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Curso de Cálculo 3

Prof. Dr. Adilson Lopes

FAMAT
Universidade Federal de Uberlândia

Uberlândia-MG, 8 de janeiro de 2024


Sequências
Sequências

O objetivo principal desse módulo (prova 1) será estudar somas


que possuem um número infinito de parcelas (tais somas são
chamadas de séries). Exemplo:
5 7 9
a) 1 + 9 + 27 + 81 + ···

b) 12 + 1
4 + 18 ·
Progressões Geométricas

Um exemplo de uma série são as P.Gs (progressões


geométricas).
Bola Quicando
Séries

A uma primeira vista, podemos pensar que, como já conhecemos a


operação de adição e suas propriedades, então, tais somas infinitas
são meramente um caso particular. Será que isto é verdade?

A Álgebra do infinito segue as mesmas regra da


Álgebra finita?.
A Prova da Existência de Deus

A Prova da Existência de Deus


Moral da História

As somas infinitas possuem uma Álgebra particular.


Parcelas de Uma Soma Infinita

Para lidarmos com somas com um número infinito de parcelas


(séries), precisaremos de entendermos as parcelas de tais séries.
Chamaremos esse conjunto de todas as parcelas da soma infinita
(considerando a ordem em que aparecem) de sequência.
Definição (informal) de sequências

Definição (informal): Uma sequência é um conjunto infinito


ordenado de números.

Exemplo: 1, 32 , 5 7
4, 8, ...
Formas de se Apresentar uma Sequência

Existem ao menos 3 (três) formas de apresentarmos (definirmos)


uma sequência:

Forma Explı́cita:

a) 1, 32 , 54 , 87 , . . .
√ √ √
b) 1, 2, 3, 4 . . .

c) 1, −1, 1, −1, . . .
Formas de se Apresentar uma Sequência

Forma Recursiva:
an +6
a) a1 = 2 e an+1 = 2

b) a1 = 1, a2 = 1 e an = an−1 + an−2 se n > 2


Formas de se Apresentar uma Sequência

Formato Fórmula:
1
a) an = 2n
2n+1
b) an = 2n .
Sequência (nomenclatura)

Em geral, uma sequência é apresentada da forma:


a1 , a2 , . . . , an , . . . . Nesse caso, a1 é o primeiro termo da
sequência, a2 o segundo, e assim sucessivamente. an (genérico) é
chamado de termo geral da sequência e, em geral, é definido por
uma fórmula envolvendo n.
Exemplo de sequências

Temos os seguintes exemplo de sequências:

a) 1, 32 , 54 , 78 , . . .
√ √ √
b) 1, 2, 3, 3 . . .

c) 1, −1, 1, −1, . . .
Definição (formal) de sequências

Uma definição mais trabalhável de sequência é a que se segue,

Definição: Uma sequência é uma função real cujo domı́nio é o


conjunto dos números naturais

f :N→R
Notação para sequências

É comum representar-mos uma sequência da seguintes formas:

   
2n − 1 2n − 1
{an }∞
n=1 = ou {an }n∈N = ,
2n 2n

ou simplesmente

2n − 1
{an } =
2n
Limite de sequências

Definição de Limite de Sequência

Definição (Limite de Sequência): Dizemos que uma sequência


{an } tem limite L, e denotamos por

lim an = L
n→∞

se para todo  > 0 dado, existe n0 ∈ N tal que se n > n0 então


|an − L| < .
Toda seuência que possue um limite é dita ser convergente,
enquanto que uma sequência que não possue limite é dita ser
divergente.
Calculando limite sequências pela definição

Exemplo: Estude a convergência das sequências

a) an = n1 ,

b) an = c onde c ∈ R,

c) an = n.
Uma m*

Calcular limite sequências pela


definição é muito
complicado!!!!!!
Limite Infinitos de Sequências

Definição (Limites ± Infinitos de Sequências): Dizemos que


uma sequência {an } tem limite +∞, e denotamos por

lim an = +∞
n→∞

se para todo M > 0 dado, existe n0 ∈ N tal que se n > n0 então


an ≥ M. (O caso −∞ é análogo).
Obs: Apesar da notação de limites infinitos ser a mesma para o
caso dos limites finitos (números reais), uma sequência com limite
±∞ é considerada divergente.
Propriedades de sequências

Teorema: Sejam {an } e {bn } sequências tais que lim an = A e


n→∞
lim bn = B, isto é, sequências convergentes e seja c ∈ R, então
n→∞
   
1) lim (an + bn ) = lim an + lim bn
n→∞
n→∞  n→∞ 
2) lim (an − bn ) = lim an − lim bn
n→∞
 n→∞  n→∞

