Você está na página 1de 8

CAMPUS MANAUS DISTRITO INDUSTRIAL

Prof.: Dário Souza Rocha Data: 12 / 09 / 22


Aluno(a): SUGESTÃO DE SOLUÇÃO Turma: ECAT42
Cálculo Avançado
1a . Avaliação

1a . QUESTÃO (3,0 pontos)


Sendo z = x + yi, com x, y ∈ R, encontre e faça um esboço ou gráfico dos conjuntos no
plano complexo dados por:
3
a) −π ≤ Re(z) ≤ π; b) |z − 1 + i| ≥ .
2
Solução:
Temos aqui regiões do plano complexo. Veja que em cada item devemos expressar o conjunto
dos números z = x + yi ou o conjunto dos pontos (x, y) do plano que satisfaçam a condição
dada em cada item. Assim:

a) −π ≤ Re(z) ≤ π:
Sabemos que:
Re(z) = x.

E então temos como solução o conjunto dos números z = x + yi, onde −π ≤ x ≤ π e


como y não possui nenhuma condição para seus valores reais, y é um real qualque. Então
temos como solução região do plano complexo cujo gráfico é a faixa mostrada na Figura
1.

Figura 1: Gráfico do conjunto −π ≤ Re(z) ≤ π.

3
b) |z − 1 + i| ≥ :
2

1
3
Figura 2: Gráfico do conjunto |z − 1 + i| ≥ .
2

Queremos o conjunto formado pelos números complexos z = x + yi, cuja distância até
3
o número complexo z0 = 1 − i é maior ou igual a . Fazendo gráfico da solução temos a
2
circuferência e sua parte exterior , conforme mostra a Figura 2.

2a . QUESTÃO (3,0 pontos)


Calcule todos os valores de z ∈ C:

a) Log (2z) = e − πi; c) senh (2z) = −1.

b) e2z = 3 − 4i;

Solução:

a) Log (2z) = e − πi:


Sabemos que:
Log z = ω ⇐⇒ eω = z.

Assim:
Log (2z) = e − πi ⇐⇒ ee−πi = 2z

2z = ee−πi = ee · e−πi
2z = ee (cos (−π) + isen (−π))
2z = ee (−1)

Portanto:

ee
z=−
2

2
b) e2z = 3 − 4i:
Novamente, sabemos que
eω = z ⇐⇒ log z = ω,

e que
 
Im(z)
log z = ln |z| + i (Arg(z) + 2kπ) , k ∈ Z e Arg(z) = arctg .
Re(z)

Assim temos:

e2z = 3 − 4i
2z = log (3 − 4i)
2z = ln |3 − 4i| + i (Arg(3 − 4i) + 2kπ)
   
p
2 2
4
2z = ln 3 + (−4) + i arctg − + 2kπ
3
   
4
2z = ln 5 + i arctg − + 2kπ
3
    
1 4
z = ln 5 + i arctg − + 2kπ
2 3

Esta solução já seria satisfatória, mas calculando o arco tangente temos:

1
z= ln 5 − i (26, 56 − kπ) ,
2

com k ∈ Z.

c) senh (2z) = −1:


e2z − e−2z
Sabemos que senh (2z) = . Assim:
2

e2z − e−2z
= −1
2
1
e2z − 2z = −2
e
(e ) − 1 = −2e2z
2z 2

(e2z )2 + 2e2z − 1 = 0

Portanto:

p
−2 ± 22 − 4 · 1 · (−1)
e2z = = −1 ± 2
2·1
Vamos calcular os valores de z para cada caso:

3

i) Para e2z = −1 + 2 temos:

e2z = −1 + 2

2z = log (−1 + 2)
1 √ 
z = ln(−1 + 2) + i(0 + 2kπ)
2
1 √
z = ln (−1 + 2) + kπi
2

ii) Para e2z = −1 − 2 temos:

e2z = −1 − 2

2z = log (−1 − 2)
1 √ 
z = ln(1 + 2) + i(π + 2kπ)
2
1 √ π
z = ln( 2 − 1) + (2k + 1)i
2 2

Portanto:

1 √ 1 √ π
z= ln (−1 + 2) + kπi ou z= ln( 2 − 1) + (2k + 1)i,
2 2 2

com k ∈ Z.

3a . QUESTÃO (3,0 pontos)


Verifique se as funções a seguir são analíticas:
1
a) f (z) = z 2 + ;
z2
b) f (z) = Im(z 2 ).

Solução:

1
a) f (z) = z 2 + :
z2
Vamos usar o fato de que a soma de funções analíticas, também é analítica e verificar
cada parcela.
Assim vejamos:
z 2 = (x + yi)2 = x2 − y 2 + 2xyi (1)

Note que de (1) temos u = x2 − y 2 e v = 2xy.

