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Curso de Cálculo 3

Prof. Adilson Lopes

FAMAT
Universidade Federal de Uberlândia

Uberlândia-MG, 16 de janeiro de 2024

ufpel
Séries

ufpel
Definição de Série (infinita)

Definição: Seja {an } uma sequência, então as somas dos termos


de {an }

a1 + a2 + · · · + an + · · ·

é denominada uma série e é denotada por


X
an = a1 + a2 + · · ·
i=1 ufpel
Soma da Série

Converge?

Feita a defição de série, algumas perguntas surgem de imediato:

⇒ A série (soma) tem/dá uma valor especı́fico?

⇒ Como faço para calcular o valor de uma soma infinita?

ufpel
Sequência de Somas Parciais

Definição: Denominamos as somas

Sn = a1 + a2 + · · · + an

dos n primeiros termos, da sequência {an }, de sequência de


somas parciais da série.

ufpel
Sequência de Somas Parciais

Observemos que Sn , é uma sequência (completamente diferente de


{an }) e, como tal, pode ter sua convergência (seu limite)
analizada.
Um fato importante é que a análise da convergência dessa
sequência Sn , implica na análise da convergência da própria série
P
an . de fato,


X n
X
an = lim an = lim Sn
n−→∞ n−→∞
n=1
|i=n
{z } ufpel
Sn
Definição de Séries Convergentes


X
Definição: Dada uma série an , seja Sn sua sequência de somas
i=1
parciais. Se Sn for convergente (possui um limite) e lim Sn = S,
n−→∞

X
então a série an é dita convergente e escrevemos
i=1


X
an = S.
i=1

O número S é dito ser a soma da série. Caso Sn seja divergente,



X
então a série an é dita ser divergente. ufpel

i=1
Série Geométrica


X ∞
X
n−1
Exemplo: A série ar = ar n = a + ar + ar 2 + . . . é
i=n n=0
chamada de série geométrica de razão r . Nesse caso

Sn = a + ar + ar 2 + · · · + ar n−1

ufpel
Analisando a Convergência da Série Geométrica

ufpel
Série Geométrica


X
Conclusão: A série geométrica ar n−1 = a + ar + ar 2 + . . . é
i=1
convergente se |r | < 1 (o que equivale a −1 < r < 1) e, nesse caso
sua soma é dada por:


X a
ar n−1 = .
(1 − r )
n=1

Se |r | ≥ 1, então a série geométrica diverge. ufpel


Série Geométrica

Exemplo: Analise a convergência das séries:



X
a) 22n 31−n
i=n

X
b) (−1)n 252n .
i=n

ufpel
Séries Telescópica

Algumas séries se apresentam na forma de fração e possuem algum


produto em seus denominadores que, quando decompostos (por
meio de frações parciais principalmente) e sua soma é explicitada
(calculando Sn ), aparecem termos semelhantes (com sinais
opostos) em cada uma das parcelas. Esses termos podem ser
cancelados e uma fórmula para Sn pode ser obtida. Tais séries são
denominadas séries telescópicas.
ufpel
Frações Parciais

ufpel
Séries Telescópica

Exemplo: Analise a convegência das séries:


X∞
1
a) n(n+1)
lim
n→∞

X
4
b) (4n−3)(4n+1)
lim
n→∞
X∞
40n
c) (2n−1)2 (2n+1)2
lim
n→∞
ufpel
Exame Qualitativo de Séries

Quando estudamos séries, duas questões importantes se colocam:

1◦ ) A série dada converge?

2◦ ) Se converge, qual o valor da soma?

No restante deste módulo, nos dedicaremos quase que


exclusivamente à primeira das perguntas acima. Este tipo de
estudo (onde se busca saber se a série converge e não para qual
valor ela converge) é chamado de exame/estudo qualitativo de ufpel

séries (em contraponto ao estudo quantitativo).


