Você está na página 1de 4

Instituto de Matemática e Estatística da USP

MAT2456 - Cálculo Diferencial e Integral IV para Engenharia


1a. Prova - 2o. Semestre 2004 - 13/09/2005

Turma A

Questão 1.

(a) (2,5 pontos) Calcule, caso existam, os limites das sequências de números reais (an )n∈N dadas por:
np
(1) (1,0 ponto) an = ,p ∈ R
2n
1  2n + 8 3n
(2) (1,0 ponto) an = n
8 n+3
(b) (1,0 ponto) Se f : R → R é derivável no zero e f (0) = 0, mostre que nf ( n1 ) → f 0 (0)
Solução:

np
(a) (1) Se p ≤ 0, então limn→∞ = 0 já que n0 = 1 e limn→∞ np = 0 se p < 0.
2n
Se p > 0, existe k ∈ N tal que k − 1 < p ≤ k. Aplicando a regra de l'Hospital k vezes, obtemos:
xp p(p − 1) · · · (p − k + 1)xp−k
lim = lim =0
x→∞ 2x x→∞ (ln 2)k 2x

uma vez que limx→∞ x2x = 0, pois p − k ≤ 0. Note que em todas as etapas anteriores obtemos 0
p−k

sobre 0 e, portanto, podemos aplicar a regra de l'Hospital. Portanto,


np
lim = 0.
n→∞ 2n

(2)
" #3
8 3n
1  2n + 8 3n 1 23n n3n (1 + 2n ) (1 + n4 )n
lim = lim n = lim = (e4−3 )3 = e3
n→∞ 8n n+3 n→∞ 8 n3n (1 + n3 )3n n→∞ (1 + 3 )n
n
Portanto,
lim an = e3 .
n→∞

(b) Como f (0) = 0, temos


f ( n1 ) − f (0)
 
1
lim nf = lim 1
n→∞ n n→∞
n
Como f é derivárel em 0, temos que
f (h) − f (0)
f 0 (0) = lim
h→0 h
Portanto,  
1
lim nf = f 0 (0). c.q.d.
n→∞ n

1
Questão 2. Determine se cada uma das séries abaixo converge absolutamente, condicionalmente ou diverge.

(a) (1,0 ponto) n (2n)! .


P∞
n=0 (−1) 2
(n!)
cos (2 + n2 )
(b) (1,5 ponto) .
P∞
n=1
n ln2 (n + 1)
 1 
(c) (1,5 ponto) ∞ n sen p , p > 0 (discutir em função de p).
P
n=0 (−1)
n+2
Solução:

(2n)!
(a) Seja an = (−1)n . Temos
(n!)2
an+1 (2n + 2)! n!2

1
lim =
2
. = lim .(2n + 2)(2n + 1) = 4
n→∞ an (n + 1)! (2n)! n→∞ (n + 1)2
Portanto, existe n0 ∈ N tal que |an+1 | > |an |, para todo n ≥ n0 e, portanto, a seqüência (|an |)∞
n=1 é estri-
tamente crescente. Isso implica que limn→∞ an 6= 0 [De fato, se limn→∞ an = 0, então limn→∞ |an | = 0,
o que é um absurdo]. Portanto, a série n (2n)! é divergente.
P∞
n=0 (−1) 2 (n!)
(b)
cos (2 + n2 ) 1 1
≤ ≤

2 2
n ln2 n

n ln (n + 1) n ln (n + 1)
1
Como f (x) = é decrescente ∀x > 0, contínua, positiva e limx→∞ f (x) = 0, temos, pelo Critério
x ln2 x
cos (2 + n2 )
da Integral, que a série ∞ converge se, e somente se, a integral imprópria 2∞ f (x)dx
P R
n=1 2
n ln (n + 1)
convergir. Mas,
 b 
∞ b  
1 1  1 1 1
Z Z
f (x)dx = lim 2 dx = b→∞
lim −
 = lim − + =
ln x ln b ln 2 ln 2

2 b→∞ 2 x ln x b→∞
2

Logo, a série dada converge absolutamente.


 1 
(c) Seja bn = sen p e an = (−1)n bn . Comparando-se no limite a série ∞n=0 bn com a série
P
n+2
1
, tem-se
P∞
n=0
(n + 2)p
1 

sen p
lim n+2 =1
n→∞ 1
(n + 2)p
1
e sabemos que converge para e diverge para . Logo, a série n=0 an converge
P P∞
p > 1 p ≤ 1
(n + 2)p
absolutamente se p > 1.

2
1 
Agora, como sen p é decrescente (já que em [0, π2 ] a função seno é crescente) e
n
 1  + 2
limn→∞ sen p = 0, temos que, pelo Critério de Leibniz, a série dada converge.
n+2

Logo, para 0 < p ≤ 1, a convergência é condicional.

3
Questão 3. (3,0 pontos) Encontre o raio e o intervalo de convergência da série de potências:

X n(x + 1)n
.
n=1
4n (n2 + 1)

Solução:
a
Sabemos que o raio de convergência da série acima será dado por R = limn→∞ n
, caso o limite
an+1
exista (nito ou innito). Assim,
a
n n 4n+1 ((n + 1)2 + 1) n (n + 1)2 + 1
R = lim = lim n 2 . = lim .4. =4
n→∞ an+1 n→∞ 4 (n + 1) n+1 n→∞ n + 1 (n2 + 1)

Portanto, a série converge absolutamente quando x ∈ (−5, 3) e diverge quando x < −5 ou x > 3.
n
n(x + 1)n n n2
Para x = 3, que diverge, já que limn→∞ n2 +1
=1e
P∞
= ∞
P
n=1 n 2 n=1 2 1 = limn→∞
4 (n + 1) n +1 n
n2 + 1
P1
diverge (Critério da Comparação no Limite).
n
n(x + 1)n n n x
Para x = −5, ∞ = ∞ n . Note que limn→∞ 2 = 0 e se f (x) = 2 ,
P P
n=1 n 2 n=1 (−1) 2
4 (n + 1) n +1 n +1 x +1
x2 + 1 − 2x2 −x2 + 1
f 0 (x) = 2 2
= , que é negativo para x > 1. Portanto, f é decrescente para x > 1. Logo,
 n  (x + 1) (x2 + 1)2
é decrescente, ∀n > 2. Assim, pelo Critério de Leibniz, temos que a série converge quando x = −5.
n2 + 1
Logo, a série dada converge se x ∈ [−5, 3).

Você também pode gostar