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PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 1

ALGUMA LEGISLAÇÃO ................................. 50 Notação ........................................................... 1


CÁLCULO TENSORIAL .................................... 5 Papel semi-logarítmico................................... 64
DIMENSIONALIDADE DE ALGUMAS PROGRAMAS ................................................. 15
GRANDEZAS MAIS USADAS AO LONGO DO
TEXTO ......................................................... 4

APÊNDICE 1
NOTAÇÃO

DIMENSIONALIDADE DE ALGUMAS GRANDEZAS


MAIS USADAS AO LONGO DO TEXTO
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 2

Seja Φ( r ) uma função escalar de ponto, isto é, uma função que associa a um
ponto do espaço um escalar. Exemplo, a temperatura do ar (escalar), que varia de
ponto para ponto do espaço (vector de posição r , a densidade de um maciço rochoso.
Supondo que Φ( r ) é diferenciável em todo o espaço e que o o sistema de
coordenadas é cartesiano e ortonormado, define-se gradiente de Φ( r ) como um
vector

∂Φ ∂Φ ∂Φ
i +j +k .
∂x ∂x ∂x

Seja agora F ( x , y , z ) uma função vector de ponto, isto é, uma função que
associa a cada ponto do espaço um vector F . Exemplo o vector aceleração da
gravidade para um ponto ( x , y , z ) num sistema de coordenadas cuja origem coincida
com o centro da Terra, velocidade da água num aquífero, etc….Supondo que
F ( x , y , z ) é diferenciável em todo o espaço e que o sistema de eixos é cartesiano e
ortonormado, define-se divergência de F ( x , y , z ) como sendo o escalar

∂Fx ∂Fy ∂Fz


div F ( x , y , z ) = ∇. F ( x , y , z ) = + +
∂x ∂y ∂z

sendo ∇ (nabla) definido como

∂ ∂ ∂
∇= i + j+ k
∂x ∂y ∂z

Define-se ainda rotacional :

∂Fz ∂Fy ∂F ∂F ∂Fy ∂Fx


rotacional F = ∇ × F ( x , y , z ) = i( − ) + j( x − z ) + k( − )=
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y

i Fx
∂x

= j Fy
∂y

k Fz
∂z

Assim,
div gradΦ ( r ) = ∇.∇ = ∇ 2 que por vezes se representa por ∆ (Laplaciano) .
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 3

Resumindo:

∂ $∂ $∂
∇ = i$ +j +k operador nabla
∂x ∂y ∂z
Gradiente:
sendo φ uma função escalar de ponto diferenciável,
∂φ $ ∂φ $ ∂φ
grad(φ ) = ∇φ = $i +j +k
∂x ∂y ∂z
isto é, o operador gradiente é um vector criado a partir de uma função escalar de ponto.

Divergência:
divF = ∇. F , sendo F vector de ponto diferenciável.
∂F ∂Fy ∂Fz
div F ( x , y , z ) = ∇. F ( x , y , z ) = x + + , isto é o operador div obtém um
∂x ∂y ∂z
escalar de uma função de ponto vectorial.

Rotacional:
sendo F uma função vector de ponto diferenciável, rotF = ∇ ∧ F

Laplaciano:

 ∂2 ∂2 ∂2 
∆ = ∇ = (∇. ∇) =  2 + 2 + 2  operador ∆ (delta) ou operador de Lapalace ou
2
 ∂x ∂y ∂y 
Laplaciano
Se φ é uma função de ponto,
∂φ $ ∂φ $ ∂φ
grad(φ ) = ∇φ = $i +j +k , logo
∂x ∂y ∂z
∂ 2φ ∂ 2φ ∂ 2φ
div grad(φ ) = ∇. grad (φ ) = 2 + 2 + 2 ou
∂x ∂y ∂z
div gradΦ (r ) = ∇.∇Φ (r ) = ∇ 2 Φ (r ) que por vezes se representa por ∆ (Laplaciano)
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DIMENSIONALIDADE DE ALGUMAS GRANDEZAS MAIS USADAS AO LONGO