Subsequência

Definição (Subsequência): Seja {an } uma sequênciae seja A ∈ N


um conjunto infinito. Então {bn } tal que bn = an para todo n ∈ A
é dita ser uma subsequência de {an }.

ufpel
Subsequência

Proposição: Seja {an } uma sequência monótona. Se existe uma


subsequência {bn } de {an } que converge, (isto é, existe b ∈ R tal
que lim bn = b), então, {an } também é convergente e,
n→∞
lim an = b. Também, se lim bn = +∞, então lim an = +∞.
n→∞ n→∞ n→∞
(Idem para o caso −∞)

ufpel
Subsequência

Proposição: Dada um sequência{an }. Temos que {an } é


convergente (isto é, existe um L ∈ R tal que lim an = L, se e
n→∞
somente se, para toda subsequência {bn } de {an } for tal que
lim bn = L.
n→∞

Na realidade, no teorema acima bastaria que se exigisse que todo


subsequência {bn } fosse convergente, (não exigindo que tivesse
limite L), pois, este fato por si só já obrigaria que todas as
ufpel

subsequência convergissem para o mesmo limite (no caso, L).


Subsequência

A proposição acima possui como principal utilidade o


estudo/comprovação da divergência de séries dadas, como mostra
o próximo resultado.

Corolário: Dada um sequência{an } se existe uma subsequência


{bn } de {an } que seja divergente, ou duas subsequências {bn } e
{cn } de {an } que convergem para limites diferentes, então {an } é
divergente.
ufpel
Série Harmônica

Exemplo: (Série Harmônica) Analise a convergência da série



X 1
(série harmônica).
n
n=1

ufpel
Um Critério para Divergência


X
Teorema: Se an converge, então lim an = 0.
n→∞
n=1

ufpel
Um Critério para Divergência

Como consequência do teorema anterior, temos o seguinte


resultado

Corolário (Teste do an ): Se lim an 6= 0 ou lim an não existe,


n→∞ n→∞

X
então a série an é divergente.
n=1

ufpel
Um Critério para Divergência

Exemplos: Analise a convergência das séries:



X
n+1
a) n
n=1

(−1)n
X
b) n
n=1

3n2
X
c) 5n2 +9
n=1
X∞
1
d) √
3 2
n
n=1
ufpel
Teste do an


X
Obs: Podemos ter lim an = 0 mas an ser divergente. (O
n→∞
n=1
teorema garante apenas a ”ida”e não a ”volta”).

ufpel
Notação Sigma

Em se tratando de somas como um número grande de parcelas (ou


infinitas), é conveniente utilizarmos a notação sigma

n
X
ai = a1 + a2 + · · · + an .
i=1

Esta notação nada mais é que uma abreviação das expressões


matemáticas e possui uma álgebra particular que facilita as contas
envolvendo-as. Tal álgebra elimina a necessidade de ”abrir-se”as
expressões para se efetuar os cálculos. No próximo slide,
ufpel
apresentamos tal algebra que, é consequência da álgebra dos
números reais.
Notação Sigma

n
X
Lema: Seja ai = a1 + a2 + · · · + an ,
i=1
n
X
bi = b1 + b2 + · · · + bn e c ∈ R então
i=1
n n n
! !
X X X
a) (ai + bi ) ai + bi
i=1 i=1 i=1
n n n
! !
X X X
b) (ai − bi ) ai − bi
i=1 i=1 i=1
n n
!
X X
c) (cai ) c ai
i=1 i=1
n
X ufpel
d) ccn
i=1
Combinação de Séries

Teorema:

X ∞
X
Sejam an e bn séries converventes e c ∈ R uma constante.
n=1 n=1

X ∞
X ∞
X
Então as séries (an + bn ), (an − bn ) e (can ), também
n=1 n=1 n=1
são convergentes e:
∞ ∞ ∞
! !
X X X
a) (an + bn ) = an + bn
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
! !
X X X
b) (an − bn ) = an − bn
n=1 n=1 n=1
∞ ∞
!
X X
ufpel
c) (can ) = c an .
n=1 n=1
Combinação de Séries

Corolário:

X ∞
X
Dadas as séries an e bn
n=1 n=1

X ∞
X
1) Se an diverge, então (can ) diverge para todo c 6= 0.
n=1 n=1
(Multiplicar uma série por uma constante, não altera sua
convergência ou divergência).

