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TENSÕES EM UM PLANO OBLÍQUO AO EIXO

– Estudamos as seguintes situações:


1) Esforço axial
P = esforço na direção do eixo
A = área da seção transversal ao eixo
P o esforço normal tem sua linha de ação agindo
As tensões são do tipo  =
A perpendicularmente à seção transversal.

2) Esforço tangencial (corte puro)

V
L = (tensão tangencial)
A

A linha de ação do esforço está paralela à seção


Obs.: Desde que L seja pequeno
transversal.

3) Força Inclinada (junção das duas anteriores)


– Para uma força que pode ser decomposta em um esforço normal, que induz tensão
normal (σ), e outra cortante, que induz tensão de cisalhamento (τ), ambas agindo na seção
transversal, temos.

Agora analisemos o efeito das tensões em um plano oblíquo ao eixo, que forma um ângulo
θ com a seção transversal. Assim, para uma barra carregada axialmente.

N
cos = → N = P cos
P
V
sen = → V = P sen
P
A A
cos = → A =
A cos
A tensão normal no plano oblíquo será:
N P cos P
 =  = →   = cos2  ∴  =  x cos2 
A A A
cos
A tensão tangencial por sua vez, será:
V P sen P
 = = →   = sen cos ∴   =  x sen cos
A A A
cos

Lembrando a relação:
sen(a + b) = sen a cosb + sen b cos a , sendo a = b = 
sen( +  ) = sen cos + sen cos
sen(2 )
sen(2 ) = 2 sen cos ∴ sen cos = , portanto é possível escrever:
2
x
 = sen 2
2
Quando θ = 45º
P x
  =  x cos 2 (45 ) →   = =
2 2A
  P
  = x sen(2  45) →   = x = (valor máximo)
2 2 2A
 P
 = 45 →   =   = x =
2 2A
P
 =  x =
Quando θ = 0 A
 = 0
θ = 90° {   =   = 0
x P
θ = 45º {   =   = =
2 2A
Para θ = 45º →   =  45 =  Máx
θ = 0 →   =  x =  Máx
Há de se verificar o corpo para essas duas situações.

Derivando a expressão de σ(θ) em relação a θ e igualando a zero.


d (  )
= 0 (Ponto de máximo)
d
d ( x cos2  )
= 0 →  x  2 cos  (− sen ) = 0
d
− 2 x cos sen = 0
Como  x  0 → cos sen = 0 ou cos = 0 , ou sen = 0
cos = 0 →  = 90
sen = 0 →  = 0 ou  =180 (Verificar validade)
Ou ainda −  x (2 cos sen ) = 0 →  x sen 2 = 0
 x  0 → sen 2 = 0 ∴ 2 = 0 →  = 0
 = 90 (Ponto de mínimo)
Derivando a expressão de τ(θ) em relação a θ, igualando a zero.
d (  ) d ( x sen cos )
=0 → =0
d d
 x [sen (− sen ) + cos cos ] = 0
 x (− sen2  + cos2  ) = 0 →  x  0 ∴ − sen2  + cos2  = 0
cos2  = sen2  → cos = sen →  = 45

TENSÕES BIAXIAIS

NPx = Px cos
VPx = Px sen 
N Py = Py sen
VPy = Py cos

N = N Px + N Py
V = VPx − VPy

N = Px cos + Py sen , dividindo por A


N Px cos Py sen Px cos Py sen
= + = +
A A A Ax Ay
cos sen
N Px P
= cos2  + y sen2  Ax
A Ax Ay A =
cos
  =  x cos2  +  y sen2  Ay
A =
sen
V = Px sen  − Py cos  , dividindo por A
V Px sen Py cos Px sen Py cos
= − = −
A A A Ax Ay
cos sen
V P P
= x sen cos − y sen cos
A Ax Ay
 =  x sen cos −  y sen cos
sen 2
  = ( x −  y ) sen  cos  , como sen cos =
2
sen 2
  = ( x −  y ) →
2
( x −  y )
 = sen 2
2
 2
Quando  = , sen = cos =
4 2
 +y
2 2
 2  2  x y
  = 45 =  x   + y

 =
 2  + →   = 45 == x
 2    2 2 2
( −  y )   x − y
  = 45 = x sen  →   = 45 = =  Máx
2 2 2

Relação entre G, E e ν (Por tensões biaxiais – dedução) σ


Quando  = e  x = − y
4
  =  x cos2  +  y sen2 
 
  =  x cos2 +  y sen2
4 4
  = 0 → Corte Puro (Situação)
( x −  y )
Com  x = − y  = sen 2
2
 x → tração  − (− x )   
 = x sen 2  
 y → compressão 2  4
 =  x
Um elemento a 45º sob um estado biaxial de tensões no qual uma tensão seja de tração e
a outra de compressão, encontra-se em uma situação de corte puro, ou seja, atuam apenas
tensões de cisalhamento. Nessa situação, é importante ter claro que as arestas do elemento
não sofrem alongamento ou encurtamento, mas as diagonais sim.
 
