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Matemática

9o. ano
Volume 3
Livro de
atividades 7 Expressões algébricas e
equações do 2.o grau 2

8 Funções 16

9 Ângulos na
circunferência
circu
i u 28

©Shutters
tock/Khunt
apol

Livro do professor
7 Expressões algébricas
e equações do 2.° grau
Produtos notáveis
Algumas multiplicações de polinômios apresentam regularidade em seus resultados. As demonstrações
desses resultados podem ser de forma algébrica, aplicando a propriedade distributiva, ou de forma geométrica,
utilizando a decomposição de retângulo e o cálculo de área.

Quadrado da soma de dois termos

(a  b) 2 a 2  2ab  b 2

Algebricamente, temos:

(a  b) 2 (a  b) ˜ (a  b)

(a  b)2 a2  ab  ba  b 2
(a  b)2 a2  2ab  b2

Também podemos analisar geometricamente essa relação.

a+b

a2 ab ab
b2

a b

Perceba que a área do quadrado maior é igual a (a + b) ⋅ (a + b) e que ele pode ser decomposto em figuras
menores de áreas a2, ab, ab e b2.

Quadrado da diferença de dois termos

(a  b) 2 a 2  2ab  b 2

2 Livro de atividades
Algebricamente, temos:

(a  b) 2 (a  b) ˜ (a  b)

(a  b) 2 a ˜ a  a ˜ ( b)  ( b) ˜ a  ( b) ˜ ( b)


(a  b) 2 a 2  ab  ab  b 2
(a  b) 2 a 2  2ab  b 2

Podemos chegar a esse resultado de forma geométrica ao analisar a área a

do quadrado laranja em relação às áreas das outras figuras.


Perceba que a área do quadrado laranja é igual à área total do quadrado a−b a−b
verde menos as áreas dos dois retângulos e do quadrado cinza.
a a−b

b
b

a−b a−b b
a b
a−b

a−b b b

Note que o quadrado da diferença pode ser verificado usando o quadrado da soma.

( a  b )2 ( a  ( b ))2 a 2  2a( b )  ( b )2 a 2  2ab  b2

Produto da soma pela diferença de dois termos


(a  b) ˜ (a  b) a 2  b 2

Algebricamente, temos:

(a + b) ⋅ (a – b) = a ⋅ a – a ⋅ b + b ⋅ a – b ∙ b

(a + b) ⋅ (a – b) = a2 – ab + ab – b2
(a + b) ⋅ (a – b) = a2 – b2

Fatoração
Fatorar um polinômio é escrevê-lo como um produto de dois ou mais polinômios. A fatoração de poli-
nômios é um recurso válido em diversos cálculos algébricos. Nesse momento, vamos usá-la para simplificar
expressões. Relembre alguns casos de fatoração.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 3


Fator comum
Observe os três retângulos a seguir. Eles apresentam a mesma altura a, e suas áreas estão uma a uma indicadas.

ab + ac + ad a

b c d

Ao juntarmos os três retângulos, obtemos a figura a seguir.

ab ac ad

A área do novo retângulo é dada pela soma das áreas de cada um dos retângulos, ou seja, é igual a ab + ac + ad.
Note que o fator a aparece em todos os termos da adição. Dessa maneira, podemos colocá-lo em evidência
e dizemos que a é um fator comum.
Fator comum Fator comum em evidência

ab + ac + ad = a · (b + c + d)
Expressão não Expressão
fatorada fatorada

Agrupamento
Considere o retângulo ABCD a seguir e os demais retângulos destacados com as áreas indicadas.
A B

a ax ay

b bx by

D x y C

A área do retângulo ABCD pode ser obtida pela soma das áreas dos quatro retângulos menores que o com-
põem. Essa área é representada pelo polinômio ax + ay + bx + by. Podemos fatorar os termos desse polinômio
dois a dois, agrupando inicialmente os termos que apresentam os fatores comuns a e b.
ax + ay + bx + by = a ⋅ (x + y) + b ⋅ (x + y)
Em seguida, podemos colocar em evidência o fator comum x + y:
a ⋅ (x + y) + b ⋅ (x + y) = (x + y) ⋅ (a + b)

Dizemos que (a + b) ⋅ (x + y) é uma forma fatorada do polinômio ax + ay + bx + by.

4 Livro de atividades
Diferença de dois quadrados
A expressão que indica a diferença de dois quadrados pode ser fatorada
como um produto da soma pela diferença de dois termos.
a2 – b2 = (a + b) · (a – b)

Trinômio quadrado perfeito


O polinômio x2 + 2xy + y2 é um trinômio quadrado perfeito, pois ele é o quadrado de x + y, isto é:
(x + y)2 = x2 + 2xy + y2
Do mesmo modo, dizemos que x2 – 2xy + y2 é um trinômio quadrado perfeito, porque ele é o quadrado
de x – y.
(x – y)2 = x2 – 2xy + y2

• A expressão (x + y)2 ou (x + y) · (x + y) é a forma fatorada do trinômio quadrado perfeito x2 + 2xy + y2.


• A expressão (x – y)2 ou (x – y) · (x – y) é a forma fatorada do trinômio quadrado perfeito x2 – 2xy + y2.

Resolução de equações polinomiais do 2o. grau


Chamamos de equação polinomial do 2 º. grau ou equação do 2 º. grau
toda equação que pode ser escrita na forma
ax2 + bx + c = 0
com a, b e c ∈\ e a ≠ 0.

Chamamos de solução ou raiz da equação o número real que, ao ser substituído na incógnita, torna a
igualdade verdadeira.

Sobre o número de raízes de uma equação do 2.º grau, pode ocorrer um dos seguintes casos:
• apresentar duas raízes reais e diferentes;
• apresentar duas raízes reais e iguais;
• não apresentar raízes reais.

Observe os coeficientes a, b e c da equação x2 – 5x – 125 = 0. Temos que a = 1, b = –5 e c = –125. Essa


equação é dita completa, pois nenhum de seus coeficientes é nulo. Observe agora os coeficientes a, b e c
das equações x2 – 125 = 0 e x2 – 5x = 0. Perceba que, no primeiro caso, b = 0 e, no segundo, c = 0. Essas duas
equações são ditas incompletas, pois apresentam pelo menos um coeficiente nulo.
• Equação polinomial do 2 º. grau incompleta para b = 0

ax 2  c 0, a z 0

c
A equação pode ser reescrita como x 2  . Vamos dividir em casos.
a
• c = 0: nesse caso, temos que x2 = 0 e, portanto, a equação tem uma única solução (a solução nula, dada
por x = 0).

Matemática – 9o. ano – Volume 3 5


c c A expressão b 2  4 ac é chamada de discrimi-
• < 0: nesse caso, temos que  ! 0 e, portan-
a a nante da equação e podemos representá-la pela le-
to, a equação tem duas soluções diferentes (uma tra grega Δ (delta). Portanto:
c c ' b 2  4 ac
positiva e outra negativa),  e   .
c a a
c Conhecendo-se o valor de Δ, é possível descobrir
• > 0: nesse caso,   0 e, portanto, temos
a a quantas são as raízes da equação do 2 º. grau dada.
que a equação não admite solução real, pois • Δ > 0: nesse caso, temos as seguintes raízes dis-
c
não existe número real x tal que x 2  . tintas:
a b  ' b  '
• Equação polinomial do 2.º grau incompleta x1 e x2
2a 2a
para c = 0
Como Δ > 0, a equação tem duas soluções reais.
b r ' b r 0
ax 2  bx 0, a z 0 • Δ = 0: nesse caso, temos x ,
b 2a 2a
ou seja, x  .
2a
Podemos fatorar a equação e reescrevê-la como
Dessa forma, a equação tem uma única solução
ax 2  bx x ˜ (ax  b) 0. Perceba que temos um
(raiz dupla).
produto entre dois números cujo resultado é nulo.
Dessa forma, pelo menos um dos fatores é igual a • Δ < 0: nesse caso, a equação não apresenta so-
zero. Assim, as raízes de uma equação polinomial lução real, pois não existe raiz quadrada de nú-
do 2 º. grau incompleta para c = 0 são dadas por mero negativo.
b
x 0 ex  .
a Há uma maneira de determinar, por meio da
• Equação polinomial do 2.º grau completa observação dos coeficientes a, b e c da equação
ax2 + bx + c = 0, a soma (S) e o produto (P) de
Seja ax2 + bx + c = 0, com a, b e c ∈\ e a ≠ 0.
suas raízes. Sendo x1 e x2 as raízes da equação, temos:
Podemos encontrar as raízes x 1 e x 2 dessa equação
b c
por meio da fórmula resolutiva de equações do S x1  x2  e P x1˜x2
2.º grau, que é dada por a a
É fundamental mencionar que a, b e c ∈\ e
b r b 2  4 ac a ≠ 0.
x
2a

Atividades

Produtos notáveis
1. Desenvolva cada um dos produtos notáveis a seguir. 2
§ 1 ·
a) (x  7)
3 2
b) ¨ x 2y  y 2 ¸
© 2 ¹
( x 3 )2  2 ˜ x 3 ˜ 7  7 2 x 6  14 x 3  49 §1 · §1 ·
2
1
( x 2 y)2  2 ˜ x 2 y ˜ ¨ y 2 ¸  ¨ y 2 ¸ x 4 y 2  x 2y 3  y 4
©2 ¹ ©2 ¹ 4

6 Livro de atividades
c) (a 2  b)(a 2  b) e) (2abc  3ad)2

(a 2 ) 2  b 2 a 4  b 2 (2abc)2  2 ˜ (2abc) ˜ (3ad)  (3ad)2


4 a 2b2c 2  12a 2bcd  9a 2d 2

d) (3x  7)(3x  7) 2
f) § 3 xy  1 z ·
¨ ¸
©2 3 ¹
(3 x)2  7 2 9 x 2  49
2 2
§3 · §3 · §1 · § 1 · 9 2 2 1
¨ xy ¸  2 ˜ ¨ xy ¸ ˜ ¨ z ¸  ¨  z ¸ x y  xyz  z 2
© 2 ¹ ©2 ¹ ©3 ¹ © 3 ¹ 4 9

2. Podemos usar produtos notáveis para facilitar alguns cálculos numéricos. Observe os exemplos e
utilize um procedimento semelhante para efetuar os cálculos solicitados.