4
Vamos verificar as Cauchy-Riemann:

∂u ∂u
= 2x = −2y
∂x ∂y
∂v ∂v
= 2y = 2x
∂x ∂y

Temos então
∂u ∂v ∂u ∂v
= e =− .
∂x ∂y ∂y ∂x

Assim z 2 é analítica para qualquer z complexo.


1
Para a parcela 2 , sabemos que não é analítica para z = 0, para os demais casos vamos
z
usar o fato que
1 z2
= (2)
z2 z2 · z2
De (1) temos que z 2 = x2 − y 2 − 2xyi. Assim

z 2 · z 2 = (x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2 (3)

Substituindo z 2 = x2 − y 2 − 2xyi e (3) em (2) temos:

1 x2 − y 2 − 2xyi
=
z2 (x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2

Assim temos

x2 − y 2 −2xy
u= e v=
(x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2 (x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2

Agora vamos verificar as equações de Cauchy-Riemann:

∂u 8xy 4 − 2x(x2 − y 2 )2 ∂u 2y(x2 − y 2 )2 − 8x4 y


= =
∂x [(x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2 ]2 ∂y [(x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2 ]2
∂v 8x4 y − 2y(x2 − y 2 )2 ∂v 8xy 4 − 2x(x2 − y 2 )2
= =
∂x [(x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2 ]2 ∂y [(x2 − y 2 )2 + 4x2 y 2 ]2

Temos novamente
∂u ∂v ∂u ∂v
= e =− .
∂x ∂y ∂y ∂x
1
Vemos que 2 satisfaz as equações de Cauchy-Riemann, ou seja, é também analítica
z
para z 6= 0.
1
Portanto a função f (z) = z 2 + 2 é analítica para z 6= 0.
z

5
b) f (z) = Im(z 2 ).
Vimos no item anterior que z 2 = x2 − y 2 + 2xyi. Assim

f (z) = Im(z 2 ) = 2xy.

Logo u = 2xy e v = 0. Assim temos:

∂u ∂u
= 2y = 2x
∂x ∂y
∂v ∂v
=0 =0
∂x ∂y

Observe que
∂u ∂v ∂u ∂v
6= e 6= − .
∂x ∂y ∂y ∂x

Portanto a função f (z) = Im(z 2 ) não é analítica.

4a . QUESTÃO (3,0 pontos)


As funções a seguir são harmônicas? Em caso afirmativo encontre uma função complexa
analítica correspondente:

2 −y 2 x2
a) v = ex sen (2xy); b) u = .
x2 + y 2
Solução:
2 −y 2
a) v = ex sen (2xy):
Vamos calcular o laplaciano de v:

∂v 2 −y 2 2 −y 2
= 2xex sen (2xy) + 2yex cos(2xy)
∂x
∂ 2v  2 2 2 2
= 2 + 4x2 − 4y 2 ex −y sen (2xy) + 8xyex −y cos(2xy)
∂x2
∂v 2 −y 2 2 −y 2
= −2yex sen (2xy) + 2xex cos(2xy)
∂y
∂ 2v  2 2 2 2
= −2 − 4x2 + 4y 2 ex −y sen (2xy) − 8xyex −y cos(2xy)
∂y 2

Temos então que o laplaciano de v é nulo:

∂ 2v ∂ 2v
∇2 v = + = 0,
∂x2 ∂y 2

6
ou seja, v é harmônica e assim possui conjugado harmônico u e é tal que satisfaz as
equações de Cauchy-Riemann:

∂u ∂v 2 2 2 2
= = −2yex −y sen (2xy) + 2xex −y cos(2xy)
∂x ∂y
∂u ∂v 2 2 2 2
= − = −2xex −y sen (2xy) − 2yex −y cos(2xy)
∂y ∂x

Usando as técnicas vistas em sala de aula vamos concluir que

2 −y 2
u = ex cos (2xy)

E temos então

f (z) = u(x, y) + iv(x, y)


2 −y 2 2 −y 2
f (z) = ex cos (2xy) + iex sen (2xy)
2 −y 2
f (z) = ex (cos (2xy) + isen (2xy))
2 −y 2
f (z) = ex · e2xyi
2 −y 2 +2xyi
f (z) = ex
2
f (z) = e(x+yi)

2
f (z) = ez

x2
b) u = :
x2 + y 2
Vamos calcular o laplaciano de u:

∂u 2xy 2
=
∂x (x2 + y 2 )2
∂ 2u 2y 4 − 6x2 y 2
=
∂x2 (x2 + y 2 )3
∂u −2x2 y
=
∂y (x2 + y 2 )2
∂ 2u 6x2 y 2 − 2x4
=
∂y 2 (x2 + y 2 )3

Temos então que o laplaciano de u não é nulo:

∂ 2v ∂ 2v 2y 4 − 2x4
∇2 v = + = 6= 0.
∂x2 ∂y 2 (x2 + y 2 )3

7
Assim u não é harmônica e não possui conjugado harmônico v, ou seja, não satisfazem
as equações de Cauchy-Riemann.

Você também pode gostar