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CPA-10
A P O S T I L A C O M P L E T A
CGRPPS
www.premiereducacao.com.br
APRESENTAÇÃO
A apostila que você tem na sua frente é o resultado de uma união de esforços em prol de um grande
objetivo: trazer educação financeira de qualidade para nossos alunos.
Muitas pessoas perdem oportunidades por não possuírem certificações ANBIMA, seja por não as
conhecerem, seja por terem reprovado em seus exames. É aí que a Premier Educação entra. Desenvolvemos
este curso no intuito de te ensinar da maneira mais didática e com a maior simplicidade possível.
Recomendamos que a leitura desta apostila seja complementada pelas videoaulas, vídeos
complementares com dicas para a prova e vídeos de correção de exercícios e simulados (nesta apostila e
online) que a Premier Educação oferece.
A ordem dos conteúdos deste material é diferente da ordem do conteúdo programático da ANBIMA, e
da maioria das apostilas do mercado brasileiro. Isso porque acreditamos que a cronologia dos módulos e da
explicação dos conceitos faz muita diferença no entendimento por parte do leitor.
Além do curso CPA-10/CGRPPS, oferecemos diversos outros cursos, os quais você pode encontrar
em nosso site, www.premiereducacao.com.br
Em nosso canal no Youtube, temos vídeos explicativos de diversos conteúdos, dos mais simples até os
mais avançados.
Em nosso Instagram, você pode acompanhar dicas, notícias e atualizações sobre finanças,
certificações e economia.
1. CONCEITOS BÁSICOS
A economia no Brasil e no mundo envolve diferentes conceitos e princípios, que nos permitem entender
o mecanismo de formação de preços, além de tendências econômicas. Portanto, antes de nos aprofundarmos
em temas mais complexos do conteúdo da prova, precisamos revisar conceitos básicos fundamentais da
economia, sendo eles:
▪ Oferta e demanda;
▪ Juros;
▪ Inflação;
▪ Liquidez;
▪ Risco;
Basicamente, reflete o grau de procura por algum produto em relação a seu nível de disponibilidade no mercado.
A dinâmica de formação de preços baseado na lei da oferta e demanda funciona da seguinte maneira:
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Já o próximo esquema evidencia um cenário em que o número de lápis a venda é elevado em face ao baixo nível
de procura pelo produto em questão, visto que há apenas um possível comprador. Neste contexto, onde há uma
oferta alta perante uma baixa demanda, o preço cai.
JUROS
Basicamente, os juros são o valor do dinheiro em um determinado período de tempo. Em termos práticos, é o
valor cobrado por um empréstimo, com o objetivo de remunerar o tempo em que o credor (aquele que
emprestou) abdicou de possuir o dinheiro em mãos, e o risco por ele tomado.
O nível de juros em escala nacional, ou seja, os juros do país, afeta diretamente sua economia, podendo
incentivar ou não sua produtividade e consumo, dependendo do que o governo considera necessário no
momento.
A principal taxa de juros no Brasil é a taxa Selic Meta, a qual iremos estudar de forma aprofundada no decorrer
deste módulo. A imagem abaixo exemplifica a dinâmica de um empréstimo simples e de sua remuneração sob
a forma de juros.
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COMEÇA A DEVER
MARIA CARLOS
OS R$ 20 + JUROS
PARA MARIA
INFLAÇÃO
A inflação é o aumento geral no nível de preços da economia, e seu principal efeito é a perda do poder de
compra da moeda, ou seja, a desvalorização do dinheiro.
Sob esta perspectiva, vamos considerar o seguinte cenário: suponhamos que você, há dez anos, conseguia
comprar quatro camisetas por R$ 100,00. Hoje em dia, entretanto, você consegue comprar apenas duas
camisetas, devido ao efeito inflacionário observado durante o período.
Podemos concluir, portanto, que com a mesma quantia (R$ 100,00) você conseguiria, hoje, comprar menos
unidades do mesmo produto (camiseta) do que há dez anos. Neste exemplo, fica claro como a inflação corroeu
o poder de compra da moeda em questão.
No Brasil, o principal indicador de inflação é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é utilizado
pelo governo para a definição da taxa básica de juros.
❖ IMPORTANTE
Não confunda inflação (que é o aumento geral no nível de preços) com perda de poder compra da moeda, pois
esta é uma consequência da inflação.
LIQUIDEZ
Liquidez é a maior ou menor facilidade de se converter um ativo em dinheiro pelo preço justo e no momento
desejado. Quando falamos: minha casa representa 15% do meu Patrimônio Líquido, estamos falando que o
imóvel representa parte dos bens que compõem meu patrimônio, mas não quer dizer que tenho esse dinheiro
na mão, posto que, para isso, teria que converter este bem em dinheiro (vender este bem).
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Muitas vezes, ao tentarmos converter determinados bens em dinheiro, nos vemos em uma situação de falta de
compradores tamanha, que temos, ou de abdicar de tentar converter esse bem em dinheiro no momento
desejado (tendo que esperar muito tempo para encontrar alguém disposto a comprá-lo), ou temos de baixar
substancialmente o preço, para incentivar que alguém se disponha a compra-lo, o que acabaria por impossibilitar
a venda pelo preço justo.
Os ativos que possuem essas características são considerados de baixa liquidez, ao passo que ativos onde há
uma grande facilidade de encontrar rapidamente compradores dispostos a negociar esse bem ou serviço por
um preço justo são considerados ativos de alta liquidez. Quanto maior for a facilidade de se vender um ativo,
maior será a liquidez do investimento. Quanto mais difícil for, menor será a liquidez. Isso vale para todos os ativos
da economia, como ações, CDBs e LCIs, não só para imóveis.
❖ IMPORTANTE
O dinheiro é o ativo mais líquido da economia.
No exemplo a seguir, podemos observar que existe uma facilidade muito maior em vender ações da Petrobras
por seu preço justo e no momento desejado do que um carro. Por isso, ações são ativos com alta liquidez, e
carros e imóveis são ativos com baixa liquidez.
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Existem diferentes modalidades de risco, sendo os principais de crédito, de mercado e de liquidez. Veremos
estes diferentes tipos de risco no módulo 4.
O exemplo a seguir mostra como funciona a relação entre risco e retorno. Um investimento de Renda Fixa possui
baixo risco, portanto sua rentabilidade será baixa. Já criar um negócio próprio tem grandes chances de dar
errado, logo possui grande risco. Mas, se der certo, os lucros podem ser muito altos.
São os investimentos mais seguros do mercado, pois quem está captando empréstimos, ou seja, quem é
devedor, neste caso é o governo, e este é considerado o melhor devedor. Existem diferentes tipos Títulos
Públicos Federais (que também chamamos de TPF’s), os quais veremos detalhadamente no módulo 3 desta
apostila.
O esquema abaixo exemplifica a dinâmica de operações envolvendo TPF’s. Ressaltamos que o entendimento
acerca destes ativos é fundamental para a melhor compreensão de políticas econômicas e da taxa Selic, que
veremos no decorrer deste módulo.
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EMITE TPF’S E
OS COLOCA COMPRA
A VENDA TPF’S
GOVERNO GIOVANNA
A
GOVERNO PAGA JUROS PELO EMPRÉSTIMO
2. POLÍTICAS ECONÔMICAS
As políticas econômicas são ferramentas que o governo dispõe para atuar na economia de um país. O
principal executor das Políticas econômicas é o Banco Central do Brasil, e para isso dispõe de três políticas:
▪ Monetária;
▪ Fiscal;
▪ Cambial.
❖ IMPORTANTE
O Banco Central é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia, e será explicado
detalhadamente no segundo módulo desta apostila.
3. POLÍTICA MONETÁRIA
Para executar esta Política, o Banco Central (também chamado de BACEN ou de BC) dispõe de três
mecanismos: a Taxa Selic, o Depósito Compulsório e Open Market (Mercado Aberto).
Para entender o porquê da existência da Política monetária, devemos entender como funcionam os
bancos e como estes podem aumentar a quantidade de moeda em circulação.
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Um exemplo de spread bancário é o seguinte: Juliano depositou dinheiro na Poupança (emprestando, dessa
forma, dinheiro ao banco), recebendo uma taxa de, aproximadamente, 2% ao ano. Um dia depois, Gabriel vai
ao banco e pede um empréstimo. Depois de certa negociação, a instituição bancária acaba por emprestar o
dinheiro solicitado a uma taxa de 15% ao ano.
Essa diferença entre a taxa de 15% ao ano cobrados por um empréstimo concedido pelo banco e os 2% ao ano
pagos pela instituição por um empréstimo tomado constitui o spread bancário.
O que isso quer dizer? Que o banco empresta mais dinheiro do que possui. Mas então por que o banco não
quebra? Porque todos os clientes não sacam seu dinheiro na mesma hora todos os dias. Se todos os clientes
do banco sacassem o dinheiro no mesmo dia, em momentos similares, o banco iria quebrar, pois não teria
dinheiro suficiente em caixa para honrar as solicitações de saque.
Todos os dias, ocorrem diversos depósitos nos bancos, assim como muitos saques. O banco possui uma
estimativa média dessa relação entre o dinheiro que entra e que sai a cada dia. Tendo em vista que o banco não
vê vantagens em deixar dinheiro parado em seu caixa, e que consegue estimar seu fluxo de caixa, ele empresta
uma quantidade maior de recursos do que possui. Portanto, o negócio do banco consiste na ideia de que muito
dificilmente todos os seus clientes irão querer resgatar seus recursos no mesmo dia.
O nome “efeito multiplicador do crédito” decorre justamente do fato de que o banco, através da concessão de
uma quantidade de crédito maior do que possui em caixa, cria moeda na economia. Isso pode causar alguns
efeitos danosos na economia, como o aumento exagerado da inflação. Para tentar evitar essas consequências,
o Banco Central dispõe de algumas ferramentas para conter esse efeito.
A imagem a seguir traz um exemplo do efeito multiplicador do crédito, mecanismo em que o banco cria moeda
na economia, através da concessão de crédito.
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A taxa Selic é a taxa básica de juros, que serve como base para as outras taxas de juros de uma
economia. Isso se deve pelo fato de que o governo a utiliza como base tanto para se financiar, quanto para
conceder empréstimos aos bancos.
O nível desta taxa possui influência em diversos fatores da economia, como inflação, PIB (Produto Interno
Bruto), desemprego, liquidez etc. A taxa é separada em duas: a Taxa Selic Meta e a Taxa Selic Over.
A razão pela qual é a taxa básica de juros é que, quanto maior ela for, maior tende a ser a taxa paga pelos
bancos para conseguir empréstimos, e como estes lucram através do spread bancário (diferença entre os juros
recebidos e os juros pagos), maior será a taxa cobrada para emprestar para pessoas físicas e jurídicas.
É muito importante ressaltar que a garantia (lastro) dos bancos perante o Banco Central consiste na entrega de
Títulos Públicos Federais, para trazer uma maior segurança para a negociação.
OPERAÇÃO OVERNIGHT
Todos os bancos comerciais possuem uma conta no Banco Central, onde devem manter reservas financeiras
(reservas bancárias). Em outras palavras, podemos dizer que o Bacen é o “banco dos bancos”. Um banco não
pode ficar com saldo negativo (deficitário) nesta conta ao longo do dia. Portanto, se o banco estiver na eminência
de ficar com saldo negativo nesta conta, ele terá de conseguir recursos emprestados por um dia.
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A pergunta que resta é: quem irá emprestar esses recursos para que ele não fique com saldo negativo?
Basicamente, existem duas opções: uma delas é adquirir empréstimo junto ao Banco Central, e a outra é tomar
empréstimo de um outro banco que dispões de recursos para concessão de empréstimos. Vamos analisar essas
dinâmicas a seguir.
OPERAÇÃO DE REDESCONTO
Uma das opções do banco para não ficar com saldo negativo é adquirir empréstimo do Banco Central do Brasil
(governo). A essa dinâmica dá-se o nome de operação de redesconto, que consiste na concessão, por parte do
Banco Central, de empréstimo (neste caso por um dia) de recursos aos bancos, sendo a taxa de juros cobrada
a taxa de redesconto. Essa taxa pode ser de duas espécies distintas:
▪ Taxa de redesconto não punitiva: no sistema de taxa de redesconto não punitiva, o Banco Central empresta
recursos ao banco a uma taxa de juros igual ou inferior a taxa Selic. Isso cria um incentivo para que os
bancos tomem empréstimos do Bacen.
▪ Taxa de redesconto punitiva: no sistema de taxa de redesconto punitiva, o Banco Central empresta recursos
ao banco que solicita o empréstimo a uma taxa de juros superior a taxa Selic. Isso cria um incentivo para
que os bancos tomem empréstimos de outros bancos, por uma taxa de juros mais atrativa.
❖ IMPORTANTE
No Brasil, a taxa de redesconto é punitiva, e consiste, basicamente, na taxa Selic acrescida em um percentual
definido pelo governo.
Podemos concluir, portanto, que a taxa Selic Meta possui grande influência sobre a taxa de redesconto. Quanto
maior for a Selic, maior tende a ser a taxa de redesconto. A imagem a seguir retrata a dinâmica das operações
de redesconto, onde o Banco Central concede empréstimos aos demais bancos utilizando a taxa Selic Meta
como base para definição dos juros a serem cobrados.
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EMPRESTA DINHEIRO AO
BANCO A, REALIZANDO
UMA OPERAÇÃO DE
REDESCONTO
OS JUROS COBRADOS
SERÃO BASEADOS NA TAXA
TAXA
SELIC SELIC OVER
META
O banco em questão ainda pode recorrer a outros bancos (superavitários) para adquirir empréstimos. Mas, se
é sempre mais seguro pegar emprestado do Banco Central, por que um banco iria recorrer a um banco comum?
A resposta é simples: para conseguir uma taxa de juros mais baixa em relação a taxa de redesconto.
Neste cenário, ocorre a seguinte dinâmica: um banco empresta dinheiro a outro banco e recebe Títulos Públicos
Federais como garantia (lastro), e a taxa cobrada pelo empréstimo é baseada na taxa Selic Meta, tendendo a
ser um pouco inferior, tendo em vista a maior exposição a risco que se tem ao negociar com um banco comum
em relação ao Banco Central do Brasil, pois o governo é o melhor devedor e também o mehor credor do Sistema
Financeiro Nacional.
Tendo em vista que a taxa de redesconto no Brasil, por possuir caráter punitivo, tende a ser superior a taxa Selic
Meta, a taxa Selic Over é, normalmente, menor do que a taxa de redesconto.
Ocorrem diversas operações interbancárias como essa ao longo do dia, sendo a taxa Selic Over a média das
taxas de juros praticadas nessas operações. Basicamente, o banco A empresta para o banco B, o banco F
empresta para o banco G, o banco M empresta para o banco N, e assim por diante. A taxa Selic Over consiste,
portanto, na média das taxas de juros praticadas nessas operações, com duração de 01 dia útil.
Em suma, a taxa Selic Over é a média de operações de empréstimos interbancários, com lastro em Títulos
Públicos Federais, com duração de 01 dia útil.
A imagem a seguir traz um exemplo do funcionamento de operações de empréstimo interbancário com lastro
em TPF’s e cuja taxa de juros cobrada é baseada na Taxa Selic Meta.
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EMPRESTA DINHEIRO AO
BANCO A
OS JUROS COBRADOS
SERÃO BASEADOS NA TAXA
SELIC META, E A MÉDIA DE
TODAS AS OPERAÇÕES DO
DIA COMO ESTA FORMA A
TAXA SELIC OVER
Além da taxa Selic, devemos nos atentar a taxa DI (Depósito Interbancário), uma importante taxa de juros
brasileira, e ao Copom, que é a instituição responsável por definir o valor da taxa Selic Meta.
TAXA DI
Ainda falando das taxas de juros cobradas em empréstimos interbancários com duração de 01 dia útil, temos,
além da taxa Selic Over, a taxa DI.
A taxa DI é uma importante taxa de juros do mercado brasileiro. Basicamente, é a média ponderada das
operações de empréstimos interbancários realizadas em um dia (útil), com lastro em títulos privados.
Portanto, a diferença entre a Taxa Selic Over e a Taxa DI consiste no lastro (garantia) das operações, posto que
a Taxa DI possui como garantia das operações Títulos Privados, ao passo que a Taxa Selic Over leva em
consideração apenas as operações diárias interbancárias que possuem como garantia Títulos Públicos Federais.
Com relação ao valor da taxa, a DI possui, na maioria dos casos, 0,1 ponto percentual abaixo da taxa Selic Meta,
estando, portanto, levemente abaixo da taxa de redesconto.
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EMPRESTA DINHEIRO AO
BANCO A
OS JUROS COBRADOS
SERÃO BASEADOS NA TAXA
SELIC META, E A MÉDIA DE
TODAS AS OPERAÇÕES DO
DIA COMO ESTA FORMA A
TAXA D.I
O comitê se reúne 8 vezes ao ano, e suas reuniões duram 2 dias. A imagem a seguir mostra os principais fatores
levados em conta para tomadas de decisão.
Fonte: Bacen
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No primeiro dia de reuniões são apresentadas as análises da economia nacional, abordando temas como
inflação, atividade econômica, finanças públicas, balança de pagamentos, reservas internacionais, economia
externa, e demais variáveis macroeconômicas. Já no segundo ocorre a decisão em relação a definição da Taxa
Selic Meta.
É de grande importância analisar diversos fatores antes de tomar uma decisão final sobre a taxa básica de juros,
e uma das principais é em relação a inflação. Por esse motivo o COPOM leva em conta na sua decisão a Meta
de Inflação definida pela CMN (órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional).
Se essa meta não for cumprida, caberá ao presidente do BACEN redigir uma carta aberta direcionada ao
ministro da economia justificando os motivos pelo não cumprimento da meta inflacionária e quais serão as
medidas adotadas para o retorno da inflação ao centro da meta estabelecida.
São membros do COPOM o Presidente do Banco Central do Brasil (que também preside o Comitê e tem o voto
de qualidade) e os membros da Diretoria Colegiada do Banco, além de haver a participação em reuniões
ordinárias de alguns chefes de departamento do BACEN.
Com o consumo em alta, podemos concluir que a demanda por produtos aumenta. Se você lembra da lei da
oferta e demanda, sabe que, se a demanda cresce, a tendência é de que os preços aumentem, e quando isso
ocorre de modo geral, há inflação.
Além dos juros baixos estimularem a tomada de empréstimos, eles desestimulam investimentos em Títulos
Públicos Federais, pois estes remuneram, neste cenário, a uma taxa baixa, o que acaba por incentivar outros
investimentos, como abertura ou expansão de negócio próprio, financiamento de negócios de terceiros, o que
acaba por estimular a criação de novos empregos, além de aumentarem o nível de atividade econômica.
Já em um cenário de juros altos, o que ocorre é o contrário, a tomada de empréstimos se torna menos acessível,
tendo em vista que os juros estão mais elevados. Isso faz com que as pessoas não tomem muitos empréstimos
para consumir, tendo em vista o maior custo de se assumir uma dívida.
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Havendo um consumo menor, podemos concluir que há uma demanda menor por produtos, o que pela lei da
oferta e demanda tende a conter os preços, interrompendo assim a inflação caso isso venha a ocorrer em um
nível geral na economia.
❖ IMPORTANTE
Produto Interno Bruto (PIB) é o principal indicador de atividade do mercado. Basicamente, é a soma de todos
os bens e serviços finais produzidos em uma região. Explicaremos este conceito de forma mais detalhada no
decorrer deste módulo.
▪ Na inflação: com o aumento da taxa Selic Meta, há um menor incentivo ao consumo, o que faz com que as
empresas tendam diminuir o preço de seus produtos para tentar encontrar compradores para eles.
▪ No PIB: com o consumo a patamares inferiores, as empresas passam a necessitar de um menor nível de
produção, tendo em vista a menor demanda por seus produtos.
▪ No nível de emprego: com a diminuição do nível de produção das empresas, a tendência é que elas
necessitem de menos funcionários, o que pode gerar demissões, causando desemprego.
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▪ Nos Títulos Públicos Federais: com o aumento da taxa Selic Meta, os Títulos Públicos Federais (os quais
possuem essa taxa como base de remuneração) passam a possuir uma rentabilidade mais atrativa, o que
desestimula outros tipos de investimentos.
▪ Na inflação: com a redução da taxa Selic Meta, o consumo é estimulado, o que faz com que as empresas
tendam a aumentar o preço de seus produtos.
▪ No PIB: com o consumo elevado, as empresas passam a necessitar de um maior nível de produção, para
acompanhar essa nova demanda crescente.
▪ No nível de emprego: com o aumento do nível de produção das empresas, a tendência é que elas necessitem
de mais funcionarios para que seja possível executar esse aumento de produção.
▪ Na liquidez: como nesse cenário o acesso ao dinheiro se torna mais barato, a tendência é que seja mais fácil
de encontrar compradores para a realização da conversão de bens e serviços pelo preço justo e no momento
desejado.
▪ Nos Títulos Públicos Federais: com a redução da taxa Selic Meta, os Títulos Públicos Federais (os quais
possuem essa taxa como base de remuneração) passam a possuir uma rentabilidade menos atrativa, o que
estimula as pessoas a procurarem outros tipos de investimentos para tentar conseguir um maior retorno.
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Quando falamos de uma taxa de Redesconto punitiva (como é o caso do Brasil), estamos diante de uma taxa
que consiste, basicamente da taxa Selic acrescida de uma taxa predefinida pelo governo. Essa taxa predefinida
é revista periodicamente pelo governo, que pode elevá-la ou reduzí-la.
Se o governo optar por aumentá-la, isso significa dizer que os bancos terão mais dificuldade de tomar
empréstimos do BACEN, ao passo que, ao reduzí-la, o governo trará uma maior facilidade para os bancos
tomarem empréstimos.
Sob essa perspectiva, podemos concluir que seus efeitos são muito semelhantes aos da taxa Selic, pois assim
como a taxa Selic, a taxa de redesconto afeta a facilidade da tomada de empréstimos dos bancos junto ao
BACEN.
O Depósito Compulsório é outra ferramenta que o governo dispõe para realizar Política Monetária, e
corresponde a um percentual de todos os depósitos que um banco recebe que deve obrigatoriamente ficar com
o Banco Central.
O objetivo desta ferramenta é o de deixar o valor depositado pelos bancos parado, ou seja, sem gerar
mais crédito e sem incentivar o consumo.
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▪ Na inflação: com o aumento do Depósito Compulsório, há um menor incentivo ao consumo, o que faz com
que as empresas tendam diminuir o preço de seus produtos para tentar encontrar compradores para eles.
▪ No PIB: com o consumo em patamares inferiores, as empresas passam a necessitar de um menor nível de
produção, tendo em vista a menor demanda por seus produtos.
▪ No nível de emprego: com a diminuição do nível de produção das empresas, a tendência é que elas
necessitem de menos funcionários, o que pode gerar demissões, causando desemprego.
▪ Na liquidez: como nesse cenário o acesso ao dinheiro se torna mais difícil, a tendência é que seja mais difícil
de encontrar compradores para a realização da conversão de bens e serviços em dinheiro pelo preço justo
e no momento desejado.
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▪ Na inflação: com a redução do Depósito Compulsório, o consumo é estimulado, o que faz com que as
empresas tendam a aumentar o preço de seus produtos.
▪ No PIB: com o consumo elevado, as empresas passam a necessitar de um maior nível de produção, para
acompanhar essa nova demanda crescente.
▪ No nível de emprego: com o aumento do nível de produção das empresas, a tendência é que elas necessitem
de mais funcionarios para que seja possível executar esse aumento de produção.
▪ Na liquidez: como nesse cenário o acesso ao dinheiro se torna mais fácil, a tendência é que seja mais fácil
de encontrar compradores para a realização da conversão de bens e serviços pelo preço justo e no momento
desejado.
As operações de Open Market consituem outra ferramenta de política monetária que o Banco Central
possui para atuar na economia. Basicamente, Open Market é a compra ou venda de Títulos Públicos Federais
executada pelo BACEN.
Ao comprar Títulos Públicos Federais, o Banco Central “troca” dinheiro sob sua posse por títulos que
estão no mercado. Com isso, mais títulos ficam em posse do governo, e mais dinheiro circula na economia. Já
ao vender Títulos Públicos Federais, o Banco Central “troca” os títulos sob sua posse por dinheiro que está na
economia. Com isso, mais títulos vão para o mercado, e menos dinheiro circula na economia.
A seguir, veremos de forma detalhada o funcionamento das dinâmicas de compra e de venda de títulos
por parte do BACEN, e as possíveis consequências econômicas que a política de mercado aberto pode trazer
ao país.
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▪ Na inflação: com o aumento das vendas de Títulos Públicos Federais, há um menor incentivo ao consumo,
o que faz com que as empresas tendam a diminuir o preço de seus produtos para tentar encontrar
compradores para eles.
▪ No PIB: com o consumo a patamares inferiores, as empresas passam a necessitar de um menor nível de
produção, tendo em vista a menor demanda por seus produtos.
▪ No nível de emprego: com a diminuição do nível de produção das empresas, a tendência é que elas
necessitem de menos funcionários, o que pode gerar demissões, causando desemprego.
▪ Na liquidez: como nesse cenário o acesso ao dinheiro se torna mais difícil, a tendência é que seja mais difícil
de encontrar compradores para a realização da conversão de bens e serviços em dinheiro pelo preço justo
e no momento desejado.
▪ Na inflação: com o aumento das compras de Títulos Públicos Federais, o consumo é estimulado, o que faz
com que, pela lei da oferta e demanda, as empresas tendam a aumentar o preço de seus produtos.
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▪ No nível de emprego: com o aumento do nível de produção das empresas, a tendência é que elas necessitem
de mais funcionários para que seja possível executar esse aumento de produção.
▪ Na liquidez: com esse cenário, o acesso ao dinheiro se torna mais fácil, e a tendência é que seja mais fácil
de encontrar compradores para a realização da conversão de bens e serviços pelo preço justo e no momento
desejado.
Se as ferramentas de política monetária geram resultados semelhantes, qual o critério utilizado pelo
governo para definir qual política ele vai usar em cada arranjo econômico que pode vir a ocorrer em um caso
concreto? Na escolha da ferramenta a ser utilizada, o governo leva em conta, além dos efeitos de cada
ferramenta, o tempo levado para gerar tais efeitos.
A Taxa Selic é a maneira mais eficiente que o governo dispõe para fazer política monetária, pelo fato de
que, modificando essa taxa, que serve como base para as demais taxas de juros, ele estará interferindo na
economia como um todo. Por esse mesmo motivo, essa ferramenta tende a ser mais voltada para o longo prazo.
Já o depósito compulsório tende a ter uma eficiência média e tende a ser mais imediato do que a taxa
Selic. Por fim, as operações de Open Market, por sua vez, são mais voltadas para o curto prazo e possuem uma
menor eficiência. Com relação ao tempo que cada uma dessas ferramentas leva para fazer efeito, temos o
seguinte padrão:
▪ Depósito compulsório: aproximadamente 5 meses (ferramenta menos eficiente do que a Selic e de médio
prazo);
▪ Open market: aproximadamente 3 meses (ferramenta menos eficiente das três e de curto prazo).
Como o próprio nome indica, a política monetária expansionista visa expandir a economia, elevando o
nível de produção, de emprego e de liquidez. As ferramentas expansionistas possuem o objetivo em comum de
incentivo ao consumo, o que pode trazer efeitos indesejados, como o aumento exacerbado da inflação. Os
objetivos principais deste tipo de política são:
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▪ Estimular a produção;
É possível identificar a política monetária expansionista em algumas medidas do governo, tais como:
▪ Controlar a inflação;
É possível identificar a política monetária contracionista em algumas medidas do governo, tais como:
Agora que entendemos o funcionamento das diferentes políticas monetárias que o governo dispõe, assim
como suas consequências, podemos ver o quadro a seguir, que resume de forma simples e prática o que vimos
anteriormente.
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4. POLÍTICA FISCAL
A política fiscal é uma política econômica que define a quantidade de dinheiro que o governo precisa
arrecadar e em quais setores ele deve alocar seus recursos levando em conta as reais necessidades do país.
Esta política pode ser expansionista ou contracionista, como é explicado na sequência.
A política fiscal engloba, principalmente, dois mecanismos: o nível de tributos e o grau de investimentos
públicos. Vamos entender essa dinâmica.
EFEITOS DA TRIBUTAÇÃO
Tendo em vista que o nível de tributação de um país afeta a renda da população, podemos concluir que influencia
diretamente no consumo. A seguir, vamos entender quais são as possíveis consequências do aumento ou da
diminuição dos impostos.
➢ REDUÇÃO DA TRIBUTAÇÃO
Com a diminuição dos tributos (impostos), a população precisa pagar menos para o governo, e com isso dispõe
de mais dinheiro para consumir. Como visto anteriormente, o aumento do consumo tende a acelerar a economia.
Com o aumento do consumo, existe a tendência de haver o aumento do nível de preços, ou seja, inflação. Além
disso, tendo em vista que o governo arrecada por meio de impostos, a redução destes tributos faz com que a
arrecadação diminua, o que pode gerar um déficit fiscal, que, basicamente, ocorre quando o governo arrecada
menos do que gasta, mas o explicaremos mais detalhadamente no decorrer deste módulo.
➢ AUMENTO DA TRIBUTAÇÃO
O aumento dos tributos faz com que a população precise pagar mais para o governo, e com isso dispõe de
menos dinheiro para consumir. Como visto nas páginas anteriores, a redução do consumo tende a contrair a
economia.
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O aumento do consumo tende a expandir a economia, podendo gerar consequências, como o aumento da
produção, do nível de emprego e da liquidez. Além disso, o governo pode optar por realizar esses gastos públicos
em obras de infraestrutura, por exemplo, o que gera diretamente empregos. É importante ressaltar que este
aumento do consumo pode trazer consigo uma elevação da inflação. Além disso, os gastos, se realizados de
maneira irrestrita, podem gerar déficit nas contas públicas.
Como essa dinâmica faz com que menos dinheiro circule na economia, a tendência é que o consumo diminua,
fazendo com que a inflação se mantenha em patamares controlados. Além disso, ao diminuir os gastos, o
governo tem a possibilide de equilibrar as contas públicas, reduzindo possíveis déficits fiscais. É de suma
importância salientar que, como nesse cenário há uma menor quantidade de moeda em circulação, a economia
é desacelerada, e com isso ocorre uma redução no nível de empregos, produtividade e liquidez.
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A política fiscal expansionista tem como objetivo estimular a economia, ou seja, estimular o consumo, o
investimento de empresas, a geração de empregos, a produção industrial, entre outras áreas. Por outro lado,
se essa política for utilizada de maneira irrestrita e exacerbada, ela pode gerar outras consequências, que muitas
vezes não são desejadas, como por exemplo a inflação. Isso ocorre porque esse tipo de política tende a estimular
o consumo, que se aumentar de maneira muito acelerada, pode causar o aumento geral do nível de preços.
Somado a isso, podemos observar que essa política pode causar também uma discrepância relevante
entre o quanto o governo gasta em relação a quanto ele arrecada, o que pode originar, no longo prazo, um
déficit muito elevado para o governo. Em suma, a política fiscal expansionista não pode ser aplicada levando-se
em conta somente seus benefícios de curto prazo, posto que pode causar também outros tipos de
consequências. Exemplos de políticas expansionistas são:
▪ Redução do desemprego;
▪ Crescimento do consumo;
▪ Crescimento da inflação;
▪ Crescimento do PIB;
▪ Crescimento de liquidez.