(2 003)2 (2 000  3)2 2 000 2  2 ˜ 2 000 ˜ 3  32 4 000 000  12 000  9 4 012 009

(98)2 (100  2)2 100 2  2 ˜ 100 ˜ 2  22 10 000  400  4 9 604

103 ˜ 97 (100  3) ˜ (100  3) 100 2  32 10 000  9 9 991

a) (51)2 (50  1)2 d) 303 ˜ 297 (300  3) ˜ (300  3)


(50)2  2 ˜50 ˜1 12 2 500  100  1 2 601
(300)2  32 90 000  9 89 991

b) (49)2 (50  1)2 e) (7 007)2 (7 000  7)2

(50)2  2 ˜50 ˜1 12 2 500  100  1 2 401 (7 000)2  2 ˜ 7 000 ˜ 7  7 2 49 000 000  98 000  49
49 098 049

f) (994) (1 000  6)
2 2
c) 51˜ 49 (50  1) ˜ (50  1)
(1 000)2  2 ˜1000 ˜ 6  6 2 1000 000  12 000  36
(50)2  12 2 500  1 2 499
988 036

3. Nesta atividade, vamos conhecer um novo produto notável: o quadrado da soma de três termos.

(a  b  c ) 2 a 2  b2  c 2  2ab  2ac  2bc


Vamos verificar que essa igualdade é verdadeira de duas formas: geometricamente e algebricamente.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 7


Justificativa geométrica
ac bc
Observe a figura e os comprimentos de cada um dos lados após a divi- c Cor 4 Cor 2 c2
são do quadrado original, em que os lados medem a + b + c.
Indique o valor da área de cada uma das figuras que compõem o qua-
drado original. Em seguida, pinte de mesma cor aquelas que apresentam b ab b2 bc
Cor 2
a mesma área. Cor 3 Cor 1

A área do quadrado original é dada por (a + b + c) · (a + b + c). Dessa a


a2 ab ac
Cor 3 Cor 4
forma, complete as lacunas a seguir e observe que a igualdade apresenta-
a b c
da anteriormente foi verificada.

(a  b  c) ˜ (a  b  c) (a  b  c) 2 a2 + b2 + c2 +
+ 2ab + 2ac + 2bc

Justificativa algébrica
Usando a propriedade associativa, a soma de três parcelas (a + b + c) pode ser realizada por etapas. Primei-
ramente, a soma (a + b) é considerada como um único termo. Veja como fazer isso e complete as lacunas.

(a  b  c)2 ((a  b)  c)2 (a  __


b )2  2(a  __
b )˜ c  c2

Termine de desenvolver a relação acima elevando ao quadrado o primeiro termo, efetuando as multiplica-
ções no segundo e organizando as parcelas.

(a + b + c)2 = a 2  2ab  b 2  2ac  2bc  c 2 a 2  b 2  c 2  2ab  2ac  2bc

Utilizando a relação dada, encontre a expressão que representa o quadrado da soma dos três termos em
cada um dos itens a seguir.
a) (4 + 2t + t2)2

4 2  (2t) 2  (t 2 ) 2  2 ˜ 4 ˜ 2t  2 ˜ 4 ˜ t 2  2 ˜ 2t ˜ t 2
16  4 t 2  t 4  16t  8t 2  4 t 3 16  16t  12t 2  4 t 3  t 4

b) (a2 + ab + b2)2

(a 2 ) 2  (ab) 2  (b 2 ) 2  2a 2b 2  2a 3b  2ab 3
a 4  a 2b 2  b 4  2a 3b  2a 2b 2  2ab 3 a 4  2a 3b  3a 2b 2  2ab 3  b 4

c) (x + 2xy – y)2
x 2  (2 xy ) 2  ( y ) 2  2 ˜ x ˜ (2 xy )  2 ˜ x ˜ ( y )  2 ˜ (2 xy ) ˜ (y )
x 2  4 x 2 y 2  y 2  4 x 2 y  2 xy  4 xy 2 4 x 2 y 2  4 x 2 y  4 xy 2  x 2  y 2  2 xy

d) 1232

(100) 2  (20) 2  (3) 2  2 ˜100 ˜20  2 ˜100 ˜ 3  2 ˜ 20 ˜ 3


10 000  400  9  4 000  600  120 15 129

8 Livro de atividades
Fatoração
4. Fatore as expressões.

a) 4x 4y 2  6x 3y 3  8x 2y 4 2 x 2 y 2 (2 x 2  3 xy  4 y 2 )

b) 18ab3c 2  27a3b 4c 3  9a 2b5c 4  45a 2b3c 2 9ab 3c 2 (2  3a 2bc  ab2c 2  5a)

c) a 2  3ab  2ac  6bc a(a  3b)  2c(a  3b) (a  2c)(a  3b)

d) x 3  3x 2y 2  6y 3  2xy x 2 ( x  3y 2 )  2y (3y 2  x) ( x 2  2y )( x  3y 2 )

e) x 2  z  x 3y  xyz  zx 2  z 2 ( x 2  z )  xy ( x 2  z )  z ( x 2  z ) (1 xy  z )( x 2  z )

f) a 4b 6  9c 2 (a 2b 3  3c)(a 2b 3  3c)

g) 9a 4  b 4 (3a 2  b2 )(3a 2  b2 )

h) 25x 6  10x 3y  y 2 (5 x 3  y )2

i) 49x 4  14x 2  1 (7 x 2  1)2

j) 20a 2b2  2a 4  50b 4 2(a 4  10a 2b2  25b 4 ) 2(a 2  5b2 )2

5. Dona Laura sempre foi uma excelente professora de Matemática. Até hoje ela ajuda sua neta Bia a estu-
dar para as provas. Ao final dos estudos, dona Laura propôs um desafio à sua neta. Veja o que ela disse:

©Shutterstock/Volodymyr Baleha
BIA, PENSEI EM DOIS NÚMEROS POSITIVOS.
A SOMA DOS QUADRADOS DE CADA UM
DESSES NÚMEROS É IGUAL A 53 E O
PRODUTO ENTRE ESSES NÚMEROS É IGUAL
A 14. QUAL A SOMA DESSES NÚMEROS? E
A DIFERENÇA? EM QUE NÚMEROS PENSEI?

Quais foram as respostas encontradas por Bia, sabendo que ela respondeu corretamente às per-
guntas da avó?

Se x e y são os números pensados por dona Laura, como a Sabemos que ( x  y )2 x 2  y 2  2 xy. Assim:
soma dos quadrados de cada um desses números é 53 e o 53 14
produto entre eles é 14, temos que x 2  y 2 53 e xy = 14. ( x  y)2 x2  y2  2 ˜ xy
Sabemos que ( x  y )2 x 2  y 2  2 xy. Assim: ( x  y )2 53  2 ˜14
53 14
( x  y)2 x2  y2  2 ˜ xy ( x  y )2 25
Como x e y são números positivos, x – y = 5.
( x  y )2 53  2 ˜14
Dessa maneira, precisamos encontrar os valores de x e y tais
( x  y )2 81 que x + y = 9 e x – y = 5. Note que x = 7 e y = 2 satisfazem as
duas equações simultaneamente.
Como x e y são números positivos, x + y = 9.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 9


6. Depois de muito estudar com sua avó Laura, Bia se deparou
com a questão ao lado em sua prova de Matemática. Encontre Determine dois números
a resposta assinalada por Bia em sua prova, sabendo que ela pares consecutivos cuja
acertou a questão. Dica: lembre-se de que qualquer número diferença dos quadrados
par pode ser escrito na forma 2n, sendo n um número natural. do maior número e do
menor número é 100.
Como mencionado no enunciado da atividade, qualquer número par pode ser
escrito na forma 2n, sendo n um número natural. Dessa forma, sendo 2n um a) 12 e 14
número par, temos que o número par consecutivo a esse número é dado por
2(n + 1), ou seja, 2n + 2. Se a diferença dos quadrados entre esses números é 100, b) 22 e 24
X c)
temos que:
24 e 26
(2n  2)2  (2n)2 4n2  8n  4  4n2 100
Dessa forma: d) 26 e 28
8n + 4 = 100
8n = 96 e) 28 e 30
n = 12
Assim, os números são 2 · 12 = 24 e 2 · 12 + 2 = 26. Logo, Bia assinalou a alternativa
c, uma vez que acertou a questão.

7. Ao terminar sua tarefa sobre fatoração, a caneta de João estourou e manchas de tinta cobriram par-
tes da tarefa. Ajude João a descobrir os termos que ficaram escondidos pelos borrões. Em cada um
dos itens, x e y são diferentes de zero e você deve encontrar os valores indicados.
Depois de determinar os valores de A, B e C, incentive os alunos a substituir os
y2
a) 4x 2  xy  (2x  A )2 resultados encontrados em cada item e a desenvolver os cálculos para confir-
16 mar que as igualdades são verdadeiras.

y2
4 x 2  xy  (2 x  A)2
16
y2
4 x 2  xy  4 x 2  4 xA  A 2
16
­4x 2 (2x)2 o O primeiro termo é 2x.
° 2
® y2 §y· y
° ¨ ¸ oA (segundo termo)
¯ 16 4
© ¹ 4
y 4 xy y
E como 2 ˜ 2 x ˜   xy, temos A .
4 4 4

b) x 3y(3  2x  y 2 ) 3x 3y  B  x 3y 3

x 3 y (3  2 x  y 2 ) 3 x 3 y  B  x 3 y 3
3x 3y  2x 4 y  x 3y 3 3x 3y  B  x 3y 3
Veja que o primeiro termo do lado esquerdo (3x3y) é igual ao primeiro termo do lado direito da igualdade. Isso também
acontece para o último termo (x3y3). Assim, para que a igualdade seja verdadeira, é preciso que:
2 x 4 y B
B 2x 4 y

10 Livro de atividades
c) x 2 z 2  C  y 2 (xz  y)2

x 2 z 2  C  y 2 ( xz  y )2
x 2 z 2  C  y 2 x 2 z 2  2 xzy  y 2
Veja que o primeiro termo do lado esquerdo é igual ao primeiro termo do lado direito da igualdade. Isso também acontece
para o último termo (y2). Assim, para que a igualdade seja verdadeira, é preciso que C = 2xzy.

8. Thiago, irmão mais velho de Guilherme, estava o ajudando com suas tarefas de casa. Ele pediu a
Guilherme que fatorasse os polinômios x 4  4x 3  5x 2  36x  36 e x3 + 8. Para facilitar, ele informou
que (x – 2)2 é um dos fatores do primeiro polinômio e que (x + 2) é um dos fatores do segundo
polinômio. Dessa forma, determine os valores de A e B em cada um dos itens a seguir para encontrar
as fatorações obtidas por Guilherme.
a) x 4  4x 3  5x 2  36x  36 (x  2)2 (x 2  Ax  B)

x 4  4 x 3  5 x 2  36 x  36 ( x  2)2 ( x 2  Ax  B) Dessa maneira, comparando os coeficien-


tes, temos:
( x  4 x  4)( x  Ax  B)
2 2
­A  4 4 o A 0
x 4  Ax 3  Bx 2  4 x 3  4 Ax 2  4 xB  4 x 2  4 Ax  4B °
®B  4 A  4 5 o B 9
x 4  (A  4) x 3  (B  4 A  4) x 2  (4B  4 A) x  4B °4B  4 A 36 o 4B 36
¯
Assim,
x 4  4 x 3  5 x 2  36 x  36 ( x  2)2 ( x 2  9).
Note ainda que ( x 2  9) ( x  3)( x  3).
Portanto, x 4  4 x 3  5 x 2  36 x  36
( x  2)2 ( x  3)( x  3).

b) x 3  8 (x  2)(x 2  Ax  B)

x 3  8 ( x  2)( x 2  Ax  B)
x 3  Ax 2  Bx  2 x 2  2Ax  2B
x 3  (A  2) x 2  (B  2A)xx  2B
Dessa maneira, comparando os coeficientes, temos que:
­A  2 0 o A 2
®
¯B  2A 0 o B 4
Assim, x 3  8 ( x  2)( x 2  2 x  4).