DO TEXTO

DIMENSIONALIDADE DE ALGUMAS GRANDEZAS MAIS USADAS AO LONGO


DO TEXTO

T
α - difusividade do aquífero α = , [L2T-1]
S
ζ - coeficiente de viscosidade volúmica [ML-1T-1]
ρ - massa por unidade de volume [ML-3]
ω - porosidade, adimensional
ω c - porosidade cinética, adimensional
ω d - porosidade de drenagem, adimensional
p - pressão [ML-1T-2]
h - carga piezométrica [L]
Q - caudal [L3T-1]
q A - fluxo por unidade de área [LT-1] - caudal por unidade de
área [L3T-1]/[L]2=[LT-1]
qV - fluxo por unidade de volume [T-1] - caudal por unidade de
volume [L3T-1]/L3=[T-1]
q - fluxo por unidade de área ou de volume, conforme o contexto
SS - coeficiente de armazenamento específico [L-1]
S - coeficiente de armazenamento dos aquíferos confinados ou dos aquíferos
livres, adimensional
u - campo de velocidades do fluido cujas componentes em um espaço
cartesiano
são u x , u y , u z [LT-1]
U - campo das velocidades de filtração ( U = u.ω c ), [LT-1]
T - transmissividade do aquífero [L2T-1]
K - condutividade hidráulica do meio poroso [LT-1]
k
k - permeabilidade intrínseca, [ML2T-1] (nota: K = )
µ
µ - viscosidade dinâmica [ML T ]-1 -1

µ
ν = - viscosidade cinemática, [L2T-1]
ρ
F - o fluxo de massa por unidade de área por unidade de tempo [ML-2T-1]
D - coeficiente de difusão molecular, área por unidade de tempo [L2T-1]
D * - coeficiente de difusão efectivo, área por unidade de tempo [L2T-1]
C - concentração do soluto, massa por volume [ML-3]
K d - coeficiente de distribuição, adimensional
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APÊNDICE 2

CÁLCULO TENSORIAL
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 6

Para o leitor menos familiarizado com o cálculo tensorial foi criado este
Apêndice, onde se resumem apontamentos tirados das aulas do saudoso Prof. Mário
Silva, que na “primavera marcelista “ pôde regressar a Portugal e leccionar em regime
livre, fora da Universidade de Coimbra, aulas da cadeira de Física Complementar, que
anteriormente leccionara naquela Universidade, até ser expulso e compelido ao exílio
por Oliveira Salazar. Na época em que frequentei essas aulas vivia-se em Coimbra
um ambiente de liberdade que um regime bafiento já não conseguia abafar. Era então
muito jovem, mas guardo boa memória do Prof. Mário Silva, que, bastante doente, de
forma brilhante, despretensiosa e quase fraternal, me deixou uma imagem indelével
que ainda hoje recordo com emoção. O grupo de alunos que seguiam interessados as
suas aulas devolveram-lhe, embora tardiamente, alguma alegria que o forçado exílio
lhe tirara. Erros ou imprecisões no que se segue devem ser atribuídos a lapso meu e
nunca a erros do Prof. Mário Silva.

Definimos vectores como tensores de 1ª ordem; um escalar é um tensor de


ordem zero. Antes de se definir tensor vai-se definir vector. Para esse efeito
consideremos um espaço tridimensional a que associamos um sistemas de três eixos
cartesianos e consideremos nesse espaço um ponto genérico P( x1 , x 2 , x3 ) . O vector
r
posição de P, seja r , é representado por r = x1e$1 + x 2 e$2 + x 3 e$3 = xi e$i (convenção de
Einstein1), em que i é índice mudo. Além desta representação analítica de um vector
podemos utilizar a notação matricial, sendo então representado por uma matriz coluna,
 x1 
r  
r =  x 2  = X (matriz X)
 x 3 

r r
se em vez de r pretendermos representar um vector v , então analogamente teremos

v1 
r  
v = v 2  = V
v 3 

vamos agora mudar de sistema, passar do sistema S para o sistema S '


r
r = x1e$1 + x 2 e$2 + x 3 e$3 = xi e$i = x1' e$1' + x 2' e$2' + x 3' e$3' = x 'j e$ 'j (A1)

1
A convenção de Einstein permite suprimir o sinal de somatório sempre que ele se efectue segundo um
índice que apareça repetido na indicação simbólica. Por exemplo v k = a ik bi representa
v k = ∑ aik bi representa v k = ∑ aik bi porque k aparece repetido, enquanto o sinal de
k

somatório em bk = ∑ a ik não pode desaparecer, visto o índice i não aparecer repetido. Por exemplo
i
n

