Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
π x x2
f (x) = + − ·
2 2 4π
(a) Faça uma extensão par e periódica de perı́odo T = 2π da função f e determine a sua
série de cossenos.
(b) Na série obtida, faça x = 0 e mostre que
∞
1 π2
∑ n2 6 ·
=
n=1
Assim,
x x2
Z π Z π
2 2 π
a0 = f (x) dx = + − dx
π 0 π 0 2 2 4π
π
π x x2 x3
2
= + −
π 2 4 12π 0
2
π2 π3 π · 0 02 03
2 π
= + − − + −
π 2 4 12π 2 4 12π
2 π2 π2 π2
= + −
π 2 4 12
2 6π 2 + 3π 2 − π 2 2 2π 2 4π
= = · = ·
π 12 π 3 3
Portanto,
4π
a0 = ·
3
1
Agora calcula-se os coeficientes an , lembrando que f é par. Tem-se:
Z π
2
an = f (x) · cos(nx) dx
π 0
x x2
Z π
2 π
= + − cos(nx) dx
π 0 2 2 4π
Z π Z π Z π
1 1
(1) = cos(nx) dx + x · cos(nx) dx − 2 x2 · cos(nx) dx.
0 π 0 2π 0
A primeira integral acima é direta, a segunda exige uma integração por partes e a terceira
integral deve ser calculada através de duas integrações por partes. Cada uma será resolvida
em separado. Tem-se:
Z π π
sen (nx) sen π sen 0 0 0
(2) cos(nx) dx = = − = − = 0.
0 n 0 n n n n
cos(nx) π
sen (nπ ) sen 0
1
= π· − + 2
π n n n π 0
1 0 0 1
= − + 2 [cos(nπ ) − cos 0]
π n n n π
1
(3) = [(−1)n − 1],
n2 π
pois sen (nπ ) = sen 0 = 0, cos 0 = 1 e cos(nπ ) = (−1)n .
Agora calcula-se a terceira integral em (1) fazendo u = x2 e dv = cos(nx) dx, de modo
sen (nx)
que du = 2xdx e v = na primeira integração por partes. Assim,
n
Z π π π
1 1 2 sen (nx) 1 sen (nx)
Z
2
− 2 x · cos(nx) dx = − 2 · x · + 2 2x · dx
2π 0 2π n 0 2π 0 n
Z π
2 sen (nπ )
1 2 sen 0 1
=− 2 π · −0 · + 2 x · sen (nx) dx
2π n n nπ 0
Z π
1
= x · sen (nx) dx
nπ 2 0
2
π Z π
1 cos(nx) 1 cos(nx)
=− 2
·x· + dx
nπ n 0 nπ 2 0 n
π
1 1
=− 2 2
[π . cos(nπ ) − 0 · cos 0] + 3 2 · sen (nx)
n π n π 0
1 1
=− · π · (−1)n + [ sen (nπ ) − sen 0]
n2 π 2 n3 π 2
1
(4) =− · (−1)n,
n2 π
pois sen (nπ ) = sen 0 = 0. Além disso, na segunda integração por parte se fez U = x e
cos(nx)
dV = sen (nx)dx, de modo que dU = dx e V = − .
n
Substituindo (2), (3) e (4) em (1), conclui-se que
1 1
an = 0 + [(−1)n − 1] − · (−1)n
n2 π n2 π
1 1 1
= · (−1)n − − · (−1)n
n2 π n2 π n2 π
1
=− ·
n2 π
Portanto, tem-se que
1
an = − ·
n2 π
Por outro lado, como f é par, então
Z π
1
bn = f (x) sen (nx) dx = 0,
π −π
pois o integrando é produto de uma função par (a extensão f ) por outra função ı́mpar (seno),
resultando em uma função ı́mpar. Como o intervalo é simétrico e o integrando é uma função
ı́mpar, tem-se que a integral é igual a zero.
Assim, a série de Fourier para a extensão f é dada por
∞
a0
f (x) ∼ + ∑ [an · cos(nx) + bn · sen (nx)]
2 n=1
∞
1 4π 1
∼ · +∑ − 2 cos(nx)
2 3 n=1 n π
2π 1 ∞ cos(nx)
∼ − ∑ ·
3 π n=1 n2
3
PARTE (b): Observe que zero pertence ao intervalo [−π , π ], domı́nio de f . Logo pode-se
escrever
2π 1 ∞ cos(nx)
f (x) = − ∑ ·
3 π n=1 n2
Fazendo x = 0 na série acima, obtém-se
π 2π 1 ∞ cos(0)
= f (0) = − ∑
2 3 π n=1 n2
2π 1 ∞ 1
= − ∑ 2·
3 π n=1 n
Portanto,
1 ∞ 1 2π π
∑
π n=1 n2
=
3
−
2
1 ∞ 1 4π − 3π π ,
∑
π n=1 n2
=
2·3
=
6
ou seja, que
∞
1 π2
∑ 2= 6·
n=1 n
Exercı́cio 2 [30 pontos]: Seja α um número real não inteiro. Use a forma complexa para
obter a série de Fourier (real) para a seguinte função periódica:
sen (α x), se − π ≤ x < π ,
f (x) =
periódica de perı́odo T = 2π .
4
O valor a primeira integral no último membro acima é 0, pois o integrando é produto
entre uma função ı́mpar (seno) por outra par (cosseno), de modo que todo o integrando é
uma função ı́mpar e a integral é tomada em intervalo simétrico. Assim, pela proposição 5.7
o valor da integral é zero.