Matemática – 9o. ano – Volume 3 11


Resolução de equações polinomiais do 2o. grau
9. Verifique se as equações a seguir, quando representadas na forma ax 2  bx  c 0 , são equações po-
linomiais do 2º. grau. Em caso afirmativo, identifique os valores dos coeficientes a, b e c e, por fim,
indique se a equação é completa ou não.
a) 4(x  1) 2 (x  2) 2
A equação é do 2º. grau?
4( x  1) 2
( x  2) 2
X SIM. NÃO.
4( x  2 x  1) x 2  4 x  4
2

4 x2  8x  4 x2  4 x  4 Se SIM:
4 x  8x  4  x  4 x  4 0
2 2
a=3 b = 12 c=0
3 x  12 x 0
2
A equação é completa?
Logo, a = 3, b = 12 e c = 0.
Considerar correto também se os alunos dividirem a equa- SIM. X NÃO.
ção por 3, obtendo x2 + 4x = 0 (a = 1, b = 4 e c = 0).

b) (x  1)  (x  3) 0
2 2

A equação é do 2º. grau?


( x  1)  ( x  3)
2 2
0
X SIM. NÃO.
x 2  2 x  1 x 2  6 x  9 0
2 x 2  4 x  10 0 Se SIM:
Logo, a = 2, b = 4 e c = 10.
a=2 b=4 c = 10
Considerar correto também se os alunos dividirem a equa- A equação é completa?
ção por 2, obtendo x2 + 2x + 5 = 0 (a = 1, b = 2 e c = 5).
X SIM. NÃO.

c) x(x  2)2 x(1  2x)2


A equação é do 2º. grau?
x( x  2)2 x(1 2 x)2
SIM. X NÃO.
x( x 2  4 x  4) x(1 4 x  4 x 2 )
x3  4x2  4x x  4x2  4x3 Se SIM:
3 x 3  3 x 0 a= b= c=
Note que não podemos dividir toda a equação por 3x, uma
vez que x = 0 é uma das raízes da equação. Dessa forma, a
A equação é completa?
equação não é do 2 º. grau. Portanto, não podemos atribuir
valores de a, b e c nem responder se ela é completa ou não. SIM. NÃO.

d) x(x  1)2 (x  1)3


A equação é do 2º. grau?
x( x  1) 2
( x  1) 3
X SIM. NÃO.
x( x  2 x  1)
2
>( x  1)( x  1)@( x  1)
x( x 2  2 x  1) ( x 2  2 x  1)( x  1) Se SIM:
x 3  2x 2  x x 3  x 2  2x 2  2x  x  1 a=5 b = –2 c=1
2x 2  x  x 2  2x 2  2x  x  1 0 A equação é completa?
5x 2  2x  1 0
X SIM. NÃO.
Logo, a = 5, b = –2 e c = 1.

12 Livro de atividades
e) ((x  3)(x  3))2 100
A equação é do 2º. grau?
(( x  3)(x  3))2 100 SIM. X NÃO.
( x 2  9)2 100
Se SIM:
x 4  18 x 2  81 100
x 4  18 x 2  19 0
a= b= c=
A equação não é do 2 º. grau. A equação é completa?
SIM. NÃO.

10. Resolver uma equação do 2 º. grau incompleta é bem simples. Mesmo nesses casos, podemos usar
a fórmula resolutiva de equações do 2 º. grau. Encontre as raízes das equações incompletas por dois
métodos, conforme indicado no exemplo a seguir.

x 2  7x 0
Método 1:
x 2  7x 0
x(x  7) 0
Para que o produto de dois números seja igual a zero, pelo menos um dos fatores tem que ser
nulo. Dessa maneira, x = 0 ou x + 7 = 0, ou seja, x = –7. Logo, as duas raízes são x1 = 0 e x2 = –7.
Método 2:
A equação pode ser reescrita como x 2  7x  0 0 . Dessa forma, a = 1, b = 7 e c = 0 e, assim,
' 72  4 ˜ 1˜ 0 49 t 0 . Portanto, a equação apresenta duas raízes, que são:

7  49 7  7 7  49 7  7
x1 0 x2 7
2 ˜1 2 2 ˜1 2

2x 2  5x 0
Método 1: Método 2:

2x 2  5x 0 A equação pode ser reescrita como 2 x 2 5 x  0 0. Dessa


forma, a = 2, b = –5 e c = 0 e, assim, ' (5)2  4 ˜2˜0 25 ! 0.
x(2 x  5) 0 Portanto, a equação apresenta duas raízes, que são:
5
Dessa maneira, x = 0 ou 2x – 5 = 0, ou seja, x . Logo, as
5 2 5  25 5  5 10 5 5  25 5 5
duas raízes são x1 = 0 e x 2 . x1 x2 0
2 2 ˜2 4 4 2 2 ˜2 4

Matemática – 9o. ano – Volume 3 13


3x 2  27 0
Método 1: Método 2:
3 x 2  27 0 A equação pode ser reescrita como 3 x 2  0 x  27 0. Dessa
forma, a = 3, b = 0 e c = –27 e, assim, ' (0)2  4 ˜3˜(27) 324 ! 0.
3( x  9) 0
2
Portanto, a equação apresenta duas raízes, que são:
Dessa maneira, como pelo menos um dos termos do
produto tem que ser igual a zero, temos x 2  9 0. As 0  324 0  18 18
raízes dessa equação são 3 e –3. Logo, as duas raízes da x1 3
2˜3 6 6
equação dada são x 1 3 e x 2 3.
0  324 0  18
x2 3
2˜3 6

11. Verifique se as equações abaixo têm raízes reais. Em caso afirmativo, encontre as raízes de cada equa-
ção de duas formas: por meio da fórmula resolutiva de equações do 2º. grau e utilizando o método
de completar quadrados.
a) x2 – 10x + 7 = 0
• Fórmula resolutiva de equações do 2.º grau • Método de completar quadrados
Os coeficientes da equação são a = 1, b = –10 e c = 7. Logo, x 2  10 x  7 ( x 2  (2 ˜5) x  52 )  52  7 0
' (10)2  4 ˜1˜ 7 100  28 72 ! 0 . Portanto, a equação Dessa forma, a equação equivalente é dada por
tem duas raízes reais, que são dadas por: ( x  5)2  18 0 .
(10)  72 10  6 2 Logo:
x1 53 2 x  5 r 18
2 ˜1 2
x  5 r3 2
(10)  72 10  6 2
x2 53 2 x 5r3 2
2 ˜1 2
Portanto, as raízes são x 1 5  3 2 e x 2 5  3 2 .

b) x2 + x + 1 = 0

• Fórmula resolutiva de equações do 2.º grau


Os coeficientes da equação são a = 1, b = 1 e c = 1. Logo, ' 12  4 ˜1˜1 3  0 . Portanto, a equação não tem raiz real.
• Método de completar quadrados
2 2
§ 1· § 1· § 1·
x2  x 1 x2  ¨ 2˜ ¸ x  ¨ ¸  ¨ ¸ 1 0
© 2¹ ©2¹ ©2¹
2 2
Dessa forma, a equação equivalente é dada por §¨ x  ·¸  § 1·
1 3 3
0 . Mas perceba que ¨ x  ¸   0 e, portanto, a equação
© 2¹ 4 © 2¹ 4
dada não tem raiz real.

c) 9x2 – 30x + 25 = 0
• Fórmula resolutiva de equações do 2.º grau
Os coeficientes da equação são a = 9, b = –30 e c = 25. Logo, ' (30)2  4 ˜ 9 ˜ 25 900  900 0 . Portanto, a equação tem uma
única raiz real, que é dupla e dada por:
(30)  0 30 5
x
2˜9 18 3
• Método de completar quadrados
9 x 2  30 x  25 ((3 x)2  2 ˜ 3 x ˜5  52 )  52  25 0. Dessa forma, a equação equivalente é dada por (3 x  5)2 0 .
Logo:
3x  5 0
5
x
3

14 Livro de atividades
12. (OBMEP) No dia de seu aniversário em 2006, o avô de Júlia disse a ela: “Eu nas-
ci no ano x2 e completei x anos em 1980. Quantos anos eu completo hoje?”.
A resposta certa é:
a) 61 b) 64 c) 67 X d) 70 e) 72
A idade do avô de Júlia em 1980 era igual a 1980 – seu ano de nascimento. Isso pode ser escrito como x = 1980 – x2. Dessa forma,
precisamos resolver a seguinte equação do 2.º grau:
x2 + x – 1980 = 0
Utilizando a fórmula resolutiva para equações do 2.º grau, temos ' b2  4 ac 1 4 ˜1980 7 921 892 e, portanto, as raízes
1r 89
são dadas por x . Como a idade é um valor positivo, temos que considerar a raiz positiva, que é igual a
2
1 89 88
x 44 . Dessa forma, podemos concluir que o avô de Júlia nasceu em 1980 – 44 = 1936. Logo, no ano de 2006,
2 2
ele fez 2006 – 1936 = 70 anos.

13. (OBMEP) Márcia cortou quatro tiras retangulares de mesma largura, cada uma de um
dos lados de uma folha de papel medindo 30 cm por 40 cm. O pedaço de papel que
sobrou tem 68% da área da folha original. Qual é a largura das tiras?
a) 1 cm b) 2 cm X c) 3 cm d) 4 cm e) 5 cm
Sendo x a largura das tiras retangulares, as dimensões do pa- Utilizando a fórmula resolutiva para equações do 2.º grau, te-
pel depois de realizar o corte das tiras passam a ser 40 – 2x mos que as raízes dessa equação são:
e 30 – 2x. Como o pedaço de papel que sobrou tem 68% da
35 r (35)2  4 ˜1˜ 96 35  29
área da folha original, que é igual a 40 cm · 30 cm, temos a x
2 ˜1 x1
seguinte equação a ser resolvida: 2
(40  2 x) ˜ (30  2 x) 0 , 68 ˜ 40 ˜ 30 35 r 1 225  384 35  29
x x2
4 x 2  140 x  1 200 816 2 2
35 r 841 64 6
4 x 2  140 x  384 (y 4 ) x x1 32 e x 2 3
2 2 2
x 2  35 x  96 0
Contudo, note que a medida 32 cm não convém. Logo, as ti-
ras têm largura de 3 cm.

