma
mentalidade literária ultrarromântica, exemplificada em Alencar, especialmente numa altura em que,
segundo Ega, se devia fazer a apologia do Realismo/Naturalismo.
Outro aspeto criticado por Eça é o provincianismo mimético do povo português que adota desportos
trazidos do estrangeiro não sabendo, contudo, comportar-se nem se vestir adequadamente, como se pode
verificar no episódio das corridas de cavalos.
Acrescente-se ainda o modo como são vividas as relações amorosas na elite lisboeta. Eça destaca a
leviandade com que são encaradas, denunciando sobretudo o adultério. Veja-se, por exemplo, o caso da
Condessa de Gouvarinho e a sua relação com Carlos da Maia, ou Raquel Cohen e o seu relacionamento com
Ega.
Assim, estes são apenas alguns dos comportamentos denunciados pelo romancista português, que teve,
certamente, como objetivo contribuir para a mudança de costumes.

GRUPO II
PARTE A
1. A 2. D 3. C 4. B 5. D 6. B
7. a. (por exemplos) “desafiantes e complexos” (l. 7)
b. “sempre a ideia de jogar com o que parece, e que nem sempre é” (ll. 12-13)
c. “argumento” (l. 10)

PARTE B
8. B 9. C 10. A
11. a) Sujeito
b) Complemento nome
c) Complemento direto
12. a) Oração subordinada substantiva completiva
b) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva

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