Você está na página 1de 3

Cresce inadimplência de empresas

Micro e pequenas somam 99,8% das dívidas com bancos; aumento do crédito é
explicação
Boas notícias, como o aumento do crédito concedido a empresas, têm também
um lado perverso: a inadimplência está crescendo. Entre fevereiro de 2019 e fevereiro
de 2020, houve um aumento de 7,1% na inadimplência de pessoas jurídicas. Entre o
primeiro bimestre de 2019 e o mesmo período de 2020, a alta foi de 4,7%.

Os dados são da Serasa, que analisa informações para decisões de crédito, e


incluem firmas de todos os portes.
Mas, de acordo com o levantamento, 99,8% das dívidas de pessoas jurídicas com
bancos são de empresas de micro e pequeno portes.
O estudo, lançado mensalmente, compila dados provenientes de bancos e
cartórios de todo o país e registros do Banco Central.
Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa, destaca que, apesar
de o crescimento da inadimplência ser menor do que o verificado na comparação entre
os primeiros bimestres de 2019 e de 2020, a alta deste ano incide sobre uma base maior.
Entre os motivos para esse crescimento, Almeida destaca o aumento da tomada
de crédito pelas empresas. "Há uma maior demanda delas por capital de giro e
investimentos."
Outras razões são a alta do emprego formal verificada em 2019, que levou as
empresas a terem mais despesas com encargos trabalhistas, e a dilatação dos prazos de
financiamento para o consumidor.
Bancos
Segundo dados da Serasa obtidos com exclusividade pela Folha, a dívida de
empresas com bancos vem subindo nos últimos anos, com um pequeno decréscimo
entre 2019 e 2020 (leia mais abaixo). Já o número de cheques sem fundos se mantém
constante, enquanto a quantidade de títulos protestados vem diminuindo, com um leve
aumento no último ano.
Almeida explica que o protesto de títulos (dívidas registradas em cartório por
credores) tem sido usado com mais ponderação, pois envolve custos para quem o faz.
Entre janeiro e fevereiro de 2020, segundo a Serasa, houve uma queda de 11,3% na
inadimplência de empresas mas a baixa é atribuída à menor duração do mês de
fevereiro.
Filme queimado
Ter o nome da empresa incluído no rol das devedoras teve más consequências
para O.P., 43, dono de uma firma que organiza eventos.
Ele contraiu dívidas com empresas de transporte e hotéis, pois, no final de 2016,
não pagou os gastos de uma competição que promoveu.
"Como não honrei as dívidas, cheguei a ser ameaçado de morte por credores",
afirma.
O.P. atribui a situação atual de sua empresa -que ainda deve cerca de R$ 120 mil- à sua
inexperiência no ramo e à carência de uma infra-estrutura administrativa adequada.
"Mas, com nossos novos projetos, deveremos voltar ao azul até o início do ano que
vem."
Segundo Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios, a pequena
empresa tem mais dificuldade em lidar com a inadimplência. "Ela não tem canais para
se capitalizar rapidamente, como recorrer ao mercado externo ou a linhas de crédito
mais vantajosas", diz.

1 – Na opinião do grupo, o endividamento das micro e pequenas empresas é culpa


dos bancos que liberaram credito no mercado sem uma análise mais detalhada dos
dados de clientes verificando assim o potencial de pagamento de cada um?
Justifique sua resposta.

As instituições financeiras analisam os índices de liquidez, lucratividade e rentabilidade


da empresa e verificam se elas têm reservas suficientes para arcar com o pagamento do
crédito, porém, a má gestão das pequenas empresas e a falta de uma auto avaliação
sobre a real necessidade de investimentos, capacidade de alavancagem, estrutura de
capital, perfil do endividamento, atratividade para o aporte de novos sócios, entre outros
pontos, faz com que elas contraiam dívidas que não podem ser debitadas.

2 – Segundo o texto, quais foram os principais motivos desse endividamento por


parte das micro e pequenas empresas?

Segundo o texto, sobre o crescimento da inadimplência, “Entre os motivos para


esse crescimento, Almeida destaca o aumento da tomada de crédito pelas empresas. "Há
uma maior demanda delas por capital de giro e investimentos.
Outras razões são a alta do emprego formal verificada em 2019, que levou as empresas
a terem mais despesas com encargos trabalhistas, e a dilatação dos prazos de
financiamento para o consumidor.”

3 – Quais seriam suas providências como gestor para tentar evitar ou amenizar
esse problema na sua empresa?

Realizar uma auto avaliação sobre a real necessidade de investimentos, capacidade de


alavancagem, estrutura de capital, perfil do endividamento, atratividade para o aporte de
novos sócios, linha de crédito, entre outros pontos. E se contraída a dívida, negociar
com os credores um pagamento que possa ser realizado e amenizado.

4 – O grupo acredita que crédito fácil é bom ou prejudicial para as empresas?


Justifique.

O que vai diferenciar se o crédito é bom ou ruim são as suas condições – juros, tamanho
da parcela e prazo de pagamento, etc. – e o planejamento financeiro do empreendedor,
para ter certeza de que aquele recurso cabe no caixa da empresa.
5 – Se o grupo fosse pegar um empréstimo para investimento, no que vocês
investiriam. Justifique.

Faria uma avaliação de investimentos para descobrir se o retorno financeiro que esse
investimento vai trazer é de fato maior do que as taxas de juros que precisarão ser pagas
pelo dinheiro emprestado. Se sim, realizaria o investimento de forma segura.

Você também pode gostar