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Aula teórica 8

Limites de sucessões. Exemplos extra.


A unicidade do limite.
As propriedades algébricas dos limites. Exemplos.
A independência do limite relativamente a um número finito de ordens.

Material de estudo:

1. Mostremos que, segundo a definição de convergência atrás, é falso que

Começemos por ver que condição tem que se impôr a n para que |u

Demonstração (para um dos casos):


2

todos os naturais a partir de alguma ordem p.

Ora, dado ε > 0, existe p tal que, para n > p se tem |u

ou seja, lim(u

2.

3.

4.

5.

6.
lim

lim

lim ((−

lim

lim
n

n + 3

2n + 1

3 + 2

4 + 3

3 + 2

4 + 3
+ vn) = a + b = lim un + lim vn.
n

como consequência do teorema das sucessões enquadradas que será dado na próxima aula.

Exemplos:

1. lim (2 +

(2n + 1)

2n
3

n
n

+ 1

−n

−n

lim un = lim vn = 1.

2. A sucessão u
un
1

é convergente e lim u

3. A sucessão u n

sucessão u é divergente.
n
)(

= lim

= lim (

= {

= {
n
= lim

+ 3) (

4
1

3
n

= cos(n!π)
+ 1) = (lim 2 + lim

1 + 3/n

2 + 1/n

(−1) ,

2
−n

−n

(−1) ,
,
(2 + 1/n)

2 + 1/n

√n
1

(justificar)

n
n
3 ⋅ 2

4 ⋅ 3

Independência do limite relativamente a um número finito de ordens

Tem-se então o seguinte

Teorema: Se u n, vn
=

+ 1) = 3

−n

−n

n ⩽ 1000

n > 1000

= lim vn = 0.

n ⩽ 1000

n > 1000
n

lim 1 + lim 3/n

lim 2 + lim 1/n

= 1
=

+ 1

+ 1
|un − a| < ε

3
n

= 0 ⋅ 1 = 0
n

(lim 2 + lim 1/n)

lim 2 + lim 1/n

(justificar)
=
n

Vejamos a sucessão soma, a titulo de exemplo. Seja a = lim u e b = lim v . Da desigualdade triangular temos a implicação,

− a| < ε/2

) (lim (

1 + 0

2 + 0
n

(justificar)
3

são duas sucessões tais que existe uma ordem N para a qual, para todo n > N ,
lim

=
n

=
→ a

e |v

n

[AB] A. Bastos e A. Bravo, Cálculo Diferencial e Integral I. Texto de apoio às aulas, 2010., Cálculo Diferencial e Integral I. Texto de apoio às aulas,.
[CF] J. Campos Ferreira. Introdução à Análise Matemática, Fundação Gulbenkian, 8a ed., 2005.

Limites de sucessões. Mais exemplos.

Relembremos da aula anterior a importante definição seguinte:

Definição: Diz-se que uma sucessão u converge para a (u

(2 + 0)

2 + 0
n

.
) se, dado um ε > 0 arbitrário, existe p ∈ N tal que

Vimos alguns exemplos que ilustram este conceito em casos concretos. Os seguintes exemplos servem para perceberem o que é que falha na definição quando a afirmação "u

Exemplos

2
− a| < ε

n
− 1

2. Consideremos a sucessão u = (−1) . Vamos investigar, baseados na definição de limite, se a afirmação "u → 1" é verdadeira ou falsa. Consideremos a = 1. Então,
n
n

|un − a| < ε
1


2

2
n > p

→ 1

< ε ⇔

Reparem agora que se fôr fixado um ε ⩾ 1 esta desigualdade é válida para qualquer natural n. Mas, de acordo com a definição de limite, ε pode ser um positivo qualquer. Se, por
exemplo, ε = , a desigualdade acima escreve-se,
1

n
2

< 1

Ou seja, a desigualdade |u − a| < ε, nesse caso, é apenas válida quando n = 1. Se a definição de limite se aplicasse aqui, esta desigualdade seria válida para infinitos valores de n:

|(−1)

É possível adaptar este argumento para provar que esta sucessão, na realidade, não converge para nenhum número a. Não o fazemos aqui, dado que esta conclusão pode ser retirada
de um teorema geral que daremos à frente: o Teorema da convergência das subsucessões de sucessões convergentes.

A unicidade do limite

No exemplo 1. da secção anterior provámos que é falso que

Então, se q fôr o maior entre p e p , temos que

o que é absurdo.

daquelas desigualdades fosse verdadeira, então, para ε <

Conclusão: a = a e, portanto, o limite é único.