 −  1+ 
tg 2 = y

 2  1 +  x
 
    1+  y
tg −  =
 4 2  1+ x
 
tg − tg
   4 2
Da relação trigonométrica, tem-se tg −  =
 4 2  1 + tg tg 

4 2
 
Como γ é pequeno pode-se fazer tg = e, portanto:
2 2

1−
   2 , substituindo, tem-se:
tg −  =
 4 2  1+ 
2

1−
2 = 1 +  y (1)
 1+ x
1+
2

Para um estado biaxial de tensões sabe-se que:


 x  y y  x
x = − e y = , como  x = − y

E E E E
  (− x )   
x = x − →  x = x + x ∴  x = x (1 +  ) (2) e
E E E E E
  
 y = − x − x →  y = − x (1 +  ) ∴  y = − x (3)
E E E

Substituindo (3) em (1)



1−
2 = 1 +  y → 1 −  (1 +  ) = 1 +  (1 −  ) , assim
 1+  x  2
x
 2
x
1+
2
   
1+ x − − x =1+ − x − x
2 2 2 2
     
 x − = −  x → − − = − x −  x , logo 2  = 2   x ∴  x = , de (2)
2 2 2 2 2 2
x    
(1 +  ) = → x (1 +  ) = , como para um elemento a →  =  x em um estado
E 2 E 2G 4
biaxial de tensões.
x  E
(1 +  ) = x → G =
E 2G 2(1 +  )

Relação entre G, E e ν (Considerando uma força de tração) Dedução 2


Quando  =
4
( −  y )
 = x sen 2
2
y =0 →
x  
 = sen 2  
2  4
x
 =
2
  =  x cos  +  y sen 
2 2
x
Com  y = 0 →   =
2
Um elemento a 45º possui tensões de cisalhamento e tensões axiais em suas faces.

 
 1−   −
= tg 2
y

 1 +  x  2
 
    1−  y
tg −  =
 4 2  1+ x
Da relação trigonométrica tem-se:
 
tg − tg
 
4 2 , como γ é pequeno pode-se fazer tg  = 
tg −  =
 4 2  1 + tg  tg  2 2
4 2

1−
   2 , substituindo
tg −  =
 4 2  1+ 
2

1−
2 = 1 −  y → 1 −  (1 +  ) = 1 +  (1 −  )
 1+ x  2
x
 2
x
1+
2
       
1 +  x − −  x = 1 + −  x −  x → − − −  x +  x = − x −  x
2 2 2 2 2 2 2 2

(1 + 1 +  x −  x ) =  x (1 +  ) →  2 +  x (1 −  ) =  x (1 +  )
2 2
  x (1 +  )  x (1 +  )
= → =
2 2 +  x (1 −  ) 
1 + x (1 −  )
2
Considerando a  x pequena quando comparado à unidade.
 x (1 +  )  x  
= , lembrando  = e x = e que quando  = →  = x (para 45º)
1 G E 4 2
 x x x
= (1 +  ) → = (1 +  )
G E 2G E

E E
Para  = 0,5 → G = = → G = 0,33E
2(1 + 0,5) 3
E E E
G= Para  = 0,2 → G = = → G = 0,42E
2(1 +  ) 2(1 + 0,2) 2,4
E E
Para   0 → G = = → G = 0,5E
2(1 + 0) 2

Aplicação:
Quais as tensões nas fibras da madeira do bloco abaixo?
400
1 = − = −1,6kgf / cm 2
10  25
  =  y cos2 
 28 = −1,6 cos2 28 →  28 = −1,25kgf / cm2

  = y sen(2 )
2
− 1,6
 28 = sen(2  28)
2
 28 = −0,66kgf / cm2
Ou  28 = −1,6 sen 28 cos28 = −0,66kgf / cm2

As tensões num plano inclinado p-q de uma barra tracionada são   = 900 kgf / cm 2 e
  = 300 kgf / cm 2 . Achou a tensão normal e o ângulo θ.
p
  = 900 kgf / cm 2
  = 300 kgf / cm 2
q
 =  x cos2    =  x cos cos

  =  x sen cos   =  x sen cos
  300
Fazendo =
  900
 x sen cos 3 sen 1 1
= → = ∴ tg = ∴  = 18,43 ou  = 1826'82' '
 x cos cos 9 cos  3 3
Por  =  x cos2 
900
x = →  x = 1000 kgf / cm
2

cos 18,43
2

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