A política fiscal contracionista tem como objetivo desacelerar a economia, ou seja, diminuir o consumo,
controlar a inflação e ajustar o balanço fiscal. Essa política tende a diminuir o consumo, diminuindo a necessidade
de produção (reduzindo assim o PIB), o que reduz a necessidade de mão de obra (aumentando o desemprego).
Mas também tende a ajustar o balanço fiscal e controlar a inflação. Exemplos de políticas contracionistas são:
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▪ Aumento do desemprego;
▪ Redução da inflação;
▪ Redução do consumo;
▪ Redução da liquidez.;
▪ Redução do PIB.
Agora que entendemos o funcionamento dos mecanismos de política fiscal que o governo dispõe, assim
como suas consequências, podemos ver o quadro a seguir, que resume de forma simples e prática o que vimos
anteriormente.
REDUÇÃO DO IMPOSTOS
POLÍTICA FISCAL VISA ESTIMULAR A
EXPANSIONISTA ECONOMIA
AUMENTO DOS GASTOS PÚBLICOS
Anteriormente, vimos que o nível de arrecadação de tributos e de gastos públicos influencia, além de
importantes fatores mercadológicos (como juros, inflação, liquidez, PIB, e desemprego), as contas fiscais do
governo, representadas pelo resultado fiscal, podendo este ser primário ou nominal.
A seguir, vamos entender quais são as principais diferenças entre resultado fiscal primário e resultado
fiscal nominal, além de aprender como podemos chegar a estes resultados.
34
▪ Superávit primário: o superávit primário ocorre quando as receitas primárias são maiores do que as despesas
primárias, ou seja, quando o governo arrecada mais do que gasta.
▪ Déficit primário: ocorre quando as despesas primárias são maiores do que as receitas primárias, ou seja,
quando o governo gasta mais do que arrecada.
Um país pode emprestar dinheiro ou pegar dinheiro emprestado. E como isso afeta o resultado? Para explicar,
vamos pensar da seguinte forma: Quando nós pegamos dinheiro emprestado com alguém, devemos juros,
certo? E quando emprestamos, temos o direito de receber juros. Com países isso não é diferente.
Um país pode adquirir um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), e com isso passará a dever juros.
O contrário também é possível, ou seja, um país pode conceder empréstimo para o FMI, ganhando o direito de
receber juros.
Quando um país deve juros, chamamos este de juros devidos. Já quando um país possui juros a receber,
chamamos este de juros ativos.
Basicamente, o resultado fiscal nominal é o resultado da subtração entre as receitas e despesas atuais do
governo somadas aos juros de dívidas passadas. Podemos obter o resultado fiscal nominal pelo seguinte cálculo:
Resultado fiscal nominal = Resultado fiscal primário (receitas – despesas) + Conta de juros (juros ativos – juros
devidos)
▪ Superávit nominal: o superávit nominal ocorre quando a soma entre o resultado fiscal primário e a conta de
juros resulta em um saldo positivo.
▪ Déficit nominal: o déficit nominal ocorre quando a soma entre o resultado fiscal primário e a conta de juros
resulta em um saldo negativo.
35
5. POLÍTICA CAMBIAL
Esta política econômica é utilizada pelo Banco Central para controlar a taxa de câmbio, de acordo com
as necessidades da economia de um país. Como veremos a seguir, a taxa de câmbio, que consiste no valor de
uma moeda em relação a outra, afeta a economia, principalmente no que tange a exportações e importações,
possuindo reflexo também na produção nacional, nível de emprego e inflação.
Se os americanos nesse cenário possuem uma moeda valorizada em relação a nossa, isso significa que haverá
a tendência de os americanos comprarem nossos produtos, que na visão deles estarão baratos. Isso por si só
constitui um aumento de demanda por nossos produtos, porém vale ressaltar que nós brasileiros estaríamos
nesse caso com uma moeda desvalorizada em relação ao Dólar, ou seja, os produtos americanos ficariam
caros para nós, o que é um desestímulo para importarmos produtos deles.
Se não conseguimos comprar produtos de fora, é necessário buscarmos alternativas no nosso mercado, o que
tende a aumentar a produção nacional. Se precisamos produzir mais, isso significa dizer que é necessário que
as empresas contratem mão de obra para produzir mais bens e serviços, a fim de acompanhar essa demanda
crescente, o que acaba por gerar empregos.
36
Outra questão que corrobora com essa tendência de inflação é o fato de que nossa indústria nacional necessita
importar alguns produtos americanos para estar produzindo. Se esses produtos americanos estão agora mais
caros para as nossas empresas, isso significa que muito provavelmente nossas empresas vão ter de aumentar
os preços finais dos nossos produtos nacionais.
Vale ressaltar também que o Brasil possui dívida em Dólar, ou seja, se essa moeda estiver fortemente valorizada
em relação ao Real, significa dizer também que a nossa dívida esta ficando “mais cara”. Além do governo, muitas
empresas também possuem dívidas em moeda estrangeira. Portanto, as consequências desse cenário tendem
a ser:
▪ Diminuição do desemprego;
▪ Tendência de inflação;
37
Vale ressaltar que nesse cenário a dívida tanto do governo quanto das empresas fica “mais barata”, ou seja,
tanto o governo quanto as empresas tendem a ter uma maior facilidade de estar quitando suas dívidas. Com um
menor consumo e com as empresas que precisam importar insumos para produzir tendo um custo menor com
isso, há também a tendência de um maior controle de inflação. Portanto, as consequências desse cenário
tendem a ser:
▪ Aumento do desemprego;
Em um cenário em que o dólar esteja valendo R$ 5,00, os produtos brasileiros ficam baratos para os americanos,
e os produtos americanos ficam caros para os brasileiros. Com isso, o número de exportações do Brasil
aumenta, o que faz com que a produção industrial aumente. Isso leva à uma maior necessidade de mão de obra,
diminuindo assim o desemprego.
Já em um cenário em que o dólar esteja valendo R$ 1,00, os produtos brasileiros ficam caros para os
americanos, e os produtos americanos ficam baratos para os brasileiros. Com isso, o número de exportações
do Brasil diminui, o que faz com que a produção industrial seja reduzida. Isso leva à uma menor necessidade de
mão de obra, aumentando assim o desemprego.
38
Agora que sabemos quais são os efeitos da taxa de câmbio na economia, vamos entender como o
governo pode atuar (ou não) no câmbio. Os mecanismos que o governo aplica seguem sua política cambial, a
qual determina o tipo de taxa de câmbio a ser utilizada, podendo esta ser fixa ou flutuante.
▪ Com banda cambial: nesta modalidade de taxa flutuante, o Banco Central determina limites de oscilação
para realizar intervenções. Por exemplo o governo pode determinar que o Real deve se manter entre US$
2,00 e US$ 3,50. Ou seja, a taxa de câmbio pode flutuar dentro desses parâmetros. Se o valor do câmbio
sair deste intervalo, o Banco Central irá utilizar suas ferramentas para trazer a taxa de volta aos
parâmetros anteriormente estabelecidos.
▪ Sem banda cambial: na taxa flutuante suja sem banda cambial, o Banco Central intervém eventualmente
quando acha necessário, não havendo uma delimitação preestabelecida para a realização dessas
intervenções.
39
5.2 PTAX
A PTAX é a taxa de câmbio mais utilizada para consultas cambiais no Brasil. Basicamente, é a média
das taxas de câmbio praticadas no mercado.
Deu-se à taxa o nome “PTAX” por causa da PTAX800, uma transação do Sisbacen (Sistema do Banco
Central), usada durante muitos anos pelo público para consultar taxas de câmbio. A transação foi desativada
em 2014, mas o sistema que a substituiu manteve o nome PTAX, já que o termo era de uso generalizado por
agentes do mercado de câmbio.
A taxa é utilizada em diversos produtos do mercado de câmbio, desde os contratos futuros e de opções
de câmbio listados na Brasil Bolsa Balcão – B3 (a qual estudaremos detalhadamente no Módulo 2 desta apostila)
até os contratos de derivativos de balcão negociados no mercado local e no exterior, além de operações
financeiras de empresas no segmento de câmbio com entrega física.
METODOLOGIA DE CÁLCULO
A PTAX é calculada e divulgada pelo Banco Central do Brasil, que utiliza uma metodologia específica para auferir
a média das taxas de câmbio praticadas no Brasil.
O método de cálculo é o seguinte: o BACEN consulta diariamente quatro instituições financeiras que operam
contratos de câmbio. Cada instituição informa uma única taxa de compra e uma única taxa de venda sob a qual
está negociando seus contratos. A maior e a menor taxa são excluídas do cálculo, e então o BACEN calcula a
média das duas taxas restantes.
Mensalmente, o Banco Central avalia a participação dessas instituições. Se estas tiveram, no mês, mais de 50%
de suas cotações excluídas do cálculo, considera-se o desempenho como insatisfatório, e as instituições deixam
de participar da pesquisa do BACEN.
Para esclarecer com uma linguagem simples, a PTAX é a média das taxas de câmbio praticadas diariamente no
Brasil, e é calculada e divulgada pelo Banco Central do Brasil.
❖ NÃO CONFUNDA
Câmbio não é a mesma coisa que Dólar.
40
É importante ressaltar que a Balança Comercial se faz presente no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto).
7. INDICADORES DE ATIVIDADE
É importante ressaltar que o PIB leva em conta apenas os bens e serviços finais, suprimindo dessa contagem
os bens de consumo intermediários (insumos), visando que não ocorra a chamada “dupla contagem” (que
ocorre quando os valores gerados na cadeia de produção são duplamente contabilizados no cálculo). Suas
principais características são:
41
C = Consumo;
G = Gastos do governo;
P = Produção;
▪ Redução de impostos;
▪ Desvalorização cambial.
Podemos constatar que os fatores listados constituem políticas expansionistas, seja no âmbito monetário, fiscal
ou cambial. E como vimos no início deste módulo, as políticas expansionistas tendem a incentivar um aumento
do consumo.
Para entender melhor, basta fazer um raciocínio simples: imagine uma loja de tênis. Suponhamos que esta loja
venda 50 tênis por dia. Com o aumento do consumo, a loja agora vende 75 tênis por dia. Para acompanhar essa
demanda crescente, a loja irá aumentar sua produção de tênis, e para isso irá precisar de mais mão de obra,
contratando mais. Se isso ocorrer em uma escala macroeconômica, ou seja, em toda a economia do país,
teremos um aumento do PIB, da inflação e do nível de emprego.
42
Já os fatores que podem levar a redução do Produto Interno Bruto, por sua vez, são:
▪ Aumento de impostos;
▪ Valorização cambial.
Como vimos anteriormente neste módulo, as políticas contracionistas tendem a desestimular o consumo. Com
a diminuição do consumo, as empresas passam a não necessitar produzir tanto, visto que elas não querem
produzir produtos que no fim do dia não serão vendidos, pois a demanda está baixa. As empresas, não
necessitando de um nível de produção elevado, acabam por não precisar de tanta mão de obra, o que faz com
que o desemprego tenda a aumentar.
Entretanto, as políticas contracionistas, por criarem incentivos a diminuição do consumo, fazem com que a
demanda por produtos caia, o que, pela lei da oferta e demanda, tende a fazer com que os preços caiam, e
quando isso ocorre de forma ampla na economia, podemos constatar que houve uma queda na inflação dessa
economia, ou seja, que houve deflação.
TAXA DE DESEMPREGO
O desemprego é um outro indicador de produtividade, e considera apenas a população economicamente ativa,
ou seja, quem está inserido no mercado de trabalho ou procurando por emprego atualmente. Este indicador é
muito afetado pelas políticas econômicas (monetária, fiscal e cambial).
A razão pela qual a taxa de desemprego é um indicador de produtividade é que, se a indústria nacional está
produzindo em grande quantidade, a necessidade de mão de obra é, da mesma maneira, grande, o que faz com
que o desemprego tenda a diminuir. Portanto, se a taxa de desemprego está baixa, significa que o nível produtivo
do país aumentou.
43
8. ÍNDICES DE PREÇO
Os índices de preço são índices que retratam o comportamento dos preços de um setor específico ou
da economia de um todo. Para auferirmos qual foi a inflação de determinado período, devemos analisar a
variação dos índices de preço, sendo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) o principal e o oficial do
Brasil.
▪ Para seu cálculo, são considerados os hábitos de consumo de famílias que ganham de 1 a 40 salários
mínimos.
O setor de consumo mais influente no cálculo do IPCA foi, até 2019, o de alimentação e bebidas. Como mostra
a imagem a seguir, retirada da Agência IBGE Notícias, novos hábitos de consumo alteraram o cálculo da inflação
a partir de 2020.
Transportes serão pela primeira vez o principal componente da inflação, representando 20,8% do indicador,
mesmo reduzindo seu peso, que era de 22%. O grupo superou alimentação e bebidas, que diminuiu a
participação de 22% para cerca de 19%.
44
Este índice é calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É importante ressaltar que não é o
índice oficial de inflação do Brasil, sendo este o IPCA. Suas principais características são:
Além dessas informações, é necessário saber que o índice é composto da seguinte maneira:
45
9. TIPOS DE RENTABILIDADE
A rentabilidade indica, basicamente, qual foi o lucro de determinado investimento. Ela pode ser auferida
e representada de maneiras distintas: absoluta, relativa, nominal e real. A seguir, veremos as características e a
dinâmica de cada uma.
▪ Rentabilidade absoluta: a rentabilidade absoluta, como o próprio nome já diz, descreve o rendimento
absoluto de um investimento. Por exemplo, se um investimento rendeu 7% ao ano, 7% foi sua rentabilidade
absoluta.
Portanto, quando nos referimos a rentabilidade por um número absoluto, como 7%, estamos tratando de
rentabilidade absoluta. Já quando nos referimos através da comparação com um índice de referência
(benchmark), como 95% da taxa Selic, estamos falando de rentabilidade relativa, pois é relativa a algum índice.
❖ IMPORTANTE
O benchmark é o índice de referência de um investimento. Para cálculo da rentabilidade relativa, considera-se
um índice de referência (benchmark).
46
▪ Rentabilidade real: a rentabilidade real considera o retorno de um título deduzido da inflação do período. Por
exemplo, se o retorno de um investimento durante seis meses foi de 2% e a inflação no período foi de 1,5%,
a rentabilidade real é de, aproximadamente, 0,5%, resultado auferido após o cálculo da taxa de retorno
nominal deduzida da inflação. O cálculo da rentabilidade real é realizado através da fórmula de Fischer,
exposta a seguir:
( ( + ____________ )
)
TAXA APARENTE
1
TAXA ____
100
__________________________
REAL = - 1 X 100
__________
( 1 + ____________
INFLAÇÃO
)
____
100
❖ IMPORTANTE
É possível um investimento possuir rentabilidade nominal positiva e uma rentabilidade real negativa?
Sim, basta que o rendimento seja superior a zero, porém inferior ao da inflação (medida pelo IPCA/IGP-M/DI)
no período.
É possível um investimento possuir rentabilidade nominal negativa e uma rentabilidade real positiva?
Sim, basta que o rendimento seja inferior a zero, porém que a inflação também seja negativa e seja inferior a
rentabilidade nominal.
47
No regime de capitalização de juros simples, o juros incide apenas sobre o capital inicial aplicado, ou
seja, não há incidência de juros sobre juros. Na maioria dos casos, o juros simples não é utilizado. O cálculo dos
juros simples é realizado pela seguinte fórmula:
▪ J = C . i . n, sendo que:
J = Juros
C=Capital Inicial
i = Taxa de juros
n = Tempo
➢ TAXA PROPORCIONAL
O regime de juros simples possui taxas proporcionais, ou seja, taxas que possuem crescimento proporcional em
função do tempo. Podemos auferir a taxa proporcional pela seguinte fórmula:
Suponhamos, por exemplo, que um título possua taxa de juros simples de 1% ao mês e prazo de 12 meses.
Aplicando estes valores na fórmula, temos:
▪ Taxa proporcional = 1 x 12
No regime de capitalização composta, os juros formados a cada período passam a compor o capital inicial,
passando, também, a produzir juros. Portanto, neste tipo de capitalização, temos incidência de juros sobre juros.
O cálculo dos juros compostos é realizado pela seguinte fórmula:
48
M = Montante
C = Capital Inicial
i = Taxa de juros
n = Tempo
➢ TAXA EQUIVALENTE
O regime de juros compostos possui taxas equivalentes, ou seja, taxas que possuem crescimento exponencial
(que não é linear) em função do tempo, justamente por haver incidência de juros sobre juros.
A Taxa Referencial é uma taxa de juros calculada e divulgada pelo Banco Central do Brasil, e é muito
utilizada na remuneração de determinados investimentos e empréstimos, como a Caderneta de Poupança,
financiamentos imobiliários e o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS). O seu cálculo leva em
consideração a Taxa Básica Financeira (TBF), que representa a taxa média ponderada das Letras do Tesouro
Nacional (LTNs) com vencimento próximo (imediatamente anterior ou imediatamente posterior) ao mês de
referência.
49
TAXA
REFERENCIAL =
( 1 + TAXA BÁSICA FINANCEIRA
______________________
_____________
REDUTOR
) - 1
Portanto, a taxa Referencial, apesar de não ser a principal da economia (sendo esta a taxa Selic), é uma
importante taxa de juros brasileira, que pode afetar a rentabilidade e os juros de determinados investimentos,
empréstimos e financiamentos.
O fluxo de pagamentos é, basicamente, a representação dos valores que entram e que saem, na
realização de um projeto, em determinado período. Você pode estar se perguntando: entram e saem de onde?
Isso depende da ótica de quem estamos analisando. Se estivermos vendo da ótica de um investidor, o fluxo nos
mostra os valores que saíram de seu bolso (investimento) e que entraram.
Suponhamos, por exemplo, que um investidor tenha investido R$ 100 mil em um projeto, e ele, esteja
prevendo um retorno de R$ 120 mil, em 6 parcelas de R$ 20 mil. A representação desse fluxo de pagamentos
seria da seguinte maneira:
Como podemos perceber, o valor de cada parcela no exemplo é de R$ 20 mil. E é muito importante
saber que o valor de cada parcela é definido pela soma dos juros mais a amortização.
50
Por enquanto, a noção que precisamos extrair dessas características dos investimentos de Renda Fixa é a de
que, como eles possuem um prazo definido no momento da aplicação, existe um prazo para o investidor receber
seu dinheiro novamente.
Suponhamos, portanto, que o investidor possui diversos títulos de Renda Fixa com prazos de vencimentos
distintos em sua carteira de investimentos. A média destes prazos de vencimentos constitui o prazo médio.
51
2) O Produto Interno Bruto é um indicador econômico de extrema importância. Para o seu cálculo, sob a ótica
do consumo, deve-se utilizar a seguinte fórmula:
a) C + P + G + NX
b) C + P + G – NX
c) C + G + NX – P
d) C + G + P – X + N
3) Considerando que em um determinado período a inflação calculada foi de 5%, analise os rendimentos
abaixo, para o mesmo período:
▪ Poupança: 4%
▪ CDB: 6%
▪ Ações: 8%
Nesse caso, em relação à rentabilidade real, os três produtos tiveram, respectivamente rentabilidade:
a) IGP-M
b) IPCA
c) IGP-DI
d) Selic
6) Taxa obtida a partir da média das operações interbancárias lastreadas com títulos púbicos:
a) Selic Meta
b) Selic Over
c) CDI
d) T .R
a) Definir a taxa Selic Over, que serve como referência para o mercado financeiro
b) Definir a taxa CDI, que serve como referência para o mercado financeiro
c) Definir a taxa Selic Meta, que serve como referência para o mercado financeiro
d) Definir a taxa de juros dos títulos privados
53
10) Em uma situação onde está ocorrendo a desvalorização do real frente ao dólar, podemos afirmar que:
11) Com relação à capitalização através de Juros Compostos, assinale a alternativa correta:
a) O cálculo dos juros ocorre sempre sobre o montante do período anterior, somado aos juros já acumulados
b) O cálculo dos juros ocorre sempre sobre o montante inicial
c) Não há “juros sobre juros”
d) Sempre terá menores resultados finais do que os juros simples
54
a) Taxa de Câmbio
b) PTAX
c) CDI
d) Selic Over
55
10. B
11. A
12. B
13. B
14. C
15. C
56
Basicamente, podemos dizer que o SFN é o conjunto de instituições, financeiras ou não, que possibilitam
a transferência de recursos de agentes superavitários (quem possui dinheiro para emprestar) para agentes
deficitários (quem precisa de dinheiro emprestado).
O Sistema Financeiro Nacional envolve diversas figuras, que visam garantir que as transferências de
recursos no Brasil ocorram de forma segura, eficiente e transparente. Vale ressaltar a importância tanto dos
intermediários financeiros, que encontram pessoas que estão poupando com o intuito de disponibilizar esse
dinheiro para empréstimo em troca de juros e pessoas que precisam de dinheiro emprestado, quanto as
instituições mais voltadas para regulação, normatização e liquidação.
EMPRÉSTIMO EMPRÉSTIMO
INTERMEDIÁRIO
AGENTE FINANCEIRO AGENTE
SUPERAVITÁRIO DEFICITÁRIO
JUROS JUROS
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Visando o bom funcionamento do SFN, foram estipuladas divisões nas áreas de atuação de determinados
órgãos e entidades. Além disso, foi estipulado o grau hierárquico de cada instituição presente no Sistema
Financeiro Nacional.
Dessa forma, é importante analisarmos a estrutura do SFN, para sabermos as funções típicas, assim
como o grau hierárquico, que possuem as figuras que o integram. A seguir, se faz presente uma tabela que
engloba, de forma básica, essa divisão de atribuições e de hierarquia.
Nós iremos estudar, a seguir, cada uma das figuras presentes na estrutura acima demonstrada, porém
nesse primeiro momento vale a análise da grande importância do Conselho Monetário Nacional, que possui
caráter normativo (deliberativo) e está inserido em um grau hierárquico mais elevado em relação aos demais
órgãos, sendo assim o órgão máximo do SFN. Sua atuação é muito ampla, mas podemos destacar a sua
imprescindível participação nos mercados de Moeda, Crédito e Câmbio e no mercado de Capitais.
Já o Banco Central do Brasil (BACEN, BC ou BCB) é um órgão executivo, ou seja, possui como função
principal a execução das normas e deliberações previamente determinadas. Também pode ser considerado
como órgão supervisor/fiscalizador, pois atua de forma a fiscalizar e supervisionar o sistema como um todo,
conforme as determinações do Conselho Monetário Nacional (CMN).
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por sua vez, possui uma função de supervisão, no que tange
o mercado de Capitais, tendo como principal objetivo trazer transparência e segurança ao SFN, por meio de
normas e regulações feitas nesse mercado. A tabela a seguir sintetiza a hierarquia entre as principais entidades
que compõe o Sistema Financeiro Nacional.
58
Dentro do Sistema Financeiro Nacional, temos as instituições governamentais que visam garantir o bom
funcionamento do mercado financeiro do Brasil, sendo as principais:
O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional, e sua principal função
é estabelecer normas e diretrizes, que devem ser seguidas pelas demais instituições do sistema. O CMN é
constituído pelos seguintes membros:
59
O CMN exerce sua atuação por meio de atividade regulatória, elaborando e deliberando atos normativos
(resoluções), que são publicados no site do Banco Central do Brasil.
❖ IMPORTANTE
O CMN é um órgão normativo, e não é responsável pela execução das políticas econômicas, apenas pela
normatização e estabelecimento de diretrizes da economia nacional.
METAS DE INFLAÇÃO
Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta de inflação é, como o próprio nome já diz, uma meta para a
inflação de determinado período. O Banco Central toma essa meta como base para a adoção de políticas
econômicas, que visam garantir que a inflação efetiva de determinado período esteja em linha com a meta
preestabelecida.
Nessa dinâmica, a meta para a inflação é anunciada publicamente e funciona como uma âncora para as
expectativas dos agentes em relação a inflação futura, permitindo que desvios da inflação em relação à meta
sejam corrigidos ao longo do tempo.
O índice de preços utilizado nas metas de inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta se refere à inflação acumulada no
ano. O sistema prevê ainda um intervalo de tolerância, também definido pelo CMN. Nos últimos anos, o Conselho
tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima e para baixo.
60
O Banco Central do Brasil é uma autarquia vinculada ao Ministério da economia, e que é responsável
pela execução da Política Monetária nacional. Enquanto o CMN é o órgão normativo do Sistema Financeiro
Nacional, o BACEN é o executor dessas normas.
A diretoria colegiada do BACEN é composta por nove membros (o presidente do BACEN mais oito
diretores), sendo todos nomeados pelo presidente da República, fazendo-se necessária aprovação por parte do
Senado. O Banco Central do Brasil possui as seguintes atribuições para com o Sistema Financeiro Nacional e a
economia brasileira:
▪ Emitir papel-moeda;
61
❖ IMPORTANTE
Caso a Meta de Inflação não seja cumprida, caberá ao presidente do BACEN redigir uma carta aberta
direcionada ao ministro da economia justificando os motivos pelo não cumprimento da meta inflacionária e quais
serão as medidas adotadas para o retorno da inflação ao centro da meta estabelecida.
O Banco Central do Brasil exerce suas atividades de supervisão e fiscalização por meio de três
documentos principais: a circular, a carta circular e o comunicado, como veremos detalhadamente a seguir.
▪ Circular: A circular tem por finalidade divulgar atos normativos realizados por parte do BACEN. Como o CMN
é um órgão normativo e também possui um grau hierárquico superior ao do Banco Central, este só poderá
criar normas ou alterar normas presentes em resoluções do CMN quando a ele for delegado esse poder.
▪ Carta circular do bacen: a carta circular tem a finalidade de divulgar instrução, procedimento ou
esclarecimento a respeito de conteúdo oriundo de um documento normativo.
❖ IMPORTANTE
Enquanto o CMN estabelece as normas e diretrizes das políticas econômicas, o BACEN é o principal executor
da Política.
62
Para entendermos o que é a CVM, vamos antes entender o que são valores mobiliários. Bom,
basicamente, são ativos de crédito ou de propriedade, que podem ser emitidos por instituições públicas ou
privadas. Exemplos de valores mobiliários são:
▪ Ações;
▪ Derivativos;
Além dos títulos mencionados, existem muitos outros valores mobiliários, mas nesta parte da apostila,
visamos apenas esclarecer o que é um valor mobiliário. As características de cada valor e suas diferentes
modalidades serão explicadas de forma detalhada no módulo 3.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia,
e é o principal órgão supervisor do Sistema Financeiro Nacional, sendo responsável por fiscalizar e desenvolver
o mercado de capitais brasileiro. É importante ressaltar, ainda, que a CVM não é subordinada ao BACEN.
A diretoria colegiada da Comissão de Valores Mobiliários é composta por cinco mebros (o presidente da
CVM e mais quatro diretores), sendo todos nomeados pelo presidente da República, fazendo-se necessária
aprovação por parte do Senado.
▪ Evitar e coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições artificiais de demanda, oferta
ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
▪ Assegurar o acesso público a informações sobre os valores mobiliários negociados e sobre as companhias
que os tenham emitido;
63
O Conselho Nacional de Seguros Privados é um órgão normativo responsável pelo mercado de seguros
privados, sendo, portanto, responsável pela normatização e fixação de diretrizes desse mercado. O CNSP possui
as seguintes atribuições:
▪ Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização das instituições que exercem atividades
subordinadas ao Sistema Financeiro Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades
previstas;
▪ Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e
resseguro;
O conselho diretório da SUSEP é composto por cinco mebros (o superintendente da SUSEP e mais
quatro diretores), sendo todos nomeados pelo presidente da República. A SUSEP possui as seguintes
atribuições:
▪ Atuar no sentido de proteger a captação da poupança popular que se efetua através das operações de
seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro;
▪ Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
64
▪ Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas;
▪ Tesouro Nacional;
▪ Bancos comerciais;
▪ Bancos de investimento;
▪ Bancos múltiplos;
▪ ANBIMA;
▪ Bolsa de Valores;
▪ Mercado de Balcão.
▪ Corretoras;
▪ Distribuidoras.
65
O Tesouro Nacional representa o caixa do Governo Brasileiro. Ele é administrado e contabilizado pela
Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que também emite títulos da dívida pública do país. O objetivo principal
do Tesouro Nacional, conforme seu próprio site, é “gerir as contas públicas de forma eficiente e transparente,
zelando pelo equilíbrio fiscal e pela qualidade do gasto público”.
Com relação ao caixa da União, o Brasil adota o sistema chamado de Caixa Único. A imagem abaixo
representa o Tesouro Nacional gerindo as questões fiscais do país, fazendo a contabilidade do que entra e saí
do caixa, e sendo responsável por estar emitindo dívida nos casos necessários.
TESOURO DIRETO
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional do Brasil implementado em 7 de janeiro de 2002 em
parceria com a B3, e possui o intuito de democratizar a compra e venda de Títulos Públicos Federais por
pessoas físicas através da internet. Suas principais características são:
66
Um banco comercial é uma instituição financeira privada ou pública que tem como objetivo principal
conceder crédito de curto e médio prazo para pessoas físicas e jurídicas.
Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a
expressão “Banco”. Ressalta-se que o banco comercial é uma instituição monetária.
Os bancos comerciais são as únicas instituições financeiras que podem captar via depósito à vista (ou
seja, por conta corrente livremente movimentável). A seguir, elencamos os principais meios pelos quais estes
bancos podem captar recursos financeiros.
➔ LF (Letra Financeira);
▪ Recursos de instituições;
▪ Tarifas bancárias;
No módulo anterior, entendemos o que é o efeito multiplicador de crédito e como ele cria moeda na
economia, e é justamente no caso dos bancos comerciais que o efeito multiplicador se faz presente. É por isso
que estes bancos são considerados instituições monetárias, pelo fato de que eles criam moeda através do efeito
multiplicador do crédito.
❖ IMPORTANTE
Os Bancos Comerciais são os únicos bancos autorizados a captar recursos via depósitos à vista, mantendo
contas correntes livremente movimentáveis.
67
Banco de investimento é uma instituição financeira privada constituída sob a forma de Sociedade
Anônima, que possui como foco principal a atividade de fornecer de crédito de médio e longo prazo para as
pessoas jurídicas, além de serem especializados em administrar recursos de terceiros. Os principais objetivos
de um banco de investimento são:
As principais características em relação aos mecanismos de captação de recursos por parte dos bancos
de investimento são:
▪ Podem manter contas correntes, desde que não sejam remuneradas ou movimentadas por cheques (não
livremente movimentáveis);
▪ Podem adquirir recursos via taxas de administração dos Fundos que administra.
➔ LF (Letra Financeira);
❖ IMPORTANTE
Os Bancos de Investimento são, necessariamente, de natureza privada.
68
Um banco múltiplo é uma instituição financeira, constituída sob a forma de Sociedade Anônima, que
possui mais de uma carteira, sendo pelo menos uma delas comercial ou de investimentos. As possíveis carteiras
de um banco múltiplo são:
▪ Comercial / monetária: a carteira comercial é a carteira presente em um banco comercial, como explicado
anteriormente neste módulo. Um banco múltiplo com carteira comercial é considerado uma instituição
monetária.
▪ Crédito imobiliário: é a carteira cujo objetivo é o de conceder empréstimos para financiamentos imobiliários.
▪ Desenvolvimento (público): é a carteira cuja função principal consiste em fornecer linhas de crédito com o
objetivo de desenvolver a economia.
