Você está na página 1de 2

Nome: RA:

TESTE 2 - F520/MS550 - Métodos Matemáticos I, 5 de abril de 2017.


(Atenção: Procure responder todas as questões nesta folha. Use o verso e evite folhas soltas.)

1. (4 Pontos) Determine, e esboce no plano complexo, os valores de z ∈ C para os quais

cosh z = µ,

com µ ∈ R arbitrário. São os zeros de f (z) = cosh z − µ sempre simples?


Solução. Lembrando que

ex+iy + e−x−iy 1 x
e (cos y + i sin y) + e−x (cos y − i sin y) = cosh(x) cos(y) + i sinh(x) sin(y)

cosh(x + iy) = =
2 2
ex+iy − e−x−iy 1 x
e (cos y + i sin y) − e−x (cos y − i sin y) = sinh(x) cos(y) + i cosh(x) sin(y)

sinh(x + iy) = =
2 2
temos que Im cosh(x + iy) = 0 requer x = 0 ou y = nπ, com n inteiro. As soluções com x = 0 serão do tipo

cosh z = cosh iy = cos y = µ,

de onde temos que para −1 ≤ µ ≤ 1, a solução será z = i (± arccos µ + 2mπ). O esboço é simples: para cada
um dos sinais +/−, a sequência de zeros está ao longo do eixo imaginário, com espaços regulares de 2π. Para
este caso, temos
p
sinh z = sinh iy = ±i sin arccos µ = ±i 1 − µ2 ,

de onde temos que todos os zeros serão simples, exceto os dos casos µ = ±1. Notem que para µ = 1, há um
zero sobre a reta real, e que para µ = 0 os zeros são z = i π2 + imπ.

Vamos agora ao caso y = nπ, para o qual

cosh z = (−1)n cosh x = µ

de onde temos 2 possibilidades: para µ > 1, n deve ser par, e nesse caso z = ±arccosh µ + 2imπ. Para µ < −1,
n deve ser impar, e nesse caso z = ±arccosh (−µ) + (2m + 1)iπ. Em ambos os casos, os esboços são simples:
estão sobre as retas verticais x = ±arccosh |µ|, espaçados de 2π, sendo que no primeiro caso há dois zeros
sobre a reta real. A derivada no zero neste caso será
p
sinh z = (−1)n sinh x = ± sinh arccosh |µ| = ± µ2 − 1

o que mostra que todos os zeros neste caso são simples.

2. (6 Pontos) Calcule Z ∞
cos x
dx.
−∞ cosh x

Solução. Notem que

∞ ∞
eix
Z Z 
cos x
dx = Re dx .
−∞ cosh x −∞ cosh x
Do item anterior, sabemos que todos os polos do integrando são z = i π2 + imπ. Notem que

eiz (z − i π2 )eiz (z − i π2 )eiz


I I
π
dz = π dz = 2πi lim = 2πe− 2 ,
cosh z (z − i 2 ) cosh z π
z→i 2 cosh z

onde o caminho de integração engloba o polo z = i π2 . Este caminho pode ser deformado, sem alterar o valor
da integral, para um caminho quadrado com vértices nos pontos (−R, 0), (R, 0), (R, iπ) e (−R, iπ). A integral
entre os dois primeiros e entre os dois últimos vértices serão
Z R Z R Z R
eix eix−π eix
dx − dx = (1 + e−π ) dx.
−R cosh x −R cosh(x + iπ) −R cosh x

As outras integrais se anulam para R → ∞, como podemos verificar, por exemplo, daquela entre o segundo e
o terceiro vértice
e−y 1 − e−π
Z π Z π Z π Z π
eiR−y eiR−y

1 1
e−y dy =

i dy ≤
dy = dy ≤

0 cosh(R + iy) 0
cosh(R + iy) cosh R 0 | cos y + i tanh R sin y| cosh R 0 cosh R
Temos, finalmente

e−π/2
Z
cos x 2π π
dx = 2π = π/2 = π
−∞ cosh x 1 + e−π e + e−π/2 cosh 2

Você também pode gostar