∑A
k =1
ik Bk = ci pode ser substituído por Aik Bk = ci visto k aparecer repetido. Os índices ligados à
geração de somatórios dizem-se mudos, sendo indiferente a letra que se usa para designá-los, já que são
cancelados no acto de fazer o somatório. Os outros índices dizem-se livres.
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 7

como poderemos passar de um sistema para o outro? Se S for um sistema


ortonormado, isto é se e$i e$ j = δ i j e se S ' também for ortonormado, ou seja se
e$i' e$ 'j = δ ij , se multiplicarmos ambos os membros de (A1) por e$1' virá:

x1' = x1e$1e$1' + x 2 e$2 e$1' + x 3 e$3 e$1'

se representarmos os produtos e$i e$ 'j por α i j , ou seja α i j = e$i e$ 'j (nota α i j ≠ α j i na


generalidade dos casos). O índice i refere-se ao sistema antigo S e o índice j refere-
se ao novo sistema S ' , e$i e$ 'j = e$ 'j e$i = α i j em virtude da comutatividade do produto
escalar. Analogamente se calculássemos x 2' e x 3' , teríamos finalmente o sistema:

 x1' = x1e$1e$1' + x 2 e$2 e$1' + x 3 e$3 e$1' = α 1 1 x1 + α 2 1 x 2 + α 3 1 x 3



 x 2 = x1e$1e$2 + x 2 e$2 e$2 + x 3 e$3 e$2 = α 1 2 x1 + α 2 2 x 2 + α 3 2 x 3
' ' ' '

 '
 x 3 = x1e$1e$3 + x 2 e$2 e$3 + x 3 e$3 e$3 = α 1 3 x1 + α 2 3 x 2 + α 3 3 x 3
' ' '

com índices mudos:


x 'j = α i j xi

Estamos agora aptos a dar a:

Definição: diz-se que x1 , x 2 , x 3 são as coordenadas de um vector, ou definem


um vector, quando mudando de origem a relação x 'j = α i j xi for verificada.
u1 
 
Coloca-se agora a seguinte pergunta: quando é que U = u2  representa um
u3 
vector? Ou seja, qual será a condição que devemos impor a uma matriz para que ela
represente um vector?

Definição de vector na forma matricial

Podemos representar as nove quantidades α i j numa matriz quadrada:


α 11 α 12 α 13 
 
α 21 α 22 α 23 
α 31 α 32 α 33 
 x1 
 
suponhamos que se efectua o produto desta matriz pela matriz coluna  x 2 
 x 3 
então teremos:
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 8

α 11 α 12 α 13   x1  α 11 x1 + α 12 x 2 + α 13 x 3 
    
α 21 α 22 α 23   x 2  = α 21 x1 + α 22 x 2 + α 23 x 3 
α 31 α 32 α 33   x 3  α 31 x1 + α 32 x 2 + α 33 x 3 

a matriz produto difere do vector X ' , mas passa a representá-lo se


transpusermos no produto anterior a matriz α , seja α~ :
α 11 α 21 α 31   x1  α 11 x1 + α 21 x 2 + α 31 x 3   x1' 
      '
α 12 α 22 α 32   x 2  = α 12 x1 + α 22 x 2 + α 32 x 3  =  x 2 
α 13 α 23 α 33   x 3  α 13 x1 + α 23 x 2 + α 33 x 3   x ' 
 3

ou em notação compacta: X ' = α~ X , pelo que estamos agora aptos a dar a


 x1 
 
seguinte definição de vector: a matriz  x 2  representará um vector no sistema S se
 x 3 
no sistema S ' a matriz do mesmo vector for da forma X ' = α~ X .
Se multiplicarmos à esquerda a igualdade anterior pela matriz α teremos:
α X = α α~ X , mas α α~ = matriz identidade, já que α~ = α −1 .
'

Quando a matriz inversa coincide com a matriz transposta, a matriz chama-se


ortogonal, porque as suas colunas representam as componentes de um vector num
sistema ortogonal, ou, se se preferir, porque a matriz é a entidade que permite passar
do sistema ortonormado original S para o novo referencial S ' .
Recordando a forma indicial:
vi = α i j v 'j , ou xi = α i j x 'j
com j índice mudo
E na forma matricial:
V = α V'
V ' = α~ V

Recordando operações com matrizes

a) Adição de matrizes - só podem somar-se matrizes do mesmo tipo, e a matriz


soma é ainda uma matriz do mesmo tipo onde cada elemento é a soma dos elementos
homólogos das matrizes parcelas.
b) Produto de matrizes - só se define produto de matrizes quando o número de
colunas do multiplicando é igual ao número de linhas do multiplicador (ou quando as
duas matrizes são encadeadas). Cada elemento da matriz produto é, então, a soma de
todos os produtos que se obtêm multiplicando um elemento de cada linha do
multiplicando por cada elemento de uma coluna do multiplicador, número de ordem
por número de ordem. Note-se que, matrizes rectangulares ainda que sejam
multiplicáveis de dois modos o são sempre com resultados diferentes, e são
multiplicáveis de dois modos quando uma é da forma m × n e a outra da forma
n × m . Naturalmente, as quadradas da mesma ordem, são sempre multiplicáveis de
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duas maneiras; em geral com resultados diferentes e quando, excepcionalmente, o


resultado seja o mesmo, as matrizes dizem-se permutáveis AB = BA .
Matriz inversa de uma matriz regular A - matriz quadrada com determinante
diferente de zero - é uma matriz L tal que AL=I=LA e representa-se por A −1
Praticamente a matriz inversa de A obtém-se substituindo em A cada
elemento pelo seu complemento ortogonal e transpondo em seguida a matriz. Por
complemento ortogonal entende-se o cociente de cada complemento algébrico pelo
determinante de A .

