UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
Teste: Primeiro Cursos: Engenharias (C e Q) Disciplina: Análise Matemática III
Ano: Segundo Data: 06 de Abril de 2018 Duração: 100 minutos
CORRECÇÃO
√ ( )
Sejam w = −1+2 3i , g(z) = z 4 + 16, h(z) = sin 1−z
z
,
B (1) um contorno fechado limitado pela circunferência superior |z| = 1 e pelo segmento −1 ≤ x ≤
1, y = 0, no sentido anti-horário e
C (2) um contorno fechado limitado pelas linhas Im z = Re z, Im z = 2 + Re z e Im (z 2 − z) = 2 − Im z.

1. (3.5 v.) Calcule wi + w−i .

√ ( √ )i ( √ )−i
−1+ 3i −1+ 3i −1+ 3i
Resolução: Temos que w = 2 . Então, wi + w−i = 2 + 2 .
( √ )i ( √ )−i ( √ ) ( √ )
−1+ 3i
ln m ln ln −1+2 3i i ln −1− 3i
−i ln −1+ 3i
Pela propriedade m = e obtemos: w = e 2
+e =e +e 2
= 2

i(ln 2+i 4π ) −i ( 2π
) − 4π 2π
−i − 4π 2π
=e 3 +e ln 2+i 3 =e 3 +i ln 2
+e 3 ln 2
= e 3 (cos(ln 2) + i sin(ln 2))+e 3 (cos(ln 2) − i sin(ln 2))
( 4π ) ( 4π )
Portanto, w = e− 3 + e 3 cos(ln 2) + i e− 3 − e 3 sin(ln 2).
2π 2π

2. (3.5 v.) Represente g(z) em dois factores com coeficientes reais.

√
Resolução: Primeiro resolvemos a equação g(z) = 0, isto é, z 4 + 16 = 0 ⇒ z = 4
−16.
Agora temos que achar as 4 raízes que satisfazem a equação.
√ ( )
δk = 4 16 cos π+2πk
4 + i sin π+2πk
4 , k = 0, 1, 2, 3.
( ) √ √
Para k = 0, temos δ0 = 2 cos π4 + i sin π4 = 2 + i 2;
( ) √ √
Para k = 1, temos δ1 = 2 cos 3π4 + i sin 4
3π
= − 2 + i 2;
( ) √ √
Para k = 2, temos δ2 = 2 cos 5π4 + i sin 4
5π
= − 2 − i 2;
( ) √ √
Para k = 3, temos δ0 = 2 cos 7π4 + i sin 4
7π
= 2 − i 2.
√ √ √ √ √ √ √ √
Factorizando temos g(z) = z 4 + 16 = (z − 2 + i 2)(z − 2 − i 2)(z + 2 + i 2)(z + 2 − i 2).
Multiplicando os termos dois a dois obtemos
√ √ √ √ √ √ √ √
g(z) = (z 2 − 2z −i 2z − 2z +2+2i+i 2z −2i+2)(z 2 + 2z −i 2z + 2z +2−2i+i 2z +2i+2)
√ √
Daqui temos que g(z) = (z 2 − 2 2z + 4)(z 2 + 2 2z + 4).
3. (4.0 v.) Estude a analiticidade da função h(z).
Resolução: Logo a priori nota-se que a função h(z) não é analítca em z = 1. Verifiquemos em
outros pontos. Primeiro devemos coloca-la
( na forma algébrica) para a verificação do cumprimento
das condições de Cauchy-Riemann ∂x = ∂y e ∂x = − ∂y .
∂u ∂v ∂v ∂u