14. (OBMEP) Joãozinho inventou uma operação matemática com números inteiros, para a qual ele usa
o sinal ∗. Ela funciona assim:
a ∗ b = (a + 1) × (b − 1)
Por exemplo, 3 ∗ 5 = (3 + 1) × (5 − 1) = 16. Se a e b são inteiros positivos tais que a ∗ b = 24 e
b ∗ a = 30, quanto vale a + b?
X a) 11 b) 12 c) 15 d) 16 e) 18
Pelas informações do enunciado, temos: Substituindo na primeira equação encontrada:
a * b = (a + 1) × (b – 1) = ab + b – a – 1 = 24 e (b  3)b 28
b * a = (b + 1) × (a – 1) = ab + a – b – 1 = 30 b2  3b  28 0
Temos, assim, as seguintes equações: Utilizando a fórmula resolutiva de equações do 2.º grau, en-
ab + b – a = 25 contramos –7 e 4 como raízes da equação anterior. Observe:
ab + a – b = 31
3 r 9  4 ˜1˜ (28)
Ao somarmos as duas equações, obtemos: b
ab  b  a 25 2 ˜1
ab  a  b 31
Logo, ab = 28. 3 r 121
b
2
2ab 56
Ao subtrairmos as duas equações, obtemos: 3 r 11
b o b1 4 e b2 7
ab  a  b 31 2
Logo, a – b = 3 e, portanto, a = b + 3. De acordo com o enunciado da questão, como a e b são nú-
ab  b  a 25 meros positivos, temos que b = 4 e, portanto, a = 4 + 3 = 7.
2a  2b 6 Logo, a + b = 7 + 4 = 11.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 15


8
Funções
Função afim
As funções afins são utilizadas para representar diversas situações simples do cotidiano, como o salário de
um vendedor que ganha um valor fixo mais comissão por venda, a posição de um corpo em velocidade cons-
tante e assim por diante. Vamos definir a função afim observando sua representação algébrica.

Toda função que puder ser escrita na forma y = ax + b é chamada de função afim
ou função polinomial do 1.º grau, sendo a e b números reais, com a ≠ 0.

Merecem destaque as funções afins em que a constante b é nula.

Sejam a e b números reais. Se a função afim y = ax + b é tal que a ≠ 0 e b = 0, ou seja,


y = ax, dizemos que essa é uma função linear.

As grandezas x e y representadas em uma função linear são proporcionais. Isso significa que as razões
y
entre os valores das duas grandezas são iguais, isto é, para todo x ≠ 0 e ao seu y associado temos a, em que
x
a é uma constante não nula.
Para ampliar a compreensão de uma função, é importante perceber como mudanças na variável indepen-
dente x repercutem na variável dependente y. Isso fica mais fácil de ser compreendido quando observamos
o gráfico da função.
Para traçar o gráfico de uma função, usamos o sistema de coordenadas cartesianas, no qual um ponto do pla-
no é representado por duas coordenadas (x, y). A primeira coordenada é chamada de abscissa e está associada
à variável independente x; a segunda coordenada é a ordenada e está associada à variável dependente y.
O gráfico de uma função é o conjunto de todos os pontos correspondentes aos pares ordenados que satisfazem
determinada lei matemática. Do ponto de vista abstrato e mais amplo, o domínio da função afim é o conjunto dos
números reais ( ); contudo, para algumas situações práticas, é possível termos restrições para o domínio da função.
Quando o domínio da função é o conjunto dos números reais e se estiver considerando x real, o gráfico de
uma função afim é uma reta, que fica bem determinada caso sejam conhecidos dois de seus pontos.
O valor de x para o qual temos y = 0 é denominado zero da função. O gráfico de uma função afim com x
§ b ·
real intersecta o eixo das abscissas em um único ponto, precisamente ¨  , 0 ¸ . Outro ponto importante é a
© a ¹
intersecção do gráfico com o eixo das ordenadas, ou seja, o ponto (0, b). Quando a função é linear (b = 0), seu
gráfico necessariamente passa pela origem.
O sinal de a da função y = ax + b determina como a variação de x influencia no crescimento de y.

16 Livro de atividades
y
Se a > 0: a função é crescente, isto é, se os valores de x aumen-
tam, os valores de y também aumentam.
Se a < 0: a função é decrescente, isto é, se os valores de x au-
mentam, então os valores de y diminuem.

Na figura ao lado, os gráficos em verde são funções afins com a > 0 x

e os em vermelho têm a < 0.

Função quadrática
Chamamos de função quadrática toda função que pode ser escrita na forma
y = ax2 + bx + c, em que a, b e c são coeficientes reais, com a ≠ 0 e x real.

O gráfico de uma função quadrática é uma curva denominada pará-


y
bola. A parábola aparece em várias situações e tem muitas aplicações.
Ela modela os lançamentos oblíquos e o desenho de algumas pontes e
está associada ao funcionamento de antenas parabólicas, por exemplo.
A parábola tem um eixo de simetria vertical. O ponto em que o eixo
de simetria e a parábola se cruzam é chamado de vértice. A figura ao
lado representa o gráfico da função quadrática y = x2, que tem como eixo
de simetria o eixo das ordenadas e vértice a origem do sistema cartesiano.
Todos os gráficos das outras funções quadráticas podem ser construídos a
partir do gráfico de y = x2, fazendo translações, aumentando ou diminuin-
do a abertura da concavidade e, se necessário, invertendo a concavidade. x

O sinal da constante a determina se, no gráfico da função quadrática


y = ax2 + bx + c, a ≠ 0, a concavidade é para cima (a > 0) ou para baixo
(a < 0). Além disso, a variação do módulo de a reflete no aumento ou na
diminuição da abertura da parábola.
• Para a positivo (a > 0): concavidade para cima. Quan- • Para a negativo (a < 0): concavidade para baixo.
to maior o valor de a, mais fechada a parábola. Quanto menor o valor de a, mais fechada a parábola.
a>0 a<0
y y

x x

Matemática – 9o. ano – Volume 3 17


y y = x2 − 2x + 2
Quando uma reta horizontal corta o gráfico da função quadrática em
dois pontos, a abscissa do vértice da parábola é a média aritmética das abs- y=5

cissas dos pontos de intersecção. No caso em que a reta horizontal corta a


curva em um único ponto, esse ponto é precisamente o vértice da parábola.
O cálculo das coordenadas do vértice pode ser feito de duas maneiras. V
x

Método 1 Método 2
Encontramos um par de abscissas simétricas. Para isso, Identificamos os coeficientes da função quadrática:
tomamos, por exemplo, a intersecção da reta y = 5 y x 2  2x  2
com a parábola: 2
y N 2 x  N
1x N 2
x 2  2x  2 5 a b c
x 2  2x  1 4 As constantes da função quadrática são, portanto,
(x  1)2 4 a = 1, b = –2 e c = 2. A abscissa do vértice da parábola
é dada pela seguinte expressão:
xx 1  4 b
x 1 2 xv 
2a
x 3 Substituindo:
xx 1  4 (2)
xv 
x  1 2 2 ˜1
2
x 1 xv 1
Determinamos a média aritmética dessas abscissas: 2
(1)  3 2 Substituímos o valor de xv na função:
xv 1
2 2 yv (1)2  2 ˜ 1  2 1
Substituímos o valor de xv na função:
Portanto, o vértice V da parábola é V (1, 1).
yv (1)2  2 ˜ 1  2 1
Portanto, o vértice V da parábola é V (1, 1).

Atividades

Função afim
1. Em uma sorveteria, o sorvete com 1 bola custa R$ 9,00 e o com 2 bolas custa R$ 12,00. Considerando que o
preço do sorvete é o preço da casquinha mais o preço de cada bola, qual a função que representa o preço
do sorvete como função do número de bolas? E qual o preço do sorvete de casquinha com 3 bolas?
A variável independente é o número de bolas (x) e a variável dependente é o preço do sorvete (y). Observe que a cada bola acres-
centada o preço do sorvete aumenta em 3 reais. A função é da forma y = ax + b, onde a é o preço pago por bola e b o preço da
casquinha, que é fixo. Logo, temos y = 3x + b. Para descobrir o valor da casquinha, substituímos os valores de uma das relações:
9 3 ˜1b ou 12 3 ˜ 2 b. Ambas geram o mesmo resultado, que é b = 6. Assim, a função é y = 3x + 6. Portanto, o preço do sorvete
com 3 bolas é R$ 15,00.

18 Livro de atividades
2. Uma pequena confecção produz camisas. A empresa tem um custo fixo mensal de R$ 1.500,00 e
custo de produção de R$ 5,00 por camisa produzida. Sabendo que o preço de venda das camisas é
R$ 9,00, responda às questões.

a) Qual o custo de produção de x camisas? (C = ?) C = 5x + 1 500

b) Qual o valor arrecadado na venda de x camisas? (A = ?) A = 9x

c) Qual o lucro na venda de x camisas? (L = ?) L A  C 9 x  (5 x  1 500) 4 x  1 500

d) Supondo que todas as camisas produzidas são vendidas, qual deve ser o número mínimo de
camisas fabricadas por mês para a confecção não ter prejuízo?
L ( x) 4 x  1 500 0
4 x 1 500
x 375
Devem ser fabricadas pelo menos 375 camisas por mês para a confecção não ter prejuízo.

e) O proprietário da confecção estipulou a meta de ter um lucro de 75% do custo de produção.


Quantas camisas devem ser vendidas por mês? Qual o lucro desejado?

75 y 25 A empresa deve vender 10 500 camisas por mês.