Aplicação

Calcular a matriz inversa da matriz:


2 1 3 
 
A = 2 4 1
3 2 1

Resolução:

Valor do determinante de A , A = − 19

Complementos algébricos:

1ª linha

4 1 2 1 2 4
=2 − =1 = −8
2 1 3 1 3 2

2ª linha

1 3 2 3 2 1
− =5 = −7 − = −1
2 1 3 1 3 2

3ª linha

1 3 2 3 2 1
= −11 − =4 =6
4 1 2 1 2 4

Complementos ortogonais:

2 1 8
1ª linha − −
19 19 19

5 7 1
2ª linha − −
19 19 19
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11 4 6
3ª linha − −
19 19 19

transpondo:

 2 5 11 
− 19 − 19 19 
 
1 7 4
[ A ] = − 19 19 − 19 
−1 
 8 1 6 
 − 
 19 19 19 

Matriz característica

[ ]
A matriz característica da matriz quadrada A é a matriz A - xI , isto é, a
matriz que se obtém de A subtraindo x aos elementos da diagonal principal.
Valores próprios ou valores característicos da matriz são as raízes da equação
A - xI = 0

Tensores de ordem 2
r r
Consideremos dois vectores u e v cuja representação matricial seja:

u1   v1 
r   r  
u = U = u 2  v = V =  v 2  ; com estes dois vectores podemos efectuar
 u 3   v 3 
um produto, o produto tensorial.

Analogia : o produto escalar


r r
u.v = u v cos(α ) = u 1 v 1 + u 2 v 2 + u 3 v 3 = u i v i (convenção de Einstein).
Como u i v i não tem nenhum índice livre diz-se que é um tensor de ordem zero. Qual
será o produto matricial que corresponde a este produto escalar? Como U e V não são
encadeadas, directamente é impossível. Se transpusermos a matriz coluna
correspondente ao primeiro vector, obtém-se o produto matricial correspondente ao
produto escalar:

v 1 
[u 1 u2 ]  ~
u 3 v 2  = U V
v 3 

Se transpusermos a matriz V e efectuarmos o produto vai aparecer uma matriz


produto diferente da anterior:
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 11

   u 1 v 2 u 1 v 3 
u 1   v1 v2 v3   u 1 v 1
 

~  
U V = u 2  = u 2 v1 u2 v2 u2 v3 
 
u 3  u v
 3 1 u 3 v 2 u 3 v 3 

que é um tensor de 2ª ordem visto se poder representar na forma u i v j com dois
índices livres e daí a designação de 2ªordem.

O símbolo para produto tensorial é ⊗; u ⊗ v = T ou u ⊗ v = T que se lê: u traço,


tensor de ordem um, tensorial v traço, tensor de ordem um, a dar T dois traços, tensor
de ordem dois.

A componente genérica t i j = u i v i = t i j (produto algébrico)

A matriz t i j será:
t 1 1 t 1 2 t 1 3 
 
t 2 1 t 2 2 t 2 3  = T
 
t 3 1 t 3 2 t 3 3 

Operação Contracção

Consiste em tornar dois índices diferentes livres em índices iguais. Por


contracção de T passa-se a um tensor de ordem zero; quando se faz a contracção o
tensor baixa dois graus de ordem; como é evidente não é possível fazer-se a
contracção de um tensor de primeira ordem.
t i i - tensor contraído
t i i = t 1 1 + t 2 2 + t 3 3 = u 1 v 1 + u 2 v 2 + u 3 v 3 = u. v
Portanto: o produto escalar é o produto contraído dum produto tensorial de um
tensor de ordem um por um tensor de ordem um.

Passagem a outro sistema de referência

Consideremos as coordenadas de determinado tensor em S : t i j


Consideremos as coordenadas de determinado tensor em S ′ : t ′k l
A definição que tínhamos dado de t i j era t i j = u i v j
A definição que vamos dar de t ′k l será t ′k l = u ′k v ′l
Mas nós sabemos representar cada um destes elementos de S ′ em relação a S

u ′k = α ik u i
v ′l = α j l v j
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 12

ou seja u ′k v ′l = α i k α j l u i v j = t ′k l
e portanto:

Definição: t i j será um tensor de 2ª ordem se mudando de sistema a relação


t ′k l = α i kα j l u i v j for verificada. Posto isto estamos aptos a definir tensor de
ordem n; exemplo: tensor de 4ª ordem:

s m n o p = α i m α j n α k o α l p s i jkl (4 índices livres e 4 índices mudos).

