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Prof.

Carlos Alberto da Silva Junior DEMAT/UFSJ

0.9 Séries alternadas e Testes de Convergência


Definição 0.9.1 Seja a n > 0, para todo n ∈ N. Então, a série,
X
(−1)n a n = −a 1 + a 2 − a 3 + a 4 − · · ·

é chamada de Série Alternada.


„

Exemplo 0.9.1 Exemplos de séries alternadas:


1 1 1 1 1
(−1)n+1 = 1 − + − + − ···;
P

n 2 3 4 5
1 1 1 1 1
(−1)n = −1 + − + − + · · · .
P

n! 2! 3! 4! 5!
„

P Teste
Teorema 0.9.1 de Leibniz ou Teste das Séries Alternadas: Considere a série
alternada (−1) n
a
P n n, com a n > 0 e a n +1 < a n , para todo n ∈ N. Se lim a n = 0, então, a
série alternada (−1) a n converge.

Demonstração: Não será feita nessas notas. „

Exemplo 0.9.2 Estude a convergência das séries a seguir.


1 n +2
(−1)n+1 ; (−1)n
P P
a) b) .
n n(n + 1)

Solução:
1 1
a) Temos que n < n + 1 para todo n ∈ N. Consequentemente, < , ou seja,
n +1 n
1
a n+1 < a n e a n > 0, para todo n ∈ N. Além disso, lim a n = lim = 0. Logo, segue
n
1
do teste de Leibniz que a série alternada (−1)n+1 converge.
P
n
b) Observe que

(n + 1) + 2
a n +1 (n + 1)((n + 1) + 1) (n + 3)n (n + 1) n 2 + 3n
= = = < 1,
an n +2 n (n + 2)(n + 2) n 2 + 4n + 4
n (n + 1)

n +2
ou seja, a n+1 < a n e a n > 0, n ∈ N. Além disso, lim a n = lim = 0. Logo,
n2 + n
n +2
segue do teste de Leibniz que a série alternada (−1)n
P
converge.
n (n + 1)
„

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P
Definição 0.9.2 Dizemos que a série
P a n é Absolutamente Convergente se a série
|a n | for convergente.
„

2 2
(−1)n+1 (−1)n+1 =
P P
Exemplo 0.9.3 a) A série é absolutamente convergente, visto que
3n 3n
P 2 1
que é uma série geométrica de razão |r | = < 1 e, consequentemente, con-
3n 3
vergente.

1 1
(−1)n+1 (−1)n+1 =
P P
b) A série não é absolutamente convergente, visto que
n n
P1
que é a série harmônica e, consequentemente, divergente.
n
„

Então, pelos exemplos anteriores percebemos que existem séries convergentes


que são absolutamente convergentes e outras que não são. Essas séries convergen-
tes que não absolutamente convergente formam um novo grupo, cuja definição é
apresentada a seguir.
P
Definição 0.9.3 Uma série a n convergente que não é absolutamente convergente
é chamada de Condicionalmente Convergente.
„
P
Teorema 0.9.2 Se a série a n é absolutamente convergente, então, a série é conver-
gente e
X X
an ≤ |a n |.

Demonstração: Não será feita nessas notas. „


nπ
P cos 3
Exemplo 0.9.4 Estude a convergência da série .
n2
 nπ  nπ
cos cos 1
Solução: Temos que 3 = 3 ≤ , para todo n ∈ N. Assim,
n2 n2 n2
nπ
P cos 3 P 1
≤ e como a série maior converge (série-p com p > 2), segue
n2 n2 nπ
cos
do teste da comparação que a série
P 3 é absolutamente convergente e,
n2
consequentemente, convergente. „
Agora podemos apresentar os dois principais testes envolvendo convergência
de séries numéricas.

a n uma série dada para qual todo a n 6= 0.


P
Teorema 0.9.3 (Teste da Razão): Seja
Então,

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a n+1
= L < 1, então, a série a n é absolutamente convergente.
P
a) Se lim
an

a n+1 a n+1
= L > 1 ou se lim = +∞, então, a série a n é divergente.
P
b) Se lim
an an

a n +1
c) Se lim = 1, então, nenhuma conclusão podemos tomar sobre a convergência
an P
ou divergência da série a n por esse teste.

Demonstração: Não será feita nessas notas. „

Exemplo 0.9.5 Estude a convergência das séries a seguir.


n n +2
(−1)n+1
P
a) ; (−1)n+1
P
b) .
2n n (n + 1)

Solução:

a) Temos que

n +1
a n+1 2n (n + 1) 1 n +1 1
= lim 2 n
n+1
lim = lim = lim = < 1.
an 2 · 2n · n 2 n 2
2 n

n
(−1)n+1
P
Portanto, pelo teste da razão, a série é convergente.
2n
n +2
(−1)n+1
P
b) Já mostramos que a série é convergente, mas será que ela é ab-
n (n + 1)
solutamente convergente? Tentemos aplicar o testes da raiz para concluir isso. Já
a n+1 n 2 + 3n a n+1
concluímos que = e, consequentemente, lim = 1 e, por
an n + 4n + 4
2 an
P n +2
isso, não podemos tomar conclusão sobre a convergência da série
n (n + 1)
baseada no teste da razão. Contudo, observe que para todo n ∈ N temos que
n + 2 > n + 1 e, por isso,

n +2 n +2 1 X n +2 X1
⇒ > ⇒ ≥ .
n +1 n (n + 1) n n (n + 1) n

Assim, como a série menor diverge (série harmônica), segue do teste da compa-
n +2
ração que a série maior diverge. Portanto, a série (−1)n +1
P
é condicio-
n (n + 1)
nalmente convergente.

Teorema 0.9.4 (Teste da Raiz): Seja a n uma série dada para qual todo a n 6= 0.
P

Então,

a) Se lim n |a n | = L < 1, então, a série a n é absolutamente convergente.


p P

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|a n | = L > 1 ou se lim |a n | = +∞, então, a série


p
n
p
n
P
b) Se lim a n é divergente.

c) Se lim n |a n | = 1, então, P
p
nenhuma conclusão podemos tomar sobre a convergência
ou divergência da série a n por esse teste.

Demonstração: Não será feita nessas notas. „

Exemplo 0.9.6 Estude a convergência das séries a seguir.

32n+1 P 1
(−1)n
P
a) ; b) .
n 2n (ln(n + 1))n

Solução:

a) Temos que v
u 2n+1 1
3 32+ n
= lim = 0 < 1.
n
t
lim
n 2n n2

32n +1
(−1)n
P
Portanto, pelo teste da razão, a série é convergente.
n 2n
b) Temos que v
1 1
u
n = lim = 0 < 1.
n
t
lim
(ln(n + 1)) ln(n + 1)
P 1
Portanto, pelo teste da razão, a série é convergente.
(ln(n + 1))n
„
Agora, faça alguns exercícios. Bons estudos.

0.10 Exercícios
Exercício 0.10.1 Determine se a série a seguir é absolutamente convergente, condi-
cionalmente convergente ou divergente.
P 2 n 1 1
 ‹
(−1)n+1 (−1)n+1
P P
a) − ; e) ; h) p ;
3 n (ln(n ))2 1+ n
2n
(−1)
P n+1
b) ;
n! P sen(nπ) n!
(−1)n+1
P
2
f) ; i) ;
Pn n 10n
c) ;
n!
P 1 − 2sen(n ) P 1 P nn
d) ; g) ; j) .
n3 (ln(n ))n n!

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