L ( x) ˜ C( x) L(10 500) 4 ˜10 500  1500 40 500
100 y 25
3 Nesse caso, o lucro desejado é de R$ 40.500,00.
4 x  1500 (5 x  1500)
4
16 x  6 000 15 x  4 500
x 10 500

3. (OBMEP) Para assar um frango são necessários 15 minutos para aquecer


o forno e mais 12 minutos para assar cada meio quilo de frango. Paula
comprou um frango de 2,5 kg. A que horas ela deve ligar o forno para
que o frango fique pronto às 20 horas?
a) 18 h X d) 18 h 45 min
b) 18 h 15 min e) 19 h
c) 18 h 30 min
Considere y como tempo (em minutos) de forno ligado para assar um frango com x kg. Como a cada 0,5 kg aumentam-se
12 minutos, a cada 1 kg aumentam-se 24 minutos. Logo, y em função de x é uma função afim cuja fórmula é expressa por
y = 24x + 15. Para um frango com 2,5 kg (x = 2,5), temos:
y 24 ˜ 2 , 5  15 75
y 75 minutos
Ou seja, 1 h e 15 min. Para o frango estar pronto às 20 horas, Paula deve ligar o forno às 18 h 45 min.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 19


Volume (L)
4. (ENEM) Uma cisterna de 6 000 L foi esvaziada
A
em um período de 3 h. Na primeira hora foi 6 000
B
utilizada apenas uma bomba, mas nas duas 5 000
horas seguintes, a fim de reduzir o tempo de
esvaziamento, outra bomba foi ligada junto
com primeira. O gráfico, formado por dois
segmentos de reta, mostra o volume de água C

presente na cisterna, em função do tempo. 0 1 3 Tempo (h)

Qual é a vazão, em litro por hora, da bomba que foi ligada no início da segunda hora?
a) 1 000 b) 1 250 X c) 1 500 d) 2 000 e) 2 500
Usamos o intervalo da 1.ª hora para calcular a vazão da pri- Observe que as duas bombas esvaziam 5 000 L em duas horas.
meira bomba. Perceba que no gráfico a primeira bomba es- Assim, elas esvaziam 2 500 L em uma hora. Portanto, temos:
vazia 1 000 L de água por hora. Logo, a função afim que liga os Vazão das
duas bombas
pontos A e B é dada por: 2 500 
Quantidade Tempo (1000  x)
inicial (L) (h) 1
 P
V
N 6 000  1N
000 t x 1500
Volume Vazão
(L) (L/h) A vazão da segunda bomba é igual a 1 500 litros por hora.

5. O desgaste natural faz com que as mercadorias se desvalorizem. É comum representar esse fenô-
meno usando funções afins. Considerando V o valor de uma mercadoria e t o tempo decorrido em
anos, essas grandezas se relacionam na expressão V = at + b, onde a e b são constantes.
Determinado equipamento com preço inicial de R$ 400,00 perdeu 30% do seu valor em 2 anos.
a) Qual o valor desse equipamento como função do tempo (t anos)?
Em 2 anos, o equipamento desvalorizou 30% ∙ 400 reais = 120 reais. Como V em função de t é uma função afim, significa que a
cada ano o equipamento desvalorizará 60 reais. Observe que essa função é decrescente. Logo, temos:
Desvalorização Tempo
por ano (anos)
P P
V  60 ˜ t  400
N N
Valor Valor inicial

b) Em quanto tempo o valor do equipamento ficará reduzido a R$ 100,00?


V 60t  400
100 60t  400
60t 300
t 5
O equipamento valerá R$ 100,00 daqui a 5 anos.

6. (UFPE) O preço pago por uma corrida de táxi normal consiste de uma quantia fixa de R$ 3,50, a bandei-
rada, adicionada de R$ 0,25 para cada 100 m percorridos, enquanto o preço pago por uma corrida de
táxi especial consiste de uma quantia fixa de R$ 4,20 adicionada de R$ 0,35 a cada 100 m percorridos.
Seja f(x) o preço pago, em reais, por uma corrida de x km no táxi normal e g(x) o preço pago, em reais,
por uma corrida de x km no táxi especial. Analise as afirmações seguintes referentes a esta situação.
Se é pago R$ 0,25 para cada 100 m, devem ser pagos R$ 2,50 para cada 1 000 m, ou seja, 1 km. Assim,
( V ) f(10) = 28,50 reais f(x) = 3,5 + 2,5x e f(10) = 3,5 + 25 = 28,5.
( V ) g(20) = 74,20 reais Se é pago R$ 0,35 para cada 100 m, devem ser pagos R$ 3,50 para cada 1 000 m, ou seja, 1 km. Assim,
g(x) = 4,2 + 3,5x; g(20) = 4,2 + 70 = 74,2.

20 Livro de atividades
y
g
32,2
30
( V ) Os gráficos de f(x) e g(x), para 0 ≤ x ≤ 10, estão esboçados f
a seguir (são, respectivamente, as semirretas com origem 20
16
nos pontos (0, 3,5) e (0, 4,2) e com inclinações 2,5 e 3,5). 10
f(5) = 3,5 +12,5 = 16 e g(8) = 4,2 + 28 = 32,2
0 2 4 5 6 8 10 x

( F ) Para qualquer corrida, o preço do táxi especial é 30% mais caro que o táxi normal.
g(x) = 4,2 + 3,5x ≠ 1,3 · (3,5 + 2,5x) = 4,55 + 3,25x
( V ) g(x) – f(x) = 0,7 + x. g(x) – f(x) = 4,2 + 3,5x – (3,5 + 2,5x) = 0,7 + x

7. Duas pequenas fábricas de calçados, I e II, têm produzido, respectivamente, 400 e 196 pares de sapa-
tos por mês. A partir de janeiro, a fábrica I aumentará a produção em 8 pares por mês e a fábrica II
aumentará a produção em 30 pares por mês.
a) Escreva as funções que representam as produções mensais de cada fábrica x meses depois de janeiro.
pI = 400 + 8x e pII = 196 + 30x

b) Em que mês a produção de II superará a produção de I?


p I ( x)  p II ( x) 400  8 x  (196  30 x) 204 102
x  9,27
p I ( x)  p II ( x) 204  22 x 22 11
204  22 x ! 0 A partir do 10.º mês após janeiro, a produção de II superará
22 x  204 a de I.

8. Qual a lei da função afim cujo gráfico passa pelos pontos (3, –6) e (5, 4)?
Consideramos a expressão geral y = ax + b. Obtemos um sistema equivalente multi- Para encontrar o valor b, basta substituir o
Substituindo os pares ordenados (x, y), plicando a primeira equação por –1. valor de a em uma das equações e calcular.
temos duas equações:
­3a  b 6 5a  b 4
Para x = 3, temos –6 = 3a + b. ®
Para x = 5, temos 4 = 5a + b. ¯ 5a  b 4 25  b 4
Logo, temos o seguinte sistema de duas Somando essas duas equações, obtemos: b 21
equações e duas incógnitas: ­3a  b 6 2a 10
®  Portanto, a função que passa pelos pon-
­3a  b 6 ¯ 5a  b 4 a 5 tos (3, –6) e (5, 4) é y = 5x – 21.
®
¯ 5a  b 4 5a  3a 10

9. (OBMEP) A figura mostra o gráfico da função definida por y = x2. O ponto A tem coordenadas
(0, p). Qual é o valor de p?
a) 5 b) 5,5 X c) 6 d) 6,25 e) 6,5
y
Chamando de P e Q os pontos indicados na y = x2 Q
­4 a ˜ (2)  p
parábola, temos: ®
• P: a abscissa do ponto P é x = –2. ¯ 9 a ˜3  p
y = x2 → y = (–2)2 = 4 Logo, temos um sistema de equações: A
Assim, o ponto P tem coordenadas (–2, 4). ­ 2a  p 4
® P
• Q: a abscissa do ponto Q é x = 3. ¯ 3a  p 9
y = x2 → y = 32 = 9 Multiplicando a primeira equação por 3, a
Assim, o ponto Q tem coordenadas (3, 9). segunda equação por 2 e somando as novas
Vamos encontrar então a equação de uma equações, obtemos:
função afim y = ax + b. Como b é a intersec- x
ção da reta com o eixo das ordenadas, temos ­ 6a  3p 12 −2 3
® 
b = p. Substituindo as coordenadas dos pon- ¯ 6a  2p 18 5p 30
tos P e Q, obtemos duas equações:
3p  2p 12  18 p 6

Matemática – 9o. ano – Volume 3 21


10. (UFPI) O pediatra de uma criança em estado de subnutrição estabeleceu um regime alimentar no qual
se previa que ela alcançaria 12,50 kg em 30 dias, mediante um aumento diário do peso de 105 gramas.
Nessas condições, podemos afirmar que, ao iniciar o regime, a criança pesava
a) menos de 7 kg. c) entre 8 kg e 9 kg. e) mais de 10 kg.
b) entre 7 kg e 8 kg. X d) entre 9 kg e 10 kg.
Como a cada dia se tem um aumento constante, a função que relaciona o peso da criança e o número de dias é uma função
afim. Essa função é da seguinte forma:
P 0,105 ˜ d  Pi
N  N N
Peso Var. diária Tempo Peso
atual (kg) (dias) inicial
Substituindo os dados fornecidos, temos:
12 , 5 0 ,105 ˜ 30  Pi
Pi  3 ,15 12 , 5
Pi 9 , 35 kg

11. Observe os esboços dos gráficos de funções f(x), g(x) e h(x). Sabendo que g(x) é linear e f(x) é a que
tem o maior crescimento, determine as leis de formação dessas três funções e associe cada função
ao seu gráfico.

y f(x) = 2x −1
g(x) = −3x 8

6
h(x) = 1 x + 4
5 3

2
1

−5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
−1

O fato de g(x) ser linear indica que seu gráfico passa pela ori- Por fim, h(x) é a função cujo gráfico intersecta o eixo das orde-
gem. Logo, essa função é da forma g(x) = g1 ⋅ x. nadas no valor 4. Logo, essa função é da forma h(x) = h1 ⋅ x + 4.
Observando a imagem, concluímos que g1 < 0 e que g(x) con- Observando a imagem, concluímos que h1 > 0 e que h(x) con-
tém o ponto (–2, 6). Portanto, temos: tém o ponto (3, 5). Portanto, temos:
6 g 1 ˜ (2) 5 h1 ˜ 3  4
g 1 3 3h1 1
g( x) 3 x 1
h1
O gráfico f(x), de maior crescimento, intersecta o eixo das orde- 3
nadas no valor –1. Logo, essa função é da forma f(x) = f1 ⋅ x – 1. 1
h(x) x  4
Observando a imagem, concluímos que f1 > 0 e que f(x) contém 3
o ponto (3, 5). Portanto, temos:
5 f1 ˜ 3  1
3f1 6
f1 2
f (x) 2 x  1

22 Livro de atividades
Função quadrática
12. Encontre as funções quadráticas que satisfazem as condições indicadas em cada item.
a) 2 e –1 são as raízes de y f (x) ax 2  2x  c.
Substituindo os valores 2 e –1 na função f(x), obtemos zero. Logo, temos o seguinte sistema:
Isso nos possibilita encontrar duas relações que envolvem os ­4 a  c 4
coeficientes a e c. ®
¯ ac 2
f (2) a ˜ 22  2 ˜ 2  c 0 f (1) a(1)2  2(1)  c 0
A solução é a = –2 e c = 4. Portanto, temos:
4a  4  c 0 a 2 c 0 y f ( x) 2 x 2  2 x  4
4 a  c 4 ac 2

b) A função y f (x) ax 2  bx  c intersecta o eixo das ordenadas em –5 e tem raízes 3 e –5.