Além deste de obter tensores por produto tensorial há o método de


diferenciação.
r
Demonstração que grad(v) é um tensor de 2ª ordem
r
Seja v (v 1 , v 2 , v 3 ) um tensor de ordem 1. v 1 , v 2 , v 3 são as suas componentes
genéricas.
r r
Suponhamos que v=v(x 1, x 2 , x 3 ) , e portanto:
r r
v1 = v1 ( x1 , x 2 , x 3 )
r r
v 2 = v 2 ( x1 , x 2 , x 3 )
r r
v 3 = v 3 ( x1 , x 2 , x 3 )

∂v j
Se derivarmos vamos ter para componente genérica = t i j , relação esta que
∂ xi
r
define as componentes genéricas de um tensor T = grad ( v) . Definem-se assim
quantidades que definem uma matriz:

 ∂ v1 ∂ v 2 ∂ v 3 
 
 ∂ x1 ∂ x1 ∂ x1 
 ∂ v1 ∂ v 2 ∂ v 3 
 =T
∂ x2 ∂ x 2 ∂ x 2 
 ∂ v1 ∂ v 2 ∂ v 3 
 
∂ x3 ∂ x 3 ∂ x 3 

Este mesmo tensor podia ser obtido por multiplicação tensorial do operador
r
simbólico ∇ em forma de matriz pelo vector v depois de transposto, ou seja:
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 13

 ∂ 
 
 ∂ x1  v 1 
 ∂    r r
∇=  V = v 2  T = ∇ ⊗ v = grad(v) ou, matricialmente,
∂ x2  v 3 
 ∂ 
 
∂ x3 
~
T=∇V
r
Fazendo uma contracção o produto tensorial ⊗ vai passar a div.v ; com efeito
∂ vj ∂v ∂ v1 ∂ v 2 ∂ v 3 r
ti j = , fazendo j = i vem: t i i = i = + + = div v . Passamos
∂ xi ∂ x i ∂ x1 ∂ x 2 ∂ x 3
pois de um tensor de ordem dois para um tensor de ordem zero por uma contracção. A
ordem de um tensor baixa sempre de dois graus por uma contracção (melhor dizendo,
de duas unidades).
r
Exercício: para grad ( v) ser um tensor de 2ª ordem tem de obedecer à relação
t ′k l = α i k α j l t i j . Demonstrar.

Obtenção de tensores através de derivação

Consideremos uma certa função φ ( x1 , x 2 , x 3 ) no sistema S , função esta


contínua admitindo derivadas parciais contínuas.
Podemos consequentemente calcular as suas derivadas parciais em relação às
variáveis x1 , x 2 , x 3 . Ora, pela definição de gradiente (vectorial de um escalar) temos
∂φ ∂φ ∂φ r
que as derivadas parciais , , são as componentes do vector v = gradφ
∂x1 ∂x 2 ∂x 3
r
Demonstração que v = gradφ é um tensor de 1ª ordem

Como sabemos para a demonstração temos de mudar o sistema S para o


sistema S ′ . Em S φ = φ ( x1 , x 2 , x 3 ) em S ′ φ = φ ( x1' , x 2' , x 3' ) ; derivando:
∂φ ∂φ ∂φ
, , , ou seja:
∂x1' ∂x 2' ∂x 3'

 ' ∂φ
v1 = '
 ∂x1
 ' ∂φ ∂φ
v 2 = ' de um modo genérico ' = v j
'

 ∂x 2 ∂x j
 ' ∂φ
v 3 = '
 ∂x 3
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 14

Mas sabemos que a derivada de uma função mudando variáveis duma maneira
genérica em relação à variável xi de S e x 'j de S ′ é:
∂φ ∂φ ∂xi
=
∂x 'j ∂xi ∂x 'j
Qual o significado desta derivada? Sabemos que xi = α i j x 'j , logo,
calculando-a:
∂φ ∂φ
' = αi j
∂x j ∂xi
relação esta que nos mostra que v j ou vi é a componente genérica de um
tensor de ordem 1; podemos generalizar este conceito. Pode-se provar que por
derivação passamos de um tensor de ordem um para um tensor de ordem dois.
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 15

APÊNDICE 3
PROGRAMAS
CONF.M, LIVRE.M, LICONF.M,
THEIS.M, TRANSIT.M, DIFIN.M
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 16

programa conf.m (Dupuit - confinado - regime permanente)

