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Nós que trabalhamos na área sabemos que ela é muito mais do que isso, sendo um
exercício bastante completo e funcional. Tudo isso é motivo para inserir a prancha em
sua aula, mas será que tem algum jeito de variar um pouquinho e não precisar colocar
sempre o mesmo movimento?
Eu já passei por esse problema de ir em busca de variações diferentes para meus alunos e posso
te garantir que são muitos jeitos de fazer a prancha. Quer alguma prova? Separei nesse artigo
algumas dicas teóricas e mais 20 variações para você utilizar.
Felizmente, o trabalho com bases instáveis nos ajuda a resolver esse problema. Não se engane,
não são só seus alunos lesionados que precisam desse trabalho. Mesmo atletas de alto rendimen-
to que treinam muito devem trabalhar com bases instáveis em suas aulas.
Durante o movimento sobre uma dessas bases o aluno é forçado a desenvolver as habilidades
proprioceptivas do corpo. Eles são imprevisíveis, o corpo não consegue adivinhar como o equipa-
mento reage ao movimento. Assim, ele precisa realizar adaptações no movimento e nas contra-
ções musculares em frações de segundo.
Se queremos prevenir lesões, melhorar o desempenho e fornecer uma vida saudável ao aluno, de-
vemos garantir que seu centro esteja fortalecido, estável e trabalhando de maneira funcional.
Manter as musculaturas dessa região fortalecidas e estáveis trarão diversos benefícios para seus
alunos. Para entendermos um pouquinho mais dessa região tão trabalhada em exercícios de pran-
cha, listarei algumas das melhorias que seus alunos experimentarão.
Melhora na estabilidade
A estabilidade está entre os fatores que nos permitem ficar de pé e realizar diversos movimentos.
Dá para imaginar que ela é importante para qualquer um, desde um sedentário que de vez em
quando vai à academia, até um atleta olímpico. Sua falta também está entre as principais causas
de mortes em idosos: a queda.
Claro que queremos que nossos alunos desenvolvam uma melhor estabilidade, caso contrário
estão em risco de se lesionar ou até ir a óbito (no caso dos mais velhos). Coincidentemente, os
músculos do CORE estão extremamente ligados à estabilidade.
Peguemos os músculos que dão sustentação à coluna lombar como exemplo. Um atleta que pos-
sui essa região enfraquecida está extremamente propenso a lesão.
As musculaturas da região também auxiliam a realizar movimentos com a parte superior do corpo
por serem a conexão entre o quadril e membros inferiores e a parte superior.
Bom equilíbrio
Você acha mais fácil derrubar algo de uma base estável e forte ou de uma base enfraquecida e
sem qualquer estabilidade? Sei sua resposta e concordo, é muito mais fácil tirar o equilíbrio de
algo que não tem estabilidade do início.
Nosso corpo é igual. Será muito mais fácil sofrer uma queda se nossa base é instável, e em alguns
casos essa queda levará a sequelas, lesões e morte. Mesmo que seu aluno seja jovem e saudável
e não vá se machucar muito, você deve cuidar de seu equilíbrio através de exercícios para traba-
lhar o CORE.
As musculaturas da região são programadas para buscarem o equilíbrio quando o corpo sai de
seu centro de gravidade. Imagine um jogador de futebol que colide com outro enquanto corre no
campo. Se o centro de seu corpo estiver fortalecido ele provavelmente terá maior facilidade de se
reequilibrar e evitar uma queda. Já alguém com o CORE pouco trabalhado terá uma dificuldade
maior e provavelmente cairá.
Melhorar a potência
Se você trabalha com atletas sabe a importância de desenvolver o corpo para utilizar sua potência
corretamente. Muitos esportes utilizam essa característica, como o tênis, futebol, corrida, etc.
Sabemos que o CORE influencia fortemente a base e todos os músculos relacionados. Então não
podemos ignora-lo ao desenvolver um treino com foco em força e potência.
Com um centro e uma base eficientes, seu corpo evita compensações com membros das extre-
midades como braços. Dessa maneira você consegue manter dores, patologias e lesões longe
dessas regiões.
Vamos para um exemplo. Você sabia que uma dor no ombro pode estar ligada a uma tensão no
Psoas?
Para entender melhor como esse mecanismo funciona precisamos lembrar das cadeias fascias.
Não é porque a pessoa está com o Psoas tensionado que essa tensão ficará restrita a ele. Ela se
espalha através das cadeias e pode sim chegar às musculaturas relacionadas ao ombro.
Em casos como esses não adianta só resolver o problema do ombro porque a tensão no centro
fará com que o quadro retorne eventualmente.
Melhora na postura
Lembrando que a manutenção de uma boa postura também está envolvida na prevenção de
lesões. Um atleta, por exemplo, está sujeito a compensar durante o movimento de corrida caso
apresente postura errada.
Como inserir trabalho de CORE
no seu treino
Provavelmente isso não é uma novidade para você, mas devemos usar as musculaturas do CORE
praticamente o tempo todo. Ele compõe um grupo de músculos que auxilia no equilíbrio e na
postura, ou seja, é importantíssimo para qualquer movimento funcional.
Pegue o agachamento como exemplo, quem disse que ele trabalha só quadríceps? O CORE tam-
bém está envolvido se seu aluno quiser realizar o movimento com qualidade já que é necessário
mantê-lo ativados para ter uma boa postura.
O CORE ajuda a manter a estabilidade, correto? Então a instabilidade gerada por acessórios
como a Fitball ou a fita de suspensão são ótimos para forçar seu aluno a ativar a região, ao menos
se ele quiser se manter na posição correta do exercício.