X X∞ ∞
X
2) Se an converge e (bn ) diverge, então (an + bn )
n=1 n=1 n=1
X∞
e (an − bn ) divergem.
ufpel
n=1
Combinação de Séries


X ∞
X
Obs: Se an e (bn ) divergem, então, em geral, nada se pode
n=1 n=1

X
afirmar à respeito de (an + bn )
n=1

ufpel
Combinação de Séries

Exemplo:

Analise a convergência das séries



3n−1 −1
X
a) 6n−1
n=1
X∞
4
b) 2n
n=1

(−1)n
X
c) n2
n=1

ufpel
Retirando Termos de Uma Séries

Obs: Retirar ou acrescentar um número finito de termos à uma



X
série, não altera sua convergência ou divergência. Assim, se an
n=19

X ∞
X
converge, então an e an também convergem. (Idem para
n=1 n=1000
divergência).

ufpel
Reindexação de Séries

Um artifı́cio o estudo de séries é o que chamamos reindexação de


uma série. Veja um exemplo abaixo:


X ∞
X ∞
X
an = an+1 = an−4 .
n=1 n=0 n=5

O recurso da indexação é muito útil para estudarmos a soma de


séries e a série da soma por exemplo.
ufpel
Séries de Termos Não-Negativos

Uma segunda restrição que faremos a partir de agora, é estudar


séries cujos termos sejam todos não-negativos (adiante retiraremos
parte desta restrição). Um dos motivos para tal restrição é que,
para séries ”com sinal”, podemos lidar mais facilmente com
majoração e desigualdades. Outro motivo é a observação abaixo.
X∞
Obs: Se an é tal que an ≥ 0 para todo n, então a sequência de
n=1
somas parciais Sn é crescente (em particular monótona). Como

X
a1 ≤ Sn , para se provar que Sn converge (logo que a série an )
n=1 ufpel
basta-se mostrar que existe b ∈ R tal que SN ≤ b.
Teste da Integral

Teorema (Teste da Integral): Seja f uma função contı́nua,


positiva e decrescente (em [n0 , ∞)) e seja {an } uma sequência tal
que f (n) = an para todo n ≥ n0 (logo {an } também é positiva e
X∞
decrescente). Então, a série an é convergente, se e somente se,
Z ∞ n=1

a integral imprópria f (x)dx for convergente.


n=1

ufpel
Teste da Integral

Em outras palavras,
Z ∞ ∞
X
1) Se f (x)dx for convergente, então an é
n=1 n=1
convergente.
Z ∞ ∞
X
2) Se f (x)dx for divergente, então an é divergente.
n=1 n=1

ufpel
Teste da Integral


X 1
Exemplo: Analise para quais valores de p ∈ R a série é
np
n=1
uma série convergente. (Tais séries são denominadas p-séries).

ufpel
Teste da Integral

Conclusão: Uma p-série é sempre:

1) Convergente se p > 1.

2) Divergente, se p ≤ 1

ufpel
Teste da Comparação


X ∞
X ∞
X
Teorema (Teste da Comparação): Sejam bn , an e cn
n=1 n=1 n=1
séries tais que bn , an , cn ≥ 0 (séries de termos não-negativos) e tais
que bn ≤ an ≤ cn para todo n ≥ n0 . Temos que
X∞ ∞
X
1) Se cn converge, então an converge.
n=1 n=1

X ∞
X
2) Se bn diverge, então an diverge.
n=1 n=1
ufpel
Teste da Comparação

CUIDADO!!!!

Obs 1: Não utilize o teorema acima de forma errada.


X∞ ∞
X
1) Se cn diverge, nada podemos afirmar para an .
n=1 n=1

X ∞
X
2) Se bn converge, nada podemos afirmar para an .
n=1 n=1

ufpel
Teste da Comparação

Requisitos

Obs 2: Para se aplicar o teste da comparação são necessários .

1) Suspeitar (ter um palpite) da convergência ou divergência



X
da série an dada.
n=1

X ∞
X
2) Utilizar séries bn ou cn convenientes, dadas quais se
n=1 n=1
saiba previamente (ou com poucos cálculos) da convergência

X
ou divergência, para se poder comparar com a série an
n=1 ufpel
dada.
Teste da Comparação

Exemplo:

Analise a convergência das séries



X
3
a) 2n−1
n=1
X∞
5
b) 2n2 +4n+3
n=1

ln (n)
X
c) n
n=1
X∞
1
d) n!
ufpel
n=1
Teste da Comparação no Limite


X
O teste a seguir se aplica à séries an que se parecem com
n=1

X
alguma outra série bn da qual se sabe da convergência ou
n=1
divergência. O teste é particularmente útil para se analisar a
convergência de séries no formato racional (divisão de polinômios).