▪ Arrendamento mercantil (leasing): é a carteira em que se realizam contratos de leasing, ou seja, um contrato
através do qual a arrendadora ou locadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing) adquire um
bem escolhido por seu cliente (o arrendatário, ou locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por um
prazo determinado e com termos específicos.
❖ IMPORTANTE
O banco múltiplo deve possuir um CNPJ para cada carteira.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) é uma entidade
de autorregulação que busca representar as instituições do mercado de capitais brasileiro. A instituição possui
diversos associados, incluindo bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, empresas
de gestão de ativos, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e gestores de patrimônio. A ANBIMA possui
os seguintes objetivos principais:
69
▪ Autorregular, ao criar mecanismos e ferramentas de autorregulação voluntária para trazer melhores práticas
ao mercado através de seus Códigos de Regulação e Melhores Práticas.
▪ Informar, possuindo uma das maiores, se não a maior, base de dados sobre os mercados financeiro e de
capitais no Brasil, sendo fonte de referência diária para as principais mídias do país, sejam elas impressas
ou eletrônicas.
▪ Educar, realizando provas de certificação como a CPA-10/20, CEA e CGA, além do fato de que ela é
associada sênior do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), que mantém a
Certificação CFP de planejamento financeiro pessoal no Brasil. A ANBIMA possui cursos e apostilas focados
nos mais diversos conteúdos relacionados ao mercado financeiro.
É de suma importância lembrar, entretanto, que as suas normas de autorregulação não se sobrepõem a
legislação. A ANBIMA e suas características serão explicadas de maneira mais detalhada no Módulo 6 desta
apostila.
O Fundo Garantidor de Crédito é uma entidade sem fins lucrativos que protege investidores, recuperando
perdas relacionadas a inadimplência por parte da instituição que concedeu o crédito, de até R$ 250 mil em
determinados investimentos, por CPF e conglomerado bancário.
O FGC ressarce perdas de até R$ 250 mil no investimento, por CPF e conglomerado bancário. O limite
global da garantia é de R$ 1 milhão.
Portanto, um investidor pode ser ressarcido no valor de até R$ 250 mil em um determinado investimento,
e até R$ 1 milhão nos seus investimentos cobertos em geral. O limite é renovado de quatro em quatro anos.
Suponhamos, por exemplo, que um investidor possui R$ 800 mil divididos em 5 instituições bancárias,
tendo assim R$ 160 mil em cada banco. Vamos supor que estes cinco bancos quebrem.
Visto que seus investimentos somados resultam em R$ 800 mil (sendo que o limite global da garantia é
R$ 1 milhão) e em cada banco possui R$ 160 mil (sendo que o valor limite a garantia por instituição é de R$ 250
mil), seus investimentos estão cobertos pelo FGC.
Se todos os 5 bancos quebrarem, o investidor receberá do FGC tudo o que os bancos deviam, tanto o
principal (valor aplicado) quanto os juros devidos pelo banco.
70
▪ Caderneta de Poupança;
▪ Operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa
ligada.
O Fundo Garantidor de Crédito ainda oferece uma garantia especial de até RS 1 milhão, por CPF, para um título
de Renda Fixa chamado Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), o qual estudaremos de forma mais
aprofundada no terceiro módulo desta apostila.
▪ Debêntures;
▪ Notas promissórias;
▪ Letra Financeira;
▪ Letra Imobiliária.
71
A Bolsa é, portanto, uma plataforma, que mantém local ou sistema de negociações transparente e
organizado, além de deter sistemas de negociações que efetuam registro das operações de forma rápida e
eficiente, visando não só a transparência como também a velocidade do registro e transmissão das intenções
de compra e de venda.
Em suma, a Bolsa de Valores traz liquidez aos ativos nela negociados, tendo em vista que ela facilita o
encontro entre compradores e vendedores para os ativos negociados nesse sistema. Para manter a sua
estrutura e o seu funcionamento, a Bolsa de Valores cobra determinadas taxas de seus usuários, sendo as
principais:
▪ Emolumento: o emolumento é uma taxa de 0,035% sobre o valor de cada operação realizada.
▪ Taxa de custódia: a taxa de custódia é uma taxa cobrada pela custódia dos ativos mantidos em sua
plataforma.
▪ Manter local ou sistema adequado para negociação de títulos e/ou valores mobiliários;
72
O Mercado de Balcão, assim como a Bolsa de Valores, é um ambiente onde se negociam participações
societárias em sociedades anônimas (ações) e outros instrumentos financeiros.
Entretanto, os títulos negociados no Balcão são de empresas com porte menor do que na Bolsa, e que
ainda não possuem tamanho suficiente para a acessarem. Existem dois tipos de Mercado de Balcão, o
organizado e o não organizado.
As instituições que podem efetuar a distribuição no Balcão não organizado são as corretoras, distribuidoras e
bancos de investimento. Tendo em vista a menor padronização operacional, este mercado possui uma liquidez
muito baixa em relação a Bolsa de Valores.
Este mercado é vantajoso para empresas que desejam acessar o mercado de ações, mas que não possuem
estrutura e porte suficientes para entrar na Bolsa, pois o Balcão possui menor burocratização e menos
exigências. Uma vantagem do Mercado de Balcão organizado em relação ao não organizado é que, justamente
por possuir uma padronização maior, dá mais segurança aos investidores, e por isso possui maior liquidez.
73
▪ Praticar operações de compra e venda de metais preciosos (como ouro e prata) no mercado físico, por conta
própria e de terceiros;
Além das funções acima mencionadas, as corretoras e as distribuidoras podem oferecer auxílio para os
investidores por meio da disponibilização, para clientes, de informações relevantes oriundas de seus
departamentos técnicos ou de análises de empresas, títulos e Fundos de investimento.
É importante ressaltar que as Corretoras e Distribuidoras sofrem fiscalização tanto da CVM e do BACEN,
quanto da própria Bolsa de Valores.
❖ IMPORTANTE
Na prova, as questões podem se referir a essas instituições apenas pela sigla, ou seja, SCTVM e SDTVM.
As sociedades corretoras e distribuidoras cobram, em alguns casos, duas taxas principais, a de custódia
e a de corretagem, que são explicadas a seguir:
74
▪ Taxa de custódia: a taxa de custódia é um percentual cobrado pela Bolsa de Valores, e muitas vezes é
repassado pelas corretoras e distribuidores aos seus clientes. Basicamente, a Bolsa cobra essa taxa das
corretoras e distribuidoras, e estas podem repassar a cobrança para seus clientes.
HOME BROKER
O Home Broker é o sistema digital, disponibilizado por corretoras e distribuidoras, que possibilita o acesso do
investidor ao ambiente de negociação da Bolsa de Valores.
É pelo Home Broker que o investidor consegue comprar ações na Bolsa, além de observar as cotações em
tempo real. As corretoras e distribuidoras podem ainda disponibilizar em seus Home Broker outras ferramentas
que possam ajudar o investidor na hora de estar utilizando o mesmo.
Estas transferências são realizadas através de débitos e créditos nas Contas de Reserva Bancária que
os bancos possuem junto ao Banco Central. Os principais aspectos legais referentes ao Sistema de Pagamentos
Brasileiro e sua operacionalização são:
▪ Compete ao BACEN definir quais sistemas de liquidação são considerados sistematicamente importantes;
75
Porém, podemos destacar que, assim como o Sistema Financeiro Nacional possui diferentes instituições
atuando em diferentes segmentos, o Sistema de Pagamentos Brasileiro também tem essa característica, dentro
das áreas que dizem respeito ao seu funcionamento.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro é composto por diferentes sistemas e mecanismos, tais como os
elencados abaixo:
O quadro a seguir tem o objetivo de evidenciar as principais estruturas que se fazem presentes no
Sistema de Pagamentos.
76
As Clearing Houses são instituições que têm como principal objetivo efetuar de forma segura e
transparente o registro e liquidação de títulos. Sob essa perspectiva podemos dizer que, quando nós compramos
um determinado título, é imprescindível que haja uma instituição que possa registrar essa compra e liquidá-la
(executar o pagamento de fato), e as Câmaras de Liquidação e Custódias existem justamente para executar
essa tarefa de forma sólida e segura.
Podemos dizer, portanto, que as suas funções dizem respeito a etapa pós-negociação, em que se dá a
entrega dos ativos e o pagamento referente ao negócio (liquidação), além do registro desse processo negocial.
Sua principal função é a de reduzir o risco de liquidação e crédito. No Brasil, existem duas principais
câmaras, o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) e o Brasil Bolsa Balcão (B3), os quais são
explicados a seguir.
77
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia possui algumas características essenciais, tais como:
Não podemos confundir o Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) com a Taxa Selic. A taxa Selic,
com o artigo que antecede a palavra correspondente ao feminino, diz respeito a taxa básica de juros do Brasil,
já o Selic, com o artigo que antecede a palavra correspondente ao masculino, faz referência a Clearing House
que está sendo abordada neste tópico.
O acesso ao Selic é restrito aos dealers (agentes financeiros credenciados no BACEN) e dessa maneira, quando
essas instituições realizam as transações com os títulos emitidos pelo tesouro nacional, elas transferem tais
operações para o Selic.
Em tempo real, o sistema direciona o registro de cada título ao comprador em uma ponta e credita o valor devido
na conta do vendedor do título na outra ponta, validando dessa maneira toda a operação.
▪ Ações;
▪ Derivativos;
▪ Ouro;
▪ Empréstimos de ativos.
79
a) Comercial
b) Crédito e Financiamento
c) Crédito Imobiliário
d) Desenvolvimento
2) O Banco Central do Brasil – BACEN é uma autarquia do governo federal e tem como função:
3) Instituições financeiras que tem como atividade principal ou acessória a intermediação de operações nos
mercados regulamentados de valores mobiliários:
a) CVM
b) Banco Comerciais
c) SCTVM e SDTVM
d) Bolsa de Valores
80
5) Qual órgão é responsável pela captação de recursos para financiar a dívida interna do governo?
6) Os Bancos de Investimentos são instituições muito importantes na estrutura do sistema financeiro nacional.
Sobre essas instituições, assinale a alternativa correta:
a) Realizam operações de emissão de valores mobiliários, assessoram operações de fusões e aquisições e ofertam crédito
de curto e médio prazo, como cheque especial, por exemplo .
b) Realizam operações de emissão de valores mobiliários, assessoram operações de fusões e aquisições e realizam
operações com dólar turismo
c) Fiscalizam o mercado de distribuição de valores mobiliários
d) Assessoram empresas em operações de fusões e aquisições, emissões de valores mobiliários e ofertas públicas, além de
fornecer crédito para médio e longo prazo
81
82
c) É a transferência de Fundos próprio e de terceiros realizados entre bancos em tempo real, com o objetivo de reduzir o risco
sistêmico
d) Sistema criado para gerenciar o risco de crédito das instituições ao custodiar todos os CDB’s emitidos por essas instituições
15) Uma empresa decide abrir seu capital no mercado. Essa operação será coordenada por um (a):
a) Banco de Investimento
b) Banco Comercial
c) Banco Múltiplo, com carteira comercial
d) Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
83
10. D
11. A
12. C
13. B
14. C
15. A
84
1. RENDA FIXA
Renda Fixa é o módulo de investimento que possui critério de remuneração e prazo de vencimento
definidos no momento da aplicação no título. Dentro deste segmento, temos a Renda Fixa prefixada e pós-fixada,
que possuem diferenças com relação a previsibilidade da taxa de juros paga pelo título.
Investimentos deste tipo trazem a seu investidor maior previsibilidade e segurança, visto que a maioria
dos títulos deste segmento recebem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito ou são emitidos pelo Tesouro
Nacional. Um investimento de Renda Fixa pode ter rentabilidade prefixada ou pós-fixada.
A maior previsibilidade presente neste investimento não significa, entretanto, que este não possui nenhum risco.
Um título prefixado está mais exposto do que outros títulos a alterações na taxa Selic, possuindo assim risco de
taxa de juros, que é o risco de uma alteração na taxa básica afetar o preço unitário (PU) do título.
Suponhamos, por exemplo, que o título prefixado X possui rentabilidade de 7% ao ano e prazo de 721 dias
(aproximadamente dois anos). Neste exemplo, a taxa de 7% é fixa, e não pode ser alterada, tal como o prazo
de vencimento do título, que é 721 dias.
85
A diferença entre os dois tipos de investimento é que um título pós-fixado não possui a rentabilidade exata
definida no momento do aporte, apenas o seu critério de remuneração, com taxa atrelada a um determinado
indicador.
Um exemplo de rentabilidade pós-fixada é 100% do CDI (ou taxa DI). Durante todo o período de duração do
investimento, a rentabilidade será essa. Entretanto, o CDI pode ter seu valor alterado durante o período. Nesse
caso, 100% da taxa DI daqui um ano pode ter valor financeiro diferente do que 100% da mesma taxa atualmente.
Suponhamos, por exemplo, que um investidor aplicou determinado valor em um título com rentabilidade pós-
fixada em 100% do CDI, que, na época, estava em 4,4% ao ano. Nesse caso, o rendimento anual seria de 4,4%
(100% de CDI).
Um ano depois, a taxa DI foi reduzida para 3,9%. Nesse cenário, o rendimento anual do título passou a ser de
3,9% (100% do CDI).
Suponhamos, por exemplo, que o título X possui prazo de vencimento de 721 dias e o seu rendimento é dado
pela soma de 100% do IPCA mais 2,30% ao ano.
Neste exemplo, a rentabilidade prefixada é de 2,30% ao ano, e a pós-fixada é de 100% do IPCA. O quadro a
seguir exemplifica ainda mais este conteúdo.
86
No mercado de Renda Fixa, temos dois diferentes ambientes onde o investidor pode comprar títulos: o
mercado primário e o mercado secundário, cujas diferenças estudaremos a seguir.
No mercado primário, o investidor compra títulos recém emitidos por uma determinada instituição
financeira. Basicamente, é o ambiente em que ocorre negociação direta entre investidor e instituição emissora.
Este é o único momento em que o dinheiro proveniente da aplicação vai para a instituição que emitiu o título. A
imagem a seguir retrata essa dinâmica.
EMITE TÍTULOS
COMPRA TÍTULOS
INSTITUIÇÃO
EMISSORA
3. MERCADO SECUNDÁRIO
Já o mercado secundário é o ambiente que ocorre após o mercado primário. Suponhamos que um
investidor que comprou o título no mercado primário queira vender esse título, antes do vencimento. Nesse caso,
ele deve encontrar compradores, no mercado secundário.
Basicamente, neste mercado os investidores negociam livremente entre si, e o dinheiro proveniente da
negociação vai para o vendedor do ativo, e não para a instituição emissora.
COMPRA VENDA
TÍTULOS TÍTULOS
87
Suponhamos agora que essa pessoa que comprou o mosaico resolva vender o artefato para um
conhecido. Neste caso, é como se essa pessoa tivesse vendido no “mercado secundário”.
Para completar o raciocínio, vamos lembrar que quando você vendeu o produto na sua loja, o dinheiro
foi para você, que foi quem produziu o mosaico. Fazendo a analogia com investimentos, produzir o mosaico
seria como emitir um título.
No momento em que o comprador do mosaico o vende para um conhecido, financeiramente não faz
diferença nenhuma para você, posto que o dinheiro desta venda vai para aquele que vendeu o mosaico.
4. MARCAÇÃO A MERCADO
Anteriormente, vimos que a Renda Fixa possui prazo de vecimento e rentabilidade predefinidos. Uma
pergunta que fica é: o que acontece se o investidor de um título de Renda Fixa quiser resgatar o valor investido
antes do vencimento? Bom, nesse caso, ele teria que vender esse ativo para alguém, e este alguém pode ser
tanto a instituição que emitiu o título, quanto agentes do mercado secundário (ambiente em que investidores
negociam ativos entre si).
Alguns títulos de Renda Fixa possuem a recompra do título garantida pela própria instituição emissora
do título. Ou seja, se um investidor quiser efetuar resgate antecipado (antes do prazo de vencimento) de um
título com recompra garantida, a instituição que emitiu o título irá recomprar o ativo. Em outras palavras, o
investidor tem a garantia de que, se quiser vender seu título, a emissora irá comprá-lo.
Por outro lado, alguns títulos não possuem recompra garantida, e nesse caso o investidor deve acessar
o mercado secundário e encontrar algum comprador para seu título. Alguns ativos não possuem liquidez no
mercado secundário, o que torna o resgate antecipado inviável. É importante ressaltar que, se o título for mantido
até sua data de vencimento, a rentabilidade será paga conforme pactuado anteriormente.
Uma questão a ser abordada é: em caso de resgate antecipado, como é definido o preço de venda do
título? Em outras palavras, por quanto o investidor poderá vender seu ativo? É aí que entra a marcação a
mercado.
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Vamos supor que você detém um título de Renda Fixa prefixado que te remunera a uma taxa de 4% ao
ano e possui vencimento em 2035. Um ano depois, a taxa básica de juros (taxa Selic) passa a ser de 8% ao
ano, ou seja, os novos títulos que estão passando a circular no mercado agora estão tendo como base de seu
rendimento essa nova taxa de 8% ao ano, o que faz com que a rentabilidade fique maior.
Consideremos ainda que nesse ano você acaba eventualmente necessitando desse dinheiro, ou seja,
você acaba precisando desse dinheiro investido antes do seu vencimento (2035).
Para se desfazer desse título você precisará vender esse título pelo seu preço de mercado (preço que
ele está sendo negociado atualmente), porém agora que os novos títulos estão tendo como base de
remuneração uma taxa de 8% ao ano, nós podemos concluir que a demanda pelo seu título, que está rendendo
apenas 4% ao ano, estará muito baixa. Tendo isso em vista, pela lei da oferta e demanda, o preço de seu título
tende a ser inferior em relação ao preço estabelecido no momento em que você o comprou.
Toda a vez que compramos algo, nesse caso um título, por um preço superior em relação ao preço em
que o vendemos, iremos perder dinheiro, e com títulos de Renda Fixa isso não é diferente.
Sob essa perspectiva, a marcação a mercado traz a ideia de “marcar” o valor de mercado desse seu
determinado título. Algo muito comum de acontecer é as pessoas fazerem o uso da chamada “marcação pela
curva de juros”, que projeta um crescimento contínuo com base na taxa pactuada no momento da aplicação e
não considera as oscilações de mercado, ou seja, a marcação pela curva de juros apenas projeta o quanto de
juros você estaria ganhando com aquele título até aquele determinado momento.
Entretanto, essa a marcação pela curva de juros, por não considerar as oscilações de mercado, pode
muitas vezes induzir o investidor a ideia de que, mesmo vendendo antecipadamente esse ativo, ele não irá perder
dinheiro.
Vale ressaltar que, se o investidor mantiver seu investimento de Renda Fixa até a data do vencimento,
ele necessariamente irá receber o valor acordado, visto que essa é justamente a ideia do investimento desta
modalidade: receber a remuneração dos investimentos segundo o critério estabelecido e na data previamente
definida.
Porém, ao vendermos o título antecipadamente, não o levando até a data do vencimento, acabamos
correndo o risco de vender esse novo título por um preço abaixo do preço que pagamos para comprá-lo,
incorrendo assim em um prejuízo financeiro.
Para entendermos o motivo disso ocorrer, precisamos entender como se dá a remuneração das LTNs
(investimento prefixado) e LFTs (investimento).
89
É necessário observar que, entre a data de compra e de vencimento, o preço do título flutua em função das
condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros futuras. Um aumento
na taxa de juros de mercado em relação à taxa que foi comprada pelo investidor provocará uma queda no preço
do título. Já uma diminuição na taxa de juros proporciona o efeito contrário.
O valor do título na carteira do investidor é atualizado considerando essas variações. Ele é atualizado de acordo
com o valor que ele é negociado no mercado secundário no momento, procedimento conhecido como marcação
a mercado.
No caso da venda antecipada, o Tesouro Nacional recompra o título com base em seu valor de mercado. Logo,
na venda antes do vencimento, o retorno da aplicação poderá ser diferente da acordada no momento da
compra, dependendo do preço do título quando o investidor decidir vender o título.
Como foi dito anteriormente, a LFT é remunerada pela variação da taxa SELIC no período. Para calcular quanto
irá receber, o investidor deve apenas verificar qual o Valor Nominal Atualizado do título na data de vencimento,
já que, como o próprio nome diz, o Valor Nominal do título é atualizado de acordo com a variação diária da taxa
Selic.
Mesmo no caso de venda antecipada, a rentabilidade obtida é muito próxima à variação registrada pela taxa
SELIC. Isso ocorre porque o indexador deste título é uma taxa diária, e os ajustes em seu preço de mercado
ocorrem rapidamente, o que implica baixa volatilidade em seu preço.
Sob essa perspectiva, podemos concluir que nos títulos pós-fixados, há um ajuste muito rápido e eficiente no
seu preço de mercado, posto que seu indexador é muitas vezes uma taxa diária. Já os títulos prefixados possuem
o preço o definido em função das condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das
taxas de juros futuras. Portanto, nos casos de resgate antecipado com títulos pós-fixados, não há a possibilidade
de se incorrer em perdas provenientes somente do ato de realizar a venda antecipada.
90
Também pode ocorrer o contrário, ou seja, a expectativa das taxas de juros futuras pode ser de queda, fazendo
com que seu título se valorize, visto que ele estaria fixado em um patamar que o mercado julga que será superior
a taxa de juros futura deste segundo cenário.
A marcação a mercado é essencial, pois evidencia de maneira cristalina o preço que o ativo está sendo
negociado no mercado, ou seja, o preço de fato que você estaria recebendo pela venda antecipada do seu ativo,
e não uma mera projeção que reflete a apropriação natural de juros até uma data determinada (marcação pela
curva de juros).
Podemos concluir que a marcação a mercado é uma forma mais realista de se observar o preço atual que seu
título está sendo negociado no mercado secundário.
Como veremos no módulo 05, a marcação a mercado é muito importante também de ser realizada nos Fundos
de investimento, visto que o preço do ativo, se medido de forma não realista, pode acabar gerando uma
transferência de riquezas entre os cotistas. A marcação a mercado tende a inibir esse problema, pois mede o
preço atual de mercado do título, evitando que uma marcação feita pela curva crie cenários contábeis que
acabem favorecendo um cotista em detrimento de outro.
A linha em azul representa o comportamento do preço do papel supondo que a taxa contratada no momento da
compra se mantenha sem alterações até o vencimento do título. Em termos mais específicos, ela representa a
evolução do preço do título na curva, ou seja, a apropriação natural de juros até a data de vencimento.
91
Nesse exemplo fica clara a importancia da marcação a mercado, tendo em vista que a inobservância dela por
parte do investidor pode criar um cenário onde o vendedor acha que irá obter o retorno representado pela
marcação feita pela curva, quanto na verdade ele obteria no caso da venda antecipada o retorno representado
pela marcação a mercado do título.
5. TRIBUTAÇÃO
Em investimentos de Renda Fixa, incidem dois tributos: o Imposto de Renda (IR) e o Imposto Sobre
Operação Financeira (IOF). Cada um desses tributos possuem suas características próprias em relação a
alíquotas de imposto e prazo de vigência, como veremos a seguir.
Além disso, a cobrança do Imposto de Renda ocorre sempre no momento do resgate (seja antecipado, seja no
vencimento) e incide apenas sobre os rendimentos (lucros) da operação.
É importante saber que a cobrança do tributo ocorre na fonte e o responsável pelo recolhimento do imposto é a
instituição emissora do título. A tabela referente às regras de tributação é exposta a seguir.
17,5%
92
Tendo em vista que o prazo do investimento foi maior do que 720 dias (dois anos), a alíquota de imposto foi de
15% sobre seus rendimentos, que no caso foram de R$ 1.576,00. O valor da tributação foi, portanto, de
aproximadamente R$ 236,00.
A incidência do Imposto sobre Operação Financeira ocorre apenas até o vigésimo nono dia de permanência no
investimento, sobre os rendimentos. A partir daí, não é mais cobrado o IOF
Portanto, se um investidor resgata um investimento de Renda Fixa antes do 29º dia, serão cobrados dois
impostos sobre seus rendimento: o Imposto Sobre Operação Financeira e o Imposto de Renda. Neste caso, a
cobrança de IOF ocorre antes da cobrança de IR. A tabela regressiva de IOF está exposta abaixo.
93
No mercado de Renda Fixa, temos diversos títulos com características próprias. A seguir, estudaremos
os principais títulos desta modalidade de investimento, sendo eles:
▪ Caderneta de Poupança;
▪ Operação compromissada;
▪ Debêntures;
7. CADERNETA DE POUPANÇA
A Poupança é um dos investimentos mais conhecidos e populares no Brasil. Basicamente, este título
consiste em uma forma de captação de empréstimo utilizado pelos bancos para adquirir recursos.
A rentabilidade da Caderneta de Poupança pode ser híbrida (parte prefixada e parte pós-fixada) ou
inteiramente pós-fixada, dependendo do cenário.
Podemos auferir, portanto, que este título possui dois critérios distintos em sua remuneração, para dois
cenários distintos. Estes dois cenários possíveis, e seus respectivos critérios, são especificados a seguir.
▪ Taxa Selic acima de 8,5% ao ano: remuneração de 0,5% ao mês (parte prefixada) + Taxa Referencial (parte
pós-fixada). Neste caso, a rentabilidade é híbrida.
▪ Taxa Selic igual ou abaixo de 8,5% ao ano: remuneração de 70% da taxa Selic + Taxa Referencial. Neste
caso, a rentabilidade é completamente pós-fixada.
94
▪ Possui liquidez diária, ou seja, é possível efetuar o resgate do valor nela aplicado durante todos os dias;
▪ Possui isenção de Imposto de Renda e de Imposto sobre Operação Financeira para pessoa física (PF);
ANIVERSÁRIO DA POUPANÇA
O pagamento dos juros ocorre sempre no mesmo dia do mês que ocorreu a aplicação do valor inicial. Por
exemplo, se uma pessoa aplicou na Poupança no dia 20 de maio, o aniversário é no dia 20 de cada mês, e os
juros sempre serão pagos no dia 20 de cada mês.
A remuneração da Poupança ocorre sempre sobre o menor saldo durante um aniversário e outro. Por exemplo,
vamos supor que você possui R$ 1.000 aplicados, e o aniversário é no dia 10 de maio, e hoje é dia 08 de maio.
Se amanhã você resgatar R$ 400, o valor restante será de R$ 600,00 (pois R$ 1.000 – R$ 400,00 = R$ 600,00).
Chegando no dia 10 de maio (dia do aniversário), os juros pagos serão calculados sobre R$ 600, pois foi o
menor saldo do período, e não sobre R$ 1.000,00.
Os Títulos Públicos Federais são títulos representativos da dívida pública federal, emitidos pelo Tesouro
Nacional, e seu objetivo é de adquirir financiamento para o governo.
Estes são os títulos com menor risco de crédito (risco de quem emitiu o título não pagar o valor devido)
do mercado, pois o governo é considerado o melhor devedor dentre as instituições. Existem diferentes tipos de
Títulos Públicos Federais, com diferentes critérios de rentabilidade. São três as formas de rentabilidade para
estes investimentos, sendo elas:
▪ Prefixada
95
▪ Os Títulos Públicos podem ser resgatados todos os dias, mas, para os títulos prefixados e híbridos, existe o
risco de ocorrer perdas em um resgate antecipado, por causa da marcação a mercado. Isso não acontece
em um título pós-fixado, em que é possível efetuar resgate todos os dias sem o risco de perdas.
▪ Os Títulos Públicos Federais não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito, mas ainda assim são os
investimentos com menor risco de crédito do mercado brasileiro, possuindo o chamado risco zero. Isso
porque o governo é considerado o melhor devedor dentre as instituições, logo possui menor risco de
inadimplência do que o próprio Fundo Garantidor de Crédito.
É importante ressaltar que, para títulos prefixados e híbridos, a rentabilidade pode ser negativa em caso
de resgate antecipado. Isso ocorre porque, se a demanda pelo título diminuir, seu preço tende a cair, e se o
investidor vender o ativo por um preço menor do que o comprou, perde dinheiro. Entretanto, se não houver
resgate antecipado, a rentabilidade será a mesma que foi pactuda no momento da aplicação.
▪ Em caso de resgate antecipado, o investidor corre o risco de vender o título a um preço menor do que o
preço de compra.
▪ A rentabilidade real do título pode ser negativa, se a inflação for maior do que o rendimento.
96
▪ Em caso de resgate antecipado, o investidor corre o risco de vender o título a um preço menor do que o
preço a que comprou;
▪ A rentabilidade real do título pode ser negativa, se a inflação for maior do que o rendimento.
▪ Em caso de resgate antecipado, o investidor corre o risco de vender o título a um preço menor do que o
preço a que comprou;
▪ Este título oferece proteção contra a inflação, visto que, quanto maior for a inflação, maior será a
rentabilidade do título, sendo que esta consiste na soma do IPCA e de uma taxa prefixada.
▪ Em caso de resgate antecipado, o investidor corre o risco de vender o título a um preço menor do que o
preço a que comprou.
▪ Este título oferece proteção contra a inflação, visto que, quanto maior for a inflação, maior será a
rentabilidade do título, visto que esta consiste na soma do IPCA e de uma taxa prefixada.
97
▪ Em caso de resgate antecipado, o investidor corre o risco de vender o título a um preço levemente menor
do que o preço a que comprou. Entretanto, como o valor de mercado do título é atualizado conforme as
variações da taxa Selic, o valor da venda tende a ser muito próximo do valor da compra do título.
▪ A rentabilidade real do título pode ser negativa, se a inflação for maior do que o rendimento.
98
99
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título privado emitido por instituições financeiras para a
captação de recursos. Estes títulos podem ser emitidos por bancos comerciais, bancos de investimentos,
bancos múltiplos e pela Caixa Econômica Federal.
Existem diferentes tipos de CDB’s, com diferentes critérios de rentabilidade. São três as formas de
rentabilidade para estes investimentos, sendo elas:
▪ Prefixada;
▪ Pós-Fixada;
▪ Híbrida.
▪ São tributados no momento do resgate e seu recolhimento é na fonte, sendo a instituição financeira a
responsável pelo recolhimento. Os tributos que incidem neste investimento são o IR e o IOF, que incidem
conforme tabela regressiva;
▪ São cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 250 mil. É importante ressaltar que a
rentabilidade pode ser negativa em caso de resgate antecipado, em que o investidor possui o risco de vender
seu título a um preço menor do que o preço de compra.
Como visto anteriormente, um investidor, para resgatar antecipadamente seu investimento em Renda
Fixa, deve vender seu título. Existem CDB’s com liquidez diária, em que a instituição financeira garante a
recompra deste título diariamente.
Entretanto, no caso de títulos que não possuem esta liquidez, a instituição não se compromete a
recomprar este título. Sendo assim, se o investidor quiser se desfazer do título antes do término do prazo, deve
vendê-lo no mercado secundário, correndo o risco de não encontrar compradores para esse ativo.
100
A Letra de Crédito Imobiliário é um título privado emitido por instituições financeiras com o objetivo de
financiar projetos imobiliários. Estes títulos podem ser emitidos por instituições financeiras que ofereçam crédito
imobiliário. Há diferentes tipos de LCI’s, com diferentes critérios de rentabilidade. Existem três formas de
rentabilidade para estes investimentos, sendo elas:
▪ Prefixada;
▪ Pós-Fixada;
▪ Híbrida.
▪ São cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 250 mil. É importante ressaltar que a
rentabilidade pode ser negativa em caso de resgate antecipado.