Como a função f(x) intersecta o eixo f (5) a(5)2  b(5)  5 0 9a  3(5a  1) 5
das ordenadas em y = –5, significa que
25a  5b 5 9a  15a 5  3
f(0) = –5:
5a  b 1 24 a 8
f (0) a ˜ 0 2  b ˜ 0  c 5 Temos o seguinte sistema de equações: 1
c 5 a
Com os dados das duas raízes, concluí- ­9a  3b 5 3
® Agora, encontramos o valor de b:
mos que: ¯ 5a  b 1
Podemos isolar b na segunda equação e b 5a  1
f (3) a(3)2  b ˜ 3  5 0 substituir seu valor na primeira: 5
9a  3b 5 b 1
5a  b 1 3
b 5a  1 b
2 1 2
y f ( x) x 2  x  5
3 3 3

c) O ponto (–1, 7) é o vértice da parábola y f (x) ax 2  bx  c cuja intersecção com o eixo das
ordenadas é 6.
Da intersecção com o eixo das ordena- Logo, podemos substituir essas primei- f (1) 7
das, segue que: ras informações na função f(x):
a(1)2  2a(1)  6 7
a (0) 2  b ˜ 0  c 6 f ( x) ax 2  bx  c
a  2a 7  6
c 6 f ( x) ax 2  2ax  6
Como o ponto (–1, 7) é o vértice da pa- a 1
Como (–1, 7) pertence ao gráfico, segue
rábola, podemos relacionar os coeficien- que: b 2
tes a e b da função f com sua abscissa:
b b y f ( x)  x 2  2 x  6
xv  1  b 2a
2a 2a

d) O ponto de abscissa 1 é raiz e vértice da função quadrática y f (x) ax 2  bx  c . Sabe-se tam-


bém que (–2, –18) é outro ponto de seu gráfico.
Das duas condições fornecidas, pode- Ao substituir o valor de b na 1.ª equa- f (2) a(2)2  2a ˜ (2)  a
mos concluir as seguintes relações: ção, temos:
1é raiz de f : b = –2a 18 4 a  4 a  a
a  (2a)  c 0 18 9a
f(1) a(1)2  b ˜1 c 0
c a a 2
a b  c 0 Dessas informações, a função f pode ser b=4
1é abscissa do vértice: escrita como f ( x) ax 2  2ax  a. c = –2
b b Substituindo pelas coordenadas do pon- y f ( x) 2 x 2  4 x  2
xV  1  b 2a to que pertence à parábola, segue que:
2a 2a

Matemática – 9o. ano – Volume 3 23


13. (ENEM) Um posto de combustível vende 10 000 litros de álcool por dia a R$ 1,50 cada litro. Seu pro-
prietário percebeu que, para cada centavo de desconto que concedia por litro, eram vendidos 100 litros
a mais por dia. Por exemplo, no dia em que o preço do álcool foi R$ 1,48, foram vendidos 10 200 litros.
Considerando x o valor, em centavos, do desconto dado no preço de cada litro, e V o valor, em
R$, arrecadado por dia com a venda do álcool, então a expressão que relaciona V e x é
a) V = 10 000 + 50x – x2 c) V = 15 000 – 50x – x2 e) V = 15 000 – 50x + x2
b) V = 10 000 + 50x + x2 X d) V = 15 000 + 50x – x2

Sendo x o desconto em centavos, a expressão P(x) = 150 – x é o preço (em centavos) com desconto de x; a expressão
L(x) = 10 000 + 100x é a quantidade (em litros) de álcool vendido com desconto de x centavos. Como o valor V(x) arrecadado
P( x )
se calcula pelo produto entre o preço unitário e a quantidade de litros vendidos, temos V( x) ˜L ( x) (note que, como V(x)
100
deve estar em reais, devemos dividir P(x) por 100). Portanto:
(150  x) ˜ (10000  100 x)
V( x ) 15000  100 x  150 x  x 2 15000  50 x  x 2
100

14. (IFPE) Sobre um gramado em forma de retângulo, ABCD, de dimen- D P x C


x
sões 4 m × 8 m, deseja-se construir uma estrutura de madeira para
Q
uma apresentação. Um arquiteto propôs o formato de um paralelo-
gramo, como pode ser visto na figura ao lado, o qual nomeamos de N
MNPQ, cujos vértices M, N, P e Q distam x, respectivamente, dos vér- x
tices do jardim A, B, C e D. A x M B

Para que o gasto com a construção da estrutura seja mínimo, deseja-se que a área de MNPQ seja a
menor possível. Nesse caso, ela seria de:
a) 18 m2. b) 16 m2. X c) 14 m2. d) 20 m2. e) 24 m2.

A área do quadrilátero MNPQ é calculada pela diferen- A função quadrática tem concavidade para cima, logo, tem
ça entre a área do retângulo ABCD e dos quatro triângulos um valor mínimo, que ocorre precisamente no vértice.
. . .
QAM, PDQ, PCN e NMB. . 1
A medida de x que torna a área mínima é
Área dos triângulos menores: x ˜ (4  x); área dos triângulos b (12)
2 xV 3.
1 2a 4
maiores: x ˜ (8  x) ; área total dos quatro triângulos:
2 A área pedida, portanto, vale:
1 1
2 ˜ x ˜ (8  x)  2 ˜ x ˜ (4  x) x(12  2 x) 12 x  2 x 2 S( x v ) S(3) 2 ˜ (3)2  12 ˜ (3)  32
2 2
S( x v ) 14
Área de MNPQ: S( x) 32  (12 x  2 x 2 ) 2 x 2  12 x  32. Portanto, a área mínima é de 14 m2.

15. Considere as funções afins f (x) 4x  13 e g(x) 2x  3 e a função quadrática h(x) x 2  4x  3 .
a) Encontre as intersecções dos gráficos dessas funções: f(x) e g(x); f(x) e h(x); h(x) e g(x).

f ( x) g( x) f ( x) h( x) h(x) = g(x)
4 x  13 2 x  3 4 x  13 x 2  4 x  3 x 2  4 x  3 2 x  3
8 x 2  8 x  16 0 x 2  2x 0
6 x 16?x Tem duas raízes:
3 Tem uma única raiz:
8 7 x=0ex=2
y 4 ˜  13  x 4 ; y 4 ˜ 4  13 3
3 3 (0, 3) e (2, –1)
(4, 3)
§8 7 ·
¨ , ¸
©3 3 ¹

24 Livro de atividades
b) Esboce os gráficos das três funções no sistema de coordenadas abaixo, destacando os pontos de
intersecção entre os gráficos.
y
7
6
g(x) = −2x + 3
5
4

3 (0, 3) (4, 3)

2
1
h(x) = x2 − 4x + 3
−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
−1 f(x) = 4x − 13
(2, −1)
−2 8 , −7
3 3
−3

16. Deseja-se construir um galpão retangular no terreno triangular. Veja a figura a seguir.
a) Expresse a área do galpão como função de seu lado horizontal. Dica: utilize semelhança de triân-
gulos.
A
Considerando x como a medida do lado A área é A x ˜ y , logo, a área em função
horizontal e y como a medida do lado do lado x é:
vertical do galpão, a relação entre os dois § 3 · 3
se dá pela semelhança de triângulos, por A( x) x ˜ ¨  x  30 ¸  x 2  30 x 30 m
© 2 ¹ 2
.
exemplo, ABC e ADE: . Note que 0 < x < 20. D E
 
ABC  ADE
ym
AC AE
BC DE 3 x  2y 60 B C
20 m
30 (30  y ) 3x
y 30  xm
20 x 2

b) Quais devem ser as medidas do galpão para que a área seja a maior possível? Qual a área máxima?

Como a área é uma função quadrática com concavidade Veja outra maneira de calcularmos a área máxima:
para baixo, seu maior valor ocorre na ordenada do vértice 3
A(x v )  ˜ (x v )2  30 ˜ (x v )
da parábola, isto é, em A(xv): 2
3 30 3
A( x)  x 2  30 x xv  10 A(10)  ˜ (10)2  30 ˜ (10)
2 § 3· 2
2 ˜¨  ¸
© 2¹ A máx 150  300
Logo, as medidas do galpão devem ser x = 10 m e
A máx 150
ª 3 ˜ (10) º
y «30  m 15 m . Assim, a área máxima é Assim, a área máxima é 150 m2.
¬ 2 »¼
x ⋅ y = 10 m ⋅ 15 m = 150 m2.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 25


17. Em certo parque de diversões, quando o preço de ingresso é R$ 10,00, verifica-se que 200 pessoas (entre
crianças e adultos) comparecem por dia; quando o preço é R$ 15,00, comparecem 180 pessoas por dia.
a) Admitindo que o número de frequentadores por dia se relaciona com o preço por meio de uma
função afim, obtenha essa função.

Seja N o número de frequentadores do parque e p o preço do Se considerar oportuno, comente com os alunos que isso sig-
ingresso, temos, pelo enunciado, que N(p) a ˜ p  b , onde a e nifica que, para cada aumento de 1 real, 4 pessoas deixam de
b são constantes a serem determinadas. ir ao parque. O valor de b é:
Sabemos que N(10) = 200, então 10a + b = 200 e também que b 200  10 ˜ (4)
N(15) = 180, então 15a + b = 180. Comparando o valor de b
nas duas equações, temos: b 240
200 – 10a = 180 – 15a Portanto, temos N(p) 4p  240.
5a = –20
a = –4

b) Expresse o faturamento diário do parque como função do preço.

O faturamento diário é quanto foi apurado em um dia, que F(p) p ˜ N(p)


pode ser calculado pelo produto entre o preço diário e o
F(p) p ˜ (4p  240)
número de frequentadores do parque. Sendo F(p) o fatura-
mento em função do preço, temos: F(p) 4p 2  240p

c) Qual preço deve ser cobrado para maximizar (tornar o maior possível) a receita diária? Qual é esse
faturamento?

O faturamento é uma função O melhor preço para o proprietário F(p V ) 4 ˜ (p V )2  240 ˜ (p V )


que se identifica com a função do parque é 30 reais, pois:
f ( x) ax 2  bx  c , a  0. Logo, é uma b 240 Fmáx 4 ˜ (30)2  240 ˜ (30)
pV
função quadrática cujo gráfico tem 2a 2 ˜ (4) Fmáx 3 600
concavidade para baixo e, portanto, p V 30
apresenta um valor máximo. Esse valor Seu faturamento máximo é 3 600
máximo é a ordenada do vértice, que reais, pois:
ocorre na abscissa do vértice.

18. (ENEM) A parte interior de uma taça foi gerada pela rotação de uma
parábola em torno de um eixo z, conforme mostra a figura. A função
real que expressa a parábola, no plano cartesiano da figura, é dada pela
3
lei f (x) x 2  6x  C , onde C é a medida da altura do líquido contido
2
na taça, em centímetros. Sabe-se que o ponto V, na figura, representa o
vértice da parábola, localizado sobre o eixo x.
Nessas condições, a altura do líquido contido na taça, em centímetros, é
a) 1. b) 2. c) 4. d) 5. X e) 6.

