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RELATÓRIO DE MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA II

(20/11/2021)

Maria Luíza Mendonça Chamadoira – 2º período

A pesquisa qualitativa, diferente da quantitativa, é uma abordagem de


pesquisa que prioriza qualidade acima de quantidade, geralmente estudando
em fenômenos sociais e acontecimentos em base de pessoas e realizando
trabalhos em campo. Esse tipo de metodologia utiliza de diversos instrumentos,
todos com suas vantagens e desvantagens mais a frente de uma pesquisa mas
trabalhando a favor de categorias, que são de importância crucial na
organização de uma pesquisa social. Essas categorias são empregadas para
se estabelecer classificações, ou seja, trabalhar com elas significa agrupar
elementos, ideias ou expressão em torno de um conceito capaz de abranger
todas as informações recolhidas na pesquisa, organizando os dados para
então serem aplicados em um contexto maior. Existem três princípios para
estabelecermos conjuntos de categoria, entre eles: deve ser estabelecido a
partir de um único princípio de classificação, manter em consideração a ideia
de que um conjunto de categorias deve permitir a incluso de qualquer resposta
numa das categorias do conjunto e que elas devem ser mutuamente
exclusivas, impedindo que uma resposta possa ser incluída em duas ou mais
categorias.
O primeiro que iremos analisar é a observação, praticada por primeira
pessoa e que nos ajuda a visualizar e concentrar na realidade e então
utilizando destes dados para examinar tal cenário ou situação focada. A
observação pode ser participativa, onde um faz suas considerações em relação
ao assunto abordado na coleta, ou não-participativa, onde o pesquisador não
interfere no recolhimento dos dados e atua somente como um analisador. Por
mais que esse método tenha suas desvantagens como a imprevisibilidade de
acontecimentos, por exemplo, a observação nos dá uma chance de conhecer
diretamente os fatos e fenômenos sendo analisados, reduzindo a subjetividade
de um estudo. A importância desse contato real nos ajuda a entender a
pesquisa etnográfica, que tem como seu principal foco o estudo da cultura e
comportamento de determinados grupos sociais. Essa técnica é utilizada desde
o final do século XIX e surge com a necessidade de pesquisadores
entenderem, de forma mais aprofundada, comunidades e grupos sociais, se
estendendo então para poder descrever adequadamente a cultura de um povo.

Além disso, podemos também citar o método de análise de objetos


físicos, que pode ser um pouco mais difícil de conseguir ser realizado, mas de
fato nos traz um tato ampliado dentro de uma pesquisa. Esses objetos podem
incluir documentos antigos, diários, roupas, cartas e esses são apenas alguns
exemplos que podem ser incrementados em um trabalho desse tipo.

O próximo é o método de entrevista e questionários, que são


procedimentos baseados no diálogo entre o pesquisador e um entrevistado,
geralmente testemunhas ou testemunhas “por tabela” de algum acontecimento.
Para esse método, a formulação de perguntas ou de questionamentos é muito
importante. Esse caminho de pesquisa envolve diversas vertentes como a
presença da história oral, por exemplo, que trabalha como um berço de novas
perspectivas diante de algum período ou acontecimento histórico. Essa história
é uma preservação da memória, da memória privada e pública, da memória do
homem vivido, contribuindo até para uma memória coletiva, que representa um
grupo de pessoas com suas próprias lembranças guardadas. Esse método
pode trazer um grau de inconsistência para uma pesquisa, já que sua fonte se
baseia em emoções e até mesmo memória seletiva, que pode fazer com que o
entrevistado abandone detalhes que possam ser envolvidos com traumas, por
exemplo, mas é certamente uma técnica interessante pois nos dá uma visão
humana, uma construção intelectual e psíquica de um evento ou fato, um lado
nunca explorado antes. Podemos incluir, dentro dessa abordagem, o método
hermenêutico-dialético, apresentado no texto “Pesquisa Social”, organizado por
Maria Cecília de Souza Minayo e que compila diversos autores em seus
argumentos. O método citado anteriormente dialoga enormemente com a
metodologia de pesquisa oral, adequando o interior da fala de um entrevistado
que então será aplicada ao campo da especificidade histórica no contexto que
produz essa fala.

Porém, diante dessas maneiras de coleta de dados, como exatamente


podemos validá-las e garantir confiabilidade na pesquisa? Para isso, utilizamos
da triangulação. Essa abordagem se dá pela combinação de diferentes
métodos e seus dados recolhidos, que envolvem a transcrição, avaliação e
elaboração de categorias para análise, e opiniões externas, como de autores
que tratam de certa temática e que podem trazer uma perspectiva ou
informação nova para o estudo e um contexto macro da sociedade, no final
concluindo em uma análise da conjuntura da temática, que se é baseado no
modo que todas essas vertentes discutidas anteriormente foram interpretadas e
serão adicionadas ao estudo. A triangulação cria este critério extremamente
necessário de legitimidade e utilidade dos dados, questionando o pesquisador
e seu trabalho.

Fontes bibliográficas:

Minayo, Maria Cecilia de Souza, “Pesquisa Social”, 2002.

Entrevista para a Revista de Ciências Sociais com José Guilherme Cantor


Magnani, “A etnografia é um método, não uma mera ferramenta de pesquisa...
Que se pode usar de qualquer maneira.”, 2012.

Pollak, Michael, “Memória, Esquecimento, Silêncio,1989.

Lévi-Strauss, C., “Tristes Trópicos”, 1955.

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