Existem LCI’s que possuem liquidez diária, em que a instituição financeira garante a recompra deste título
diariamente. Entretanto, no caso de títulos que não possuem esta liquidez, a instituição não se compromete a
recomprar este título. Sendo assim, se o investidor quiser se desfazer do título antes do término do prazo, deve
vendê-lo no mercado secundário, correndo o risco de não encontrar compradores para esse ativo.
A Letra de Crédito do Agronegócio é um título privado emitido por instituições financeiras com o objetivo
de financiamento de projetos de agronegócio. Estes títulos podem ser emitidos por instituições financeiras que
ofereçam crédito para atividades relacionadas ao agronegócios. Há diferentes tipos de LCA’s, com diferentes
critérios de rentabilidade. Existem três formas de rentabilidade para estes investimentos, sendo elas:
▪ Prefixada;
▪ Pós-Fixada;
▪ Híbrida.
101
▪ São cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 250 mil.
Existem LCA’s que possuem liquidez diária, em que a instituição financeira garante a recompra deste
título diariamente. Entretanto, no caso de títulos que não possuem esta liquidez, a instituição não se compromete
a recomprar este título. Sendo assim, se o investidor quiser se desfazer do título antes do término do prazo, deve
vendê-lo no mercado secundário, correndo o risco de não encontrar compradores para esse ativo.
Uma operação compromissada ocorre quando uma instituição financeira vende títulos que estão sob sua
posse, mas não são de sua emissão, com o compromisso de recomprá-los posteriormente.
Para entender melhor, suponhamos o seguinte cenário: o banco X compra uma Letra de Crédito
Imobiliário emitida pelo banco Y. Posteriormente, vende este título para um investidor, e assume o compromisso
de recomprar o ativo posteriormente. A esse investimento, dá-se o nome de operação compromissada. A
operação compromissada é lastreada em ativos de propriedade do banco. As principais características
referentes a estes títulos são:
▪ Possui cobertura do Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 250 mil, se o lastro da operação for um
título emitido por empresa ligada ao banco emissor da operação compromissada.
▪ As operações compromissadas são tributadas no momento do resgate e seu recolhimento é na fonte, sendo
a instituição financeira a responsável pelo recolhimento. Os tributos que incidem neste investimento são o
IR e o IOF, conforme tabela regressiva.
Para entendermos os próximos títulos que abordaremos, será necessário o entendimento da diferença
entre uma Sociedade Limitada (LTDA) e uma Sociedade Anônima (S.A). Portanto, antes de prosseguirmos com
as características dos títulos de investimento, vamos focar nestes dois tipos de sociedade.
A Sociedade Limitada (LTDA) é a sociedade cuja estruturação e participação societária são divididas em
cotas definidas em contrato social, que deve ser protocolado em cartório. Para ocorrer a adição ou a remoção
de um sócio na estrutura da empresa, deve haver alteração no contrato social, que deve novamente passar por
cartório. Além disso, a responsabilidade pelo pagamento das obrigações da empresa é limitada à participação
dos sócios. Portanto, a responsabilidade do sócio é proporcional ao capital investido.
102
▪ S.A de capital fechado: nesta S.A, a compra e venda de participação societária é feita através da negociação
particular de ações entre os acionistas, e por isso a divisão do capital social é entre poucos sócios. É
importante ressaltar ainda que a sua constituição não depende da autorização da CVM.
▪ S.A de capital aberto: nesta S.A, a negociação de participação societária ocorre por meio da negociação
pública de ações, na Bolsa de Valores ou no Mercado de Balcão. O capital social é dividido entre muitos
sócios (pulverização), fazendo com que a empresa se disponha a elevar sua transparência e divulgar para
seus acionistas relatórios de desempenho. Sua constituição depende da autorização da CVM.
14. DEBÊNTURES
Uma Debênture é um título privado emitido por Sociedades Anônimas não financeiras, com o objetivo de
captar recursos e arrecadar financiamento de médio e longo prazo para projetos. Fazendo uma analogia,
podemos dizer que a Debênture é um CDB de uma instituição não financeira.
Uma pergunta que muitas pessoas fazem é a seguinte: por que uma companhia iria emitir Debêntures
(pegando dinheiro emprestado com o investidor) e não com um banco, ao pedir um empréstimo? Basicamente,
porque essa empresa, provavelmente, irá precisar pagar menos juros a quem compra a Debênture do que se
tomasse recursos emprestados de um banco.
É importante ressaltar que as Debêntures podem ser emitidas apenas por Sociedades Anônimas não
financeiras. Quanto a oferta destes títulos, temos as seguintes regras:
▪ Se a emissão for realizada por S.A de capital fechado, a oferta somente pode ser privada;
▪ Se a emissão for realizada por S.A de capital aberto, a oferta pode ser pública ou privada.
Há diferentes Debêntures, com diferentes critérios de rentabilidade. Existem três formas de rentabilidade
para estes investimentos, sendo elas:
▪ Prefixada;
103
▪ As Debêntures são tributados no momento do resgate, sendo a própria instituição emissora dos títulos a
responsável pelo recolhimento. Os impostos que incidem sobre esses títulos são o IR e o IOF, cobrados
conforme tabela regressiva;
Se estiver previsto na escritura, o debenturista pode efetuar o resgate do valor aplicado antes do término
do prazo de vencimento do título. Neste caso, a instituição emissora se compromete a recomprar os títulos, se
o investidor assim desejar.
Já se o resgate antecipado não estiver previsto na escritura, o investidor deverá vender os ativos no
mercado secundário, correndo o risco de não encontrar compradores, por falta de liquidez. Existem três classes
principais de Debêntures:
▪ Permutável: título cujo pagamento do resgate pode ser realizado em ações de empresa que não são da
emissora ou em moeda corrente;
A companhia emissora das Debêntures ainda deve oferecer garantias para o pagamento do valor acordado,
sendo elas:
▪ Garantia real: a garantia real proporciona ao título garantia física, como imóveis. Basicamente, se a
companhia emite uma Debênture com garantia real, deve colocar um bem em garantia, sendo que este não
pode ser negociado nem substituído. Se a empresa não tiver dinheiro para pagar o valor devido ao
debenturista, deve vender este bem para honrar sua promessa de pagamento.;
▪ Garantia flutuante: a garantia flutuante também oferece ao título um bem real como garantia, mas este pode
ser substituído por outro bem, caso seja de interesse da companhia emissora. Basicamente, a empresa
coloca um bem em garantia, e se quiser utilizar esse bem para outro negócio, basta colocar um outro bem
como garantia das Debêntures, como substituto;
▪ Garantia quirográfica: a garantia quirográfica não oferece um bem real como garantia ao título. Portanto, a
segurança que o investidor possui é apenas a capacidade de pagamento da empresa. Se a companhia for
a falência, o investidor pode não receber o que lhe é devido. Além disso, o debenturista que possui garantia
quirográfica concorre ao recebimento dos valores devidos nas mesmas condições dos outros credores
quirográficos, ou seja, não possui preferência no recebimento;
104
Deste conteúdo, ainda temos os direitos dos debenturistas, que existem para evitar a inadimplência por
parte da companhia emissora dos títulos, além de dar maior segurança ao investidor. Dois dos possíveis direitos
mais importantes dos debenturistas são:
Como estes títulos não possuem grande padronização, os direitos dos debenturistas variam muito de
companhia para companhia. O que não muda é a necessidade de esses direitos estarem descritos na escritura
das Debêntures.
ESCRITURA
A escritura das Debêntures de uma companhia é um importante documento que traz informações referentes
aos títulos e aos deveres da companhia emissora, tais como:
O agente fiduciário é o responsável por proteger os interesses dos debenturistas, exercendo fiscalização
para verificar se as condições especificadas na escritura estão sendo devidamente cumpridas. Este agente pode
utilizar de qualquer ação para proteger os direitos dos debenturistas, como:
▪ Executar garantias reais (vender bens em garantia da companhia), receber o dinheiro proveniente dessa
venda e aplicá-lo no pagamento aos debenturistas;
❖ IMPORTANTE
Temos ainda o cross default, que é uma cláusula cuja qual determina que, se a empresa emissora deixar de
pagar algum de seus empréstimos, ou seja, for inadimplente em algum negócio, todos os demais títulos de
crédito da companhia vencem de maneira antecipada.
Uma Debênture Incentivada é um título privado que, assim como a Debênture, é emitido por Sociedades
Anônimas não financeiras. Seu objetivo é de arrecadar financiamento principalmente para projetos de
implantação, manutenção, recuperação ou modernização do setor de logística e transporte. As instituições que
trabalham com os seguintes setores podem emitir Debêntures Incentivadas:
▪ Logística e transporte;
▪ Mobilidade urbana;
▪ Energia;
▪ Telecomunicações;
▪ Radiofusão;
▪ Saneamento básico;
▪ Irrigação.
As principais características das Debêntures Incentivadas, que a diferem das Debêntures comuns, são
as seguintes:
106
Renda Variável é uma modalidade de investimento cujo prazo e rentabilidade, ao contrário do que
acontece na Renda Fixa, não são definidos no momento da aplicação. Investimentos desta modalidade são mais
arriscados, o que faz com que sua rentabilidade esperada também seja maior, pela relação entre risco e retorno.
17. AÇÕES
Uma ação é a menor fração do capital social de uma empresa. Em outras palavras, é uma pequena parte
de uma companhia que está a venda para investidores. Podemos constatar, portanto, que quem compra uma
ação passa a ser dono de uma pequena parte da empresa em questão.
Uma companhia que deseja vender ações deve realizar um IPO (Oferta Pública Inicial), que pode ser
realizado por Corretoras, Distribuidoras, Bancos de Investimento ou Bancos Múltiplos com Carteira de
Investimento, para então ver suas ações serem negociadas entre acionistas na Bolsa de Valores ou no Mercado
de Balcão.
Para facilitar o entendimento da dinâmica no mundo de ações, vamos ver um exemplo: a Petrobrás
possui ações negociadas em Bolsa de Valores. Quando algum investidor compra suas ações, se torna sócio da
empresa, ou seja, se torna dono de uma pequena parte da companhia.
Quanto mais ações o acionista possui, mais partes da empresa ele possuirá, ou seja, sua participação
societária será maior.
❖ IMPORTANTE:
Uma ação pode ser emitida apenas por uma Sociedade Anônima.
Existem dois tipos principais de ações, a ordinária (ON) e a preferencial (PN), que conferem aos
acionistas diferentes direitos, os quais estudaremos a seguir.
▪ Ação ordinária: confere ao acionista direito a voto nas assembleias de acionistas da empresa, na proporção
de um voto por ação. Em outras palavras, a ação ON dá a seu titular o direito de participar na tomada de
decisões da companhia. Uma S.A de capital aberto deve possuir, no mínimo, 50% de suas ações do tipo
ordinária, podendo este número chegar a 100%.
107
Uma empresa que possui ações deve distribuir parte de seus lucros aos acionistas, ou sob a forma de
dividendos, ou de juros sobre capital próprio. A companhia ainda pode distribuir proventos aos acionistas através
de bonificação.
DIVIDENDOS
O dividendo é parte do lucro da empresa que é distribuído aos acionistas, sob a forma de dinheiro. Por lei, uma
S.A de capital aberto deve distribuir, no mínimo, 25% de seus lucros aos acionistas, podendo definir um
percentual maior através de seu estatuto, se quiser.
É importante saber que, após o pagamento dos dividendos por parte da empresa, o preço da sua ação cai. No
Brasil, os dividendos recebidos pelo acionista são isentos de Imposto de Renda, pois a distribuição do lucro por
parte da companhia ocorre depois que esta paga IR.
Por que o nome deste provento é juros sobre capital próprio? Vamos pensar da seguinte maneira: o dividendo
é um direito do acionista, certo? Sendo assim, quando a companhia opta por adiar este pagamento, é como se
estivesse tomando um empréstimo do acionista. Tendo em vista que, quando tomamos um empréstimo,
devemos pagar juros, a companhia, ao reter os dividendos, também deve pagar juros.
Suponhamos, por exemplo, que em janeiro, uma empresa decide adiar o pagamento de dividendos de R$ 0,50
por ação para junho. Em junho, a empresa paga o valor dos dividendos adiados mais um juros pelo adiamento
do pagamento.
No Brasil, os Juros Sobre Capital Próprio são tributados com alíquota de Imposto de Renda de 15%, retidos na
fonte. Isso ocorre porque o pagamento destes proventos ocorre antes do pagamento de IR por parte da
companhia.
108
SPLIT (DESDOBRAMENTO)
Split ou desdobramento é o evento em que a empresa aumenta seu número de ações em circulação, visando
aumentar a liquidez dos títulos. Normalmente ocorre quando a companhia considera que o preço de suas ações
está muito alto, fazendo com o que os investidores não a negociem em grandes proporções.
No exemplo retratado na imagem a seguir, um acionista possuía 25 ações com valor de R$ 100 cada. A empresa,
por considerar que o preço da ação estava muito alto, resolveu dobrar o número de ações para diminuir o preço
pela metade, aumentando a liquidez. Com isso, o preço diminuiu para R$ 50 e o número de ações em posse do
acionista aumentou automaticamente, de 25 para 50.
VALENDO VALENDO
1) EMPRESA “A” POSSUI 1) CARLOS POSSUI 25
R$ 100 R$ 100
100 AÇÕES NEGOCIADAS AÇÕES DA EMPRESA “A”,
EM BOLSA
+25
DESDOBRAMENTO AÇÕES
Resumindo, o acionista possuía 25 ações de R$ 100, resultando em R$ 2.500. Quando a empresa dobrou o
número de ações, diminuindo o preço pela metade, o acionista viu seu a quantidade de títulos sob sua
titularidade dobrar. Portanto, passou a possuir 50 ações de R$ 50, resultando também em R$ 2.500.
109
No exemplo retratado na imagem a seguir, o acionista possuía 50 ações valendo R$ 5 cada. A companhia, por
considerar que o preço estava muito baixo e que o risco de se tornar uma penny stock (ação negociada a um
preço menor do que R$ 1,00 e que não pode compor o Ibovespa) estava alto, decidiu diminuir o número de
ações, fazendo então um inplit. Com isso, o número de ações em posse do acionista diminuiu pela metade, de
50 para 25, e o valor de suas ações aumentou automaticamente de R$ 5 para R$ 10.
VALENDO VALENDO
1) EMPRESA “A” POSSUI 1) CARLOS POSSUI 50
R$ 5 R$ 5
100 AÇÕES NEGOCIADAS AÇÕES DA EMPRESA “A”,
EM BOLSA
-25
DESDOBRAMENTO AÇÕES
Resumindo, o acionista possuía 50 ações de R$ 5, resultando em R$ 250. Quando a empresa reduziu pela
metade o número de ações, dobrando o preço, o acionista viu sua quantidade de ações diminuir pela metade.
Portanto, passou a ter 25 ações de R$ 10, resultando também em R$ 250.
❖ IMPORTANTE
Tanto no desdobramento quanto no grupamento de ações, o valor de mercado da empresa e o capital social
do acionista não se alteram.
110
O Bônus de Subscrição é o direito do atual acionista adquirir novas ações, por um determinado preço,
em caso de emissão de novas ações por parte da companhia. Isso garante ao acionista a possibilidade de
manter o seu grau de participação societária atual.
Suponhamos um cenário em que um acionista possuía 25 ações, enquanto a empresa tinha 100 ações
na Bolsa, ou seja, sua participação societária era de 25%. Entretanto, a empresa emitiu mais 100 ações,
totalizando 200 ações. O acionista passaria a ter participação societária reduzida para 12,5%.
A empresa então garante a ele o direito de manter a sua participação em 25%, com a oportunidade de
compra de mais 25 ações por determinado preço. Este direito é o Bônus de Subscrição.
111
Uma empresa pode emitir ações e as recomprar posteriormente. Com isso, estará tirando ações do
mercado e as deixando em sua posse, na sua tesouraria.
Além disso, em uma empresa com ações na Bolsa, podemos ver suas ações em duas situações
diferentes: em posse do acionista controlador ou em livre circulação (free float). A seguir, estudaremos o que é
cada um desses conceitos e como funciona sua dinâmica.
▪ Acionista controlador: é a pessoa (física ou jurídica) ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de
acionistas, que possui a maioria das ações ordinárias da empresa. Com isso possui a maioria dos direitos a
voto nas decisões da assembleia geral, possuindo o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia, e utiliza esses poderes para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento da empresa.
▪ Free float: são as ações da companhia que estão em livre circulação no mercado, ou seja, que não estão
nas mãos dos controladores nem na tesouraria da empresa, mas sim sendo negociadas livremente no
mercado, circulando entre os investidores. Suponhamos, por exemplo, que você comprou ações no dia 05
de maio e vendeu no dia 06. Nesse caso, você negociou ações em livre circulação, ou seja, em free float.
Uma preocupação que as empresas de capital aberto possuem é a de garantir que os acionistas
possuam direitos iguais. Por conta disso, existe um esforço para fazer com que o acionista controlador não
possua mais direitos do que os demais acionistas da companhia. E é aí que o Tag Along entra.
Tag Along é uma prática de governança corporativa (conteúdo que estudaremos de forma aprofundada
mais adiante neste módulo) que dá ao acionista minoritário de uma empresa o direito de, em caso de venda da
empresa, receber uma proposta por suas ações de no mínimo 80% do valor oferecido aos acionistas
controladores da empresa.
No exemplo a seguir, uma companhia ofereceu determinado valor para comprar as ações dos
controladores de uma outra empresa, comprando assim o seu controle.
Vamos supor que o valor oferecido pelas ações dos controladores tenha sido de R$ 100,00. Portanto, o
valor oferecido pelas ações de acionistas minoritários deve ser de, no mínimo, R$ 80,00, que é 80% de R$
100,00. Dependendo do nível de governança corporativa, o percentual de tag along pode ser maior ou menor,
podendo inclusive chegar a 100%.
112
ACIONISTA
EMPRESA QUE QUER CONTROLADOR
COMPRAR AS AÇÕES
OFERTA DE
COMPRA DE
CADA AÇÃO POR,
NO MÍNIMO, R$
80,00
ACIONISTAS
MINORITÁRIOS
21. TRIBUTAÇÃO
As ações são tributadas no momento da venda e sobre os lucros da operação, sendo o próprio investidor
o responsável por recolher o Imposto de Renda, via DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal).
Abaixo, são listadas as principais características em relação a incidência de imposto em investimentos em ações.
▪ A alíquota de imposto é de 15% sobre os rendimentos, recolhido mensalmente pelo investidor via DARF, e
de 0,005% na fonte, recolhido pela própria instituição financeira;
▪ Vendas de valor menor que R$ 20 mil, dentro de 1 mês, são isentas de Imposto de Renda.
Existe uma modalidade de investimento em ações chamada day trade, que consiste na compra e venda
de uma mesma ação no mesmo dia, e a tributação neste tipo de investimento possui algumas peculiaridades,
conforme descrição abaixo.
▪ A alíquota de imposto é de 20% sobre os rendimentos, recolhido mensalmente pelo investidor via DARF,
e de 1% retido na fonte pela instituição financeira;
113
Suponhamos, por exemplo, que um investidor tenha vendido suas ações por R$ 95,00, sendo que as comprou
por R$ 100, obtendo um prejuízo de R$ 5,00 (5% do valor investido) por ação.
Um tempo depois, esse mesmo investidor compra ações por R$ 100 e as vende por R$ 115, obtendo um lucro
de R$ 15 (15% do que investiu).
Segundo as regras de tributação, há incidência de 15% de imposto sobre os ganhos. Em uma situação normal,
o imposto seria de 15% de 15 reais, resultando em R$ 2,25 de imposto.
Entretanto, por conta da compensação de imposto, o investidor compensa sua perda antiga, de R$ 5,00, no
imposto sobre seus ganhos do mês, de R$ 15,00. Feita a compensação, o lucro a ser utilizado como base para
a incidência de imposto passa a ser de R$ 10 (R$ 15 – R$ 5), e o imposto passa a ser de R$ 1,50 e não mais de
R$ 2,25.
114
❖ IMPORTANTE
Só é possível compensar perdas anteriores com ganhos atuais, e é inviável a compensação de perdas atuais
com ganhos anteriores, visto que o imposto deve ser recolhido mensalmente.
Além dos impostos incidentes sobre algumas operações, existem ainda outras taxas que são cobradas
do investidor em ações, como taxa de corretagem, taxa de custódia e emolumentos, as quais são definidas e
explicadas a seguir.
▪ Taxa de corretagem: a taxa de corretagem é uma taxa percentual cobrada por algumas corretoras e
distribuidoras sobre o valor financeiro das operações realizadas por meio de sua plataforma.
▪ Taxa de custódia: a taxa de custódia é uma taxa percentual definida pela Bolsa de Valores (B3), e é cobrada
pela manutenção da custódia das ações em seu sistema de liquidação e custódia.
▪ Emolumento: o emolumento é uma taxa cobrada pela Bolsa de Valores (B3) sobre o valor de cada operação
realizada por meio de sua plataforma. Esta taxa é fixa, de 0,035%.
23. UNDERWRITING
Se uma companhia deseja emitir novas ações, deve passar pelo processo de Underwriting, que é a
subscrição de novas ações. Este processo é constituído por diferentes processos e conta com a participação
de diferentes instituições.
O agente underwriter é a instituição financeira responsável por subscrever novas ações de uma empresa
e as colocar no mercado para nela serem negociadas. As instituições que podem exercer essa função são:
▪ Bancos de investimento;
115
No exemplo a seguir, uma empresa que até então nunca havia emitido ações contratou um agente
underwriter para realizar a subscrição de suas ações, para colocação na Bolsa de Valores. O agente então
realizou a subscrição, e as ofertou por meio de uma oferta pública inicial (IPO).
SUBSCREVE AS
CONTRATA AÇÕES
O IPO é a oferta inicial de ações na Bolsa, no mercado primário. Este é o único momento em que o
dinheiro proveniente da venda das ações vai para a empresa emissora. Após isso, quando as ações passarem
a ser negociadas no mercado secundário, ou seja, de acionista para acionista, o dinheiro referente às vendas
vai para o próprio investidor.
Ao revelar intenção de compra, o investidor está reservando ações para compra no IPO. Essa reserva pode ser
realizada de duas maneiras: ordem a mercado e ordem limitada.
▪ Ordem a mercado: nesse caso, o investidor se dispõe a comprar as ações ao preço que estiverem no
mercado, não estabelecendo preço específico. Em outras palavras, irá comprar a ação pelo preço ela
estiver.
116
A imagem a seguir mostra duas ofertas de valores mobiliários. Os títulos em questão não são importantes, o
principal é atentar para a coluna “taxa/preço”, que indica o preço dos ativos ofertados, e “reservas”, pois o
investidor pode reservar ações para compra.
Antes de colocar suas ações a venda, a empresa precisa definir a que preço elas serão oferecidas no mercado
primário. Para tomar essa decisão, a companhia pode optar por dois métodos principais: o preço fixo e o
bookbuilding.
▪ Preço fixo: neste sistema de definição, ocorre uma reunião entre os executivos da companhia, e o preço é
definido por consenso.
▪ Bookbuilding: neste sistema, a empresa faz uma pesquisa com investidores em potencial em relação a sua
intenção de comprar as ações da companhia. Neste processo, quem responde a pesquisa deve informar se
gostaria de adquirir os títulos, a quantidade que levaria e a que preço. As fases desta pesquisa são:
3) Apresentação da oferta;
117
Suponhamos que você esteja pensando em comprar ações de uma empresa. Agora, como você vai
saber se essa empresa trata bem seus acionistas? É aí que entra a governança corporativa.
Dependendo dos padrões éticos e do nível de transparência da companhia, esta pode ter maior ou menor
nível de governança corporativa. Existem 5 níveis, sendo eles:
▪ Nível tradicional;
▪ Nível 1
▪ Nível 2
▪ Novo Mercado
▪ Bovespa Mais
NÍVEL TRADICIONAL
O nível tradicional é o mais básico nível de governança corporativa, e possui as seguintes exigências em relação
aos seguintes pontos:
▪ Ações: no mínimo 50% das ações devem ser ordinárias, conforme legislação;
▪ Free float (ações em circulação): não possui percentual mínimo de free float;
▪ Tag along: o percentual mínimo de tag along é de 80% para ações ordinárias, conforme legislação;
▪ Conselho de administração: deve ser composto por, no mínimo, 3 membros, conforme legislação;
118
▪ Ações: no mínimo 50% das ações devem ser ordinárias, conforme legislação;
▪ Tag along: o percentual mínimo de tag along é de 80% para ações ordinárias, conforme legislação;
▪ Conselho de administração: deve ser composto por, no mínimo, 3 membros, conforme legislação;
NÍVEL 2
O nível 2 de governança corpotativa está acima do nível 1, e possui as seguintes exigências em relação aos
seguintes tópicos:
▪ Ações: no mínimo 50% das ações devem ser ordinárias, conforme legislação, e as ações preferenciais
devem possuir direitos adicionais;
▪ Tag along: o percentual mínimo de tag along é de 100% para ações ordinárias e preferenciais;
▪ Conselho de administração: deve ser composto por, no mínimo, 5 membros, sendo que no mínimo 20%
devem ser independentes, com mandato unificado de até 2 anos;
NOVO MERCADO
Este é o nível máximo de governança corporativa, tendo os mais altos padrões, e possui as seguintes exigências
em relação a:
▪ Ações: 100% das ações devem ser ordinárias, pois não permite a existência de ações preferenciais;
▪ Tag along: o percentual mínimo de tag along é de 100% para ações ordinárias;
119
BOVESPA MAIS
É um nível que foi desenvolvido para empresas de pequeno e médio porte que desejam entrar gradualmente
no mercado. Para serem listadas neste segmento, a companhia não precisa ter realizado uma oferta pública
de ações, tendo o prazo de 7 anos para realizá-la. É, de fato, uma maneira de empresas se prepararem para
entrar no mercado, já se adequando às práticas de governança corporativa. Para estarem listadas no Bovespa
Mais, as companhias devem seguir as seguintes exigências em relação a:
▪ Ações: só é permitida a emissão e a negociação de ações ordinárias, mas é permitida a existência de ações
preferenciais;
▪ Free float (ações em circulação): o percentual mínimo de free float é de 25% até o 7º ano de listagem ou
condições mínimas de liquidez;
▪ Tag along: o percentual mínimo de tag along é de 100% para ações ordinárias;
▪ Conselho de administração: deve ser composto por, no mínimo, 3 membros, conforme legislação;
120
O mercado de acesso é a plataforma da Bolsa de Valores (B3) onde são listadas empresas de pequeno
e médio porte que estão se preparando para terem suas ações negociadas em Bolsa, estando em uma região
de acesso ao mercado.
Em outras palavras, se uma companhia deseja ofertar ações na Bolsa de Valores, mas ainda não tem
tamanho suficiente para isso, ela pode ser listada no Mercado de Acesso da B3. Uma vez listada neste mercado,
a empresa deve manter práticas de governança corporativa, o que é um ótimo “treinamento” para ela, visto que
terá de manter elevados padrões quando tiver suas ações negociadas na Bolsa.
Uma companhia pode permanecer listada neste mercado durante 7 anos sem ter suas ações
negociadas, o que as proporciona tempo para se adequar aos padrões de negociação da Bolsa, para então
realizar um IPO (Oferta Pública Inicial).
Dois importantes conceitos que fazem parte do mercado de acesso são a SOMA (Sociedade Operadora
do Mercado de Ativos) e o Bovespa Mais.
▪ SOMA: a Sociedade Operadora do Mercado de Ativos é a plataforma onde são negociadas ações de
empresas no mercado de acesso. É o principal Mercado de Balcão Organizado do Brasil, e foi comprada
em 2001 pela Bovespa (atual B3).
▪ Bovespa Mais: o Bovespa Mais é o segmento de governança corporativa onde são listadas empresas de
pequeno e médio porte, participantes do mercado de acesso.
Os Depositary Receipts (Recibos de Depósitos) são certificados de ações com lastro em uma empresa
localizada em um determinado país, mas que são negociadas em outro. Em outras palavras, para um investidor
do país X comprar ações de empresa do país Y, pode fazer isso através dos Depositary Receipts.
Os DR’s que estudaremos nesta apostila são os Brazilian Depositary Receipts (BDR’s) e os American
Depositary Receipts (ADRs).
▪ Brazilian Depositary Receipts (BDR’s): um BDR é título negociado no Brasil e que é lastreado em ações de
empresas de capital aberto localizadas no exterior. Por exemplo, um investidor brasileiro pode comprar
ações da Apple (localizada nos Estados Unidos) através de um BDR.
121
A tributação para Depositary Receipts é a mesma que para ações, ou seja, é de 15% sobre os
rendimentos (recolhido pelo investidor via DARF) e 0,005% retidos na fonte.
27. DERIVATIVOS
Como o próprio nome já diz, os derivativos derivam de ativos negociados no mercado à vista. Os
derivativos são negociados no ambiente da Bolsa de Valores com data de vencimento e liquidação futuras. Por
exemplo, a ação da Petrobras, PETR4, pode ser negociada sob a forma de derivativo, como PETRF16.
Para explicar melhor, vamos utilizar exemplos de ativos e derivativos reais. A ação da Vale do Rio Doce
(VALE3) é um ativo que pode ser negociado através do derivativo VALEF28. A seguir, você pode ver mais
exemplos dessa dinâmica. Exemplos da dinâmica entre ativo e derivativo são:
▪ Mercado de opções;
▪ Mercado a termo;
▪ Mercado futuro;
▪ Mercado de swap.
No mercado de derivativos, temos os players, que são os investidores que atuam neste mercado, e para
isso utilizam determinadas estratégias de investimento. Neste mercado, temos três tipos principais de players:
▪ Hedgers: os hedgers buscam se proteger da oscilação do mercado, fazendo operações de proteção ( hedge)
de carteira.
122
Por exemplo, vamos supor que o preço da ação da Petrobrás (PETR4) esteja em R$ 15,00 no mercado
à vista e R$ 18,00 no mercado futuro. Percebe-se que existe uma distorção de R$ 3 no preço deste ativo. Um
arbitrador então irá comprar o ativo no mercado à vista, por R$ 15,00 e o vender no mercado futuro, por R$
18,00.
O mercado de opções é um segmento do mercado de derivativos, e como o próprio nome já diz, é onde
são negociadas opções de compra e venda futuras, que são ativos que dão ao seu titular o direito de compra
ou venda de uma ação em uma data futura. Os conceitos mais importantes do mercado de opções são:
▪ Titular: é quem comprou a opção, e possui o direito de comprar o ativo pelo preço previamento pactuado;
▪ Lançador: é quem vendeu a opção, possui a obrigação de vender o ativo pelo preço previamente pactuado;
▪ Strike: é o preço a que o titular da opção terá direito de comprar o ativo objeto;
Quem comprou a opção passa a ter o direito de comprar a ação (ativo-objeto) pelo preço determinado e na
quantidade combinada.
Por outro lado, o vendedor da opção terá a obrigação de vender a ação pelo preço pactuado caso o comprador
opte por exercer o seu direito de compra.
123
Um investidor então compra esta opção, o que dá a ele o direito de, até maio, comprar PETR4 por R$ 22,00, na
quantidade acordada.
PETRE22
PASSA A TER O
DIREITO DE
COMPRAR PETR4
POR R$ 22,00
VENDE COMPRA
OPÇÕES R$ 3,00 OPÇÕES
Se na data de vencimento da opção a ação da Petrobrás estiver com preço de R$ 20,00 no mercado à vista, o
comprador da opção irá optar por comprar PETR4 diretamente à vista, pois está mais barato, e não irá exercer
o seu direito de comprar por R$ 22,00.
