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No entanto, supx∈[0,1] |fn (x) − f (x)| ≥ |fn (y) − f (y)| para qualquer y ∈ [0, 1] pela definição de sup.
Mas |fn (y) − f (y)| = y n , se y < 1. Como y n se aproxima cada vez mais de 1, quando y → 1 (ou seja,
limy→1− y n = 1), concluı́mos que supx∈[0,1] |fn (x) − f (x)| = 1. Assim, não temos convergência uniforme.
1Para quem não conhece, sup indica supremo. É muito semelhante a o máximo. Para entender, consideremos I um
subconjunto de R (no caso acima I = {|fn (x) − f (x)| ; x ∈ S}. Se existe x0 ∈ I tal que x ≤ x0 para todo x ∈ I, então dizemos
que x0 é o máximo do conjunto I. Se existir um número real C > 0 tal que x ≤ C para todo x ∈ I, então dizemos que C é
um limitante superior de I. O supremo é definido como o menor limitante superior de I. Se existe um máximo x0 , então x0
também é o supremo de I. Pode ocorrer de existir o supremo sem existir o máximo. Por exemplo, seja I = [0, 1[. Logo I tem
um supremo, que é igual a 1. Mas I não tem um máximo. De fato, não existe x0 ∈ [0, 1[ tal que x ≤ x0 para todo x ∈ [0, 1[
(este x0 deveria ser igual a 1 que não pertence a [0, 1[).
Se tudo isso estiver muito confuso, pense no sup como sendo o máximo. Não é muito preciso, mas é semelhante.
1
AULA DO DIA 25 DE MARÇO - MAP-2313 2
P∞2) (Teste M de Weierstrass) Se existem constantesPMj > 0 tais que |gj (x)| ≤ Mj para todo x ∈ S e
∞
j=1 Mj < ∞, então existe g : S → C tal que a série j=1 gj converge uniformemente a g.
P∞
Observação 5. Todos os resultados acima continuam valendo para séries do tipo j=0 gj (começando por zero)
P∞ Pn
e j=−∞ gj (indo de −∞ a ∞). A convergência neste último caso é definida pelo limite limn→∞ j=−n gj .
As definições e os resultados são os mesmos para funções com valores complexos.
Podemos provar agora o principal teorema.
Teorema 6. Seja f : R → C uma função contı́nua, suave por partes e 2π-periódica. Logo a série de Fourier
real e a série de Fourier complexa convergem uniformemente.
Demonstração. Basta aplicar o teste M de Weierstrass para essas séries.
Vamos começar com a série complexa. Neste caso, temos
∞
X X∞
cn einθ ≤ |cn | .
n=−∞ n=−∞
P∞
Assim, basta provar que n=−∞ |cn | < ∞.
Porém sabemos que se f : R → C é uma função contı́nua e suave por partes, então f 0 é contı́nua por partes
e seus coeficientes são c0n = incn . Como f 0 é contı́nua por partes, sabemos pela desigualdade de Bessel que
∞ ∞ Z π
2 2
X 2
X
(1.1) |incn | = |c0n | ≤ |f 0 (x)| dx.
n=−∞ n=−∞ −π
2Lembrando de álgebra linear que toda vez que temos um produto interno h., .i num espaço vetorial V , vale a desigualdade
de Cauchy-Shwartz: p p
|hu, vi| ≤ hu, ui hv, vi, ∀u, v ∈ V.
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PN 1
PN 1
R∞ 1
Na desigualdade (2), usamos que n=−N, n6=0 n2 = 2 n=1 n2 < ∞, já que 1 x2 dx < ∞, e também
usamos a desigualdade 1.1.
Principais resultados e ideias dessa seção:
1) Definição de convergência pontual e uniforme.
2) Seja f : R → C uma função 2π-periódica suave por partes. Logo a série de Fourier converge pontualmente
a 12 (f (θ+ ) + f (θ− )). Em particular, converge para f (θ) quando f é contı́nua em θ.
3) Seja f : R → C uma função 2π-periódica suave por partes e contı́nua. Logo a série de Fourier converge
uniformemente a f .
Escolhendo a = (|a1 | , ..., |aM |) e b = (|b1 | , ..., |bM |), obtemos a desigualdade que queremos para usar na demonstração.