H=20; % possança do aquífero


k=0.00001; % condutividade hidráulica
dh=-5; % rebaixamento imposto na captação
R=500; % raio de influência
cx=1000; cy=1000; rc=5; % coordenads do centro da captação e
respectivo raio
lx=2000; ly=2000; % dimensão da grelha
nx=40; ny=40; % número de células da grelha

T=k*H; % cálculo da transmissivdade


Q=dh*2*pi*T/log(rc/R); % cálculo do caudal

px=lx/nx; py=ly/ny; %dimensão da malha


hc=zeros(nx,ny);
for i=1:nx;
for j=1:ny;
x=px*i; y=py*j;
r=sqrt((x-cx)^2+(y-cy)^2);
if r<rc; r=rc; end;
if r>R; r=R; end;
hc(i,j)=H+Q/(2*pi*T)*log(r/R);
end;
end;

mesh(hc), title('Confinado');pause;

plot(hc(nx/2,:)), title('Confinado - corte pela captação');


PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 17

programa livre.m (Dupuit - livre - regime permanente)

H=20; % altura da base ao topo do aquífero


k=0.00001; % condutividade hidráulica
dh=-19.999; % rebaixamento imposto na captação
R=500; % raio de influência
cx=1000; cy=1000; rc=1.5; % coordenadas da captação, raio da
captação
lx=2000; ly=2000; % dimensão da grelha
nx=40; ny=40; % número de células segundo xx e yy

Q=((H+dh)^2-H^2)*pi*k/log(rc/R); % cálculo do caudal


px=lx/nx; py=ly/ny;
hl=zeros(nx,ny);
for i=1:nx;
for j=1:ny;
x=px*i; y=py*j;
r=sqrt((x-cx)^2+(y-cy)^2);
if r<rc; r=rc; end;
if r>R; r=R; end;
hl(i,j)=sqrt(H*H+Q/pi/k*log(r/R));
end;
end;

mesh(hl), title('Livre');pause;
plot(hl(nx/2,:)), title ('Livre, corte pela captação');
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 18

programa liconf.m
(Dupuit - livre e confinado - regime permanente)
%Comparação do rebaixamento para aquífero livre e confinado
H=20;
k=0.00001;
dh=-15;
R=500;
cx=1000; cy=1000; rc=5;
Q=((H+dh)^2-H^2)*pi*k/log(rc/R);

T=k*H;
lx=2000; ly=2000;
nx=40; ny=40;
px=lx/nx; py=ly/ny;
hl=zeros(nx,ny); hc=hl;
for i=1:nx;
for j=1:ny;
x=px*i; y=py*j;
r=sqrt((x-cx)^2+(y-cy)^2);
if r<rc; r=rc; end;
if r>R; r=R; end;
hl(i,j)=sqrt(H*H+Q/pi/k*log(r/R));
hc(i,j)=H+Q/(2*pi*T)*log(r/R);
end;
end;

mesh(hl), title('Livre');pause;
mesh(hc), title('Confinado');pause;

plot(hl(nx/2,:),'r'), title('Livre');pause;
plot(hc(nx/2,:)), title('confinado');hold on;pause;
plot(hl(nx/2,:),'r'), title('Livre+Confinado'); hold off;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 19

programa rebaixa.m
(princípio da sobreposição - regime permanente)
A seguinte listagem tem o código MATLAB para resolver, usando o princípio
da sobreposição, um problema com n captações que devem ser definidas
num ficheiro ascii, de acordo com os comentários da listagem.
clear;
% Aquífero confinado; regime permanente
% Dados (x,y,q, raio de influência) das captações obtém, para a
grelha xy
% os rebaixamentos
% Arbitrado
cadeia=sprintf('reba1 = uma captação ');
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('reba2 = duas captações ');
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('reba3 = uma fronteira H linear ');
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('reba4 = uma fronteira linear impermeável ');
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('reba5 = uma linha de poços ');
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('reba6 = quatro captações ');
disp(cadeia);

din=input('ficheiro de dados = ? ','s');


cadeia=sprintf('load %s.mat -ascii', din);
eval(cadeia);
cadeia=sprintf('dados=%s',din);
eval(cadeia);
%load din -ascii;

xpto=size(dados); xpto=xpto(1,1);
n=xpto; % n número de captações
T=0.0001; % Transmissividade
x=zeros(n,1);
y=x; q=x; R_inf=x;% x,y, q=caudal, raio de influencia
for i=1:n,
i
x(i)=dados(i,1);
y(i)=dados(i,2);
q(i)=dados(i,3);
R_inf(i)=dados(i,4);
end;