É importante ter em mente, no entanto, que mesmo sem exercer seu direito de compra, o titular não recebe o
prêmio de volta. Em outras palavras, o pagamento do prêmio independe do exercício da opção.
Já se o preço da ação estiver em R$ 24,00 no mercado à vista, o titular irá exercer a sua opção, pois assim
pode comprar a um preço mais barato do que no mercado, e o vendedor da opção é obrigado a vender a ação,
conforme o acordo. Neste exemplo, tem-se:
▪ Strike: é o preço a que o titular da opção terá direito de comprar a ação, R$ 22,00.
▪ Prazo de vencimento: é quando a opção vence, e ocorre, neste caso, na 3ª segunda-feira de maio (indicado
pela letra E, no final do código).
124
Ao comprar esta opção, este investidor passa a ter o direito de vender a ação pelo preço determinado e na
quantidade combinada. Por outro lado, o vendedor da opção terá a obrigação de comprar a ação caso o
comprador opte por exercer o seu direito de venda.
No exemplo a seguir, agricultores decidem comprar opções de venda de safras de soja, adquirindo o direito de
as vender em junho a R$ 90,00. Essa operação os protege de uma possível desvalorização do produto,
garantindo um preço razoável de venda. Com isso, os agricultores estão sendo os hedgers, pois utilizam o
mercado de derivativos como forma de proteção (hedge).
O investidor que vende esta opção de venda se compromete a comprar as sacas de soja pelo preço acordado,
caso seja de interesse dos agricultores.
SOJAMN45
PASSA A TER O
DIREITO DE
VENDER SOJA
POR R$ 90,00
VENDE COMPRA
OPÇÕES R$ 4,00 OPÇÕES
Se na data de vencimento da opção a saca de soja estiver com preço de R$ 100,00 no mercado à vista, o titular
da opção irá optar por vender soja diretamente neste mercado, pois está mais caro, e não irá exercer o seu
direito de vender por R$ 90,00. Já se o preço da saca estiver R$ 80,00 no mercado à vista, irá exercer a sua
opção, pois o permite vender a um preço mais caro do que no mercado, e o lançador da opção é obrigado a
comprar a soja, conforme o acordo. Neste exemplo, tem-se:
▪ Prazo de vencimento: é quando a opção vence, e neste caso ocorre na 3ª segunda-feira de junho.
O quadro a seguir resume, de maneira simples, os conceitos de titular e lançador de opção, tanto no caso de
CALL, quanto no caso de PUT.
A estrutura do código de negociação de uma opção de soja é diferente em relação às ações, e não é cobrada
na prova. Portanto, para entender as regras em relação aos elementos dos códigos, estude as opções de ações.
126
▪ Opção americana: permite que o exercício ocorra em qualquer momento até o vencimento;
▪ In the money (dentro do dinheiro): no caso de CALL, o preço de exercício do ativo é menor do que o preço
no mercado à vista. Para entender melhor, vamos analisar dois exemplos, um no caso de CALL e outro no
caso de PUT.
▪ Out of the money (fora do dinheiro): no caso de CALL, o preço de exercício do ativo é maior do que o preço
no mercado à vista. Para entender melhor, vamos analisar dois exemplos, um no caso de CALL e outro no
caso de PUT.
▪ At the money (no dinheiro): em ambos os casos (CALL e PUT), o preço de exercício do ativo é igual ao
preço no mercado à vista. Para entender melhor, vamos analisar dois exemplos, um no caso de CALL e
outro no caso de PUT.
127
A principal diferença entre o mercado de opções e o mercado a termo é que, neste, os participantes do
contrato possuem a obrigação de comprar ou vender o ativo.
É muito importante saber que no mercado a termo é possível realizar alavancagem, atendendo à
exigência do depósito de uma margem de garantia. Esses conceitos são explicados detalhadamente abaixo,
assim como o prazo de vencimento do contrato.
Para realizar uma compra a termo de valor financeiro de R$ 20 mil, um investidor pode ter em sua conta
apenas R$ 2 mil, e se suas previsões se concretizarem, pode realizar operações de R$ 20 mil apenas com esses
R$ 2 mil. Esse processo de movimentar grandes valores com uma quantidade de dinheiro muito menor é
chamado de alavancagem.
128
Para facilitar a compreensão a respeito do mercado a termo, suponhamos um exemplo de contrato a termo: em
maio, Felipe e Juliano realizaram um contrato a termo, acordando que Felipe, em agosto, iria comprar PETR4
por R$ 20,00, na quantidade de mil ações, e Juliano iria vender estas ações, sob as mesmas condições.
A margem de garantia no exemplo é de 10% do valor da operação. Considerando que mil ações vezes R$ 20,00
resulta em R$ 20 mil, a margem é de R$ 2 mil, ou seja, Felipe deverá possuir R$ 2 mil em sua conta para que o
contrato a termo seja realizado. Juliano, o vendedor, deverá depositar as ações como garantia.
Vamos supor que, na data de vencimento do contrato, o preço no mercado à vista de PETR4 era de R$ 22,00.
Logo, Felipe, que é o comprador, irá comprar as ações, conforme o contrato, e, se quiser, pode as vender
imediatamente no mercado, por R$ 22,00.
Visto que a liquidação é em D+2, ou seja, o pagamento é realizado dois dias depois da operação, Felipe
conseguiu lucrar com a venda das ações a R$ 22,00 (R$ 2,00 mais caro do que o preço de compra) sem que
sua margem de garantia fosse executada.
Já se o preço da PETR4 estivesse em R$ 18,00, Felipe iria comprar as ações, conforme o contrato, a R$ 20,00,
ou seja, mais caro do que no mercado à vista. Logo, se realizasse a venda no mesmo dia, iria ter um prejuízo de
R$ 2,00 por ação. Portanto, ao contrário do que aconteceu no cenário anterior, Felipe teve sua margem de
garantia executada para pagamento das ações.
TERMO FLEXÍVEL
Em um contrato a termo flexível, o comprador no contrato pode substituir as ações-objeto. Para isso, ele deve
vender à vista as ações adquiridas a termo e, com esse dinheiro, comprar outra ação. Feita essa operação, o
contrato continua valendo, sob as mesmas condições.
129
O mercado futuro é um segmento do mercado de derivativos, e que é muito similar ao mercado a termo,
com exceção de uma característica peculiar: a existência do ajuste diário de posição.
Basicamente, o mercado futuro é onde são negociados contratos futuros. Um contrato futuro é um
acordo entre duas partes, em que uma delas se compromete a comprar determinada quantidade de um ativo,
em uma certa data e a um determinado preço, enquanto a outra parte se compromete a vender o ativo, sob as
mesmas condições. Este segmento de mercado possui padronização, ao contrário do mercado a termo.
Suponhamos, por exemplo, que no dia 02 de maio, Felipe e Juliano realizaram um contrato futuro, acordando
que Felipe, em agosto, iria comprar PETR4 por R$ 20,00, na quantidade de mil ações, e Juliano iria vender estas
ações, sob as mesmas condições.
A margem de garantia no exemplo é de 10% do valor da operação. Considerando que mil ações vezes R$ 20,00
resulta em R$ 20 mil, a margem é de R$ 2 mil, ou seja, Felipe deverá possuir R$ 2 mil em sua conta para que o
contrato futuro seja realizado. Juliano, o vendedor, deverá depositar as ações como garantia.
Vamos supor que, no dia 03 de maio, o preço de PETR4 é de R$ 21,00. Logo, a ação ficou R$ 1,00 mais cara
do que o preço de compra acordado no contrato. Pelo ajuste diário, o vendedor vai pagar R$ 1,00 por ação.
Como são mil ações, o valor resulta em R$ 1.000,00. Já o comprador vai receber R$ 1,00 por ação, ou seja, R$
1.000,00.
Suponhamos então que, no dia 04 de maio, o preço de PETR4 seja de R$ 20,50. Logo, a ação ficou R$ 0,50
mais barata do que no dia anterior. Pelo ajuste diário, o vendedor vai receber R$ 0,50 por ação. Como são mil
ações, o valor resulta em R$ 500,00. Já o comprador vai pagar R$ 0,50 por ação, ou seja, R$ 500,00.
130
+1 (VARIAÇÃO) X 1.000
(QUANTIDADE
COMPRADOR VENDEDOR
= + R$ 1.000 OU SEJA,
VENDEDOR DEVE
PAGAR R$ 1.000,00
04 DE MAIO DE 2020
-0,50 (VARIAÇÃO) X
1.000 (QUANTIDADE
COMPRADOR VENDEDOR
= - R$ 500 OU SEJA,
COMPRADOR DEVE
PAGAR R$ 1.000,00
Agora vamos imaginar que, na data de vencimento do contrato, o preço no mercado à vista de PETR4
era de R$ 22,00. Logo, Felipe, que é o comprador, irá comprar as ações, conforme o contrato, e, se quiser,
pode as vender imediatamente no mercado, por R$ 22,00.
Visto que a liquidação é em D+2, ou seja, o pagamento é realizado dois dias depois da operação, Felipe
conseguiu lucrar com a venda das ações a R$ 22,00 (R$ 2,00 mais caro do que o preço de compra) sem que
sua margem de garantia fosse executada.
Já se o preço da PETR4 estivesse em R$ 18,00, Felipe iria comprar as ações, conforme o contrato, a R$
20,00, ou seja, mais caro do que no mercado à vista. Logo, se realizasse a venda no mesmo dia, iria ter um
prejuízo de R$ 2,00 por ação. Portanto, ao contrário do que aconteceu no cenário anterior, Felipe teve sua
margem de garantia executada para pagamento das ações.
131
Swap significa troca, e é um segmento do mercado de derivativos. Basicamente, consiste em uma troca
de indexadores, por determinado período de tempo. É muito utilizado pelo Banco Central para executar a política
cambial do país.
Para entender melhor, vamos imaginar o seguinte cenário: você possui uma LFT (título atrelado a Selic)
e eu possuo um título atrelado ao câmbio. Você acredita que a taxa Selic irá cair nos próximos seis meses, e eu
acho que o câmbio vai cair neste mesmo período.
Se for de nosso interesse, podemos realizar um contrato de swap, em que trocamos, por um determinado
período, nossos indexadores. Com isso, sua LFT estará indexada ao câmbio, e meu título estará indexado a taxa
Selic durante o período pactuado.
No vencimento do nosso contrato, eu irei te pagar a variação do câmbio, e você vai me pagar a variação
da taxa Selic. Para facilitar a compreensão, vamos supor um cenário em que a Selic valorizou 1% no período e
o câmbio valorizou 2%. Neste caso,
Nessa operação, podemos dizer que você levou a melhor, pois recebeu 2% de valorização, enquanto eu
recebi 1%. Em outras palavras, você ganhou 1% na operação, e eu perdi 1%. Agora, vamos propor um outro
cenário: a Selic desvalorizou 1% e o câmbio desvalorizou em 2%. Nesse caso, o que vai acontecer é:
O sentido disso é o seguinte: se no final do período eu te pago a valorização do câmbio, o que acontece
se ele desvaloriza? Você me paga. O mesmo ocorre no seu caso, com a Selic. No final do período, você me
paga a sua valorização. Se o indicador desvaloriza, então eu irei te pagar. Nesse segundo cenário, podemos
dizer que eu levei a melhor, pois eu te paguei 1% pela desvalorização da Selic, enquanto você me pagou 2%
pela desvalorização do câmbio. Em outras palavras, eu ganhei 1% na operação, e você perdeu 1%.
132
No swap, viu uma oportunidade de trocar de indexador, e trocou a Selic pelo câmbio, que você achava
que ia subir. Se a sua análise estivesse correta, a Selic iria desvalorizar, com isso eu te pagaria essa
desvalorização (você ganharia com isso) e eu pagaria a valorização do câmbio (você ganharia com isso
também).
Já eu realizei a operação porque achava que o câmbio iria cair e a Selic iria subir. Se eu estivesse certo,
eu receberia com a desvalorização do câmbio e com a valorização da Selic.
❖ IMPORTANTE
No contrato de swap, não ocorre a troca de títulos, e sim a troca de indexadores. Os títulos continuam com os
seus respectivos investidores, mas com indexadores diferentes.
32. LIQUIDAÇÃO
A liquidação de uma operação de compra é o momento em que o dinheiro será definitivamente retirado
da conta. Em uma operação de venda, é o momento em que o vendedor receberá o dinheiro referente à
operação.
Se a liquidação de uma venda for D+1, significa que o dinheiro será creditado 1 dia depois da operação.
Se for D+2, será creditado dois dias depois. No caso de D+0, ocorre no mesmo dia da operação.
*Para ser liquidada em D+0 a operação deve ser especificada até as 13h.
** Liquidação dos prêmios negociados
*** Liquidação dos valores referentes ao ajuste diário de posições
133
1) Um cliente foi até o banco para saber mais informações sobre a nova poupança. O gerente o informa que:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I, II e III
a) Próprio investidor
b) Bolsa de Valores
c) Corretora de valores
d) Administrador
3) Quando um cliente faz uma operação com lucro, no mercado de ações, não day trade, acima de R$ 20 mil,
essa operação será tributada com qual alíquota de IR:
a) 20%
b) 15%
c) Depende do prazo
d) Isento
134
5) Seu deseja aplicar em um título pós-fixado no Tesouro Direto. Nesse caso, deverá escolher:
a) NTN-B
b) LFT
c) LTN
d) NTN-B Principal
6) Um determinado cliente fez uma aplicação em um CDB pelo prazo de 200 dias. Qual será a tributação no
resgate:
a) IOF e IR (20%)
b) IOF e IR (22,50%)
c) Somente IR (22,50%)
d) Somente IR (20%)
135
a) CDB
b) LCI
c) Ações
d) Debêntures Incentivadas
9) Um determinado investidor fez uma aplicação em debêntures pelo prazo de 181 dias e obteve lucro de R$
421 mil. Com relação à tributação, analise os itens abaixo:
a) I e II
b) I e III
c) Apenas I
d) Apenas III
10) Com relação ao imposto de renda (IR) em uma aplicação de Certificado de Depósito Bancário (CDB):
136
12) São ações que dão direito a voto nas assembleias da companhia:
a) Ordinárias
b) Preferenciais
c) Subordinadas
d) De fruição
13) Seu cliente deseja um investimento que conte com proteção contra a inflação. Você deveria indicar:
14) Para um investidor que deseja proteção do Fundo Garantidor de Crédito e também economia fiscal, você
deveria recomendar:
a) Debêntures Incentivadas
b) CDB
c) LCA
d) CRI
137
16) Sobre o Juros Sobre Capital Próprio (JSCP), assinale a alternativa correta:
a) É onde são emitidos títulos pela primeira vez, e os recursos captados vão para os acionistas
b) É onde são emitidos títulos pela primeira vez e os recursos captados vão para a empresa emissora
c) É onde são comercializados títulos já existentes e os recursos captados vão para a empresa
d) É onde são comercializados títulos já existentes e os recursos captados vão para os atuais acionistas
a) BACEN
b) Tesouro Nacional
c) Banco do Brasil
d) CMN
138
20) A ação Preferencial (PN) possui preferência no recebimento de dividendos de uma companhia. Essa ação,
pode adquirir o direito a voto no caso de:
139
10. C
11. D
12. A
13. C
14. C
15. D
16. D
17. B
18. B
19. A
20. C
140
1. ÍNDICES DE MERCADO
Os índices possuem como objetivo quantificar o desempenho médio dos ativos que compõe uma
carteira, os quais seguem algum critério para serem selecionados.
Os índices mais conhecidos são os que possuem a finalidade de tentar indicar o desempenho médio dos
ativos mais negociados naquele mercado, porém, é valido ressaltar que cada índice possui os seus critérios e
suas metodologias.
Há índices também que possuem outros objetivos como, por exemplo, tentar quantificar o desempenho
médio de ações de menor capitalização ou de empresas que distribuem muitos proventos etc.
ÍNDICE DE AÇÕES DA B3
No Brasil existem diversos índices, porém, os principais são o Índice Bovespa (Ibovespa) e o Ibrx-50/100.
Ambos possuem o objetivo de quantificar o desempenho médio dos ativos seguindo o critério da liquidez e do
nível de negociabilidade destes. Vale destacar que os índices supracitados possuem certos critérios
metodológicos distintos.
▪ Carteira teórica formada pelas ações de maior liquidez e volume financeiro negociado na B3;
▪ Os ativos não podem ser classificados como “Penny stocks” (Ativos com valor médio inferior a R$ 1,00 na
carteira teórica anterior);
141
➢ IBRX-50 E IBRX-100
O objetivo do IBrX-50-100 é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos 50/100 ativos de maior
negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. Não fazem parte da carteira:
Os componentes do S&P 500 são selecionados por um comitê. Os critérios principais utilizados pelo comitê
são:
▪ Liquidez
▪ Capitalização de mercado
▪ Classificação setorial
▪ Flutuação pública
▪ Viabilidade financeira
142
Vale ressaltar que o índice não é calculado pela Bolsa de Valores de Nova Iorque (New York Stock Exchange),
e seus componentes são escolhidos pelos editores do jornal financeiro americano The Wall Street Journal.
Não existe nenhum critério previamente estabelecido, salvo o critério da empresa ser uma companhia norte-
americanas, líder em seu segmento de mercado.
2. RISCO
Risco é a probabilidade de a rentabilidade de um investimento ser diferente da esperada no momento
em que foi feita a aplicação. Para entender melhor, imagine que você possui duas alternativas de investimento
a sua frente: LFT (Tesouro Selic) e ações. O investimento mais seguro entre esses é o do Tesouro, certo?
Portanto, o risco da LFT é menor. Tendo isso em vista, você investiria em ações?
Bom, analisando puramente o risco, a resposta provavelmente seria não. Entretanto, se você for analisar
as rentabilidades destes investimentos, verá que aquele título com maior segurança possui menor rentabilidade
esperada.
As ações podem te trazer um rendimento maior, mas para isso terá que correr mais riscos. Isso é
explicado pela relação entre risco e retorno: quanto maior é o risco, maior é o retorno esperado, e quanto menor
é o risco, menor é o retorno esperado. Isso nos leva a um importante conceito: o princípio da dominância.
PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA
Este princípio indica que, entre dois investimentos de igual rentabilidade, o investidor irá escolher o que possui
menor risco. Para facilitar o entendimento, compare guardar dinheiro embaixo do colchão, na Poupança e em
ações.
Você tem certeza de que, a menos que alguém assalte sua casa ou haja um incêndio, o seu dinheiro
permanecerá embaixo do colchão pelo tempo que você quiser, ou seja, não há risco de você o perder, e não
há remuneração alguma. Sem risco, sem remuneração.
Na Poupança, o risco é baixíssimo até R$ 250 mil, pois possui cobertura do FGC, mas existe, pois sempre
existe a chance, embora que muito pequena, de o FGC quebrar. Logo, o risco é extremamente baixo, assim
como a remuneração.
Em ações, o risco é mais alto, pois é um investimento de Renda Variável, e por isso sua remuneração esperada
é muito mais alta.
143
Quanto maior é o prazo de vencimento do investimento, maior é o retorno esperado. E quanto menor é o prazo,
menor é a rentabilidade esperada.
Para facilitar o entendimento, imagine um investidor que possua dois títulos, um de liquidez diária e outro com 5
anos de prazo de vencimento. Se esse investidor tiver uma emergência e precisar de dinheiro, ele vai recorrer
ao investimento com liquidez diária.
Logo, o risco de lhe faltar dinheiro em uma emergência era muito maior no título de 5 anos de prazo. Portanto,
a remuneração deste título será muito maior. A imagem abaixo resume as relações risco x retorno (princípio da
dominância) e tempo x retorno.
Risco
Prazo médio (volatilidade) Retorno
oo
3. RISCO DE CRÉDITO
O risco de crédito se refere a possibilidade de o devedor não pagar o credor, ou seja, é o risco de quem
deve dinheiro ser insolvente (não possuir dinheiro para pagar a dívida), o que leva a inadimplência (não
pagamento do valor devido).
Por exemplo, se Juliano empresta dinheiro para Felipe, Juliano está correndo o risco do devedor não
pagar o valor devido, sendo inadimplente. Logo, podemos concluir que Juliano está correndo o risco de crédito.
144
Segundo a relação tempo x retorno, quanto maior é o prazo de um investimento (empréstimo está incluso
nesse grupo), maior deve ser a rentabilidade esperada. Portanto, quando Juliano empresta dinheiro a Felipe
para pagamento após 1 ano, ele irá cobrar maiores juros do que se emprestasse pelo prazo de 1 mês. Agora
vamos supor mais dois cenários:
▪ Juliano empresta a Felipe, que possui histórico de não pagar seus empréstimos;
▪ Juliano empresta a Felipe, que sempre paga seus empréstimos conforme o acordado.
Considerando a relação risco x retorno, quanto maior é o risco, maior é o retorno esperado. Portanto, se
Juliano empresta a alguém que possui histórico de inadimplência, está tomando maiores riscos de não receber
seu dinheito de volta. Por isso, irá cobrar maiores juros. Já se emprestar a alguém que sempre devolve o dinheiro
que tomou emprestado dentro das condições preestabelecidas, seu risco é menor, e irá cobrar juros menores.
Essa mesma dinâmica ocorre com todas as instituições do mercado, como bancos, e isso afeta a
rentabilidade dos títulos que emitem, como CDB’s. Um título emitido por um grande banco possui menor risco
de crédito do que um título emitido por um banco pequeno, e por isso possui rentabilidade menor. Ainda falando
de CDB’s, um título com prazo de vencimento de 1 ano terá rendimento esperado menor do que um título com
prazo de 5 anos, pela relação entre tempo e retorno.
▪ Fitch Ratings;
▪ Moody’s;
A imagem a seguir mostra um comparativo do modelo de análise de risco das três empresas.
145
146
CLASSIFICAÇÃO B- CLASSIFICAÇÃO AA
Por que consideramos estes títulos como de “risco zero”? Basicamente, porque o governo é considerado o
melhor devedor do mercado. Tendo em vista que a base para a rentabilidade paga pelos títulos da dívida federal
é a Selic, a taxa livre de risco no Brasil é a taxa Selic.
Isso quer dizer que, no Brasil, podemos receber, com “risco zero”, o valor correspondente a taxa Selic.
É importante ressaltar que, quando investimos no mercado, tomamos risco. Portanto, até mesmo o “risco zero”
não é isento de risco. É assim chamado para estabelecer um parâmetro para o risco no Brasil, sendo o menor
risco do mercado. Isso é muito útil para alguém que está analisando a viabilidade de um projeto.
Suponhamos, por exemplo, que você esteja considerando investir em ações da empresa X. Você sabe que pode
conseguir, correndo “risco zero”, a taxa Selic. Para o negócio valer a pena, a rentabilidade esperada deve ser,
ao menos, maior do que a taxa livre de risco.
147
O risco de liquidez consiste na possível dificuldade de se vender um ativo pelo preço e no momento
desejados. Suponhamos, por exemplo, que Alexandre possua um carro avaliado em R$ 25 mil, na tabela FIPE.
Ele precisa do dinheiro, e coloca o carro à venda. Entretanto, a melhor proposta que recebeu foi de R$ 20 mil.
Neste caso, Alexandre possui duas alternativas: esperar até receber uma oferta pelo preço desejado, o
que pode demorar meses, ou não esperar e vender a um valor menor do que o que gostaria. Em nenhum desses
casos ocorre o que Alexandre gostaria: vender o carro por R$ 25 mil naquele momento.
Essa dificuldade na venda do carro é ocasionada pela falta de liquidez, ou seja, dificuldade em vender
algo no momento desejado e pelo preço desejado, devido a falta de compradores.
Isso também ocorre muito no caso de imóveis. Afinal, é muito comum passarmos várias vezes durante
diversos meses e vermos a mesma placa de “vende-se” na frente de uma casa durante todo esse tempo. Às
vezes, até vão surgindo mais placas, não é?
Bom, sabemos que carros e imóveis possuem baixa liquidez, mas quais ativos possuem alta liquidez?
Ações são um exemplo disso. Ocorrem diversas compras e vendas dos ativos todos os dias na Bolsa de Valores.
No exemplo a seguir, um imóvel está à venda, por R$ 500 mil. Seu dono faz uma oferta de venda, mas,
depois de um ano, as únicas ofertas foram de valores abaixo do pedido, sendo uma de R$ 200 mil a que mais
se aproximou.
Portanto, se o dono do imóvel quisesse, poderia vender o imóvel no momento atual, mas não seria pelo
que considera o preço justo. Visto que risco de liquidez se refere a dificuldade de vender um ativo pelo preço e
no momento desejados, imóveis possuem grande risco de liquidez.
148
Suponhamos, por exemplo, que um investidor tenha comprado uma ação no valor de R$ 50,00. Seis
meses depois, ele vai ver como está seu investimento e percebe que o ativo está no preço de R$ 30,00, o que
representa uma desvalorização de 40% do dinheiro aplicado inicialmente.
Este investidor esteve exposto ao risco de mercado. Dentro do risco de mercado, podemos ter o risco
sistemático e o risco não sistemático.
▪ Risco sistemático de mercado: este tipo de risco de mercado se refere a possibilidade de haver uma
desvalorização da Bolsa de Valores, ou seja, é o risco de ocorrer uma queda generalizada dos preços de
mercado. Exemplos desta situação foram as crises de 1929, 2008 e de 2020. Nestes anos, o risco de
mercado atingiu a economia como um todo, havendo, inclusive, muitas demissões e falências de empresas.
▪ Risco não-sistemático de mercado: este tipo de risco se refere a possibilidade de ocorrer uma desvalorização
em uma ação ou setor específico de mercado. Por exemplo, pode acontecer de, enquanto a maioria das
ações da Bolsa se valorizam, uma ação se desvalorize por conta de um relatório de desempenho ruim.
Como podemos identificar se um ativo que desvalorizou esteve exposto ao risco sistemático ou ao não
sistemático? É aí que entram os índices de Bolsa, mais especificamente o Ibovespa, principal índice de ações
da B3.
Suponhamos que a ação X faz parte do Ibovespa. Então o Ibovespa sofre uma desvalorização, e a ação
X também desvaloriza, acompanhando o mercado. Podemos constatar, portanto, que ocorreu uma
desvalorização sistemática, pois o mercado como um todo desvalorizou.
Vamos imaginar agora um outro cenário: o Ibovespa valorizou e a ação X desvalorizou. Nesse caso, a
ação não acompanhou o mercado, pois caiu enquanto as outras ações, em geral, subiam. Logo, constatamos
que ocorreu uma desvalorização não-sistemática.
149
Agora que entendemos o que é o risco de mercado, vamos estudar as estratégias de gestão, ou seja,
como podemos diminuir o risco de mercado presente na nossa carteira de investimentos. A seguir, estudaremos
as seguintes ferramentas:
▪ Diversificação;
▪ Índice Beta;
▪ Correlação;
DIVERSIFICAÇÃO
A diversificação é a estratégia de possuir diferentes ativos na carteira, para diminuir risco não-sistemático. Dessa
maneira, caso ocorra uma desvalorização de uma ação, as outras ações da carteira podem compensar o
resultado, caso valorizem.
Na imagem a seguir, temos um exemplo de uma carteira não diversificada (concentrada) e uma carteira
diversificada. A carteira A não é nada diversificada, pois possui apenas ações da empresa A.
CARTEIRA A CARTEIRA B
AÇÕES ORDINÁRIAS DA
EMPRESA C
AÇÕES ORDINÁRIAS DA
EMPRESA D
Caso essa ação desvalorize (risco não-sistemático), a carteira inteira irá desvalorizar. Já a carteira B é
diversificada, pois possui ações de quatro empresas diferentes, A, B, C e D.
150
❖ IMPORTANTE
A diversificação funciona apenas para diminuir o risco não-sistemático de mercado.
CORRELAÇÃO
A correlação, basicamente, é um indicador que mede a relação entre os rendimentos de dois índices ou de dois
ativos. Esta correlação pode ser positiva ou negativa.
Correlação positiva ocorre quando dois ativos tendem a se mover nas mesmas direções. Um exemplo disso é a
correlação entre BOVA11 (o qual estudaremos melhor no módulo 5) e o Ibovespa. Quando o BOVA11 valoriza,
o Ibovespa valoriza, e ocorre o mesmo no caso de desvalorização.
Já a correlação negativa ocorre quando dois ativos tendem a se mover em direções opostas. Um exemplo é a
correlação negativa entre Ibovespa e Dólar. Quando o Ibovespa sobe, a tendência é que o Dólar caia, e vice-e-
versa.
A correlação entre dois ativos ou índices é medida em porcentagem pelo coeficiente de correlação.
A correlação de uma carteira é indicada por sua posição em uma linha. Quanto mais próximo de -1, mais
negativa é a correlação, e quanto mais perto de 1, mais positiva é a correlação.
-1 ---------------------------------------------------- 0 ---------------------------------------------------- 1
ÍNDICE BETA
O índice Beta indica se a sua carteira de investimentos é mais ou menos volátil que o mercado. Suponhamos,
por exemplo, que a minha carteira de investimentos oscilou, em um ano, 20%, enquanto o Ibovespa teve 15%
de volatilidade. Isso mostra que minha carteira sofreu mais variações.
Em cenário de alta, a tendência é que minha carteira valorize mais do que o Ibovespa, e em cenário de queda,
é provável que desvalorize mais. O índice Beta apresenta a seguinte dinâmica:
O risco de mercado externo é o risco referente a investimentos no exterior, que podem ter sua
rentabilidade afetada por variações na taxa de câmbio.
Suponhamos, por exemplo, que um investidor possui ações de alguma empresa nos EUA, na Bolsa
americana NASDAQ. Se o Real valorizar frente ao Dólar, o dinheiro que está investido no exterior sofrerá uma
desvalorização, fazendo com que o patrimônio desvalorize.
Da mesma forma, se um brasileiro possui ações na Bolsa da Alemanha e o Euro desvalorizar frente ao
Real, seu investimento sofre desvalorização.
7. RISCO DE IMAGEM
O risco de imagem é o risco da opinião pública acerca da empresa ser negativa, o que pode prejudicar
vendas e gerar fortes danos na reputação da marca.
Um famoso caso de desvalorização ocasionada por danos na imagem de uma empresa é o do Instituto
de Resseguros Brasileiro (IRB Brasil). Nesta situação, uma série de acusações à diretoria da época fez com que
suas ações desvalorizassem mais de 80% em menos de 5 meses.
Portanto, a desconfiança do mercado frente à diretoria da IRB Brasil fez com que sua imagem fosse muito
comprometida, o que gerou forte queda no valor de mercado da companhia.
152
8. RISCO LEGAL
O risco legal se refere à possibilidade do não cumprimento da lei por parte da empresa, o que pode
acarretar processos jurídicos e administrativos.
Suponhamos, por exemplo, que uma empresa sonegou impostos durante 5 anos, descumprindo a lei.
Para sua infelicidade, a Receita Federal descobriu a irregularidade fiscal da companhia, que sofreu grande
punição financeira.
▪ Risco trabalhista: é o risco de a empresa sofrer processos trabalhistas ocasionados por conflitos de interesse
com funcionários ou ex-funcionários.