Com os dados fornecidos, podemos encontrar o valor da Como 2 é uma raiz (dupla) da função, temos:
abscissa do vértice da parábola ax 2  bx  c . As coordena-
f (2) 0
§ b ·
das do vértice V são ( x V , y V ) ¨ , 0 ¸ , pois V é raiz da 3 2
© 2a ¹ ˜2  6 ˜2  C 0
função. Temos, então: 2
b (6) C 6
xV 2 Note que C também é o ponto que o gráfico corta o eixo y.
2a 2 ˜ 3
2

26 Livro de atividades
19. Considere as funções quadráticas f (x) x 2  4x  4 e g(x) x 2  3x  4 . Determine os pontos de in-
tersecção dessas funções, seus vértices e suas raízes. Faça o esboço dos gráficos, destacando os ele-
mentos encontrados.

y y = f(x) = x2 − 4x + 4
8

7 3 , 25
Vg =
2 4
6

5
4 P1 = (0, 4)

3
7 , 9
P2 =
2 2 4

1 y = g(x) = −x2 + 3x + 4

−3 −2 −1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
−1 Vf = (2, 0)

Para f(x): A função f é um produto notável, pois A abscissa do vértice é a média aritmética das raízes:
f ( x) x 2  4 x  4 ( x  2)2. Calculamos suas raízes: (1)  4 3
xV . Sua ordenada é:
2 2
( x  2)2 0
§3·
x 2r0 g( x V ) g ¨ ¸
©2¹
x x 20 2
§3· §3· §3·
x 2 g ¨ ¸ ¨ ¸  3 ˜¨ ¸  4
©2¹ ©2¹ ©2¹
x x 20
§ ·
3 9 9
x 2 g¨ ¸    4
©2¹ 4 2
Por ter raiz dupla, sua abscissa do vértice é precisamente a raiz
da função. Portanto, Vf = (2, 0). § 3 · 9  18  16 25
g¨ ¸
Para g(x): Suas raízes satisfazem  x 2  3 x  4 0. Pode-se utili- ©2¹ 4 4
zar a fórmula resolutiva ou resolver a equação por manipulação
algébrica e fatoração. Aqui usamos esse último. Multiplicando § 3 25 ·
Logo, Vg ¨ , ¸.
por (–1) ambos os membros, temos: ©2 4 ¹
x 2  3x  4 0 Os pontos de intersecção das duas parábolas representam os
valores de x que tenham a mesma imagem nas duas funções.

1 5
Assim, fazemos f(x) = g(x):
x 2  3x  4 0

2 x  5 x x 2  4 x  4 x 2  3x  4
x  2 x  5 x  1 5 0
2
2x 2  7 x 0
Reagrupando os termos, temos:
x(2 x  7) 0
5( x  1)
 x x 0

x 2
 1 5 x  5 0
2 x

x 2x  7 0
( x  1)2
7
( x  1)2  5( x  1) 0 x
2
( x  1)( x  1 5) 0 7
As intersecções são x1 = 0 e x 2 , dando origem a dois pontos:
( x  1)( x  4) 0 §7 9· 2
P1 = (0, 4) e P2 ¨ , ¸ . Ressalte com os alunos que essa últi-
x x 1 0 ©2 4¹
ma equação não representa o cálculo de raízes de uma função,
x 1 mas, sim, a intersecção de duas funções.
x x4 0

x 4
Suas raízes, portanto, são –1 e 4.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 27


9 Ângulos na
circunferência

Arcos e ângulos na circunferência


Em Geometria Plana, pontos, retas e polígonos são elementos muito estudados. No entanto, outro elemento
importante da Geometria é a circunferência.
A circunferência é o lugar geométrico dos pontos do plano que mantêm dada distância (raio) de um pon-
to fixo (centro da circunferência). É importante saber determinar os elementos da circunferência, bem como
relacioná-la com outros objetos da Geometria, como retas e segmentos.
Vamos iniciar o estudo enumerando alguns elementos de uma circunferência. B

• Raio: qualquer segmento que liga um ponto da circunferência ao centro. Na figu- E

ra ao lado, OA, OD e OE são raios de comprimento r. r


• Corda: segmento que liga dois pontos da circunferência. Na figura, BC e DE são cordas. O

A r
• Diâmetro: quando a corda passa pelo centro da circunferência, recebe o nome de r
C
diâmetro. É a maior das cordas e tem como comprimento o dobro do raio. Na fi- D
gura, DE é diâmetro.

Posições relativas entre uma reta e uma circunferência


• Reta secante à circunferên- • Reta tangente à circunferên- • Reta externa à circunferên-
cia: a reta intersecta a circunfe- cia: a reta intersecta a circunfe- cia: a reta não intersecta a cir-
rência em dois pontos. Na figura rência em um único ponto. Na cunferência. Na figura abaixo, a
abaixo, a reta s é secante à cir- figura abaixo, a reta s é tangen- reta s é externa à circunferên-
cunferência de centro O e raio r. te à circunferência no ponto P, cia. A distância do centro à reta
Os pontos P e Q estão tanto na e a distância do centro à reta s s é maior do que o raio (d > r).
reta quanto na circunferência. é igual ao raio (d = r). A reta é
s
A distância do centro à reta s é perpendicular ao raio no ponto
menor do que o raio (d < r). de tangência.
M

P
A r
O A
s d r
Q d
d
O
M O

P r

s
A

28 Livro de atividades
Vamos recordar os diversos ângulos que se relacionam a uma circunferência.

Ângulo central é o ângulo cujo vértice está no centro da circunferência.

E
B
Para determinar o ângulo central, indicamos o arco de circunferência associado.
o corresponde ao ângulo central AOB
Na figura ao lado, o arco AB  . Para diferenciar
O
dois arcos com extremidades em C e E, por exemplo, caso não esteja claro a qual A
estamos nos referindo, podemos escolher um ponto de cada um deles. Assim, o
o que tem D como um dos pontos é indicado por CDE
arco CE p , e o que tem o ponto
C
p . A medida do arco é igual à medida do ângulo central associado.
A, por CAE D

Ângulo inscrito é o ângulo cujo vértice está em um ponto da


circunferência e cujos lados são secantes a ela.

C
Um ângulo inscrito está associado a um ângulo central, relacionado pelo mesmo
 delimita o arco BC
arco de circunferência. Na figura ao lado, o ângulo inscrito BAC o , que
determina o ângulo central BOC . A medida do ângulo inscrito é a metade da medida 2_
O
do ângulo central correspondente. _
A

 ) 1  )
m(CAB m(COB B
2

Vale destacar que todo triângulo inscrito em uma semicircunferência é retângu-


lo, pois o ângulo central, nesse caso, é de 180° (ângulo raso).

Relações métricas na circunferência C

• Relação entre cordas: podemos relacionar os comprimentos de cordas que P


B
têm um ponto em comum no interior da circunferência e para isso usamos A O
semelhança de triângulos. Se duas cordas AB e CD se intersectam no ponto P
no interior da circunferência, obtemos quatro segmentos, tais que:
PA ˜ PB PC ˜ PD D

A
B
• Relação entre segmentos secantes: se ao prolongarmos
duas cordas não paralelas elas se encontram em um ponto P
O P externo à circunferência, temos:
D
C
PA ˜ PB PC ˜ PD

Matemática – 9o. ano – Volume 3 29


• Relação entre segmentos secante e tangente: Uma consequência desse último resultado é que
um dos segmentos é tangente à circunferência. dois segmentos que partem do mesmo vértice e são
Nesse caso, temos: tangentes à circunferência devem ser congruentes.
Para demonstrar, basta usar um segmento secante
(PA ) 2 PB ˜ PC auxiliar:
(PA)2 = PC ⋅ PD e (PB)2 = PC ⋅ PD
A
Portanto, temos:
PA = PB

O B

P
P
B C

D O

Atividades

Arcos e ângulos na circunferência


1. Na figura abaixo, temos três circunferências C1, C2 e C3, de centros O1, O2 e O3 e raios r1, r2 e r3.
G E
B C2
C1

C3

O1 A
O2 O3

D
H F

a) Trace um diâmetro da circunferência C3 que seja ao mesmo tempo raio da circunferência C2. Qual
a relação entre os raios dessas circunferências?
AO2 é ao mesmo tempo diâmetro da circunferência C3 e raio de C2. Por conta disso, um raio é o dobro do outro: r2 = 2 ⋅ r3.

b) As circunferências C1 e C2 têm um raio comum? Em caso afirmativo, trace esse raio. Qual a con-
sequência desse fato?
Sim. O segmento O1O2 é raio simultaneamente das duas circunferências; dessa forma, os raios são iguais, isto é, r1 = r2.

c) Trace um segmento que seja corda das circunferências C1 e C2 ao mesmo tempo. Como você
nomeou esse segmento?
Só existe um segmento, o que pode variar é o nome dado aos pontos. Na solução apresentada, temos o segmento BD.

30 Livro de atividades
d) Trace na figura um diâmetro da circunferência C1 que seja tangente à C2. GH
e) Trace na figura um diâmetro da circunferência C2 que seja tangente à C1 e C3. EF
2. Na figura a seguir, temos uma circunferência de centro O, na qual marcamos os pontos A e B. Use
a régua para traçar a reta secante à circunferência pelos pontos A e B. Trace também o diâmetro da
circunferência pelo ponto A. Use o transferidor para medir o ângulo inscrito que você desenhou.
Marque o arco compreendido pelo ângulo inscrito. Qual a medida, em graus, desse arco?

ˆ
Ângulo inscrito: m(BAC) 55°
B o
A Arco: m(BC)=2 ˜55° =110°
55°

3. (UFPE) Sejam AB e AC cordas de mesma medida em uma circunferência e D um ponto no arco


l mede 150° assinale a medida, em graus, do
maior BC, conforme ilustração abaixo. Se o ângulo BAC
 .
ângulo BDA
A C
Com os raios AO, OB e OC, construímos dois triângulos isósceles congruentes (ΔABO ≡ ΔACO,
B
 l l  150°
pelo caso LLL). Temos: m(OBA)=m(OAB)=m(OAC)=m(OCA)= =75° .
2
l é 180°  2 ˜ 75° 30°.
A medida do ângulo central AOB
O
 30°
O ângulo inscrito mede a metade do ângulo central: m(BDA)= =15°.
2

4. (UFRGS – RS) Na figura abaixo, as semirretas AB e AC tangenciam o círculo de centro D, respectiva-


mente, nos pontos B e C.
l mede 70°, o ângulo BDC
Se o ângulo BAC  mede
C
X a) 110°. A soma dos ângulos internos de um quadrilátero
é 360°. Sabemos que dois ângulos são retos, pois
b) 115°. as semirretas são tangentes à circunferência, e um
dos ângulos é 70°. Assim, o ângulo procurado é
A
D c) 125°. 360° – (70° + 90° + 90°) = 110°.
d) 135°.
B
e) 140°.