ufpel
Teste da Comparação no Limite


X
Teorema (Teste da Comparação no Limite): Sejam an e
n=1

X
bn séries tais que an , bn ≥ 0 (séries de termos não-negativos).
n=1
∞ ∞
an X X
1) Se lim = c > 0 então, ambas as séries an e bn
n→∞ bn
n=1 n=1
são convergentes, ou ambas são divergentes.
∞ ∞
an X X
2) Se lim =0e bn converge, então an converge.
n→∞ bn
n=1 n=1
∞ ∞
an X X
3) Se lim =∞e bn diverge, então an diverge. ufpel
n→∞ bn
n=1 n=1
Teste da Comparação no Limite

Exemplo:

Analise a convergência das séries



X
2n+1
a) n2 +2n+1
n=1
X∞
1
b) 2n −1
n=1

1+n ln (n)
X
c) n2 +5
n=1

ln (n)
X
d) n3/2
ufpel
n=1
Teste da Comparação no Limite

Exercı́cio:
ln (n)
Mostre que lim = 0 se c > 0. Em particular,
n→∞ nc
ln (n)
lim < 1 e portanto ln (n) < nc = para n ∈ N
n→∞ nc
suficientemente grande.

ufpel
Testes da Razão


X
O teste a seguir se aplica à séries an onde an ≥ 0 e se baseia no
n=1
fato de que, para que uma tal série seja convergente, devemos ter
que an decresça rapidamente para o zero ( lim an = 0 pelo teste da
n→∞
divergência), em particular an+1 /an < 1. O teste é particularmente
útil para se analisar a convergência de séries contendo n!.

ufpel
Teste da Razão


X
Teorema (Teste da Razão): Seja an uma série tal que
n=1
an ≥ 0 (série de termos não-negativos). Suponhamos que
an+1
lim = ρ. Então
n→∞ an

X
1) Se ρ < 1 a série an converge.
n=1

X
2) Se ρ > 1 ou ρ = ∞ a série an diverge.
n=1
3) Se ρ = 1 o teste é inconclusivo. ufpel
Teste da Razão (Sugestões)

an+1
Sugestão 1: Simplifique an antes de aplicar o limite.
Sugestão 2: Em geral, o Teste da Razão é o teste mais apropriado
para lidar com séries envolvendo termos do tipo n! (fatorial).
Sugestão 3: Utilize parênteses em cálculos que envolva fatorial e
não confunda 2n! com (2n)!.

ufpel
Teste da Razão

Exemplo:

Analise a convergência das séries



3n +5
X
a) πn
n=1

(2n)!
X
b) n!n!
n=1

3n n!n!
X
c) (2n)!
n=1

ufpel
Testes da Raı́z

O teste a seguir, (assim com o teste da razão), se aplica à séries



X
an onde an ≥ 0 e se baseia no fato de que, para que uma tal
n=1
série seja convergente, devemos ter que an decresça rapidamente
para o zero ( lim an = 0 pelo teste da divergência), em particular
n→∞
an+1 /an < 1. O teste é particularmente útil para se analisar a
convergência de séries contendo c n ou nn (potências de n).

ufpel
Teste da Raı́z


X
Teorema (Teste da Raı́z): Seja an uma série tal que an ≥ 0
n=1 √
(série de termos não-negativos). Suponhamos que lim n an = ρ.
n→∞
Então

X
1) Se ρ < 1, a série an converge.
n=1

X
2) Se ρ > 1 ou ρ = ∞, a série an diverge.
n=1
3) Se ρ = 1 o teste é inconclusivo.
ufpel
Teste da Raı́z

Exemplo:

Analise a convergência das séries


∞ 
X n
1
a) n+1
n=1

2n
X
b) n2
n=1

n1024
X
c) 2n
n=1

ufpel
Teste da Razão X Teste da Raı́z

Teorema:
an+1 √
Se lim = ρ, então lim n an = ρ. Ou seja, se o limite da
n→∞ an n→∞
razão existe, então, o limite da raı́z também existe e, este limites
são iguais. (O oposto/recı́proca não necessariamente vale).