→ 1 depois de termos provado na aula passada que é verdadeiro que

Exemplo: As duas expressões seguintes representam o mesmo conceito:

Propriedades algébricas dos limites

São descritas no seguinte teorema:

Teorema (propriedades algébricas dos limites): Sejam u

lim(un ± vn) = lim un ± lim vn;

lim(un ⋅ vn) = lim un ⋅ lim vn;

lim
un

vn
=
lim un

lim vn
,

teríamos,

se v n ≠ 0 e lim v
n

Veja que este teorema estabelece que a convergência de u e v implica a convergência das sucessões u
≠ 0
n

|a−a |

2
1
2


→ 0. Podemos dizer que a veracidade da segunda

afirmação implica a falsidade da primeira? Se pudesse haver mais do que um limite para a mesma sucessão a resposta a esta questão seria obviamente negativa. No entanto, temos o
seguinte

Teorema (da unicidade do limite): Uma sucessão se tiver limite (isto é, se fôr convergente) ele é único.

Demonstração:
Sejam a, a limites da mesma sucessão u . Seja ε > 0 arbitrário. De acordo, com a definição de limite, existem ordens p, p tais que

n

n > p ⇒ |un − a| < ε

n > q ⇒

|(un + vn) − (a + b)| = |(un − a) + (vn − b)| ⩽ |un − a| + |vn − b|.

− b| < ε/2.

n > p

= 0,  se p > 0,

= 4.

Por outras palavras, se uma sucessão difere de outra apenas para um número finito de ordens, então são ambas convergentes ou ambas divergentes. Em caso de convergência, os limites
coincidem.

Trata-se de mais uma consequência directa da definição.

Exemplos

1. As sucessões u ev diferem apenas quando n = 1: u

coincide com a sucessão v

coincide com a sucessão v


n

n
= 2
1

= (−1) ,
= −1

−n
,

n
n

1 −

− 1| < ε

A primeira das desigualdades é satisfeita para qualquer natural n qualquer que seja ε > 0. Mas a segunda desigualdade, só é válida se o valor de ε fôr fixado maior que 2. Assim, por
exemplo, se ε = 1, a desigualdade |u − a| < ε não se verifica para nenhum n ímpar. Como o conjunto dos naturais ímpares não é majorado, não existe nenhum valor p nas
condições da definição e concluímos que a afirmação "(−1) → 1" é falsa.
n
n

 e simultaneamente, 
|un − a| < ε.

(vimos na aula anterior que

com a = 1 e u

2
n

n < √2

|un − a| < ε ∧ |un − a | < ε.

Se considerarmos a ≠ a , o valor de ε pode ser escolhido suficientemente pequeno para que seja impossível a conjunção das últimas duas desigualdades. Basta, para isso que seja menor
que a metade da distância entre a e a (pois, nesse caso, a intersecção de vizinhanças V (a) ∩ V (a ) é vazia). Confirmação (é uma aplicação da desigualdade triangular): se a conjunção
ε

|a − a | = |(a − un) + (un − a )| < |un − a| + |un − a | < 2ε < |a − a |

Só agora, podemos falar no limite de uma sucessão no singular e representamo-lo por, lim u . Temos então que é equivalente escrevermos u

.
n, vn
1

n
2
→ 0

duas sucessões convergentes. Então,


 e 
n
ε

lim

|(un + vn) − (a + b)| < ε,

Este teorema permite-nos usar alguns limites conhecidos para obter outros à custa de somas, diferenças, produtos e quocientes de sucessões. Nos exemplos seguintes, além do limite da
sucessão constante, lim c = c, usam-se os seguintes importantes limites:

O primeiro limite pode ser obtido directamente da definição de limite do mesmo modo que para o caso particular p = 2, que considerámos na última aula. O segundo é mais fácil obtê-lo

+ lim 1) = (2 + 0)(0 + 1) = 2.

lim un = lim vn.

enquanto v 1

n

< ε

n
=

lim c

= 1

n
1

= 0.
2

+ vn,

Da desigualdade da linha acima, deduz-se então,

n
:

n = 1.

0 < ε,

2 < ε,

n > p


1

2
> 1 − ε

= 0,  se |c| < 1.

un = vn
n

un − vn,
1


2

se n 
→ 0

é par,


):

se n é ímpar.

un ⋅ vn,

|un − a | < ε.
2
n (1 − ε) < 1.

e
1

n
2

un

vn
n → a ou lim u
n = a.

, então u é convergente sse v é convergente e, nesse caso,

excepto quando n ⩽ 1000, ou seja, para um número finito de ordens n. Logo, tal como v

excepto quando n ⩽ 1000, ou seja, para um número finito de ordens n. Logo, tal como v
n

. Logo, tal como a sucessão constante v , a sucessão u é convergente e n


n

n
n

(esta última, nas condições referidas).

n,
→ a " é falsa.

a sucessão

n, a

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