( ) ( ) ( )
z x+iy x−x2 −y 2 y
h(z) = sin 1−z = sin 1−x−iy = sin (x−1) 2 +y 2 + i (x−1)2 +y 2 .
Com o auxílio da fórmula trigonométrica sin(a + b) = sin a cos b + cos a sin b e relações com hiper-
bólicas cos iα = cosh α e sin iα = i sinh α, obtemos
( ) ( ) ( ) ( )
x−x2 −y 2 x−x2 −y 2
h(z) = sin (x−1) 2 +y 2 cosh (x−1)y2 +y2 + i cos (x−1) 2 +y 2 sinh (x−1)y2 +y2 .
( ) ( ) ( ) ( )
x−x2 −y 2 x−x2 −y 2
Temos u(x, y) = sin (x−1) 2 +y 2 cosh (x−1)y2 +y2 e v(x, y) = cos (x−1) 2 +y 2 sinh (x−1)y2 +y2 .
Achemos as derivadas parciais
( ) ( ) ( ) ( )
(x−1)2 −y 2 x−x2 −y 2 2y(x−1) x−x2 −y 2
∂u
∂x = 2
[(x−1) +y ]2 2 cos 2
(x−1) +y 2 cosh y
2
(x−1) +y 2 − 2 2
[(x−1) +y ] 2 sinh y
2
(x−1) +y 2 sin 2
(x−1) +y 2 ;
[ ( )] ( ) ( ) ( )
2y(x−1) x−x2 −y 2 (x−1)2 −y 2 x−x2 −y 2
∂y = [(x−1)2 +y 2 ]2 − sin (x−1)2 +y 2 sinh (x−1)y2 +y2 + [(x−1)
∂v y
2 +y 2 ]2 cosh (x−1)2 +y 2 cos (x−1)2 +y 2 ;

1
 [ ( )] ( ) ( ) ( )
(x−1)2 −y 2 x−x2 −y 2 2y(x−1) x−x2 −y 2
∂v
∂x = [(x−1)2 +y 2 ]2 − sin (x−1) 2 +y 2 sinh (x−1)y2 +y2 − [(x−1) 2 +y 2 ]2 cosh
y
(x−1)2 +y 2 cos (x−1)2 +y 2 ;
( ) ( ) ( ) ( )
∂u 2y(x−1) x−x2 −y 2 y (x−1)2 −y 2 y x−x2 −y 2
∂y = [(x−1)2 +y 2 ]2 cos (x−1) 2 +y 2 cosh (x−1)2 +y 2 + [(x−1)2 +y 2 ]2 sinh (x−1)2 +y 2 sin (x−1)2 +y 2 .

Nota-se que estas funções cumprem as condiõ̧es de Cauchy-Riemann supracitadas.

Deste modo, concluimos que f é analítica em C \ {1}.

4. (4.0 v. + 5.0 v.) Calcule os seguintes integrais:

∫
a)(1) |z| · zdz
B
∫
Resolução: Seja I = |z| · zdz. Pela natureza do contorno dividiremos o integral em duas partes,
B
isto é: I = IAB + IBA (Veja a Figura 1).
Para A → B podemos usar as cooerdenadas polares, ou seja, |z| = 1 ⇒ z = eiθ ⇒ dz = ieiθ dθ, 0 ≤
θ ≤ π e z = e−iθ . Logo,
∫ π ∫ π
−iθ π
IAB = 1·e · ie dθ = i
iθ
dθ = [iθ]0 = πi;
0 0
{
x, se x > 0
Para B → A temos: y = 0 ⇒ z = x, dz = dx, z = x. Sendo |z| = |x| = , devemos
−x, se x < 0
separar os integrais em seguindo de B → O e O → A.
∫ 0 ∫ 0 [ 3 ]0
x 1
IBO = (−x) · xdx = − x dx = −
2
=− ;
−1 −1 3 −1 3
∫ 1 ∫ 0 [ 3 ]0
x 1
IOA = x · xdx = x2 dx = = ;
0 −1 3 −1 3
Isto implica que IBA = IBO + IOA = − 13 + 13 = 0. Logo, I = I = IAB + IBA = πi + 0 = πi.
I
(2)
b) h(z)dz.
C
Resolução: Primeiro representemos a região limitada por C. Fazendo a substituição z = x + iy
obtemos as linhas representadas pelas equações y = −x, y = −x − 2 e y = 1−x
1
(Figura 2).
I I ( )
z
Seja I = h(z)dz = sin dz. Temos z = 1 como ponto singular essencial o qual
C C 1−z ( )
z
pertence a região C . Assim, com o auxílio do teorema de resíduos com h(z) = sin 1−z temos
I = 2πi · Res[h(z), 1]. Desenvolvemos a função f (z) em potências de z + 1.
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
h(z) = sin 1−zz
= sin 1 − z−1 1 1
= sin 1 cos z−1 −cos 1 sin z−1
1
= sin 1 1 − (z−1)
1
2 ·2! + (z−1)4 ·4! − ... −
1
( )
1
cos 1 z−1)·1! − (z−1)
1 1
3 ·3! + (z−1)5 ·5! + ...

Portanto, temos Res[f (z), 1] = − cos 1. Isto implica que I = −2πi · cos 1.

Regente: Alexandre Kalashnikov

Assistente: Alfredo Muxlhanga

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