% Terminou input

nx=25; % número de pontos segundo x da grelha


ny=25; % idem segundo y
dx=40; dy=dx; % passo segundo x e y da grelha
xx=zeros(nx,1); yy=zeros(ny,1);
xx=1:nx; yy=1:ny;
xx=dx*xx; yy=dy*yy;
xy=zeros(nx,ny);

for i=1:nx,
for j=1:ny,
xg=i*dx; yg=j*dy;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 20

for k=1:n,
R=R_inf(k);
r=sqrt((x(k)-xg)^2+(y(k)-yg)^2);
if r<R,
xy(i,j)=xy(i,j)+q(k)/6.28/T*log(r/R);
end;

end;
end;
end;
mesh(xx,yy,xy); pause;
for k=1:n,
i=round(x(k)/dx);
titulo=sprintf('Corte na captação %d',k);
plot(yy,xy(i,:)),title(titulo), pause;
end;
if n>1
titulo=sprintf('Rebaixamentos das %d captações ',n);
else
titulo=sprintf('Rebaixamentos da captação ');
end;

plot(yy,xy(:,:)), title(titulo), pause;


titulo=sprintf('Isopiezas'),
contour(xx,yy,xy),title(titulo);pause;
[vx,vy]=gradient(xy, -dx,-dy);

quiver(xx,yy,vx,vy), title('Velocidades');
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 21

programa theis.m (Regime transitório)


Obtém para n valores do tempo o rebaixamento calculado pela função de
exponencial integral e pela aproximação logarítmica de Jacob.
clear;
% Regime transitório. Aquífero infinito.
% Parâmetros do aquífero confinado
Q=1; % Caudal bombeado na captação
T=0.003; % Transmissividade
S=0.00004; % Coeficiente de armazenamento do aquífero
r=10;
cadeia=sprintf(' ');
for i=1:40, disp(cadeia);end;
cadeia=sprintf('Aquífero infinito confinado ');
disp(cadeia);

cadeia=sprintf('Caudal, em m3/s = %d', Q);


disp(cadeia);
cadeia=sprintf('Transmissividade, em m2/s = %d', T);
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('Distância à captação r= %d', r);
disp(cadeia);

cadeia=sprintf('Coeficiente de armazenamento = %d', S);


disp(cadeia);
cadeia=sprintf('Prima uma tecla para continuar ');
disp(cadeia);
cadeia=sprintf(' ');
tinicio=1; % tempo do 1.o calculo, em segundos
n=20;
t=tinicio; % Tempo inicial
for i=1:n;
u=4*T*t/(r*r*S);
if u<0 , u, pause, end;
if u>100 aux=Q/4/pi/T*log(2.25*T*t/S/r/r);
else aux=Q/4/pi/T*expint(1/u);
end;
Wu=aux*4*pi*T/Q;
cadeia=sprintf('t=%d, u=%d, Wu=%d h=%d ', t, u, Wu, aux);
disp(cadeia);
t=t*sqrt(10);
end;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 22

programa transit.m (Regime transitório)


Calcula o cone de rebaixamento para o aquífero confinado
infinito

clear;
% Regime transitório. Aquífero infinito.
% Mostra evolução do cone de depressão ao longo do tempo para
% uma captação que está a bombear de um aquífero 2D infinito.
% Pg IV-16 dos apontamentos

% Parâmetros do aquífero confinado


Q=0.01; % Caudal bombeado na captação
T=0.004; % Transmissividade
S=0.0005; % Coeficiente de armazenamento do aquífero

cadeia=sprintf(' ');
for i=1:40, disp(cadeia);end;
cadeia=sprintf('Aquífero infinito confinado ');
disp(cadeia);

cadeia=sprintf('Caudal, em m3/s = %d', Q);


disp(cadeia);
cadeia=sprintf('Transmissividade, em m2/s = %d', T);
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('Coeficiente de armazenamento = %d', S);
disp(cadeia);
cadeia=sprintf('Prima uma tecla para continuar ');
disp(cadeia);
cadeia=sprintf(' ');
for i=1:5, disp(cadeia);end;

v=[0.001, 0.005, 0.01, 0.05, 0.1, 0.5, 1]; v=-sign(Q)*v;


n=20; % Número de células segundo x e y da discretização
dx=1000/n ; dy=1000/n; % Passo na grelha de cálculo
xx=1:n; yy=1:n; xx=xx*dx; yy=yy*dy;
cx=n/2*dx+dx/2; cy=cx; %Localização da captação
h=zeros(n,n); %Matriz do rebaixamento piezométrico
tinicio=100; % tempo do 1.o calculo, em segundos