153
a) Maior prazo
b) Maior chance de inadimplência
c) Menor juros
d) Menor liquidez
2) Seu cliente fez uma aplicação em CDB e o banco sofreu liquidação. Que tipo de risco será observado,
principalmente:
3) Dois ativos (A e B) de mesmo emissor possuem prazo de 1 e 10 anos, respectivamente. O título B terá:
154
a) Sistemático
b) Não Sistemático
c) Não Específico
d) De Conjuntura
Qual dos 4 ativos é o que mais seria afetado em uma alteração da taxa de juros:
a) I
b) II
c) III
d) IV
155
a) Possibilidade de o emissor de um título não honrar com o seu compromisso de pagar o credor
b) Possibilidade de ser impossível comercializar um ativo pelo seu preço justo, por falta de demanda no mercado
c) Possibilidade de oscilação de preço de um ativo por condições naturais do mercado
d) A possibilidade do rating de crédito do emissor se confirmar no prazo do título
8) A diversificação dos ativos é uma estratégia importante para a mitigação dos riscos. Qual o tipo de risco que
não pode ser reduzido, mesmo com a diversificação:
a) Específico
b) Sistemático
c) Não Sistemático
d) Operacional
9) Quanto maior for o número de interessados em comprar um determinado ativo, maior será a sua:
a) Liquidez
b) Possibilidade de perdas
c) Oscilação
d) Correlação
10) Técnica de alocação de ativos em diferentes ativos com o objetivo de reduzir o risco:
a) Diversificação
b) Benchmark
c) Rentabilidade real
d) Alocação de riscos
156
12) Um determinado investidor comprou uma ação no valor de R$ 20,00. No momento de vender, entre as
poucas ofertas de compra, a melhor foi de R$ 13,00. Qual foi o risco presente, principalmente:
a) Mercado
b) Crédito
c) Liquidez
d) Legal
a) Refere-se as oscilações dos ativos presentes em uma carteira por condições naturais
b) Refere-se à possibilidade de não pagamento de um título por parte do emissor
c) Refere-se à impossibilidade de se vender um ativo por seu preço justo por falta de compradores
d) Pode ser reduzido a zero com a diversificação
157
158
10. A
11. D
12. C
13. A
14. D
15. A
159
Para entender os Fundos de investimento, imagine em sua cabeça um pote. Dentro desse pote, temos
ações, CDB’s e LFT’s. Você pode investir neste pote se você quiser, e com isso se tornará dono de uma pequena
parte dos ativos dentro dele. Falando em linguagem técnica, o pote deste exemplo é um Fundo de investimento.
Um Fundo de investimento é, portanto, uma comunhão de recursos que se constitui sob a forma de
condomínio. Uma grande vantagem que os Fundos de investimento trazem aos cotistas é a diversificação. No
momento em que você compra uma simples cota, está investindo em diversos ativos.
E quem é o responsável por comprar ou vender esses ativos? É o gestor do Fundo. Portanto, cotistas
que possuem objetivos de investimento em comum confiam no trabalho de um gestor profissional para fazer a
alocação dos seus recursos.
Muitos investidores consideram muito bom confiar seus investimentos a um gestor, posto que este é um
profissional qualificado para esse serviço. Por outro lado, alguns não gostam de “delegar” seus investimentos a
qualquer outra pessoa, mesmo sendo esta profissional.
Para remunerar os profissionais responsáveis pelo Fundo, como o gestor, são cobradas taxas (as quais
veremos mais adiante). Alguns investidores consideram caro pegar essas taxas, e por isso preferem não investir
em Fundos de investimento. A imagem a seguir retrata de forma básica o funcionamento de um Fundo, em que
um conjunto de investidores aplica seus recursos. Ao aplicar, o investidor torna-se cotista.
160
A cota é a menor fração do Patrimônio Líquido de um Fundo de investimento. Da mesma maneira que
para investir em uma empresa você compra ações, para investir em um Fundo você compra cotas. Quem
compra cotas torna-se cotista do Fundo.
Mas não podemos confundir a cota com a ação de uma empresa, posto que a ação representa a menor
fração do capital social de uma companhia, e a cota, por sua vez, representa a menor fração do Patrimônio
Líquido de um Fundo.
É importante ressaltar que a cota e os ativos que a compõem são de propriedade do cotista, e não do
gestor do Fundo.
VALOR DA COTA
Cada cota de um Fundo de investimento possui seu valor financeiro, o qual é calculado pela seguinte fórmula:
O Patrimônio Líquido (P.L) é calculado a partir da diferença entre o Patrimônio Bruto e as despesas do Fundo.
Essas despesas são, em sua maioria, de natureza tributária (impostos) ou relacionadas aos custos operacionais
(corretagem, emolumentos, taxas de custódia, entre outras).
Já o Patrimônio Bruto é calculado a partir da soma do valor dos ativos que compõe a carteira do Fundo.
A imagem a seguir representa, de forma simplificada, o cálculo necessário para se auferir o valor da cota de um
determinado Fundo de investimento. O primeiro passo é obter o patrimônio bruto do Fundo, e para isso devemos
obter o valor financeiro dos ativos que compõe a sua carteira.
161
Se nós subtraírmos esse Patrimônio Bruto pelas despesas totais que o Fundo possui, obtemos o seu Patrimônio
Líquido. Por fim, dividimos esse P.L pela quantidade total de cotas, e obtemos o valor da cota.
Vale ressaltar que os Fundos fechados negociados em Bolsa de Valores possuem o valor de suas cotas definido
pela oferta e demanda no mercado. Veremos adiante o que são os Fundos abertos e fechados.
3. COTIZAÇÃO
Como acabamos de ver, quando um investidor aplica em um Fundo, ele compra cotas. Mas ele não irá
saber necessariamente o valor pelo qual comprou a cota no dia da aplicação. É possível que o valor da cota seja
conhecido apenas 1 mês depois, ou até mais. Tudo isso depende do prazo de cotização.
Em outras palavras, a cotização mostra ao investidor qual foi o preço pelo qual comprou a cota. Tendo
isso em vista, a data de cotização indica quando o investidor irá conhecer este valor.
Da mesma maneira, quando o cotista resgata seu dinheiro do Fundo, ele vende cotas. O valor pelo qual
ele vendeu as cotas será conhecido na descotização.
Portanto, antes de aplicar em um Fundo, é muito importante se atentar ao período de conversão das
cotas. Basicamente, o prazo para conversão indica qual será o dia em que o valor de compra ou venda da cota
será conhecido.
Logo, pode haver diferença entre o dia em que o investidor solicita o resgate, o dia em que o
administrador calcula o valor da cota para pagamento e o dia do efetivo pagamento. Para entendermos melhor
essa dinâmica, devemos observar os conceitos abaixo:
▪ Data de conversão de cotas (cotização/ descotização): é a data do cálculo do valor da cota para efeito de
pagamento do resgate ou aplicação;
▪ Data de pagamento do resgate (liquidação): é a data em que os recursos referentes ao resgate são
efetivamente disponibilizados para o investidor.
162
Sob a perspectiva desta nomenclatura, consideramos o “D” como sendo o dia da solicitação do resgate.
Neste exemplo, podemos extrair que o cálculo do valor das cotas é realizado no mesmo dia da solicitação
(conversão em D+0), e que e que o pagamento do resgate é realizado três dias úteis após a data de solicitação
do resgate (D+3).
Fundos com prazos para cotização ou descotização menor tendem a possuir ativos com maior liquidez,
pois o gestor não possui dificuldade em comprar ou vender estes ativos.
O contrário também é valido, ou seja, Fundos com maiores prazos para conversão tendem a possuir
ativos com menor liquidez, pois gestor não possui facilidade de realizar a compra ou a venda destes ativos de
maneira rápida, posto que ele poderia acabar incorrendo no risco de liquidez.
163
Os Fundos de investimento abertos são aqueles que permitem ao cotista aplicar ou resgatar seu dinheiro
em qualquer momento. Em outras palavras, o cotista pode entrar ou sair do Fundo quando quiser.
É importante ter em mente que, quando o cotista solicita resgate, o gestor do Fundo deve vender ativos
para obter dinheiro e pagar o resgate solicitado pelo cotista. Por isso, é recomendado que Fundos abertos
possuam ativos de alta liquidez, para que seja fácil e rápido convertê-los em dinheiro.
Da mesma forma, quando um investidor compra cotas do Fundo, o gestor deve comprar mais ativos para
a carteira. Para facilitar, pense da seguinte forma:
▪ Quando alguém aplica no Fundo, coloca dinheiro nele. O gestor pega esse dinheiro e compra mais ativos;
▪ Já quando alguém quer resgatar seu dinheiro do Fundo, quer tirar dinheiro dele. O gestor então vende ativos
para receber esse dinheiro e pagar o resgate ao cotista.
164
Os Fundos com carência possuem um prazo mínimo para que o cotista possa resgatar o valor aplicado mais
seus rendimentos. Isso não quer dizer que o cotista não pode resgatar o valor aplicado antes desse prazo. Mas
se isso ocorrer, ele não receberá os rendimentos, apenas o valor da aplicação.
Em outras palavras, se o cotista quiser receber todo o dinheiro que ele possui no Fundo, deve esperar até uma
determinada data. Se não puder esperar, pode resgatar apenas o que aplicou, sem nenhum rendimento.
Suponhamos que um cotista tenha aplicado R$ 10.000 em um Fundo com carência que possui prazo mínimo
de permanência de 60 dias.
Como o período de carência ainda não chegou, ele só poderá resgatar os R$ 10.000 (valor aplicado
inicialmente), e não receberá os rendimentos. A imagem a seguir representa a dinâmica dos Fundos de
investimentos com carência.
❖ IMPORTANTE
O resgate de cotas antes do término do período de carência estabelecida no Formulário de Informações
Complementares (FIC), terá incidência de Imposto sobre Operação Financeira (IOF) sob alíquota de 0,5% ao
dia.
165
5. FUNDO FECHADO
Os Fundos de investimento fechados possuem prazo específico para aplicação e resgate. Basicamente,
a aplicação só é permitida durante o período de captação de recursos do Fundo, e o resgate só é possível na
liquidação ou vencimento do Fundo.
Ou seja, salvo nestes casos específicos, este tipo de Fundo é fechado para novas aplicações e eventuais
resgates. Então quer dizer que é impossível para o cotista se desfazer das suas cotas antes de o Fundo fechado
liquidar? Não, não significa isso. Ele pode vender suas cotas no mercado secundário. Para isso, deve encontrar
compradores.
Fundos Imobiliários (FII’s) e Fundos de Índice (ETF’s) são exemplos de Fundos fechados, e são
negociados em Bolsa de Valores. Suponhamos que um investidor possua ETF’s e queria se desfazer das cotas
para reaver seu dinheiro. Para isso, ele deve vender suas cotas na Bolsa.
Sob essa perspectiva, podemos concluir que o preço das cotas de Fundos fechados negociados em
Bolsa deriva da oferta e demanda, assim como ações, e não segue o mesmo método de cálculo dos demais
Fundos.
Anteriormente, vimos que os Fundos abertos necessitam possuir ativos de alta liquidez para conseguir
honrar eventuais pedidos de resgate por parte dos cotistas.
166
6. TIPOS DE GESTÃO
É claro que o gestor não irá escolher ativos sem nenhum critério ou apenas pelo que sente vontade. Ele
deve seguir uma Política de investimentos, que estabelece os objetivos do Fundo.
Além disso, o gestor pode possuir maior ou menor liberdade para selecionar os ativos a serem comprados
ou vendidos, dependendo do tipo de gestão que o Fundo de investimento adota. Temos dois tipos de gestão: a
passiva e a ativa.
GESTÃO PASSIVA
Os Fundos de gestão passiva buscam acompanhar um determinado índice de referência, também chamado de
benchmark. Em outras palavras, o Fundo tenta ter rendimento igual ao de um índice. Para isso, possui em sua
carteira os mesmos ativos que compõem o índice.
167
▪ IMA-B: é um índice ANBIMA, composto por NTN-B’s (títulos híbridos que remuneram taxa prefixada + IPCA);
▪ IRF-M: é outro índice ANBIMA, composto por LTN’s e NTN-F’s (títulos prefixados);
É válido ressaltar que o fato da gestão ser passiva não significa necessariamente que esse Fundo irá conseguir
replicar seu índice de referência, mas sim que está fazendo uma alocação de ativos baseada no objetivo replicar
o benchmark.
Agora falando do Beta dos Fundos de gestão passiva, a tendência é que seja neutro, pois a ideia é justamente
acompanhar o índice de referência, ou seja, quando este subir, a intenção é que o Fundo suba na mesma
proporção. Já quando esse índice cair, a ideia é que o Fundo caia na mesma proporção, para replicar seu
movimento.
Para facilitar mais a compreensão, vamos tomar o BOVA11 como exemplo. Este Fundo possui gestão passiva,
e seu índice de referência é o Ibovespa. Logo, sua carteira é composta pelas mesmas ações que compõe a
carteira teórica do índice. Além disso, acompanha as quantidades desses ativos de maneira proporcional. O
gráfico a seguir compara a rentabilidade do BOVA11 com a rentabilidade do Ibovespa.
168
A tendência é de que as taxas cobradas por esses Fundos sejam mais elevadas, pelo fato de que os gestores
atuam de forma bastante ativa e possuem o desafio de superarem o índice de referência.
Os Fundos ativos não podem fazer comparações de suas rentabilidades com índices de referências que não
sejam compatíveis com a sua natureza. Por exemplo, um Fundo de ações não pode tomar como índice de
referência a taxa DI.
É importante destacar que o fato de a gestão ser considerada ativa não significa necessariamente que o Fundo
irá conseguir superar seu índice de referência.
Com relação ao Beta da carteira, a tendência é que seja elevado, pois Fundos ativos assumem mais risco que
o seu benchmark, visando obter um retorno superior em relação a ele (relação risco x retorno).
É importante ainda que o investidor observe o índice Sharpe, que mede a relação entre a rentabilidade esperada
e o risco de um Fundo. Com isso, é possível fazer uma comparação entre diversos Fundos, para definir se vale
a pena ou não correr o risco de investimento.
169
➢ FUNDO ALAVANCADO
Se estiver previsto na política de investimentos do Fundo, o gestor pode utilizar derivativos, como opções,
contratos a termo e contratos futuros, para buscar maior rentabilidade para a carteira, elevando o risco. Com
isso, o gestor alavanca o Fundo.
Portanto, Fundo alavancado é aquele que está exposto a um alto risco, podendo ter perdas superiores ao seu
Patrimônio Líquido. Se isso ocorrer, o cotista poderá ser chamado para aportar recursos ao Fundo.
Casos de default, que é o não pagamento do valor acordado por determinada instituição financeira ao Fundo,
não são considerados no cálculo.
É importante ressaltar que o uso de derivativos não indica, necessariamente, prática de alavancagem. Muitos
gestores utilizam estes instrumentos como ferramenta de proteção (hedge).
170
Até aqui, falamos um pouco do gestor de Fundos de investimento. Mas não é só ele que trabalha dentro
de um Fundo. Temos ainda o administrador, o custodiante, o distribuidor, o auditor independente e algumas
outras instituições, as quais explicaremos detalhadamente a seguir.
▪ Gestor: é o responsável pela compra e venda de ativos do Fundo, tendo em vista, é claro, a política de
investimentos previamente definida no regulamento.
▪ Administrador: é o responsável legal pelo Fundo perante à CVM, além de ser responsável pela comunicação
com os cotistas e pela administração geral do Fundo. O administrador possui responsabilidade solidária com
os prestadores de serviço que contratar, por eventuais prejuízos causados aos cotistas, em virtude de
condutas contrárias à lei, ao regulamento ou aos atos normativos expedidos pela CVM.
▪ Distribuidor: é o responsável pela venda das cotas do Fundo de investimento, ou seja, é quem faz a
distribuição das cotas, possuindo o objetivo de trazer mais cotistas ao Fundo.
▪ Custodiante: é o responsável pela marcação a mercado dos ativos e pela contabilização da carteira de
investimentos do Fundo.
▪ Auditor independente: é o responsável por realizar a auditoria do Fundo de investimento ao menos uma vez
por ano.
Tanto o administrador quanto o gestor não possuem a responsabilidade de realizar uma restituição
financeira proveniente de eventuais prejuízos causados por investimentos que estejam alinhados com a política
de investimentos e os objetivos do Fundo. Os possíveis casos em que o administrador e o gestor devem ser
substituídos são:
171
Suponhamos que o Fundo X possui em sua carteira apenas títulos prefixados. Sabemos que estes títulos
têm o seu valor muito afetado por alterações na taxa Selic. Se esta taxa sobe, o preço de um título prefixado cai,
e vice-versa.
Na marcação pela curva de juros, também chamada de “curva do papel”, essas variações não são
consideradas, pois o valor que é levado em conta é aquele do momento da aplicação, e não o atual.
Seguindo no exemplo do Fundo X, vamos supor que você aplicou nele quando cada título prefixado valia
R$ 500,00. A cota, por sua vez, valia R$ 50,00. Hoje, por conta de uma alteração na taxa Selic, o preço dos
títulos caiu para R$ 400,00, fazendo a cota desvalorizar, valendo assim R$ 40,00.
Vamos considerar ainda que você quer resgatar seu dinheiro hoje. Bom, o valor da cota irá considerar o
preço dos ativos do momento da aplicação, ou seja, R$ 500,00. No entanto, atualmente os títulos valem R$
400,00. O que isso significa? Basicamente, que você resgatou mais dinheiro do que deveria, mas não por culpa
sua, claro, mas sim por conta da marcação pela curva de juros.
Considerando que o Fundo é uma comunhão de recursos, no momento em que você resgata mais
dinheiro do que seria o justo, você acabou ficando com dinheiro de outros cotistas, certo? E o nome disso é
transferência de riqueza entre cotistas.
Suponhamos agora que um investidor resolveu comprar cotas deste Fundo. O valor pelo qual ele irá
comprar a cota considera preços antigos dos títulos prefixados, e não o preço de mercado. Com isso, este
investidor estará pagando mais do que seria o justo. Quando alguém coloca dinheiro a mais no Fundo, os outros
cotistas ficam com dinheiro a mais. Com isso, ocorre também transferência de riqueza entre cotistas.
Isso não ocorre quando utilizamos a marcação a mercado, que considera o preço de mercado dos ativos
do Fundo de investimento. A imagem a seguir é um exemplo da rentabilidade de um Fundo, pela curva de juros,
em azul, e pela marcação a mercado, em vermelho.
172
9. CHINESE WALL
Chinese Wall (Muralha Chinesa) é um mecanismo de segregação de atividades que as insituições
financeiras devem adotar para evitar conflitos de interesse. Basicamente, consiste na segregação entre gestão
de recursos próprios e de terceiros.
O banco A, para administrador o Fundo da melhor forma possível, vai estar sempre buscando captar
recursos pagando a menor taxa possível para emprestar a taxas elevadas, ficando com o spread como lucro.
Já o Fundo busca ativos com taxas que possibilitem um retorno elevado para o cotista, levando em conta
os riscos das aplicações.
Com a imagem a seguir, fica mais fácil de perceber o possível conflito de interesses oriundo dos objetivos
distintos de cada um.
173
Essa prática é chamada de Chinese Wall, traduzindo para o português, muralha chinesa, pois faz a
analogia de fazer essa segregação por meio da famosa muralha chinesa.
Como vimos anteriormente, a gestão de um Fundo pode ser ativa ou passiva, e é a Política de
investimentos que irá indicar o tipo de gestão adotada. As suas principais características técnicas são:
Suponhamos, por exemplo, que a Política de investimentos o Fundo A indique que a rentabilidade da
sua carteira deve acompanhar a taxa Selic. O gestor então irá realizar operações visando fazer a carteira ter
rendimento próximo da variação da Selic.
174
No início deste módulo, vimos que os Fundos de investimento cobram de seus cotistas determinadas
taxas para cobrir suas despesas e remunerar os serviços prestados por seus profissionais. As taxas que veremos
são:
▪ Taxa de administração;
▪ Taxa de performance;
▪ Taxa de entrada;
▪ Taxa de saída.
➢ TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
A taxa de administração corresponde a remuneração dos serviços prestados pelos profissionais do Fundo de
investimentos. Suas principais características são:
Como mencionado há algumas páginas, a taxa de administração em Fundos de gestão passiva costumam ser
menores, para a rentabilidade da carteira não ser “puxada” para baixo e se distanciar do índice de referência
(benchmark).
Já em Fundos de gestão ativa, a taxa de administração constuma ser maior, pois o gestor possui o desafio de
superar determinado índice.
➢ TAXA DE PERFORMANCE
A taxa de performance é cobrada pelo “bom desempenho/performance” do Fundo. O funcionamento é o
seguinte: se a rentabilidade do Fundo superar um número previamente definido, é cobrada essa taxa, pela alta
performance do gestor. As principais características desta taxa são:
175
▪ A taxa de performance pode ser cobrada somente depois de deduzidas todas as outras despesas do Fundo
(inclusive a taxa de administração);
Acabamos de ver que a taxa de performance só é cobrada quando a rentabilidade do Fundo supera a
rentabilidade de seu benchmark. Bom, Fundos passivos não visam superar seu índice de referência, certo?
Tendo isso em vista, podemos concluir que a taxa de performance é cobrada pelo Fundos ativos, e não pelos
de gestão passiva.
12. DOCUMENTOS
Alguns documentos são exigidos para que seja possível a existência de um Fundo de investimento, pois
trazem informações de grande importância, tanto para os cotistas, quanto para investidores em potencial. Além
disso, possibilitam uma fiscalização mais efetiva por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em suma, a exigência de documentação visa trazer mais transparência e segurança jurídica para os
investidores e ao mercado, além de padronizar a divulgação de informações. A seguir, estudaremos
detalhadamente os principais documentos dos Fundos, sendo eles:
▪ Regulamento;
▪ Termo de Adesão.
176
▪ Política de investimento;
177
Portanto, enquanto a Lâmina traz informações básicas para o investidor, o FIC traz informações mais técnicas.
➢ TERMO DE ADESÃO
O termo de adesão é um documento cujo qual todo o investidor, antes de comprar cotas de um Fundo, deve ler
e assinar, mesmo que de forma eletrônica. Com isso, declara que leu o termo e que está ciente dos riscos
presentes no investimento.
No final dos documentos dos Fundos de investimento, temos os disclaimers, que são as informações
relevantes em relação ao produto. A imagem abaixo é um exemplo de disclaimer.
178
▪ Remeter aos cotistas dos Fundos não destinados exclusivamente a investidores qualificados a demonstração
de desempenho do Fundo, até o último dia útil de fevereiro de cada ano;
▪ Formular um documento indicando qual a metodologia adotada pelo Fundo para realizar a marcação a
mercado de seus ativos;
▪ Divulgar, em lugar de destaque em seu site e sem a proteção de senha, os seguintes tópicos da
demonstração de desempenho do Fundo:
➔ Aos 12 meses findos em 31 de dezembro até o último dia útil de fevereiro de cada ano;
➔ Aos 12 meses findos em 30 de junho até o último dia útil de agosto de cada ano.
▪ Divulgar imediatamente a todos os cotistas qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao
funcionamento do Fundo, ou aos ativos financeiros integrantes de sua carteira.
❖ IMPORTANTE
Segundo a CVM, fato relevante é considerado qualquer ato ou fato que possa influir de modo ponderável no
valor das cotas ou na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas. Esses eventuais fatos
relevantes devem permanecer no site do administrador e do distribuidor do Fundo.
Os cotistas dos Fundos de Investimento possuem seus direitos e obrigações, e devem estar bem atentos
a elas, para que não saiam prejudicados.
▪ Ser informado das taxas de administração e de performance cobradas, ou critérios para sua fixação, bem
como das demais taxas e despesas cobradas;
179
▪ Ser informado dos critérios de divulgação de informação e em qual jornal são divulgadas as informações do
Fundo;
▪ Quando for o caso, ser informado da contratação de terceiros como gestor de recursos;
▪ Acesso ao valor do Patrimônio Líquido (P.L), valor da cota e rentabilidade no mês e ano civil;
▪ Receber anualmente o demonstrativo para Imposto de Renda (IR), contendo os rendimentos anuais, número
de cotas que possui e valor da cota;
Com relação ao extrato enviado aos cotistas, podemos destacar os seguintes pontos:
▪ Pode ser chamado a aportar recursos ao Fundo nas situações em que o seu Patrimônio Líquido se tornar
negativo;
▪ Deve observar as recomendações de prazo mínimo de investimento e os riscos que o Fundo pode incorrer;
180
▪ Deve manter seus dados cadastrais atualizados para que o administrador possa lhe enviar os documentos.
▪ As informações divulgadas pelo administrador relativas ao Fundo devem ser verdadeiras, completas,
consistentes e não induzir o investidor a erro;
▪ Todas as informações relativas ao Fundo devem ser escritas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa;
▪ A divulgação de informações sobre o Fundo deve ser abrangente, equitativa e simultânea para todos os
cotistas;
▪ As informações relativas ao Fundo não podem assegurar ou sugerir a existência de garantia de resultados
futuros ou isenção de risco para o investidor;
▪ Caso as informações divulgadas apresentem erros ou impropriedades que possam induzir o investidor a
erros de avaliação, a CVM pode exigir a cessação da divulgação da informação e a veiculação, com igual
destaque e por meio do veículo usado para divulgar a informação original, de retificações e esclarecimentos,
devendo constar, de forma expressa, que a informação está sendo republicada por determinação da CVM.
A Assembleia geral de cotistas é uma reunião na qual os cotistas do Fundo deliberam sobre determinados
assuntos. Deve haver, no mínimo uma assembleia por ano, devendo essa acontecer no máximo 120 após o
término do exercício social do Fundo.
181
▪ Administrador;
▪ Gestor;
▪ Custodiante;
▪ Cotista ou grupo de cotistas que detenham, no mínimo, 5% das cotas emitidas pelo Fundo.
A convocação dos cotistas para a Assembleia geral deve ser feita por correspondência encaminhada a cada
cotista, com no mínimo 10 dias de antecedência em relação a data de realização da Assembleia. É importante
destacar que ela pode ser realizada com qualquer número de cotistas, não havendo quantidade mínima de
participantes.
Caso um dos participantes do Fundo requeira uma Assembleia, essa demanda deve ser encaminhada ao
administrador, que por sua vez tem até 30 dias para convocar os demais participantes. Ressalta-se que a
presença da totalidade dos cotistas supre a falta de convocação.
Para realização da Assembleia, as demonstrações contábeis do Fundo devem estar publicadas no site do
administrador no mínimo 15 dias antes.
➢ DELIBERAÇÕES
A Assembleia Geral de cotistas possui a competência privativa de deliberar, em suas reuniões, sobre os
seguintes temas:
IV- Aumento da Taxa de Administração, da Taxa de Performance, ou das taxas máximas de custódia;
VII- Amortização e resgate compulsório de cotas, caso não esteja previsto no regulamento;
182
b) For necessária em virtude da atualização dos dados cadastrais do administrador ou dos prestadores de
serviço do Fundo, tais como alteração da razão social, endereço, site ou telefone;
O resumo das decisões da assembleia geral deve ser disponibilizado aos cotistas no prazo de até 30 dias após
sua data de realização.
As decisões em uma Assembleia Geral de cotistas são tomadas com base na maioria de votos. Os
membros que não podem votar são:
▪ Administrador e gestor;
Um Fundo de investimento exclusivo é destinado a um único cotista, que deve ser, necessariamente, um
investidor profissional. Neste tipo de Fundo, a marcação a mercado é facultativa. O investidor profissional é uma
categoria de investidor que se enquadra em pelo menos um dos seguintes grupos:
▪ Pessoas físicas e jurídicas que atestem possuir mais de R$ 10 milhões investidos e que se declarem como
investidores profissionais;
▪ Fundos de investimento;
183
▪ Pessoas físicas e jurídicas que atestem possuir mais de R$ 1 milhão investido e que se declarem como
investidores qualificados;
▪ Investidores profissionais.
De acordo com o capítulo IX da instrução CVM 555, em sua seção VI, os Fundos de investimentos são
classificados em:
a) Curto prazo;
b) Referenciado;
c) Simples;
d) Dívida externa;
184
Fundos de investimento deste tipo investem, no mínimo, 80% de seu Patrimônio Líquido em ativos de
Renda Fixa, como Títulos Públicos Federais.
Este Fundo pode ser classificado como “Fundo de longo prazo” quando o prazo médio de sua carteira
for maior do que 365 dias.
A cobrança de taxa de performance é vedada em Fundos de Renda Fixa, exceto quando o cotista for
investidor qualificado. No mercado, temos 4 tipos de Fundos de Renda Fixa, sendo eles:
I. Curto Prazo
II. Simples
III. Referenciado
185
▪ A lâmina de informações essenciais deve comparar a performance do Fundo com a taxa Selic;
▪ O tipo de Fundo referenciado mais conhecido é o chamado Fundo DI, que utiliza a taxa DI como benchmark
(índice de referência);
186
Os Fundos Cambiais são aqueles que possuem, no mínimo 80% da carteira em ativos relacionados
diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco cambial. Além disso, as principais características
deste Fundo são:
▪ O principal fator de risco desse tipo de Fundo deve ser a variação de preços de moeda estrangeira ou a
variação do cupom cambial;
Os Fundos Multimercados são aqueles que possuem vários fatores de risco, não possuindo
compromisso de concentração em nenhum fator específico. Em outras palavras, estes Fundos investem em
diversos ativos, de diferentes modalidades, com o intuito de elevar sua diversificação. Além disso, as principais
características deste tipo de Fundo são:
a) Ações;
▪ A alíquota de Imposto de Renda é de 15% sobre os rendimentos, e o recolhimento é feito pelo administrador
do Fundo.
❖ NÃO CONFUNDA
O responsável pelo recolhimento do imposto em negociações de ações que ocorrem na Bolsa de Valores é o
próprio investidor, já em um Fundo de Ações é o administrador do Fundo.
Se constituídos sob a forma de Fundo fechado, podem investir até 33% de seu Patrimônio Líquido em ações,
debêntures ou bônus de subscrição de companhias fechadas.
Fundos Cambiais, Multimercados e de Renda Fixa que possuem mais de 50% de seu Patrimônio Líquido
investido em títulos de crédito privado ou de emissão pública que não seja Título Público Federal deverão conter
em sua denominação o sufixo “Crédito Privado”.
188
CURTO PRAZO,
LONGO PRAZO,
RENDA VARIAÇÃO DA TAXA NO MÍNIMO, 80% DO REFERENCIADO,
DE JUROS OU DE P.L APLICADO EM SIMPLES, DÍVIDA
FIXA ÍNDICES DE PREÇOS ATIVOS DE RENDA EXTERNA E CRÉDITO
FIXA PRIVADO.
NO MÍNIMO, 80% DO
P.L APLICADO EM
CAMBIAL VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVOS CRÉDITO PRIVADO
RELACIONADOS A
VARIAÇÃO CAMBIAL
TODAS AS - - INVESTIMENTOS NO
CLASSES EXTERIOR
189
Além dos Fundos de investimento descritos pela CVM no capítulo IX, seção VI da instrução 555, existem
outros dispositivos legais que regulamentam outras modalidades de Fundos. Sendo assim, estudaremos a
seguir:
Os Fundos de Investimento Imobiliário, como o próprio nome já nos indica, são aqueles
destinados ao desenvolvimento de empreendimentos imobiliários.
No mínimo, 95% do total de aluguéis recebidos pelo Fundo são distribuídos entre os cotistas, sob a forma
de dividendos. Cada cotista receberá este valor de forma proporcional a quantidade de cotas que possui.
▪ É indicado para investidores que buscam imóveis como uma forma de diversificação de sua carteira de
investimentos, e esperam rendimentos passivos na forma de aluguel;
▪ A alíquota de Imposto de Renda é de 20% sobre os rendimentos (em caso de venda), e o recolhimento é
feito pelo próprio investidor, via DARF.
