Você está na página 1de 3

Convergência Absoluta

P P
Definição. Uma série an é chamada absolutamente convergente, se |an | é
convergente.
P∞ n+1
Exemplo. n=1 (−1) n2 = 1 − 212 + 312 − · · · é absolutamente convergente, porque
∞ ∞
X (−1)n+1 X 1
2
= 2
n=1
n n=1
n

é uma p-série convergente (p = 2).

Teorema. Uma série absolutamente convergente é convergente.


P
Demonstração.
P Seja |an | convergente. Por causa de 0 ≤ an + |an | ≤ 2|an |, a
série an + |an | converge pelo Teste da Comparação. Lembre-se que a diferença
de duas séries convergentes é convergente. Logo
X X X
an = (an + |an |) − |an |

é convergente.

Tem-se =⇒
P P
an é absolutamente convergente 6⇐ an é convergente .

Definição. Uma série é chamada condicionalmente convergente, se ela é conver-


gente, mas não absolutamente convergente.
P∞ n+1
Exemplo. A série harmônica alternada n=1 (−1)n é convergente pelo Teste da
Série Alternada como vimos anteriormente. Mas não é absolutamente convergente,
porque
∞ ∞
X (−1)n+1 X 1
=
n=1
n n=1
n
é a série harmônica que diverge. Portanto a série harmônica alternada é condicio-
nalmente convergente.

Exemplo. Determine se a série



X cos n
n=1
n2
é convergente ou divergente.
P 1
É semelhante à série n2 . Mas não é possı́vel diretamente aplicar o Teste de
Comparação(de Limite) porque os termos cos n
n2 não são ≥ 0. Portanto consideramos
cos n
os módulos | n2 | dos termos. Observe que | cos n| ≤ 1. Então

cos n | cos n| 1
0≤ 2
= 2
≤ 2
n n n
P∞ 1 P∞ cos n
Como n=1 n2 é convergente, então também n=1 n2 pelo Teste de Com-
paração. Logo a série é absolutamente convergente, portanto convergente.
1
2

Rearranjos
P
Um rearranjo de um série infinita an é uma série obtida mudando a ordem dos
termos an . É claro que a soma de um rearranjo de uma série finita permanece inal-
terada. Isso nãoPvale para a soma de qualquer série convergente. Surpreendemente,
para uma série an condicionalmente
P convergente e um número real s arbitrário,
existe um rearranjo de an com soma s!
Teorema. A soma de um rearranjo de uma série absolutamente convergente per-
manece inalterada.

Teste da Razão
O seguinte teorema providencia um critério muito forte.
Teste da Razão
(i) Se lim aan+1
P
n
=: L < 1 então a série an é absolutamente convergente e
portanto convergente.
(ii) Se lim | aan+1 | =: L > 1 ou lim | aan+1
P
n n
| = ∞ então a série an é divergente.

Comentário. Se lim | aan+1


n
| = 1, o Teste da Razão é inconclusivo. Considere por
P1 P 1 an+1
exemplo n e n2 . Tem-se lim | an | = 1 para as duas série, mas a primeira
diverge e a segunda converge. Então no caso de lim | aan+1
n
| = 1 não é possı́vel fazer
uma afirmação geral.

ar com a 6= 0 e |r| < 1. Observe que | aan+1


P n
Considere a série geométrica n
| =
n+1
| ararn | = |r|. Se |r| < 1, a parte (i) do teorema se aplica, e se |r| > 1,
P(ii) se aplica.
Na verdade a prova do teorema é baseado na comparação da série Pan com uma
série geométrica apropriada. Para a parte (i) seja L <P r < 1. A série |an |, grosso
n
modo,
P pode ser dominada por uma série geométrica ar convergente. Portanto
|an | é convergente pelo Teste de Comparação.
X n2
Exemplo. Teste (−1)n para convergência absoluta.
3n
(n+1)2 2 1 2
1 (n + 1)2
 
an+1 3n+1 1 n+1 1 1+ n 1
= n2
= = = −→ <1
an 3n
3 n2 3 n 3 1 3
quando n → ∞. Pelo Teste da Razão a série é absolutamente convergente.

Exemplo. Teste a convergência da série


X nn
.
n!
(n+1)n+1
an+1 (n+1)! n! (n + 1)n+1
= nn = ·
an n!
(n + 1)! nn
1 (n + 1)n+1 (n + 1)n
= · =
n+1 nn nn
 n
1
= 1+ −→ e ≈ 2, 7 . . . > 1
n
Então a série é divergente pelo Teste da Razão.
3

Teste da Raiz
p P
(i) Se lim n |an | =: L < 1 então a série an é absolutamente convergente e
portanto convergente.
(ii) Se lim n |an | =: L > 1 ou lim | aan+1
p P
n
| = ∞ então a série an é divergente.
p
Se lim n |an | = 1, o Teste da Raiz é inconclusivo.
X  2n + 3 n
Exemplo. Teste a convergênica de .
3n + 5
p
n 2n + 3 2 + n3 2
|an | = = −→ < 1.
3n + 5 3 + n5 3
Então a série converge pelo Teste da Raiz.

Você também pode gostar