Para a segunda integral no último membro citado será usada uma identidade trigonométrica
obtida da seguinte maneira: das identidades do cosseno para a soma e diferença,
cos(a + b) = cosa · cos b − sen a · sen b,
cos(a − b) = cosa · cos b + sen a · sen b,
i 1
=− · { sen [(α − n)π ] − sen [(α − n)0]} +
2π α − n
i 1
+ · { sen [α + n)π ] − sen [(α + n)0]}
2π α + n
i 1 i 1
=− · · sen (απ − nπ ) + · · sen (απ + nπ ).
2π α − n 2π α + n
Agora se usa as seguintes identidades para o seno da soma e da diferença:
sen (a + b) = ( sen a)(cos b) + ( sen b)(cos a),
sen (a − b) = ( sen a)(cos b) − ( sen b)(cos a).
5
Tomando a = απ e b = nπ , segue-se que
i 1 i 1
cn = − · · sen (απ − nπ ) + · · sen (απ + nπ )
2π α − n 2π α + n
i 1
=− · {[ sen (απ )][cos(nπ )] − [ sen (nπ )][cos(απ )]} +
2π α − n
i 1
+ · {[ sen (απ )][cos(nπ )] + [ sen (nπ )][cos(απ )]}
2π α + n
i 1 i 1
=− · · sen (απ ) · (−1)n + · · sen (απ ) · (−1)n
2π α − n 2π α + n
(−1)n sen (απ )
1 1
= i· −
2π α +n α −n
onde usou-se os fato que sen (nπ ) = 0 para todo n e que cos(nπ ) = (−1)n .
Além disso, fazendo n 7→ −n em cn , encontra-se
6
Agora determina-se os coeficientes (reais) de Fourier. Como a0 = 2 c0, fazendo n = 0 em
cn , obtém-se
(−1)0 · 0 · sen (απ ) 0
a0 = 2 c0 = −i · 2 2
= = 0.
π (α − 0 ) πα 2
O BS .: note que cn é um imaginário puro e que c0 = 0. Isto está em conformidade com a
proposição 10.1, pois a função f (x) = sen (α x) é ı́mpar. Observe também que c−n = −cn .
Para an, basta usar a relação an = cn + c−n e lembrar, pelo que foi determinado acima,
que c−n = cn . Assim,
an = cn + c−n
= 0.
Observando que sen (α x) é uma função ı́mpar, era de se esperar que a0 = 0 e an = 0 para
todo n ∈ N.
Para bn, basta usar a relação bn = i(cn − c−n) e o fato já encontrado de que c−n = −cn .
Tem-se:
7
(a) Faça uma extensão par e periódica de perı́odo T = 4 e mostre que a série de cossenos
para a função f é dada por
8 ∞
1 (2k − 1)π x
f (x) ∼ 1 − 2 ∑ · cos ·
π k=1 (2k − 1)2 2
S OLUÇ ÃO : Parte (a): a extensão par e periódica para a função dada será f (x) = | x |, para
−2 ≤ x ≤ 2, com T = 4. Assim, como f (x) é par, tem-se que os coeficientes bn da série de
Fourier serão todos nulos, pois, neste caso, tem-se uma integral de função ı́mpar (produto de
f , que é par, por senos, que são funções ı́mpares) em intervalo simétrico, que é igual a zero.
Então basta calcular os coeficientes a0 e an .
Para a0, tem-se:
Z 2 Z 2
1 2
a0 = f (x)dx = x dx
2 −2 2 0
2
x2 4
= = = 2.
2 0 2
2 nπ x 2 2
Z 2 nπ x
= · x · sen − sen dx
nπ 2 0 nπ 0 2
nπ x 2
2 2 2
= [2 · sen (nπ ) − 0 · sen 0] − · − · cos
nπ nπ nπ 2 0
4 4
= [cos(nπ ) − cos 0] = [(−1)n − 1]
n2 π 2 n2 π 2
8
=− (para n = 2k − 1 ı́mpar),
(2k − 1)2 π 2
8
Portanto, a série de Fourier para f é dada por
∞ h nπ x nπ x i
a0
f (x) ∼ + ∑ an cos + sen
L n=1 L L
∞
2 8 (2k − 1)π x (2k − 1)π x
∼ +∑ − · cos + 0 · sen
2 k=1 (2k − 1)2π 2 2 2
8 ∞
1 (2k − 1)π x
∼ 1− 2 ∑ · cos
π k=1 (2k − 1)2 2
8 πx 1 3π x 1 5π x
∼ 1 − 2 cos + 2 · cos + 2 · cos +··· , 0<x<2
π 2 3 2 5 2
2
x3 23 8
= = = ·
3 0 3 3
isto é,
∞
8 64 ,
−2 = ∑ 4 4
3 k=1 (2k − 1) π
ou ainda,
2 64 ∞ 1 π4 ∞
1
= 4∑ ⇒ =∑ ·
3 π k=1 (2k − 1)2 96 k=1 (2k − 1)4
A última expressão significa
π4 1 1 1
= 4 + 4 + 4 +···
96 1 3 5
9
Agora observe que
1 1 1 1 1 1
S= 4
+ 4 + 4 + 4 + 4 + 4 +···
1 2 3 4 5 6
1 1 1 1 1 1
= + + +··· + 4 + 4 + 4 +···
14 34 54 2 4 6
1 1 1 1 1 1 1
= + + +··· + 4 + + +···
14 34 54 2 14 24 34
π4 S
= + ·
96 16
Assim,
S π4 16S − S π 4 π4 ,
S− = ⇒ = ⇒ 15S =
16 96 16 96 6
donde se conclui que
π4
S= ·
90
Portanto,
1 1 1 1 1 π4 ,
+ + + + + · · · =
14 24 34 44 54 90
que é o mesmo que
∞
1 π4
∑ 4 90 ·
=
n=1 n
10