190
No mínimo, 95% de seu Patrimônio Líquido deve estar indexado a um índice. Podemos concluir, portanto,
que a gestão nos ETF’s é passiva.
A alíquota de Imposto de Renda é de 15% sobre os rendimentos, e ocorre apenas em caso de venda de
cotas. O recolhimento é feito pelo próprio investidor, via DARF.
Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento é aquele que possui, no mínimo, 95% de
sua carteira aplicada em cotas de outros Fundos de Investimento.
Possuem grande vantagem em termos de diversificação, pois os Fundos tendem a ser ativos
diversificados por natureza, e um Fundo que aplica em cotas de outros Fundos tem a possibilidade de estar
executando uma diversificação entre ativos que por natureza já possuem a tendência de serem diversificados.
191
Os Fundos de investimento, assim como a maioria dos investimentos do mercado, são tributados. O
Imposto de Renda é cobrado no resgate, e o seu critério de cobrança varia de acordo com o Fundo.
Temos também a cobrança de Imposto sobre Operação Financeira, o IOF, em Fundos de Renda Fixa,
Fundos Cambiais e Fundos Mutimercados.
Ainda devemos falar sobre outra tributação, que ainda não estudamos nesta apostila: o come-cotas, que
estudaremos daqui a algumas páginas.
192
17,5%
COBRANÇA DE IOF
O Imposto sobre Operação Financeira (IOF) é cobrado em Fundos de Renda Fixa, Fundos cambiais e Fundos
multimercados, de acordo com a tabela regressiva desse exposta a seguir.
193
COME-COTAS
Até este momento, nós vimos que o IR e IOF são cobrados sobre os rendimentos e no momento do resgate,
apenas. O come-cotas é um imposto que consiste na antecipação do imposto sobre os rendimentos, através da
“tomada”de cotas do investidor.
A cobrança ocorre sempre nos últimos dias úteis de maio e de novembro, e independe do prazo de permanência
do cotista no Fundo. Portanto, nos meses de maio e novembro, o cotista pode se deparar com uma redução em
sua quantidade de cotas, por conta do come-cotas.
▪ Para Fundos de curto prazo, o imposto é de 20%, e para Fundos de longo prazo, de 15%;
194
COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO
A compensação do imposto pode ocorrer na seguinte situação: o investidor tem prejuízo ao resgatar cotas de
um determinado Fundo, e futuramente lucra com a venda de cotas de um Fundo de mesma classificação que o
primeiro.
Sabemos que os rendimentos são tributados, certo? Mas o investidor, pelo fato de ter tido prejuízo anteriormente,
pode compensar essas perdas no imposto pago sobre seu lucro atual.
Não é possível, no entanto, compensar perdas no resgate de um Fundo de ações com os ganhos no resgate de
um Fundo de Renda Fixa, por exemplo, devido ao fato de que eles não são de mesma classificação.
É importante lembrar que a perda de um Fundo somente pode ser utilizada para compensar lucros futuros após
a ocorrência do resgate do Fundo com prejuízo.
No exemplo a seguir, um investidor resgata o seu dinheiro de um Fundo obtendo uma perda financeira de R$ 5
(5% do que ele investiu) em um primeiro momento. Um tempo depois esse mesmo investidor obtém um lucro
de R$ 15 (15% do que investiu) ao resgatar suas cotas.
195
Nesse cenário, há a incidência de 15% de imposto sobre seus ganhos, ou seja, nesse caso 15% de 15 reais (R$
2,25 de imposto), mas como esse investidor sabe da possibilidade da compensação, ele a realiza e faz com que
aquela perda anterior de R$ 5 no resgate seja compensada com esse ganho de R$ 15.
Feita a compensação, o lucro a ser utilizado como base para a incidência de imposto passa a ser de R$ 10, o
imposto incidindo sobre R$ 10, passa a ser de R$ 1,50 e não mais de R$ 2,25.
Como esse exemplo trata de valores muito pequenos, essa questão da compensação parece não fazer muita
diferença, mas quando trabalhamos com quantias mais elevadas de dinheiro, ela cria uma possibilidade de
economia fiscal muito grande.
Vale lembrar mais uma vez que essa compensação só poderia ser feita em um contexto em que os dois Fundos
fossem de mesma classificação.
196
Assim como um Fundo, o Clube de investimentos é um condomínio para aplicação de recursos em títulos
e valores mobiliários. Entretanto, o Clube é mais restrito do que o Fundo, sendo composto por no mínimo 3
pessoas, e no máximo 50 pessoas.
Para funcionar e iniciar suas operações, um Clube de investimentos deve solicitar registro junto a Bolsa
de Valores (B3), que irá analisar o pedido. Feito isso, pode autorizar ou não o funcionamento do Clube.
Os Clubes de investimento, do mesmo modo que os Fundos, podem ser administrados por Corretoras,
Distribuidoras e Bancos de investimento. Além disso, suas principais características são:
▪ Sua carteira é composta por, no mínimo, 67% em ações, sendo o restante em Renda Fixa e derivativos;
▪ Um único investidor não pode ter mais de 40% do Patrimônio Líquido do Clube;
▪ A tributação em Clubes é a mesma que a de Fundos de ações e de ETF’s, ou seja, de 15% sobre os
rendimentos.
197
1) Um Fundo Multimercado destinado a investidores não qualificados, deve informar o tratamento tributário do
mesmo no regulamento e também no (a):
a) Deve investir, no mínimo, 80% do seu P.L em ativos ligados a variação de moeda estrangeira
b) Deve investir, no mínimo, 80% do seu P.L em ativos ligados a variação do dólar
c) Deve investir, no mínimo, 67% do seu P.L em ativos ligados a variação de moeda estrangeira
d) Deve investir, no mínimo, 50% do seu P.L em ativos ligados a variação de moeda estrangeira
198
5) Um determinado investidor que busque proteção contra a variação cambial, deveria investir em:
a) CDB
b) CDI
c) Fundo Cambial
d) LCI
6) Em um Fundo de Renda Fixa Longo Prazo a alíquota do imposto de renda retido semestralmente (come-
cotas) é de:
a) 15%
b) 20%
c) Depende do prazo de permanência
d) 22,50%
7) Tipo de movimentação que ocorre nos Fundos abertos, que obriga o gestor a comprar novos ativos para a
carteira do Fundo:
199
a) Junho e Dezembro
b) Maio e Novembro
c) Janeiro e Junho
d) Janeiro e Dezembro
a) Deve ter prazo médio da carteira de até 60 dias e prazo máximo de cada ativo de até 375 dias
b) Deve ter prazo médio da carteira de até 365 dias e prazo máximo de cada ativo de até 375 dias
c) Deve ter prazo médio da carteira de até 60 dias e prazo máximo de cada ativo de até 365 dias
d) Deve ter prazo médio da carteira de até 365 dias e prazo máximo de cada ativo de até 365 dias
200
13) Para um gestor de Renda Fixa simples, trata-se de uma movimentação que o obriga a comprar novos ativos
no mercado:
a) Saída de cotistas
b) Resgate de cotas pelos cotistas atuais
c) Alteração na taxa de juros do mercado
d) Grande volume de aplicação de recursos no Fundo
a) Linha D’agua
b) Chinese Wall
c) Day Trade
d) Taxa Over
15) Seu cliente fez uma aplicação em um Fundo de Ações no valor de R$ 100 mil. O valor atual dessa aplicação
está em R$ 70.000, ou seja, a mesma teve rentabilidade negativa. Nesse caso, com relação à Taxa de
Administração:
201
18) Deve investir 95% do seu P.L, no mínimo, em cotas de outros Fundos. Trata-se de um Fundo:
a) De Renda Fixa
b) De Ações
c) Cambial
d) De Investimento em Cotas
a) Custodiante
b) Administrador
c) Distribuidor
d) Gestor
202
a) Administrador
b) Cotista
c) Gestor
d) Custodiante
203
10. A
11. D
12. C
13. D
14. A
15. B
16. C
17. C
18. D
19. B
20. B
204
Os principais objetivos da ANBIMA são: informar, representar, educar e autorregular. Para cumprir estes
objetivos, estabelece padrões éticos visando garantir práticas equitativas no mercado, tais como:
▪ Concorrência leal;
SELO ANBIMA
O selo ANBIMA é uma marca visual composta pela logomarca da entidade e por um texto padronizado. O seu
objetivo é demonstrar o compromisso das instituições financeiras e profissionais do setor de distribuição de
produtos de investimento em seguir as normas da entidade. A imagem abaixo é um exemplo de um selo ANBIMA.
205
As instituições que exercem o serviço de distribuição de produtos de investimento devem seguir este
Código, por meio da aderência ou da filiação, as quais são explicadas abaixo:
▪ Instituições aderentes: são instituições que aderem ao código e se vinculam à ANBIMA por meio de
contrato, ficando sujeitas às normas e condições do documento;
▪ Instituições associadas ou filiadas: são instituições que se associam à ANBIMA, ficando sujeitas às normas
de autorregulação da entidade;
O Código de melhores práticas da ANBIMA estabelece alguns procedimentos que devem ser seguidos
pelas instituições financeiras, tais como:
206
No caso de divulgação de material técnico relacionado a produtos de investimento, o código prevê que
nele devem constar as seguintes informações:
▪ Tributação incidente;
Além de se atentarem a essas normas, as instituições ainda devem seguir os seguintes padrões de avisos
obrigatórios:
▪ Publicidade que não possua selo ANBIMA deve constar: “essa instituição é aderente ao código ANBIMA de
regulação e melhores práticas para atividade de distribuição de produtos de investimento no varejo”.
▪ Publicidade que faça referência a histórico de rentabilidade deve constar: “a rentabilidade divulgada não é
líquida de impostos” e “a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”.
▪ Publicidade que mencione produto de investimento que não possua garantia do FGC deve constar: “trata-
se de uma modalidade de investimento que não conta com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito”.
▪ Publicidade que divulgue simulação de rentabilidade deve constar: “as informações presentes neste material
são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes”.
207
O Código ANBIMA para distribuição de produtos ainda estabelece que as instituições participantes
devem implementar regras, procedimentos e controles para se adequar à legislação vigente, sendo elas:
▪ A instituição deve estar adequada a seu porte, natureza, estrutura, modelo de negócio e complexidade dos
Produtos de investimento que distribui;
▪ Divisão clara das responsabilidades e dos envolvidos nas funções de controles internos e compliance das
demais áreas da organização, visando evitar possíveis conflitos de interesse;
▪ Indicação das medidas adequadas para garantir a independência e a adequada autoridade à área de
controles internos e compliance.
Com relação a estruturação das áreas de controles internos e compliance, as normas e exigências da
ANBIMA são:
▪ A área deve ser independente, com reporte direto ao diretor por ela reponsável, além de possuir autonomia
e autoridade para questionar os riscos assumidos pela instituição;
▪ Seus profissionais devem possuir qualificação técnica e experiência necessárias para o exercício dessas
atividades, além de possuírem acesso regular a capacitação e treinamento.
As intituições participantes devem se atentar quantos às normas e procedimentos que devem ser
seguidos em relação a segurança e ao sigilo das informações. As instituições devem:
▪ Disponibilizar treinamentos para sócios, administradores e profissionais que tenham acesso a informações
confidenciais, reservadas ou privilegiadas;
208
▪ Garantir que todos os profissionais ligados à instituição assinem, de forma manual ou eletrônica, documento
de confidencialidade com relação às informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas a que tenham,
acesso.
As instituições financeiras devem reunir informações referentes aos seus clientes, como grau de
escolaridade, profissão, patrimônio, renda e dados documentais. Esse processo de coleta de informações e
análise do perfil do cliente é chamado de Conheça seu Cliente, em inglês Know Your Client (KYC).
O objetivo deste processo é a maior precisão, por parte das instituições, da análise de operações
suspeitas de lavagem de dinheiro (que estudaremos daqui a algumas páginas.
O Know Your Client também é importante para os profissionais das instituições avaliarem uma possível
necessidade de visita pessoal ao cliente, seja em sua residência ou em seu local de trabalho.
As instituições participantes ainda devem possuir regras, procedimentos e um documento escrito que
descrevem suas práticas de KYC. Este documento deve conter, no mínimo, as seguintes informações:
▪ Sistema e ferramentas utilizadas para realizar o controle das informações, dados e movimentações dos
clientes;
209
O Código ANBIMA prevê que as instituições devem conhecer o perfil investidor de seus clientes, e para
isso devem realizar uma API - Análise de Perfil do Investidor (suitability), que muitas vezes é realizada através da
aplicação de um questionário ao cliente. O processo de API deve englobar, no mínimo, os seguintes
procedimentos e elementos:
▪ Coleta de informações: deve coletar informações o suficiente para conhecer o perfil do cliente, sendo
necessário observar, no mínimo, objetivos de investimento, situação financeira e conhecimento a respeito
de investimento. As instituições ainda devem elaborar um documento para descrever este procedimento de
análise.
▪ Classificação do perfil: um perfil deve ser atribuído ao cliente, com base nas informações coletadas;
▪ Classificação dos produtos de investimento: o perfil dos produtos também deve ser avaliado, com base nos
riscos associados, prazo de carência, existência de garantias e perfil dos emissores;
▪ Comunicação com o investidor: a instituição deve manter comunicação transparente com o investidor
acerca de seu perfil e dos investimentos a ele enquadrados;
▪ Procedimento operacional: deve haver aferição periódica entre o perfil do cliente e seus investimentos;
▪ Atualização do perfil do investidor: deve haver atualização do perfil em prazos não superiores a 24 meses, e
o investidor precisa ser comunicado disso;
▪ Controles internos: deve haver controles e procedimentos internos para garantir a efetividade dos processos.
É importante saber que a verificação de perfil do investidor não precisa ser realizada quando o cliente é
investidor qualificado.
▪ Perfil conservador: um investidor com este perfil não gosta de tomar riscos e busca investimentos seguros
e com alta liquidez. Portanto, busca produtos de Renda Fixa com alta liquidez e baixo risco.
210
▪ Perfil arrojado: este investidor investe em ativos com maior risco e maior potencial de rentabilidade, mas de
maneira racional e calculada. Portanto, investe em Renda Variável após ter realizado estudos e análises do
investimento.
▪ Perfil agressivo: este investidor investe em ativos de risco e maior potencial de rentabilidade em proporções
ainda maiores do que o arrojado. Muitas vezes utiliza da alavancagem visando auferir maiores ganhos.
Além de definir o perfil de seus clientes, uma instituição financeira deve definir o perfil dos produtos de
investimento que oferece por meio de sua plataforma. Dessa maneira, poderá realizar uma assessoria de
investimentos focada em alinhar o perfil de cada investidor ao produto de investimento que se encaixa com
suas características.
▪ Caso não tenha sido possível coletar informações suficientes para a definição do perfil do cliente;
É importante ter em mente que, se o cliente não estiver com perfil atualizado, ele ainda pode realizar
operações financeiras, desde que não sejam de indicação ou recomendação da instituição financeira.
No caso de o cliente passar uma ordem de investimento cujo perfil do produto não esteja de acordo com
o seu, ou se o seu perfil estiver desatualizado, a instituição deve:
▪ Obter declaração expressa do cliente de que ele está ciente da ausência, desatualização ou inadequação
do seu perfil;
▪ Alertar o cliente, com as claras indicações das causas de divergência, acerca da ausência de perfil definido.
211
No processo de planejamento financeiro, a instituição financeira deve realizar uma análise das finanças
pessoais do cliente. Esse processo ocorre, basicamente, em duas etapas: a elaboração de um orçamento
doméstico e a contrução de um balanço patrimonial pessoal.
➢ ORÇAMENTO DOMÉSTICO
Neste, devemos considerar as receitas (dinheiro que entra) e as despesas (dinheiro que sai). Se as receitas são
menores que as despesas, algo deve mudar no planejamento, para inverter este cenário. É muito importante
também que seja mantida uma reserva de emergência, ou seja, uma quantia de dinheiro que esteja sempre à
disposição em caso de emergência, como doença, acidente, desemprego, etc.
➢ BALANÇO PATRIMONIAL
Neste, são considerados, basicamente, os ativos e os passivos na vida financeira do cliente. Ativos representam
o que o cliente possui (além daquilo que tem a receber), e passivos representam o que o cliente possui de
despesas e custos que devem ser pagos.
Pessoa politicamente exposta é uma categoria da sociedade que inclui agentes públicos que
desempenham ou tenham desempenhado, nos últimos 5 anos, no Brasil ou em outros países, cargos ou funções
públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e pessoas de relacionamento próximo. São
consideradas Pessoas Expostas Politicamente brasileiras:
212
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça e os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores;
▪ Colocação: nesta fase, o dinheiro obtido de forma ilegal é colocado no Sistema Financeiro. É comum que os
criminosos efetuem depósitos em bancos em “paraísos fiscais”, em diferentes instituições financeiras (para
diminuir o volume do depósito), compras de imóveis para colocar o dinheiro ilegal em circulação junto do
dinheiro legal, entre outras estratégias utilizadas.
▪ Ocultação: nesta fase, os criminosos tentam distanciar ao máximo o dinheiro de sua origem. Para isso,
efetuam diversas movimentações em diferentes bancos e em “paraísos fiscais”, efetuam empréstimos para
empresas de fachada, entre outras estratégias para esconder a origem do dinheiro e o afastar dela.
▪ Integração: nesta fase, o dinheiro obtido de forma ilegal volta para a economia aparentemente como dinheiro
limpo. Para fazer isso, os criminosos prestam serviços falsos em nome de uma empresa de fachada, vendem
ou compram produtos caros para trazer o dinheiro de volta para a economia.
213
214
O COAF é o órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro no Brasil, e está vinculado ao Ministério
da Fazenda. Suas principais funções são descritas abaixo:
É importante destacar que o COAF não é o único responsável por combater a Lavagem de Dinheiro. Além dele,
outras instituições, como Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Polícia Federal, Receita
Federal, Controladoria Geral da União, Ministério Público e instituições financeiras devem contribuir para o
combate deste crime.
COMUNICAÇÃO AO COAF
Em circular, o Banco Central do Brasil delibera que as instituições financeiras possuem a obrigação de
comunicar o COAF em casos das seguintes movimentações:
▪ Depósito e saque em espécie, emissão ou recarga em cartão pré-pago (um ou mais) em valor acima de R$
50 mil (ou o mesmo valor em moeda estrangeira);
▪ Emissão de cheque administrativo, TED, ou demais transferências com valor igual ou superior a R$ 50 mil.
▪ Realizados com serviço prestados cujo valor seja igual ou superior a R$ 10 mil que configure indício de crime
de Lavagem de Dinheiro;
❖ IMPORTANTE
O tempo limite para comunicacão é de 24 horas.
215
▪ Arquivar por 5 anos os registros das transações, a contar da data da conclusão do seu encerramento;
▪ Realizar teste de verificação dos dados cadastrais dos clientes, com periodicidade máxima de 1 ano;
▪ Manter registro das transações que ultrapassarem R$ 10 mil em espécie, além dos demais limites
estabelecidos pelas autoridades.
❖ IMPORTANTE
Caso o cadastro não for atualizado conforme o indicado pelo COAF, a instituição financeira sofrerá pena
administrativa.
É importante ressaltar que não são apenas as instituições financeiras que devem contribuir para o combate à
Lavagem de Dinheiro. Além delas, as seguintes instituições devem comunicar ao COAF operações suspeitas:
▪ Pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis;
▪ Pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos, objetos de artes e
antiguidades, bens de luxo e de alto valor;
O processo e o julgamento dos crimes previstos na lei 9613/98 (Lei que dispõe sobre o crime de lavagem
de dinheiro) serão de competência dos seguintes órgãos:
▪ Justiça federal: quando o crime for realizado contra o Sistema Financeiro Nacional e em detrimento de bens,
serviços ou interesses da União (bem como de suas autarquias e empresas públicas);
▪ Justiça estadual: em caso de ocorrência das demais infrações criminais de lavagem de dinheiro.
216
O efeito imediato da condenação é a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à
prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do
lesado ou de terceiro de boa-fé.
A pena decorrente do crime de Lavagem de dinheiro pode ser de reclusão e multa, conforme as
características abaixo:
▪ Aumento da pena: se os crimes tiverem sido cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa, a pena será aumentada em um a dois terços.
217
Prática antiética é aquela em que o profissional da instituição financeira coloca seus interesses pessoais
à frente dos interesses do cliente, e acaba agindo de maneira que fere o Código da ANBIMA.
INSIDER TRADING
O insider trading ocorre quando algum funcionário de determinada empresa que detém informação privilegiada
(que ainda não foi divulgada ao público) se aproveita da mesma para se beneficiar financeiramente.
Suponhamos, por exemplo, que um funcionário de uma empresa sabe que esta irá se fundir com uma outra
companhia, o que é uma boa notícia para os acionistas.
Tendo isso em vista, acredita que, quando essa informação vier a público, a ação irá se valorizar
consideravelmente. Então, o funcionário compra ações da empresa para vendê-las posteriormente, valorizadas,
aproveitando-se de sua informação privilagiada para lucrar. A essa prática ilegal dá-se o nome de insider trading.
FRONT RUNNING
O front running ocorre quando o operador executa a ordem antes para si do que para o cliente, visando benefício
próprio. Suponhamos, por exemplo, que um operador recebe de um cliente uma ordem de compra de grande
volume financeiro, e sabe que essa ordem fará a ação valorizar. Tendo isso em vista, o operador se aproveita
desse conhecimento e compra, para sua própria carteira, as ações que o cliente deseja comprar.
Somente após comprar para si mesmo, o profissional executa a ordem de compra para o cliente. O volume alto
da compra faz o preço da ação subir, então o assessor se aproveita dessa alta no preço e vende suas ações. A
essa prática ilegal dá-se o nome de front running.
É isso que ocorre no exemplo a seguir, com o complemento de outro fator: a conta laranja. Basicamente, o
operador recebia ordens do cliente para compra, então comprava para si mesmo pela conta da sua avó (conta
laranja) e só depois comprava para o cliente.
218
Suponhamos, por exemplo, que Maria chega a seu banco e diz que quer comprar um CDB. O profissional do
banco diz então que, para que esta operação seja possível, ela deve também adquirir um plano de previdência.
A essa prática ilegal dá-se o nome de venda casada. A imagem abaixo exemplifica esse ato.
219
a) Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, os converte em ativos lícitos .
b) Incorre em pena menor quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, os converte em ativos lícitos .
c) O procedimento de KYC (Know Your Client) não auxilia na prevenção de Lavagem de Dinheiro
d) Uma das formas de se evitar a lavagem de dinheiro é utilizando o princípio da Barreira de Informação.
2) Conforme o código ANBIMA, para uma adequação do produto de investimento ao perfil do cliente é
necessário se definir a situação financeira desse cliente, considerando, no mínimo as seguintes informações:
a) I e II
b) Somente I
c) Somente II
d) I, II e III
a) 7 meses
b) 20 meses
c) 36 meses
d) 24 meses
220
a) I e II
b) Somente I
c) Somente II
d) I, II e III
a) o insider realiza operações com uma empresa da qual teve acesso a informações privilegiadas
b) o administrador de uma empresa toma recursos junto à mesma, devido à sua influência interna e hierarquia
c) o diretor de uma empresa concede fiança sem aprovação do comitê executivo
d) o órgão regulador sabe o que aconteceu, mas não toma nenhuma providência
a) Venda Cruzada
b) Venda Casada
c) Empréstimo Consignado
d) Seguro Prestamista
221
8) Um gerente atende a um cliente que possui um determinado valor para investir. Esse cliente informa que
deseja alocar parte em ativos que ele leu em uma revista, que são os ETF's e o restante em imóveis. Com
essas informações o gerente executa duas ações:
▪ Repassa a informação do cliente para a área da instituição financeira que negocia ETF's
▪ Repassa o nome e telefone do cliente para um amigo do gerente que é corretor de imóveis .
a) Correta e Incorreta
b) Incorreta e Incorreta
c) Correta e Correta
d) Incorreta e Correta
9) Valor máximo da multa aplicada pelo COAF para os casos de não cumprimento da legislação de combate à
lavagem de dinheiro:
a) R$ 2 milhões
b) R$ 200 milhões
c) R$ 10 milhões
d) R$ 20 milhões
222
a) Você deve avisar ao COAF, porém antes solicitar autorização do cliente conforme o princípio da confidencialidade
b) Você deve avisar ao COAF e somente depois avisar o cliente.
c) Você deve avisar ao COAF, sem avisar ao cliente.
d) Você deve avisar ao BACEN, sem avisar ao cliente
11) Em uma condenação por lavagem de dinheiro, se houver colaboração espontânea com a investigação, a
pena pode:
13) Estão obrigados a manter mecanismos e controles internos de combate e prevenção a lavagem de dinheiro,
segundo a Lei sobre esse tema:
223
15) Você é gerente de uma Instituição Financeira e o seu cliente deseja contratar um financiamento habitacional.
Você obriga o cliente a contratar um seguro de vida. Essa prática:
224
10. C
11. A
12. A
13. A
14. A
15. C
225
Principal
Setor Público RPPS
Regimes
previdenciários
brasileiros Setor Público Fechado
Aberto
Complementar Setor Privado
Fechado
Neste módulo iremos abordar de maneira mais aprofundada o regime previdenciário complementar
aberto voltado ao setor privado, mas nesse primeiro momento é de suma importância entendermos a diferença
entra a previdência complementar e a previdência principal.
226
A Previdência Social é aquela relativa ao benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
aos trabalhadores. Ela é uma espécie de seguro controlado pelo governo, e visa garantir que o trabalhador siga
a receber uma renda quando se aposentar e não fique desamparado em caso de gravidez, acidente, doença ou
invalidez.
Podemos dizer que a ideia da Previdência Principal é a de substituir a renda do contribuinte quando ele
perder a capacidade de trabalho. Logo, aquele trabalhador que realizou contribuições individuais e compulsórias
durante um tempo mínimo, se possuir a idade mínima, ganha o direito de aposentadoria e benefícios.
Já a Previdência Privada não é obrigatória, mas sim uma escolha do indivíduo. Seu objetivo é ser uma
reserva utilizada tanto para complementar a renda proveniente do INSS, quanto para realizar um projeto de vida,
como o pagamento da faculdade dos filhos, por exemplo.
O atual modelo adotado pela Previdência Social no Brasil é o regime de repartição simples, onde há a
solidariedade intergeracional, ou seja, as contribuições dos trabalhadores ativos são utilizadas para o pagamento
dos benefícios dos aposentados e demais segurados do INSS.
227
É válido ressaltar que, como vimos anteriormente, os planos de previdência complementar podem ser abertos
ou fechados.
▪ Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC): também conhecidas como Fundos de pensão,
consistem em instituições sem fins lucrativos, as quais mantêm planos de previdência coletivos, que são
organizados pelas empresas para seus empregados.
▪ Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC): são as entidades ou sociedades seguradoras que
possuem autorização para instituir planos de Previdência Complementar Aberta.
Os planos de previdência que iremos estudar nesse módulo são instituidos pelas EAPC’s, sendo eles o Plano
Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL).
É de suma importância observarmos a dinâmica sob a qual uma Entidade Aberta de Previdência Complementar
deve se submeter para estruturar tais planos de previdência.
Para instituir um PGBL ou um VGBL, a EAPC deve estruturá-los sob a forma de condomínio aberto, sempre em
cotas de Fundos de Investimento Especialmente Constituídos (FIE), dos quais as sociedades seguradoras e as
entidades abertas de previdência complementar devem ser os únicos cotistas do Fundo.
3. FUNDO DE INVESTIMENTO
ESPECIALMENTE CONSTITUÍDO (FIE)
É importante não confundirmos o FIE, cujo cotista é a seguradora com um Fundo de Investimentos
qualquer em que o cotista é o próprio investidor.
É neste Fundo que o dinheiro do participante é alocado em ativos no mercado financeiro, como títulos
de Renda Fixa e ações, por exemplo.
228
▪ Período de diferimento (acumulação): é o período entre a data do ínicio do plano até a data prevista para o
início do pagamento do benefício. Neste meio tempo, são realizadas as contribuições e os juros vão sendo
acumulados. Além disso, é nessa fase que o participante deve optar pelo tipo de renda que deseja (veremos
no final deste módulo estes tipos de renda).
▪ Período de pagamento do benefício (renda): corresponde ao período em que o benefício será pago, podendo
ser de forma vitalícia ou temporária, como veremos no final do presente módulo.
229
Os produtos de previdência privada possuem determinadas características técnicas que devem ser
conhecidas por seus investidores. São elas:
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
A taxa de administração consiste em uma taxa cobrada dos Fundos de Investimentos Especíalmente
Constituídos (FIEs). Suas principais características são:
▪ Ocorre durante toda a fase de contribuição e incide sobre o capital total (incluindo o rendimento);
▪ O percentual da taxa tem que ser aprovado pela Susep e constar no contrato (normalmente varia de 0,5%
a 4% ao ano.
TAXA DE CARREGAMENTO
A taxa de carregamento é cobrada para a atender às despesas administrativas e de comercialização do plano
de previdência em questão. Suas principais características são:
▪ Refere-se às despesas administrativas das instituições financeiras com pessoal, emissão de documentos,
entre outras;
▪ Seu percentual é de até 10%, com aprovação da Susep (para PGBL e VGBL);
230
É possível concluir, portanto, que quanto maior o valor do aporte e quanto maior o montante acumulado, menor
será a taxa de carregamento antecipada.
Portanto, é uma ferramenta de incentivo utilizada por quem oferece os planos, para que os investidores aportem
cada vez mais e tenham cada vez mais dinheiro no Fundo.
Sendo ela decrescente em função do tempo de permanência no plano, é possível concluir que quanto maior o
tempo de permanência no plano, menor será a taxa de carregamento postecipada.
É uma ferramenta de incentivo utilizada por quem oferece os planos, para que os investidores permaneçam cada
vez mais no plano.
Tendo em vista que no Brasil os principais produtos de Previdência Complementar são o PGBL e o VGBL,
e que ambos se diferenciam principalmente em função do benefício fiscal e da base de cálculo do IR no momento
do resgate do plano, nós podemos concluir que é de suma importância observarmos as diferenças entre a
Declaração Completa do Imposto de Renda e a Declaração Simplificada do Imposto de Renda.
Ao realizar a Declaração de Ajuste Anual da Pessoa Física, nós iremos possuir uma base de cálculo para
a cobrança do imposto. Em um primeiro momento essa base se dará sobre o nosso rendimento bruto anual,
porém, é possível conseguir um desconto capaz de diminuí-la. A pergunta que fica é: de que forma podemos
conseguir este desconto?
231
Suponhamos um cenário em que valor dessas deduções representa 25% do rendimento bruto anual do indivíduo
em questão. Sendo assim, é possível reduzir a base de cálculo do IR neste valor percentual.
Portanto, a Declaração Completa do Imposto de Renda é ideal para contribuintes que tenham muitas despesas
dedutíveis e dependentes. Na declaração, é necessário incluir as despesas com o máximo detalhamento
possível, lembrando sempre de guardar os comprovantes por, pelo menos, 5 anos.
DECLARAÇÃO SIMPLIFICADA
Já a Declaração Simplificada aplica um desconto padrão de 20% sobre o rendimento bruto anual, respeitando
o limite estabelecido pela Receita Federal. Este tipo de declaração não possibilita a redução na base de cálculo
com despesas, aplicando apenas o desconto padrão de 20%.
Portanto, a Declaração Simplificada do Imposto de Renda é a opção ideal para quem tem poucas despesas a
deduzir (ou que não passem de 20% da renda tributável). Além disso, pode ser usada por qualquer contribuinte,
independentemente de sua renda total ou número de fontes pagadoras.