Matemática – 9o. ano – Volume 3 31


5. Calcule os ângulos nas figuras estreladas, que são construídas dividindo-se uma circunferência em
partes iguais. Dica: uma circunferência dividida em partes iguais determina arcos de mesma medida.
C

a) Estrela de cinco pontas o = m(BE) =


m(AD)
 360°
= 72°
E A 5
36° 36°
 = 36°
m(BCD)
O
 = 72° = 36 °
 = m(BAE)
m(AED)
F
2
72° 72° O triângulo ΔAFE é isósceles de base AE . Logo:
 )
m(BFD 108°
 = m(AFE)
m(BFD)  = 180°  2 ˜ 36° = 108°
B D

2 ∙ 180° A 2 ∙ 180°
7 7
b) Estrela de sete pontas C F l = 1 ˜ 360° = 180°
m(BAG)
2 7 7
l = 180° O O triângulo ΔCHF é isósceles de base CF, com
m(BAG)
7 E  = 180°  2 ˜ 2 ˜ 180° = 540° , logo:
m(CHF)
D
H 7 7
 = 540°
m(BHG)   540°
7 540° m(BHG) = m(CHF) =
7 G B 7

H E

c) Estrela de oito pontas 1 360°



m(EFG) ˜2 ˜ 45°
C B
22,5° 2 8
 = 45°
m(EFG) O
O triângulo ΔFIB é isósceles de base FB , logo:
45°
I 
m(AIG)  180°  2 ˜ 45° 135°
m(FIB)
 = 135°
m(AIG)
F 22,5° G
2

A D

d) Usando cores diferentes, desenhe duas estrelas de nove pontas na


figura ao lado. Para desenhar uma delas, comece em qualquer um
dos pontos destacados na figura, exceto o centro da circunferência,
e ligue esses pontos de dois em dois no mesmo sentido (horário ou
anti-horário). Desenhe outra estrela da mesma forma, começando
em um dos pontos destacados e os ligando de quatro em quatro (no
mesmo sentido).
6. Um polígono é inscritível se todos os seus vértices pertencerem a uma mesma circunferência. Con-
sidere o quadrilátero ABCD a seguir inscrito em uma circunferência.
a) Calcule o valor de x. A
D
y
q , e que o
Observe que x é um ângulo central que tem a mesma medida que o arco BAD x

 é um ângulo inscrito desse mesmo arco. Logo, x deve valer o dobro de


ângulo BCD
O
2y 107°
 , ou seja, x 2 ˜107° 214°.
BCD C

B
b) Calcule o valor de y.
Seguindo o mesmo raciocínio do item anterior, o ângulo Temos, então:
l mede o dobro do ângulo y. Logo, m(BOD)
BOD l = 2y . x  2y 360°
2y 146°
y 73°

32 Livro de atividades
l + m(BAD)
c) Calcule o valor da soma m(BCD) l .
A soma é 107° + 73° = 180°.
 e CBA
d) O que se pode concluir da soma da medida dos ângulos ADC  ?
Essa soma também vale 180°. Esse fato pode ser verificado pelo mesmo raciocínio dos itens anteriores ou pode-se constatar que,

como a soma das medidas dos ângulos internos de um quadrilátero é 360° e dois ângulos opostos são suplementares, os outros

dois ângulos opostos devem ser suplementares.

e) Que propriedade pode ser atribuída aos quadriláteros inscritíveis?


A soma das medidas dos ângulos opostos é 180°, ou seja, os ângulos opostos são suplementares.

7. No retângulo abaixo, trace a circunferência que circunscreve o retângulo. Dica: encontre a intersec-
ção das diagonais.

8. Na figura abaixo, temos duas circunferências centradas nos pontos O1 e O2, com raios respectiva-
mente 6x e 5x. Sabendo que o quadrilátero ABCO1 tem área 60 cm2, determine o valor de x.
A

O1 B
O2

. .
Os triângulos ABO1 e CBO1 são retângulos e congruen- A área do quadrilátero ABCO1 é o produto do raio da primeira
circunferência pelo cateto AB, pois é a soma dos dois triângu-
tes pelo caso LLL (lado, lado, lado).
Como a hipotenusa dos triângulos é o diâmetro da circunfe- los retângulos. Logo:
6 x ˜ 8 x 60
rência de centro O2, segue que:
5
AB 2 (10 x)2  (6 x)2 x2
4
AB 2 (8 x)2
5
AB 8 x x cm
2

Matemática – 9o. ano – Volume 3 33


R
9. Um ângulo é denominado ângulo de segmento (ou ângulo semi-
-inscrito) se o seu vértice está na circunferência e um lado é secante à
Q
circunferência e o outro é tangente. Na figura ao lado, um ângulo QPR
é de segmento.
Nesta atividade, vamos verificar que o ângulo de segmento mede a me- P S
O

 = 1 m(QP)
tade do arco que o compreende, isto é, m(QPR)  .
2
Complete corretamente as lacunas com as palavras do quadro a seguir.

diâmetro meia-volta reto tangente metade

 = 1 m(QP)
Resultado: m(QPR)  R
2
Q
Justificativa: Como a reta definida por R e P é tangente à circun-
 é
ferência, temos que o ângulo SPR reto .
P S
O

A medida do ângulo SPQ é igual à metade o , pois é


do arco SQ
o.
um ângulo inscrito de SQ

Como PS é um diâmetro q é um arco de


da circunferência, SQP meia-volta . Assim, temos:
 + m(SPQ)
m(QPR)  = 90°
180° 1 o + m(QP))
o
= (m(SQ)
2 2
Logo, segue que:
m(QPR)  = 1 (m(SQ)
 + m(SPQ)  + m(QP))

2
 + m(SPQ)
m(QPR)  + 1 m(QP)
 = 1 m(SQ) 
2 2
1   , cancelamos a soma em ambos os termos:
Como m(SQ) = m(SPQ)
2
 + m(SPQ)
m(QPR)  + 1 m(QP)
 = m(SPQ) 
2

Conclusão: m(QPR)  = 1 m(QP)



2
10. Observe as figuras e descubra o valor do ângulo desconhecido em cada circunferência de centro O.
A

l = 67°
a) m(BAC) y
C

m(BAC) o = 134° = 67°


 = 1 m(AB) O
2 2
)

m(AB) = 134°
B

34 Livro de atividades
 = 122°
b) m(PRT)
Q R
25° P
33°
x
 1 o l
m(RTS)= m(RS)=m(RQS)=25 ° S
2
.
Olhando para o triângulo RTP, concluímos que: O
x + 33° + 25° = 180°
x = 122°
T

Relações métricas na circunferência


11. Determine o valor de x em cada circunferência abaixo.
a) x = 50 16 ˜ x 20 ˜ 40 d) x = 5,9 4 ,1˜ ( x  4 ,1) 5 ˜ (5  3 , 2)
x
800
50 x  4 ,1 10
E
16 x 5,9
40 R

B 16 x Q
A 4,1
x
P
20 C
3,2 5
D S
T

b) x = 1 2x ˜ x 0 , 8 ˜2 ,5 e) x = 20,5 x ˜ ( x  29 , 5) (16  25) ˜ 25


2
x 1 x 2  29 , 5 x  1025 0
E Como x > 0, x = 1 x 50 ou x 20 , 5
R Como x > 0, x = 20,5
2x 29,5
B 0,8 Q
A x
2,5 P
x C
16 25
D S
T

f) x = 5 1 x ˜ ( x  2) 22 4
c) x = 3 x ˜ ( x  1) ( x  1) ˜ ( x  3)
x 2  2x  4 0
D
x 2  x x 2  2x  3
B x=3 x 5 1
P x
x x−1 R
A
2
x+1 2
C S
x+3
Q

12. (UNESP – SP) Em um plano horizontal encontram-se representadas uma A


B
2x x
circunferência e as cordas AC e BD. Nas condições apresentadas na figura,
E
determine o valor de x. x+3 C

3x − 1
2 x ˜ ( x  3) x ˜ (3 x  1) x2  7x 0 Como x > 0, segue que x = 7.
2x 2  6 x 3x 2  x x1 0 ; x 2 7 D

Matemática – 9o. ano – Volume 3 35


13. No triângulo ΔABC, a circunferência é tangente aos lados A

do triângulo nos pontos D, E e F. Sabendo que os lados do


10 − x 10 − x
triângulo medem AB = 10 cm, BC = 11 cm e CA = 9 cm,
determine o comprimento do segmento BD. E F

Como segmentos tangentes a um mesmo ponto externo têm mesmo


comprimento, colocando BD = x, concluímos que: x 11 − x
10 – x + 11 – x = 9
2x = 12
x = 6 cm B C
x D 11 − x

14. Um polígono está circunscrito a uma circunferência se todos os


seus lados são tangentes a ela. O pentágono ao lado é um exem-
plo de polígono que circunscreve uma circunferência.

a) Se ABCD é um quadrilátero que circunscreve a circunferência 3


C

ao lado, calcule seu perímetro. B 1


1 3
Como os segmentos tangentes a uma circunferência em um ponto externo
têm mesmo comprimento, chegamos à conclusão de que
BC = 1 + 3 = 4, AD = 4 + 2 = 6. 4
Portanto, o perímetro de ABCD é: 2
AB + BC + CD + DA = (4 + 1) + (1 + 3) + (3 + 2) + (2 + 4) =
= 5 + 4 + 5 + 6 = 20 2 D
A 4

b) Mostre que as somas dos lados opostos de um quadrilátero B


circunscrito a uma circunferência são iguais, isto é, AB + CD = y y
= BC + AD. Dica: utilize as mesmas ideias do item a.
z
Baseando-se no item a, segue que os segmentos tangentes à circunferência C
em cada um dos vértices são congruentes. Podemos denotá-los como x, y, z
z e w para trabalhar em um contexto geral. Assim: x
AB + CD = (x + y) + (z + w) = x + y + z + w
w
BC + DA = (y + z) + (x + w) = x + y + z + w
Portanto, AB + CD = BC + AD. A x w D

15. Desenhe a circunferência inscrita ao losango abaixo.


Traçar as duas diagonais do
losango. A intersecção dessas
diagonais é o centro da circun-
ferência pedida. A seguir, esco-
lher um lado do losango e, com
o auxílio de uma régua e de um
esquadro, construir uma per-
pendicular a esse lado que passe
pelo centro da circunferência.
A intersecção dessa perpendi-
cular com esse lado define um
dos pontos da circunferência.
O segmento que liga os dois
pontos construídos é o raio da
circunferência.

36 Livro de atividades

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