Por fim, existem exercícios específicos para trabalhar o CORE e musculaturas relacionadas como
as abdominais e as pranchas, que são o objeto principal desse artigo.
Por que usar a
prancha?
Existem tantas maneiras de introduzir o fortalecimento de CORE na minha aula, então por que
optar pela prancha que é considerada chata e difícil por muitos praticantes?
Em primeiro lugar, podemos considerar a prancha um exercício funcional que fortalece diversos
músculos em nosso corpo. Ela também prepara o centro do corpo para sua principal função: man-
ter a coluna reta e alinhada.
Mas o melhor de tudo é combinar trabalho de CORE com membros superiores e inferiores. Ao
usar seus braços para manter-se apoiado, a prancha te auxilia a fortalecer essas musculaturas e a
estabilizar a articulação do ombro.
O glúteo e outros músculos de base também estão muito envolvidos, fazendo da prancha um
movimento completo.
Mitos sobre a
prancha
1. Elimina gordura
Infelizmente não é fazendo 1 hora de prancha que seu aluno vai conquistar o corpo dos sonhos.
Mencionei isso em outros artigos, mas é sempre bom lembrar e frisar isso para nossos alunos: não
existe exercício milagroso.
Se o objetivo da pessoa nas aulas de Treinamento Funcional é emagrecer, ela precisa de uma
combinação de fatores para atingir tais objetivos. Um deles está em nossas mãos, e é o uso de
exercícios que levem a um maior gasto calórico e o desenvolvimento corporal.
Outros fatores dependem inteiramente do aluno, que deve mudar seu estilo de vida para garantir
que as mudanças desejadas ocorram. Precisamos conscientizar nosso aluno disso, caso contrário
não importa quantos exercícios ele faça será incapaz de chegar no peso e corpo desejado.
Mas lembra que não existe exercício mágico? Precisamos começar a desmistificar os exercícios
para nossos alunos. A prancha não é a única forma de treinarmos a musculatura abdominal e, ape-
sar de todos seus benefícios, não consegue melhorar o condicionamento físico do aluno sozinha.
A qualidade da posição está acima de tudo. Alguém que consegue ficar na prancha por mais de 1
minuto, mas não mantém a coluna alinhada, a postura correta ou ativar as musculaturas necessá-
rias não terá eficiência com o exercício.
Também precisamos lembrar que esse é um exercício que também foca na estabilidade e pode
ser alterado para isso. Caso seu aluno já ache fácil só manter a postura, você pode adicionar uma
superfície instável ou um membro levantado, que vai tornar o movimento muito mais eficiente
para seu nível, independentemente do tempo que ele consegue manter.
Como disse, precisamos prezar a qualidade de movimento acima de tudo. Isso também se apli-
cada à prancha que precisa ser bem-feita para conseguir os resultados esperados. Confira agora
alguns erros comuns que devemos observar nos alunos enquanto realizam o exercício.
Incentive seu aluno a ativar a musculatura do centro do corpo de maneira que a coluna permane-
ça numa posição neutra e alinhada. Isso deve corrigir o problema e também melhorar a eficiência
da posição.
Cuidado com alunos que cometem esse erro. Eles forçarão mais a coluna lombar, o que pode
gerar dor e desconforto e fazer com que a pessoa desista de vez de fazer as pranchas.
20 variações de
prancha
Variar nos exercícios é ótimo para quem tem aquele aluno que fica entediado fácil e quer novida-
des o tempo todo. Nem sempre precisamos ficar trazendo novos tipos de trabalho de CORE para
nosso aluno já que existem tantas variações dos movimentos já existentes.
Prancha com
acessórios
E quem disse que precisamos nos prender aos exercícios no chão? A prancha é tão versátil que
pode ser adaptada para uma grande variedade de acessórios que conseguem facilitar ou dificul-
tar.
Adicionar instabilidade é uma maneira de deixar a prancha mais difícil e pode ser feito através do
uso de Fitballs, do bosu ou até de uma fita de suspensão.
Outra possibilidade é adaptar o exercício para outros métodos, como o Pilates, ao utilizar seus
equipamentos. Abaixo mostro uma série de pranchas feitas no Reformer que você pode usar tan-
to na sua aula de Pilates quanto de Treinamento Funcional.
E quando meu aluno não consegue fazer prancha?
Nem todo mundo está preparado para realizar o exercício, mas não se desespere. É comum en-
contrar alguém que tenha muita dificuldade para fazer um determinado movimento ou manter a
posição, mas não quer dizer que devemos desistir dele.
Minha dica é fazer a prancha adaptada. Não quer dizer que fiquei louco e quero forçar o aluno a
realizar um exercício que ele não consegue. Basta facilitar a prancha para essa pessoa. Quer saber
como?
Geralmente, eu escolho começar a prancha numa base mais alta para os membros superiores. A
posição na horizontal é bem mais desafiadora e alguém com musculaturas enfraquecidas certa-
mente não conseguirá mantê-la. Mas usar um apoio para os antebraços como o Cadillac ajuda o
aluno a manter a estabilidade sem exigir tanto dos músculos.
Com o tempo esse aluno com dificuldade será capaz de fazer o exercício numa base cada vez
mais baixa, até que ele consiga fazer no mat ou colchonete.
Conclusão
De vez em quando gostamos de usar uma variação do exercício que inclua algum
elemento adicional, como um trabalho com mais ênfase em certa musculatura, instabi-
lidade, etc. E é para isso que separei essa seleção com 20 exercícios de prancha para
introduzir na sua aula.