ufpel
Teste da Razão X Teste da Raı́z

Obs 1: Para se aplicar os testes da razão e da raı́z, não é


an+1 √
necessário que lim ou lim n an existam, apenas que
n→∞ an n→∞
an+1 √
an ≤ c < 1 ou n a ≤ c < 1 se n ≥ n .
n 0

ufpel
Teste da Razão X Teste da Raı́z

Obs 2: Ambos os testes, da razão e da raı́z, são incensı́veis à


divergência das séries. Na realidade, ambos os teste utilizam que
lim an 6= 0 para concluir que uma série diverge. Porém, como já
n→∞
vimos, a maioria das séries divergentes têm lim an = 0 (a série
n→∞
harmônica por exemplo). Em particular, se lim an = 0, nem
n→∞
adianta tentar utilizar os teste da razão ou raı́z para provar que
esta série diverge, o teste dará inconclusivo ρ = 1 Isto é, se
X∞
lim an = 0 e a série an é divergente, teremos que o resultado
n→∞
n=1
ufpel
em qualquer dos dois teste dará ρ = 1.
Teste da Razão X Teste da Raı́z

Obs 3: O teste da raı́z é mais preciso que o teste da razão, no


sentido de que:

a) Se o teste da razão apontar que a série converge, então, o


teste da raı́z também indicará que a série converge (o oposto
não é necessariamente verdade).

b) Se o teste da raı́z for inconclusivo, o teste da razão


também será inconclusivo.
ufpel
Teste da Razão X Teste da Raı́z

Obs 4 (Importante): Quando os limites existirem em ambos os


testes, da razão e da raı́z, então, estes limites deverão ser iguais.
Isto é:

an+1 √
lim = lim n an .
n→∞ n n→∞

Também, não se pode ter que um dos teste conclua convergência e


o outro divergência (mas pode ser inconclusivo por o limite não
existir). ufpel
Teste da Razão X Teste da Raı́z

Exemplo (Raı́z é bom e Razão inconclusivo): Analise a



X
convergência da série an onde
n=1

n

2n se n ímpar
an =
1

2n se n par

ufpel
Séries Alternadas

Neste ponto do curso, voltamos a trabalhar com séries que não


sejam exclusivamente positivas. Isto é, não exigiremos mais que
an ≥ 0.

ufpel
Séries Alternadas


X
Definição (Séries Alternadas): Uma série (−1)n+1 bn , onde
n=1
bn > 0 ou bn < 0 para todo n ∈ N é dita ser uma série alternada.

ufpel
Teste das Séries Alternadas


X
Teorema de Leibniz: Se a série alternada (−1)n+1 bn for tal
n=1
que

i) bn > 0,

ii) bn ≥ bn+1 (isto é, a sequência bn é decrescente),

iii) lim bn = 0,
n→∞

Então a série converge.


ufpel
Séries Alternadas

Exemplo: Analise a convergência das séries



X (−1)n
a)
n
n=1

2
X
2n +1
b) (−1)n 3n 2 +5n
n=1

X n2
c) (−1)n .
n3 + 1
n=1

ufpel
Estimativas de Séries Alternadas

O teorema anterior nos fornece uma maneira simples de


verificarmos se uma série alternada converge, porém, (em caso de
convergência), o mesmo não nos dá qualquer indicativo do valor da
soma dessa série. Existem alguns métodos numéricos que nos
fornecem boas aproximações para o valor dessa soma. Abaixo
indicamos um desses métodos.

ufpel
Estimativas de Séries Alternadas

Teorema (Estimativas de Séries Alternadas): Seja a série



X
(alternada) (−1)n+1 bn tal que i) bn > 0, ii) bn ≥ bn+1 (isto é,
n=1
a sequência bn é decrescente) e iii) lim bn = 0. Então
n→∞
|S − Sn | ≤ bn+1 , onde S é a soma da série.

ufpel
Estimativas de Séries Alternadas

Exemplo: Calcule o valor da soma da série alternada com um erro


máximo de 0, 001.

ufpel
Séries Alternadas

Obs: Cuidado ao se utilizar o teste das séries alternadas!


O teorema nos diz que se as 3 (três) condições exigidas para bn
são satisfeitas, então a série dada converge. Porém, pode ocorrer
que alguma das condições não seja satisfeita e a série ainda seja
convergente. Ou seja, não satisfazer as hipóteses do teorema não
implica necessariamente em divergência, indica somente que o
teorema não pode ser aplicado.

