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MUDANÇAS REALIZADAS NA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
FEVEREIRO/2003
Sandra Cristina F. de Almeida 2
ÍNDICE
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Sandra Cristina F. de Almeida 3
O
presente texto traz uma retrospectiva das
mudanças realizadas na previdência social
brasileira nos últimos anos. Tem, portanto,
como ponto de partida as modificações introduzidas pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998. Em seguida são apresentadas as
alterações legais posteriores à referida Emenda que disciplinaram
alguns de seus dispositivos, bem como a complementaram,
afetando as normas relacionadas aos regimes de previdência dos
trabalhadores, dos servidores civis e dos militares, como também
as vinculadas ao regime complementar de previdência privada.
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Para dar efetividade à reforma prevista na Emenda 20/98 e buscando dar continuidade
ao ajuste fiscal, foram aprovadas, posteriormente, medidas complementares, sucintamente descritas
a seguir.
2.1. Quitação de débitos previdenciários com Títulos da Dívida Pública Federal
Com o intuito de recuperar haveres do Tesouro Nacional e do INSS, permitiu-se, por
meio de lei1, que débitos previdenciários fossem quitados com Títulos da Dívida Pública, de
responsabilidade do Tesouro Nacional. Esses títulos são adquiridos em leilões com desconto e
repassados ao INSS, que os aceita pelo valor de face, como meio de recuperação de seus créditos.
Ainda com o propósito de aumentar a arrecadação, essa mesma lei introduziu mudanças
na contribuição previdenciária. Primeiramente, fixou em 20% a contribuição dos segurados autônomos
(que antes pagavam na base de 10% até valores próximos de 3 salários mínimos e de 20% sobre os
valores superiores a este até o limite máximo de contribuição). Em seguida, determinou que a
contribuição das empresas contratantes de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra
passasse a ser definida com base na alíquota de 11% sobre o valor da nota fiscal ou fatura. Antes a
responsabilidade do recolhimento era da prestadora de serviços, que pagava como as empresas em
geral, ou seja, com base na alíquota média de 22% sobre a remuneração de seus empregados.
2.2. Extinção da Escala de Salários-Base e introdução do Fator Previdenciário
No final de 19992, alterou-se significativamente a forma de contribuição dos segurados
autônomos, denominados “contribuintes individuais”, juntamente com os segurados empresários e
os facultativos, que passaram a pagar sobre a remuneração declarada, em lugar da “Escala de Salários-
Base”3. Em contrapartida, garantiu-se às seguradas contribuintes individuais o direito ao salário-
maternidade. Essas novidades tinham como objetivo atrair mais filiações ao RGPS, especialmente
dos trabalhadores vinculados a atividades informais.
A mesma lei também ampliou o período de apuração das contribuições envolvidas no
cálculo do benefício e introduziu o “fator previdenciário”. A base de cálculo passou a corresponder
às maiores contribuições realizadas no período correspondente a 80% de toda a vida contributiva
dos segurados (antes eram apuradas somente as 36 últimas contribuições). Para os já filiados ao
RGPS, antes da data de publicação da citada lei, o período de apuração da média das contribuições
(salário-de-benefício) passou a referir-se a, no mínimo, 80% do período compreendido entre jullho de
1994 e a data de início do benefício.
Ademais, sobre a média das contribuições passou a ser aplicado o “fator previdenciário”,
que consiste numa equação, a qual considera o tempo e a alíquota de contribuição, bem como a
expectativa de sobrevida do segurado no momento da aposentadoria. Desde dezembro de 1999,
sobre a parcela de 1/60 do valor da média das contribuições, começou a ser aplicado o fator
previdenciário. Como a proporção é tomada cumulativamente, ao final de cinco anos (em novembro
de 2004), o fator previdenciário estará incidindo sobre a totalidade da média das contribuições. A
introdução desse fator buscou endogeneizar variáveis demográficas e estabelecer uma correlação
entre contribuições e benefícios para fins da determinação de seus valores.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
SERVIDORES FEDERAIS % %
2001(Realizado) 2,6 2,2
2002 (Reprogramação) 2,5 2,1
2003 (Orçamento) 2,4 2,0
PREV. TOTAL % %
2001(Realizado) 9,0 3,3
2002 (Reprogramação) 9,3 3,4
2003 (Orçamento) 9,3 3,4
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LEGISLAÇÃO:
NOTAS DE REFERÊNCIA
1
Lei nº 9.711, de 20 de novembro de 1998.
2
Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999.
3
A Escala de Salários-Base era constituída por classes, associadas a diferentes bases de
contribuição, as quais poderiam ser progressivamente elevadas, desde que o segurado cumprisse um
tempo mínimo de contribuição em cada classe.
4
Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000.
5
Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998.
6
Lei nº 9.783, de 28 de janeiro de 1999.
7
PEC nº 136, de 1999.
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8
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
9
Lei Complementar nº 103, de 14 de julho de 2000.
10
Medida Provisória nº 2.131, de dezembro de 2000. Reeditada como Medida Provisória
nº 2.215-19, de 31 de agosto de 2001.
11
Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, alterada pela Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de
2001.
12
Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001.
13
Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001
14
Lei Complementar nº 108, de 29 de maio de 2001.
15
Projeto de Lei Complementar nº 09/99.
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