3) lim (c · an ) = c lim an
n→∞
 n→∞   
4) lim (an · bn ) = lim an · lim bn
n→∞ n→∞ n→∞

an lim an
5) lim = n→∞ bn 6= 0
n→∞ bn lim bn
n→∞
Limite de sequências

Limite de Funções Racionais

Exemplo: Considere a sequência (função)

4n3 − 6n2 + 9n1 2


an = ,
12n3 + 7n + 9

(Tal função é denomida ser uma função racional)*.


O truque para calcularmos o limite de tais funções é dividir toda a
função pelo termo de maior grau do denominador e seguirmos
com o calculo do limite.
Limite de sequências

Limite de Funções Racionais

Exemplo: Considere a o limite

ak nk + ak−1 nk−1 + . . . , a1 n + a0
lim .
n→∞ bl nl + bl−1 nl−1 + . . . , b1 n + b0

Temos 3 (três) possibilidades:

1) k = l, nesse caso
ak nk + ak−1 nk−1 + . . . , a1 n + a0 ak
lim l l−1
= ,
n→∞ bl n + bl−1 n + . . . , b1 n + b0 bl
2) k < l, nesse caso
ak nk + ak−1 nk−1 + . . . , a1 n + a0
lim = 0,
n→∞ bl nl + bl−1 nl−1 + . . . , b1 n + b0

3) k > l, nesse caso, o limite é +∞ ou −∞.


Limite de Sequências (Exemplos)

Exemplo: Analise a convergência das sequências


5n+18
a) an = 12n2 +7n+9
12n2 +7n+9
b) an = 5n+18
7n5 +7n+9
c) an = 3n5 +6n3 −4
n+2 n

d) an = n
Limite de Sequências (Erros)

Obs.1 (Utilização Incorreta dos Teoremas de Limites): É


preciso garantir a existêcia de todos os limites envolvidos antes de
se aplicar o teorema acima. Abaixo temos 3 exemplos de limites do
tipo ∞ × 0.

     
2 1 1 1
lim n · , lim n· 2 , lim 2n · .
n→∞ n n→∞ n n→∞ 3n
Limite de Sequências (Erros)

Obs.2 : Se {an } diverge então {can } (onde c 6= 0) diverge.


(Idem para a convergência).
Teorema do Confronto

Teorema: Sejam {an }, {bn } e {cn } sequências tais que


bn ≤ an ≤ cn para todo n > n0 . Se lim bn = lim cn = L então
n→∞ n→∞
lim an = L.
n→∞
Teorema do Confronto (Exemplos)

Exemplo: Analise a convergência das sequências


cos(n)
a) an = n
1
b) an = 2n
1

c) an = cos n
Teorema do Confronto

Corolário: Se lim |an | = 0, então lim an = 0.


n→∞ n→∞
Teorema do Confronto

Exemplo: Analise a convergência das sequências


a) an = (−1)n 13n82 +3 b) an = (−1)n .
Teorema (Muuuito Útil)

Limite Entra

Teorema: Sejam {an } uma sequência tal que lim an = L, e seja f


n→∞
uma função definida em um intervalo contendo L, com f contı́nua
em L, então

 
lim [f (an )] = f lim an .
n→∞ n→∞

Em suma, o limite ”entra” na função.


Exemplos

Exemplo: Analise a convergência das sequências


q √
a) an = n+1 b) an = cos 3π c) an = n 3.

n n
Teorema (da Carona)

Teorema: Seja f : R → R. Se f (n) = an para todo n e


lim f (n) = L então lim an = L.
n→∞ n→∞
Esse teorema é muito útil no cálculo de limite de sequências, pois
nos permite utilizar ferramentas do Cálculo para calcular tais
limites. Uma de tais ferramentas é a ”Regra de L’Hopital ”.
Exemplos

Exemplo: Analise a convergência das sequências


ln(n)
a) an = n
5n
b) an = n
2 n
n+1
c) an = n−1 .
Revisão: Identidades Algébricas

Teorema (Princı́pio da Indução-Infinita): Seja S(n) uma


afirmação (fórmula) a respeito do número natural n. Se

1°) Se S(1) for verdadeira.

2°) Da hipótese de S(n − 1) ser verdadeira sempre se puder


concluir (provar) que S(n) também é verdadeira.