ufpel
Teorema de Dirichlet

P
Teorema (Dirichlet): Seja an uma série (não nescessariamente
convergente) cuja sequência de somas parciais Sn é limitada. Seja
{bn } uma sequência não crescente (em particular decrescente) de
P
números positivos tal que lim bn = 0. Então an bn converge.
n→∞

ufpel
Teorema de Dirichlet

O Teorema de Leibniz (séries alternadas, (−1)n bn ) é um caso


P

an = (−1)n e
P P
particular do Teorema de Dirichlet onde
bn = bn . O próximo resultado também é uma consequência do
teorema de Dirichlet.

ufpel
Teorema de Abel

P
Teorema (Abel): Se an é convergente e {bn } é uma sequência
bn > 0 não crescente (não necessariamente com limite 0) então a
P
série an bn converge.

ufpel
Teorema de Dirichlet (Exemplo)

Exemplo: Analise a convergência das séries



X sin (2n)
a)
n
n=1

X cos (xn)
b) x 6= 2nπ
n
n=1

ufpel
Séries Sem Sinal Definido

i) Por um lado, a alternância de sinal privilegia (facilita) a


convergência de uma série.

ii) Por outro lado, uma série não possuir sinal definido, impede a
utilização de bons teste para para analisar sua convergência.

ufpel
Convergência Absoluta e Convergência Condicional

P
Definição: Dizemos que uma série an é absolutamente
P
convergente, se a série |an | converge.

ufpel
Convergência Absoluta e Convergência Condicional


X 1
Exemplo: Sabemos que a série (−1)n (harmônica alternada)
n
n=1
∞ ∞
X 1 X 1
converge, porém, (−1)n = diverge (série harmônica).
n n
n=1 n=1
Portanto, a série harmônica alternada é convergente, mas não
absolutamente convergente.

ufpel
Convergência Condicional

Definição (Convergência Condicional): Dizemos que uma série


P
an é condicionalmente convergente, se a esta é convergente,
mas não absolutamente.

O próximo resultado é o principal responsável pela introdução do


conceito de convergência absoluta.

ufpel
Teste da Convergência Absoluta

P
Teorema (Teste da Convergência Absoluta): Se |an |
P
converge então an converge. Ou seja, se uma série é
absolutamente convergente, então, esta série é convergente.

ufpel
Utilidades do Teste da Convergência Absoluta

Uma das principais utilidades do teste da convergência absoluta é


permitir utilizar teste que são exclusivos para séries de termos não
negativos (teste da comparação, comparação no limite, raı́z e
razão), para analisar a convergência de séries que não possuem
sinal definido (hora possui termos positivos, hora possui termos
negativos) e nem são séries alternadas.
P
O truque é analisar |an |, que possui termos não negativos e,
P
tentar, à partir disso, concluir algo à respeito de an . Uma outra
utilidade deste tipo de convergência será apresentada adiante. ufpel
Convergência Absoluta e Convergência Condicional

Exemplo: Analise a convergência das séries



X sin (n)
a)
n2
n=1

X 1
b) (−1)n
np
n=1

X n3
c) (−1)n .
3n
n=1

ufpel
Utilidades do Teste da Convergência Absoluta

Uma outra utilidade da convergência absoluta é permitir que


tralhemos mais facilmente com séries que convergem
absolutamente.
Como já vimos anteriormente (inclusive no exemplo: Prova da
Existência de Deus), a álgebra para somas com um número infinito
de parcelas (séries), não necessáriamente corresponde à álgebra
dos números reais (com um número finito de parcelas). Porém,
como mostaremos no que se segue, se a série em questão for
absolutamente convergente, então, muito dessa álgebra finita se
ufpel

preserva.
Rearranjo

P
Definição (Rearranjo): Dizemos que a série bn é um rearranjo
P P
da série an (e vice-versa), se bn é simplesmente uma
P
mudança na ordem dos termos de an . Isto é, mesmo
termos/parcelas, porém, com ordem diferente.

ufpel
Rearranjo

P
Teorema (Rearranjo): Se an converge absolutamente, então,
P P
para qualquer rearranjo bn de an , temos que este rearranjo é
também uma série convergente e,
X X
an = bn

ufpel
Rearranjo

Rearranjando a Série Harmônica Alternada

ufpel
Rearranjo

Teorema (Riemann): Alterando-se convenientemente a ordem


dos termos de uma série condicionalmente convergente, pode-se
fazer com que sua soma fique igual a qualquer número real
P
pré-fixado. Ou seja, se an é condicionalmente convergente,
P
então, dado qualquer número real c ∈ R, existe um rearranjo bn
P P
de an tal que bn = c.

ufpel

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