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Nome: Luís Felipe dos Santos

Matricula: 17105909
Data: 22-03-2021
Redescobrindo sexo e gênero

A ideia de ‘’natural’’ permeia toda a discussão de sexo e gênero, e é


uma problemática que permeia na discussão do assunto, usados muitas
vezes de uma forma maléfica, pois reduz a gigantesca gama de reflexões e
compressões a respeito do assunto, como pontua Henrrieta Moore. Já com o
texto de Malinowsky ele assume uma abordagem mais funcionalista, em que
a realidade social só pode ser aprendida enquanto um sistema, em que a
cultura era uma produção e resultado da vida humana em diferentes
sociedades, durante o texto ele sistematiza o sexo como um constructo de
permeação de poder da mulher em relação a sua ‘’função’’ social dentro da
sociedade atrelado ao sexo e maternidade.

Com Peter Fry, vimos esse esforço em descontruir essa ideia do sexo
como algo essencialista, ligada a biológica e a reprodução humano,
valorizando assim as experiências sexuais humanas diversas sendo o sexo
um “poderoso instrumento de criação de vínculos sociais e, ao mesmo tempo,
uma constante ameaça às regras estabelecidas” (lDEM, p. 34). Sendo o sexo
permeado por relações de poder e convenções sociais e culturais. Já nos
trabalhos de Maria Luiza Helborn vemos a questão da construção de gênero
e sexualidade como carreiras sexuais, e como o lugar de ‘’partida’’ dessa
carreira é extremamente demarcado por questões de origem socioeconômica,
orientação sexual e gênero. Sendo essa ideia de carreira primordial para a
construção de identidade do sujeito, o homem como o ‘’garanhão'', e a mulher
como a ‘’recatada e do lar’’, com a perda de valor com o número alto de
parceiros sexuais, sendo a ‘’virgindade’’ ou a pureza da mulher vista como um
valor para ‘’casar’’, sendo o sexo um vínculo de transição de status para
''adulta'', já que ocasionaria então o matrimonio.
Podemos observar também na aula dois modelos teóricos principais no
que diz respeito as percepções da sexualidade, temos por um lado o modelo
de influência cultural, em que o impulso biológico e a reprodução são tidos
como universais, e dados por determinismo biológico em todos os cantos do
mundo, independente do meio social e cultura local, tendo esse modo de
visão, facilidade para confundir sexualidade e gênero. Por outro lado, temos o
modelo de construção social em que questiona noções essencialistas da
sexualidade, sendo que atos sexuais tem diferentes significados, sendo essa
visão mais abrangente possibilitando a distinção entre atos sexuais,
comunidades sexuais, tendo mais espaço para a pluralidade.

Por fim vimos também como o conceito de ``Sistema de valor sexual’’ é


uma importante ferramenta de diferenciação e valorização da
heteronormatividade compulsória, em que tudo o que for ‘’diferente’’ da
heteronormatividade é relegado e visto como ''inferior'', sendo uma visão de
gênero binarista. Judith Butler fala sobre o gênero como performance, em que
nós fazemos o gênero, sendo uma prática repetitiva que que produz os
efeitos que nomeia. Sendo as construções sociais para Butler, que demarcam
e definem o corpo, e uma consequência das instituições discursos e práticas
que definem como alguém é pelo ‘’sexo’’ que lhe é dado (ou imposto).

Todos os textos citados aqui tem ligações entre sí, pois ilustram as
construções sociais, visões construtivas ou deterministas vistas como
verdades absolutas pela biologia, de modo tal que apresentam uma
miscelânia de informações em que podemos ver que o gênero e a
sexualidade são coisas relativas ao que vemos como gênero e sexualidade e
podem ser plásticos, sendo o próprio conceito de gênero e sexualidade algo
plastico.

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