Então S(n) é verdadeira para todo n ∈ N.


Revisão: Desigualdades

Sejam a, b ∈ R.

1) Se a < b e c < d então a + c < b + d.

2) Se 0 < a < b e 0 < c < d então ac < bd.


Revisão: Potenciação

Sejam a ∈ R∗+ e b, c ∈ R

1) Se a > 0 então ab > 0.

2) ab · ac = ab+c
ab
3) ac = ab−c

4) (a · b)c = ab · b c (b > 0)
c c
5) ba = bac (b > 0)

6) (ab )c = a(b·c) .
Revisão: Potenciação

7) a−b = 1
ab
.

8) a(1/b) = b
a
p √ c
9) a(c/b) = b (ac ) = b a .
Revisão: Logaritmo

Definição: Sejam a, b ∈ R∗+ com a 6= 1. Definimos

loga b = x ⇔ ax = b.

Nesse caso, a é chamada de base, b é o logaritmando, e x é o


logaritmo.
Revisão: Potenciação (Propriedades)

Temos então que

1) loga 1 = 0;

2) loga a = 1;

3) a(loga b) = b;

4) loga (bc) = loga b + loga c;

5) loga (b/c) = loga b − loga c.

6) loga (b)c = c · (loga b).


Revisão: Logaritmo x Exponecial

Definição: Seja e o número de Euler (constante de Napier)


definido por

 n
1
e = lim 1+
n→∞ n
Revisão: Logaritmo x Exponecial

Convecionamos que

loge b = ln b

Em particular temos que

1) ln (e) = 1

2) e (ln x) = x

3) Se f (x) = ax então a derivada f 0 (x) = ln a · ax .


Teorema - Tabela de Limites Importantes

Teorema: As sequências abaixo convergem para os limites dados


ln(n)
1) lim =0
n→∞ n

2) lim n c = 1 c ≥ 0
n→∞

3) lim n n = 1
n→∞

4) lim c n = 0 se |c| < 1


n→∞
 c n
5) lim 1 + = ec
n→∞ n
na
6) lim n = 0 para a > 0 e c > 1
n→∞ c
Teorema - Tabela de Limites Importantes

Teorema: As sequências abaixo convergem para os limites dados


cn
7) lim = 0 onde c ∈ R
n→∞ n!

8) lim c n = +∞ se c > 1
n→∞

9) lim c n não existe se c < −1


n→∞
n!
10) lim =0
n→∞ nn
Limite de sequências

Exemplo: Calcule os limites das sequências abaixo:



ln( 5 7)
a) an = n ,

n
b) an = n2

n
c) an = 3n.
−1 n

d) an = 5 ,
n−2 n

e) an = n
100n
f) an = n!
Sequências Monótonas

Definição: Uma sequência {an } é dita ser crescente se an+1 ≥ an


para todo n ∈ N. De forma análoga, {an } é dita ser decrescente se
an+1 ≤ an para todo n ∈ N.
Sequências crescentes ou decrescentes são ditas monótonas.
Sequências Monótonas

Métodos para Verificarmos Monotonicidade

Temos ao menos 3 (três) métodos para verificar a monotonicidade


de uma sequência:

1) Verificar se an+1 ≤ an ,
an+1
2) Verificar se an ≤ 1,

3) Verificar se f 0 (x) ≥ 0 ou f 0 (x) ≤ 0, onde f (n) = an , ∀n.


Sequências Monótonas

Exemplo: Analise a monotonicidade das sequências abaixo


1
a) an = n2
,
n
b) an = n+ 1 ,
n
c) an = n2 +1
.
Sequências Limitadas

Definição: Uma sequência {an } é dita ser limitada


superiormente se existe um M ∈ R tal que an ≤ M para todo
n ∈ N. De forma análoga, uma sequência {an } é dita ser limitada
inferiormente se existe um L ∈ R tal que an ≥ L para todo n ∈ N.
Uma sequência {an } limitada tanto inferiormente quanto
superiormente é dita ser limitada.
Sequências Limitadas

Obs: Toda sequência crescente é limitada inferiormente (por seu


primeiro termo) e toda sequência decrescente é limitada
superiormente (por seu primeiro termo)
Sequências Monótonas e Limitadas

Teorema: Toda sequência monótona e limitada é convergente.


Isto é, existe L ∈ R tal que lim an = L.
n→∞
Sequências Monótonas e Limitadas

Exemplo: Analise a convergência da sequência, definida


an +6
recursivamente por : a1 = 2 e an+1 = 2

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