Resumindo, na Declaração Simplificada você não pode fazer deduções que irão reduzir a base de cálculo do IR,
posto que já é aplicado um desconto padrão, fixado em 20% do seu rendimento bruto anual. Ou seja, a base de
cálculo do IR será o seu rendimento anual bruto menos o desconto padrão de 20%.
A ilustração a seguir mostra dois casos distintos: no primeiro, um sujeito possui várias deduções a fazer, que
somadas resultam em 27% do seu rendimento bruto anual. Portanto, podemos aferir que para ele é mais
vantajoso optar pela declaração completa do IR, visto que na simplificada ele não poderia realizar essas
deduções e iria receber o desconto padrão de 20% (desconto esse inferior ao que poderia ser obtido por meio
de suas deduções).
232
O PGBL é um plano de previdência complementar, de contratação voluntária e que não possui vínculo
com o INSS. O participante pode contribuir com um único aporte ou de forma mensal, e esses recursos são
aplicados, durante a fase de diferimento (acumulação), em um Fundo de Investimento Especialmente
Constituído (FIE). Os rendimento desse Fundo são, posteriormente, revertidos em benefício ao participante.
É válido lembrar que a idade para resgatar o benefício do plano (renda) não está relacionada à idade
prevista na previdência social.
Esse plano é uma aplicação que incide risco, visto que não há garantia de rentabilidade, que inclusive
pode ser negativa. No entanto, em caso de ganho, ele é repassado integralmente ao participante.
Uma das vantagens do PGBL é o fato de que ele possui um benefício fiscal, visto que as contribuições
realizadas em determinado ano podem ser deduzidas da base de cálculo do IR na Declaração de Ajuste Anual
da Pessoa Física.
Você lembra daquelas deduções que podemos fazer na declaração completa? Então, uma dessas
deduções pode ser baseada nas contribuições realizadas em planos do tipo PGBL. Porém, devemos ficar
atentos ao fato de que essa dedução que pode ser feita com base nas contribuições para planos do tipo PGBL
só pode ser realizada até o limite de 12% do rendimento bruto anual de determianda pessoa.
Então quer dizer que nunca vale a pena fazer a declaração completa, pois existe esse limite de 12%?
Não, pois o limite de 12% se refere até quanto essas despesas oriundas de previdência podem servir para serem
deduzidas da base de cálculo do IR, isso não significa que com a soma de todas as minhas deduções, as quais
são oriundas de gastos diferentes, eu não possa ultrapassar esse limite.
233
Esse plano de previdência é indicado para quem opta pela Declaração Completa do IR na Declaração
de Ajuste Anual da Pessoa Física, justamente pelo fato de que ele possui esse benefício fiscal, que possibilita
que as contribuições nele realizadas sejam deduzidas da base de cálculo deste imposto, até o limite de 12%.
❖ IMPORTANTE
A Declaração Completa permite deduções, porém há um limite de 12% da renda bruta anual que pode ser
deduzida APENAS com Previdência. Portanto mesmo que a Previdência represente mais do que 12% do
rendimento bruto anual, ela não poderá ultrapassar esse limite.
O VGBL consiste em uma modalidade de seguro de pessoas, que garante cobertura em caso de
sobrevivência, possuindo características tanto de seguros de vida, como também de planos de previdência
complementar. Basicamente, o VGBL funciona como um plano de previdência, possuindo a cobertura por
sobrevivência, a qual garante o pagamento do capital segurado pela “sobrevivência” do segurado ao período
de diferimento.
O VGBL não garante remuneração mínima, posto que ele se estrutura na forma de Fundos de
Investimento Especialmente Constítuidos (FIEs), de forma que a remuneração dos participantes está
diretamente relacionada com a rentabilidade da carteira do determinado FIE.
Algo importante de se observar é o fato de que os planos do tipo VGBL não possuem beneficio fiscal, ou
seja, não permitem a dedução de até 12% da base de cálculo do IR na Declaração de Ajuste Anual da Pessoa
Física.
Em contrapartida, esse tipo de plano possui uma vantagem no que tange ao imposto cobrado no
momento do resgate ou do pagamento de benefícios, visto que essa tributação se dá somente sobre os
rendimentos (lucros) e não sobre o valor total resgatado.
O VGBL é indicado para quem opta pela Declaração Simplificada do IR na Declaração de Ajuste Anual
da Pessoa Física, pois como na Declaração Simplificada o desconto aplicado é o padrão de 20% sobre a renda
tributável da pessoa, ignorando as suas possíveis deduções. Podemos concluir que para quem optou por essa
modalidade de declaração, o benefício fiscal dos planos do tipo PGBL é indiferente.
234
Se a pessoa é isenta de IR, podemos ter a mesma conclusão, pois o benefício fiscal do PGBL se torna,
nesse caso também, impossível de ser utilizado, o que faz com que seja mais recomendado para essas pessoas
que escolham os planos do tipo VGBL, onde o imposto que ocorre na hora do resgate ou pagamento incide
apenas sobre os rendimentos.
Há ainda mais um caso onde é recomendado escolher os planos do tipo VGBL. Esse caso ocorre em um
cenário onde o investidor faz a Declaração Completa e já contribuiu com 12% de sua renda bruta anual em um
plano do tipo PGBL, ou seja, essa pessoa já usufruiu do máximo possível de seu benefício fiscal proveniente do
seu plano do tipo PGBL, porém, ela ainda assim quer aplicar mais em previdência privada. Nesse caso, se ela
colocar em outro PGBL, ela não poderá usufruir de seu benefício fiscal, posto que já chegou no limite de 12%
de deduções com previdência.
Sob essa perspectiva, o que ela pode fazer é aplicar esses novos recursos em um plano do tipo VGBL,
pois, de qualquer, forma ela não irá poder usufruir do benefício fiscal, então vale mais a pena financeiramente
colocar em um VGBL, onde o imposto do resgate ou pagamento incide somente sobre os rendimentos.
PGBL – Permite a dedução de até 12% com Previdência, mas Pune, pois o imposto do resgate incide sobre o
valor total resgatado.
VGBL – Veda, pois não permite deduções, mas é Vantajoso, no sentido de que o imposto sobre o resgate incide
apenas sobre os rendimentos.
235
Visando a melhor compreensão dos temas mencionados anteriormente e trazendo também uma ideia
de como as perguntas provavelmente irão aparecer na prova, aproveitamos para trazer alguns exemplos
práticos que refletem os impactos que determinada escolha acerca do plano pode causar.
➢ EXEMPLO 1
236
➢ EXEMPLO 2
Já neste exemplo, o indivíduo optou pela Declaração Simplificada (que faz a dedução padrão de 20%
sobre o Rendimento Bruto anual), além de possuir os mesmos R$ 100.000 de Rendimento Bruto anual que o
sujeito do Exemplo 1. Em um primeiro momento ele aplica R$ 20.000 em Previdência Complementar, e após um
certo período estes R$ 20.000 se rentabilizam e viram R$ 30.000. É nesse momento que ele decide resgatar o
seu dinheiro.
Considerando que o imposto que incide sobre o resgate também foi de 10%, nós podemos concluir que
como ele faz Declaração Simplificada e por esse motivo não pode realizar deduções, vale mais a pena optar por
um plano VGBL, visto que o imposto sobre o resgate nesse plano incide apenas sobre os rendimentos (10%
sobre R$ 10.000), enquanto que no PGBL, o imposto sobre resgate incide sobre o total resgatado (10% sobre
R$ 30.000).
237
Quando o sujeito investe mais de 12% de seu Rendimento Bruto anual em Previdência Complementar
(R$ 24.000 nesse caso) e opta pela Declaração Completa do IR, é interessante se beneficiar das vantagens que
cada tipo de plano de Previdência Privada oferece, como mostra o exemplo acima.
Nesse caso, o sujeito colocou R$ 12.000 em um PGBL (para obter a vantagem de deduzir até 12% de
seu Rendimento Bruto anual com Previdência na declaração anual) e os outros R$ 12.000 em um VGBL, pois
como ele já colocou 12% de seu Rendimento Bruto anual de R$ 100.000 em um PGBL, para poder deduzi-los
da base de cálculo na declaração anual, é mais vantajoso colocar os outros R$ 12.000 em um VGBL, para que
o imposto que incide no resgate desses outros R$ 12.000 incida apenas sobre os rendimentos (lucros) e dessa
forma ele possa aproveitar as vantagens que cada plano oferece.
É importante ressaltar que aqui iremos tratar sobre a tributação que incide no momento do resgate ou
do pagamento de seu benefício, e o impacto que ela pode possuir dependendo da escolha que o investidor fizer,
e para isso iremos analisar diversos pontos acerca de ambas as possibilidades, além de observar como esses
pontos podem influenciar na escolha do regime de tributação.
238
Ao optar pelo Regime de Tributação Regressivo, você não pode alterar mais o tipo de tributação. É mais
indicado para quem planeja poupar em um plano de previdência por mais tempo, ou seja, para quem possui
um horizonte de investimento mais voltado para o longo prazo, posto que, quanto maior o período em que o
dinheiro ficar aplicado no plano, menor será a alíquota de IR.
Este regime de tributação é definitivo e os valores resgatados ou recebidos são tributados exclusivamente na
fonte, utilizando alíquotas regressivas que variam de acordo com o prazo de acumulação. Este prazo é contado
para cada uma das contribuições realizadas. Quanto maior é o prazo de acumulação, menor é a alíquota.
Para ficar mais claro, podemos trazer um exemplo de um cleinte que aplicou de forma mensal um plano VGBL
no período de 12 anos. Após um período, a primeira aplicação tinha acumulado o prazo de 12 anos, entretanto,
o último aporte mal havia completado um mês. Neste exemplo, se este cliente realizar o resgate total, cada
aporte terá uma contagem de tempo distinta e estarão sujeitos a alíquotas de IR diferentes.
239
É válido ressaltar que, em caso de resgate, a alíquota recolhida na fonte sempre será de 15%,
independentemente do enquadramento na tabela. Após o recolhimento deste percentual (15%), o investidor,
em sua declaração anual de ajuste, pode ter de pagar mais ou ser restituido.
Por exemplo, se uma pessoa que se enquadra na faixa de isenção solicita resgate, um imposto de 15% será
cobrado na fonte. Este valor será a ele compensado no imposto de renda anual (por este motivo essa tabela
também é chamada de compensável).
▪ Quando o investidor estiver poupando tendo a intenção de receber uma renda mensal que fique na faixa
de isenção do IR ou próxima a essa, cuja alíquota não ultrapasse os 7,5%.
Outra questão importante a ser observada está relacionada ao fato de que o cliente pode migrar seu regime de
tributação de progressivo para regressivo, porém, ao mudar, o tempo de contribuição passa a contar a partir da
mudança de plano, ou seja, seu tempo “zera” quando você muda ao regime de tributação.
240
A portabilidade permite a transferência total ou parcial do saldo acumulado entre planos de mesmo
segmento. É uma opção vantajosa, posto que na portabilidade, ao contrário de quando realizamos um resgate
com posterior aplicação, não há a incidência de imposto de renda. É importante ressaltar que a portabilidade só
pode ser feita de um plano PGBL para outro plano PGBL, ou de um plano VGBL para outro plano VGBL, de
forma que é impossível realizar uma portabilidade entre um PGBL e um VGLB e vice-versa.
A imagem a seguir exemplifica o que foi dito, o valor aplicado no plano não sofre incidência de IR quando
ocorre a portabilidade, porém, para que seja possível ela ocorrer, é necessário que os planos sejam do mesmo
segmento.
É válido salientar também que a contagem do tempo no caso de tributação definitiva (tabela regressiva) é
preservada em caso de portabilidade. A portabilidade, entretanto, não pode ser realizada entre titulares
diferentes.
❖ IMPORTANTE
A portabilidade não pode ser realizada em intervalos inferiores a 60 dias.
241
Não é possível realizar a portabilidade entre planos de modalidades diferentes, ou seja, de um VGBL
para um PGBL e vice-versa.
Se o investidor quiser realizar essa mudança, ele deverá solicitar o resgate dos recursos e aplicar em um
novo plano que tenha essa modalidade diferente do plano que ele solicitou o resgate.
Porém, ao realizar o resgate, o investidor terá de pagar imposto, conforme o Regime Tributário escolhido
e vigente à época deste resgate.
13. RESGATE
Além disso, é necessário respeitar o período de carência, que deverá se fazer presente entre 60 dias e
24 meses, contados a partir da data de protocolo da proposta de inscrição da EAPC.
O participante que escolher solicitar o resgate de seus recursos terá de pagar IR.
242
Mais conhecida como aposentadoria, a renda por sobrevivência representa a renda que vai ser paga
para o cliente do plano que “sobreviver” ao prazo de diferimento (acumulação) estabelecido previamente em
contrato. Há ainda subdivisões dentro da forma que pode se dar a renda por sobrevivência:
▪ Pagamento único: quando o cliente deseja receber de uma vez o valor acumulado ou parte dele. Neste caso,
no primeiro dia útil seguinte à data preestabelecida para o fim do prazo de diferimento, será concedido ao
participante o benefício sob a forma de pagamento único;
▪ Renda vitalícia: ao optar pela renda vitalícia o cliente manifesta a vontade de estar recebendo uma renda
mensal que começa a ser concedida a partir da data da concessão de seu benefício e que dura até o seu
último dia de vida;
▪ Renda vitalícia conversível ao cônjuge/filho: aqui o investidor também receberá uma renda mensal até o
último dia da sua vida, porém, quando esse dia chegar e o cliente falecer, essa renda será repassada ao
beneficiário indicado no plano;
▪ Renda vitalícia com prazo mínimo garantido: o investidor também irá receber uma renda mensal até seu
último dia de vida, porém, haverá um prazo mínimo garantido. Esse prazo mínimo da garantia é escolhido
pelo participante no momento da inscrição, e é contado a partir da data do início do recebimento do benefício
pelo participante. Suponhamos que o investidor opta por esse tipo de renda e possui uma garantia mínima
de 5 anos. Se ocorrer o falecimento deste participante antes de ter se completado o prazo mínimo garantido
(5 anos), o benefício será pago aos beneficiários conforme os percentuais pactuados na proposta de
inscrição, pelo período restante deste prazo mínimo de garantia;
▪ Renda temporária: esta opção consiste em uma renda paga temporáriamente ao participante. O benefício
cessa com o fim da temporariedade contratada ou com o falecimento do participante, o que ocorrer primeiro.
O investidor pode também optar por contratar um pecúlio para o seu plano.
243
1) Seu cliente possui um PGBL e deseja migrar para um VGBL. Nesse caso:
2) São fatores que devem ser considerados ao se escolher um plano de previdência privada:
a) I e III
b) I e II
c) II e III
d) I, II e III
3) Um executivo de uma multinacional faz a declaração do imposto de renda pelo formulário completo e deseja
realizar uma aplicação em um Plano Gerador de Benefício Livre - PGBL. Com relação à essa aplicação, qual
o máximo que ele poderá deduzir da base de cálculo do seu imposto de renda:
a) 22,5%
b) 15%
c) 10%
d) 12%
244
a) VGBL
b) TPF
c) Seguro de vida
d) PGBL
5) Seu cliente fez um PGBL com regime pro- gressivo de IR. Ao realizar o resgate no valor de R$ 10.000 (R$
4.000 de rentabilidade), qual será o imposto retido na fonte:
a) R$ 1 500
b) R$ 600
c) R$ 2 750
d) R$ 1250
a) Permitem dedução da base de cálculo do I.R (Até 12%), porém são tributados sobre o valor total do resgate
b) Não permitem dedução da base de cálculo do I .R, porém são tributados somente sobre a rentabilidade no momento do
resgate
c) São indicados para contribuintes que fazem a declaração do I .R pelo modelo completo
d) É um tipo de plano exclusivo para quem faz a declaração pelo modelo simplificado
7) Você é gerente de um cliente e o mesmo possui R$ 1 milhão em um PGBL. Ele gostaria de fazer a
transferência desse plano para seu filho. O questiona então se pode fazer uma portabilidade dele para o filho
desse plano. Você responde que:
9) Sobre a portabilidade:
10) Um determinado investidor faz a declaração do imposto de renda pelo formulário completo. Já fez 12% da
sua renda bruta em contribuições para um PGBL e deseja fazer uma contribuição adicional em previdência.
Nesse caso, você deveria indicar:
d) Aplicação em um PGBL, pois o teto para dedução do IR nesse tipo de contribuição é de 24%
11) VGBL e PGBL são duas formas de planos de previdência privada. Uma das diferenças entre esses planos é
que:
246
a) A portabilidade pode ser realizada, porém terá cobrança de Imposto de Renda no momento da realização da
transferência
b) A portabilidade pode ser realizada e não haverá cobrança de Imposto de Renda, pois não se configura como um resgate
c) A portabilidade apenas poderia ser realizada se o plano atual fosse com o regime de tributação regressivo
d) A portabilidade não pode ser realizada
13) Um determinado cliente contratou, 10 anos atrás um PGBL com regime progressivo de IR. Hoje ele quer
fazer a alteração do regime de tributação para o regime regressivo do IR. Nesse caso:
a) Pode ser feito, pois trata-se de um PGBL . Em um VGBL não poderia ser realizado .
b) Pode ser feito (Tanto no PGBL quanto no VGBL) a troca da tabela progressiva para a regressiva
c) Pode ser feito e o cliente já estará na alíquota de 10% (a partir de 10anos) na tabela regressiva
d) Não pode ser feito
247
a) Colocar 50% dos recursos em um PGBL com tabela regressiva de IR e o restante em um VGBL com tabela
regressiva.
b) Colocar 50% dos recursos em um PGBL com tabela progressiva de IR e o restante em um VGBL com tabela
progressiva.
248
10. B
11. C
12. D
13. B
14. C
15. A
249
1. Conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes
econômicos:
a) Sistema Financeiro Nacional.
b) SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro).
c) Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia).
d) CETIP (Câmara de Custódia e Liquidação).
3. Seu cliente contratou um plano Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL. Onde o mesmo pode obter mais
informações sobre o plano, além da seguradora:
a) Superintendência de Previdência Complementar – PREVIC.
b) Banco Central do Brasil – BACEN.
c) Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
d) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.
250
I. NTN-B
II. LCI
III. CDB
Está correto:
a) I.
b) I e III.
c) II.
d) I, II e III.
6. São considerados investidores profissionais, segundo a CVM, pessoas físicas e jurídicas que atestem
possuir investimentos financeiros superiores a:
a) R$ 600.000,00
b) R$ 10.000.000,00
c) R$ 300.000,00
d) R$ 1.000.000,00
251
9. Em um processo de API, qual dos fatores abaixo não são considerados para análise?
a) Cenário macroeconômico
b) Experiência em investimentos
c) Objetivo de investimento
d) Situação financeira
11. Quanto ao registro das operações dos clientes, as instituições financeiras são obrigadas a mantê-lo:
a) Integralmente, identificando esses clientes, pelo prazo mínimo de dez anos
b) Integralmente, identificando esses clientes, pelo prazo mínimo de cinco anos
c) Integralmente, sem identificar esses clientes, pelo prazo mínimo de dez anos
d) Integralmente, sem identificar esses clientes, pelo prazo mínimo de cinco anos
252
13. Para adequar corretamente os produtos às necessidades do cliente torna-se necessário efetuar um processo
de avaliação que defina o tipo de cliente, esta prática adotada pelas instituições financeiras associadas da
ANBIMA, recebem o nome de:
a) API – Análise de Perfil do Investidor.
b) AFRI – Análise do Fator de Risco do Investidor.
c) EPI – Enquadramento do Perfil do Investidor.
d) CMA – Conservador, Moderado e Arrojado.
15. A taxa real de um investimento com taxa nominal de 15% e IGP-M de 5% é de aproximadamente:
a) 20%.
b) 15%.
c) 10%.
d) 5%
16. Com relação ao mercado primário e o mercado secundário, assinale a alternativa correta:
a) No mercado secundário são emitidos títulos novos
b) As empresas utilizam o mercado secundário, Bolsa de Valores, para captarem recursos
c) No mercado Secundário existe a liquidez dos títulos e valores mobiliários
d) No mercado Primário existe a liquidez dos títulos e valores mobiliários
253
18. Seu cliente fez uma aplicação em ações. Meses depois, o valor destas ações despencou. Que tipo de risco
será observado, principalmente:
a) Legal, que é coberto pelo FGC até o limite de R$ 250 mil.
b) De imagem, que é coberto pelo FGC até o limite de R$ 250 mil.
c) De mercado, que não é coberto pelo FGC até o limite de R$ 250 mil.
d) De crédito, que é coberto pelo FGC até o limite de R$ 250 mil.
20. Seu cliente possui 4 produtos prefixados na carteira conforme prazos abaixo:
Qual dos 4 ativos é o que mais seria afetado em uma alteração da taxa de juros:
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
254
25. É característica de um Fundo de investimento oferecer um tratamento igualitário que se caracteriza como
sendo aquele em que:
a) Todos os cotistas possuem os mesmos direitos e deveres.
b) O cotista com o maior valor de aplicação leva maior rentabilidade.
c) O cotista que iniciou antes a aplicação leva maior rentabilidade.
d) O cotista com maior quantidade de cotas leva maior rentabilidade.
255
28. Para um gestor de Renda Fixa simples, trata-se de uma movimentação que o obriga a comprar novos ativos
no mercado:
a) Saída de cotistas.
b) Resgate de cotas pelos cotistas atuais.
c) Alteração na taxa de juros do mercado.
d) Grande volume de aplicação de recursos no Fundo.
256
33. Um investidor deseja aplicar em um Fundo de investimento com elevado risco e volatilidade. A sequência
de rentabilidade apresentada pelo Fundo com essas características é:
257
39. Seu cliente ao operar no Tesouro Direto deseja aplicar em um título que seja corrigido pela inflação e que
não tenha risco de reinvestimento. Nesse caso, deverá escolher:
a) Tesouro IPCA + com Juros Semestrais (NTN-B).
b) Tesouro Selic (LFT).
c) Tesouro Prefixado (LTN).
d) Tesouro IPCA + (NTN-B Principal).
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44. Com respeito à tributação de Fundos de investimentos de regime condomínio aberto de Renda Fixa, sem
prazo de carência, o imposto de renda retido na fonte ocorre:
46. Seu cliente pessoa física deseja um produto com vantagem tributária e garantido pelo FGC. Você deveria
indicar:
a) CDB.
b) LCI.
c) Ações.
d) Debêntures Incentivadas.
47. Com relação ao imposto de renda (IR) em uma aplicação de Certificado de Depósito Bancário – CDB:
a) Ocorre nos últimos dias úteis de maio e novembro.
b) Incide com a tabela regressiva do IR sobre o valor total resgatado pelo cliente.
c) Incide com a tabela regressiva do IR sobre o valor total do rendimento do cliente.
d) Incide com a tabela progressiva do IR sobre o valor total do rendimento do cliente.
48. Seu cliente possui um PGBL e deseja migrar para um VGBL. Nesse caso:
a) Basta realizar uma portabilidade, sem cobrança de tributação.
b) Precisará resgatar o PGBL, incidindo tributação.
c) Precisará resgatar o PGBL, porém com isenção de tributação, pois o destino será um outro plano.
d) Basta realizar uma portabilidade, porém com cobrança de tributação.
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a) VGBL, pois ele permite deduções com previdência em até 12% do rendimento bruno anual do proprietário
desse produto.
b) PGBL, pois ele permite deduções com previdência em até 12% do rendimento bruno anual do proprietário
desse produto.
c) VGBL, pois como essa pessoa é isenta de imposto, vale mais a pena para ela aproveitar o fato de que o
imposto sobre o resgate do VGBL incide apenas sobre os rendimentos.
d) O PGBL, pois além do imposto sobre o resgate incidir somente sobre os rendimentos, ele ainda oferece a
possibilidade de o proprietário desse produto conseguir deduzir até 12% do seu rendimento bruto anual
com previdência.
50. Em um plano de previdência privada, durante o período de diferimento (acumulação) o participante corre
risco de crédito da (o):
261
10. B 35. D
11. B 36. D
12. C 37. B
13. A 38. A
14. D 39. D
15. C 40. B
16. C 41. B
17. D 42. D
18. C 43. A
19. A 44. B
20. D 45. B
21. B 46. B
22. D 47. C
23. C 48. B
24. C 49. C
25. A 50. A
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Quando falamos de previdência obrigatória, é necessário lembrar que, de um lado, temos o Regime Geral
de Previdência Social – RGPS, cuja gestão é efetuada pelo INSS, que vincula obrigatoriamente todos os
trabalhadores do setor privado e também os servidores públicos não vinculados a regimes próprios de
previdência social e, por outro lado, temos vários regimes próprios de previdência social cujas gestões são
efetuadas, distintamente, pelos próprios entes públicos instituidores.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é responsável pelo pagamento da aposentadoria e demais
benefícios aos trabalhadores brasileiros, com exceção de servidores públicos. Para ter direito ao benefício, o
trabalhador deverá pagar uma contribuição mensal durante um determinado período ao INSS, variando de
acordo com o tipo de aposentadoria.
REGIME FUNCIONAL
É um sistema de previdência, estabelecido no âmbito de cada ente federativo, que assegure, por lei, a todos os
servidores titulares de cargo efetivo, pelo menos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte previstos
no artigo 40 da Constituição Federal. São intitulados de Regimes Próprios porque cada ente público da
Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) pode ter o seu, cuja finalidade é organizar a
previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo, tanto daqueles em atividade, como daqueles já
aposentados e também dos pensionistas, cujos benefícios estejam sendo pagos pelo ente estatal.
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Entende-se por regime financeiro de repartição simples aquele em que as contribuições pagas por todos
os servidores e pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, em um determinado período, deverão ser
suficientes para pagar os benefícios decorrentes dos eventos ocorridos nesse período.
Dadas as características deste regime, o atuário fará constar na nota técnica referência expressa às
perspectivas de elevação gradual das taxas correspondentes ao custeio desses benefícios, ao valor máximo
previsível, e às razões que levaram à escolha desse regime.
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4. REGIME DE CAPITALIZAÇÃO
Um regime de capitalização é um regime financeiro formatado de modo a gerar reservas capazes, por sí
próprias e por seus rendimentos no mercado financeiro, de garantir o pagamento de determinado benefícios ou
coberturas contratadas. Esse regime, muito utilizado em previdência e seguros, prevê a incorporação dos
ganhos nos valores aportados.
5. CÁLCULO ATUARIAL
A avaliação Atuarial é o estudo técnico desenvolvido pelo atuário, baseado nas características
biométricas, demográficas e econômicas dos segurados do regime, com o objetivo principal de estabelecer, de
forma suficiente e adequada, os recursos necessários para a garantia dos pagamentos dos benefícios previstos.
Como uma das expressões e aplicações do cálculo atuarial temos o equilíbrio atuarial. O objetivo deste
é mensurar os fluxos futuros de receitas (contribuições dos segurados e da patrocinadora) e despesas
(pagamentos de benefícios), com o objetivo de estabelecer o nível de contribuições que suportem os benefícios
a serem concedidos aos segurados.
Aqui, deve-se fazer uma distinção com o equilíbrio financeiro do regime. Enquanto este é atingido
quando o que se arrecada é suficiente para custear os benefícios assegurados em cada exercício financeiro, o
equilíbrio atuarial é alcançado quando todos os parâmetros atuariais são considerados para manter o equilíbrio
financeiro durante todo o período de existência do Plano Previdenciário.
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▪ Os parâmetros financeiros (taxa de juros projetada para aplicação dos Fundos constituídos com as
contribuições dos participantes e patrocinadores etc.);
▪ Os parâmetros econômicos (rotatividade dos empregados, admissões e demissão; taxa de inflação etc.);
No regime de repartição simples, existe benefício definido. Basicamente, se sabe qual será o benefício a ser
recebido, mas não se pode prever o número preciso de contribuições. Em um regime de contribuição definida,
se sabe qual será a contribuição, mas não se pode prever qual será o benefício recebido, pois as contribuições
são aplicadas em produtos financeiros.
▪ Ativo atuarial: Valor presente dos ativos financeiros ou fontes dos recursos garantidores.
RESERVAS MATEMÁTICAS
▪ Se o ativo líquido for maior que o passivo líquido, teremos um superávit atuarial.
▪ Se o passivo líquido for maior do que o ativo líquido, teremos um déficit atuarial.
▪ Insuficiências, nos casos dos planos deficitários, são caracterizadas como reservas matemáticas a constituir.
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Surge na medida em que o servidor público, ao se aposentar, pode averbar tempo de contribuição
anterior aportado ao regime geral (INSS). Sendo assim, mediante o processo administrativo formalizado, este
servidor irá provocar uma receita de compensação previdenciária para o regime instituidor do benefício
programado (regime próprio), sendo repassada mensalmente pelo regime de origem (INSS).
7. PLANO DE CUSTEIO
O plano de custeio definido pela avaliação atuarial é aquele estabelecido para se atingir o equilíbrio
atuarial do plano. O plano de custeio que está sendo posto em prática, o plano de custeio legal, geralmente não
possui equilíbrio atuarial, podendo levar à insolvência futura do Fundo previdenciário.
O planejamento da aplicação dos recursos garantidores de modo a assegurar a existência dos fluxos de
recursos para o pagamento de benefícios concedidos e a receber se denominam ALM:
O DRAA é um documento exclusivo de cada RPPS que registra de forma resumida as características
gerais do plano e os principais resultados da Avaliação Atuarial.
▪ Plano de benefícios: descrição das coberturas existentes e das condições gerais de concessão dos
benefícios do plano previdenciário;
▪ Plano de custeio: definição das fontes de recursos do regime, as receitas previdenciárias e créditos
atribuídos ao plano;
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O CRP é um documento fornecido pela Secretaria de Políticas da Previdência Social do MPS. Ele atesta
o cumprimento dos critérios e exigências estabelecidos na Lei 9.717, como o estabelecimento de normas de
boa gestão, de forma a assegurar o pagamento dos benefícios previdenciários a seus segurados.
Para a emissão do CRP é exigida a elaboração de avaliações atuariais anualmente, que demonstrem a
real situação de suas obrigações e as possibilidades de sustentabilidade.
Também é necessário o cumprimento de uma série de exigências legais, como a manutenção do caráter
contributivo e a comprovação da realização dos repasses das contribuições às unidades gestoras do RPPS,
realização de transferências voluntárias de recursos pela União (exceção às ações de educação, saúde e
assistência social), celebração de acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como de recebimento de
empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades de Administração direta e
indireta da União, liberação de recursos de empréstimos e financiamentos por instituições financeiras federais e
pagamento dos valores devidos pelo RGPS em razão de compensação previdenciária.
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O Fundo deve apresentar os critérios que serão utilizados na seleção dos gestores. Os critérios podem
ser quantitativos (levando em conta a performance dos produtos e do gestor nos momentos de crise) ou
qualitativos (considerando a credibilidade das instituições, solidez e experiência com clientes institucionais).
Com relação a alocação de recursos do Fundo, devem ser considerados fatores como objetivo de
investimento, meta atuarial, limite de assunção de risco, período (horizonte) de investimento, dentre outros
importantes fatores.
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Com a contratação de nosso curso, você obtém acesso a nossas aulas online, explicações em vídeo das
questões do simulado, dicas específicas para o exame, além de outros conteúdos que te preparam ao máximo
para a realização da prova.
Por fim, gostaríamos de te desejar uma excelente prova e uma carreira de muito sucesso!
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