t=tinicio; % Tempo inicial


dias=input('Tempo limite, em dias = ? ');% limite do tempo para o
cálculo
grafico=1;

while grafico<2.5

while t<24*3600*dias;

for i=1:n;
for j=1:n;
x=i*dx; y=j*dy;
r=sqrt((x-cx)*(x-cx)+(y-cy)*(y-cy));
u=4*T*t/(r*r*S);
if u<0 , u, pause, end;
if u>100 aux=Q/4/pi/T*log(2.25*T*t/S/r/r);
else aux=Q/4/pi/T*expint(1/u); % aproximação de Jacob
end;
h(i,j)=aux;
end;
end;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 23

if t<=3600 cadeia=sprintf('Aquifero 2D infinito; tempo=%d


segundos',t);
else if t<24*3600 cadeia=sprintf('Aquifero 2D infinito;
tempo=%5.1f horas',t/3600);
else cadeia=sprintf('Aquifero 2D infinito; tempo=%5.1f
dias ', t/3600/24);
end;

end; %do if
if grafico==1 mesh(xx,yy,-sign(Q)*abs(h)), title(cadeia); pause;
end;
if grafico==2 ww=contour(xx,yy,-sign(Q)*abs(h),v);
title(cadeia);clabel(ww); pause; end;
% usa-se abs em mesh e contour para contornar os erros de expint
t=t*10;
end; %(do while t)
grafico=grafico+1;
t=tinicio;
end; %(do while grafico)
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 24

programa difin.m (Regime permanente)

A seguinte listagem tem o código MATLAB para resolver o problema de um


aquífero confinado bidimensional, cuja transmissividade à partida
anisotrópica é dada por duas matrizes Tx e Ty, cujas condições fronteira
são definidas através das matrizes H_f e Q_f, que deverão ser coerentes, no
sentido em que se não pode impor simultaneamente para uma célula o valor
h e o valor de Q. Nas células incógnita deve escrever-se nv. No exemplo
seguinte usou-se uma discretização de 11×11 células, com transmissividades
iguais dentro de um quadrado de 9 células de lado, supondo-se que esse
quadrado interior estava rodeado por água, a que se atribui uma
transmissividade, em termos práticos, infinita, através do valor M. Este
problema será então o de uma ilha quadrada, com dois poços, um localizado
no centro e outro próximo de um canto. A esses dois poços impôs-se um
rebaixamento piezométrico fixo, 0 para o central e 0.3 para o próximo do
canto.

clear;
% Problema da ilha, regime permanente
M=1e20; % Transmissividade grande da água que rodeia a ilha

Ty=[ M M M M M M M M M M M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M 1 1 1 1 1 1 1 1 1 M
M M M M M M M M M M M];

Tx=Ty; %Considera-se a transmissividade isotrópica

if size(Tx)~=size(Ty), clear, erro, end;


nv=-11111 ; %não valor por convenção, local das incógnitas

H_f= [ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 nv nv nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv 0 nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv 0.3 nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv nv nv 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1];
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 25

Q_f= [ nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv nv ];

mensagem = sprintf('Matriz H_f tem dimensão diferente de matriz Q_f ');


xpta=size(H_f); xptb=size(Q_f);
xpta=xpta-xptb; if sum(xpta)~=0, clear, disp(mensagem), erro, pause, end;
mensagem=sprintf('Matriz Tx tem dimensão diferente de matriz Ty ');
xpta=size(Tx); xptb=size(Ty);
xpta=xpta-xptb;if sum(xpta)~=0, clear, disp(mensagem),erro, pause, end;
mensagem=sprintf('Matriz H_f tem dimensão diferente de matriz Tx ');
xpta=size(Tx); xptb=size(H_f);
xpta=xpta-xptb; if sum(xpta)~=0, clear, disp(mensagem), erro, pause, end;

xpto=size(Tx);
n_linhas=xpto(1,1);
n_colunas=xpto(1,2);

% Identificação das condições fronteira de Dirichlet e correcção da matriz do


sistema
% Caso um elemento de H seja diferente de nv, é porque se está na
presença de uma
% condição de Dirichlet; então o elemento correspondente de S deve ser
azerado
% e o termo independente deve ser criado
% Primeiro vamos ver se as condições no caixilho existem
%Fronteira norte
mensagem=sprintf('Paro por condições de fronteira norte errada');
i=1;
for j=1:n_colunas;
if (H_f(i,j)==nv)&(Q_f(i,j)==nv)
mensagem
clear;
break;
end;
end;
%Fronteira sul
mensagem=sprintf('Paro por condições de fronteira sul errada');
i=n_linhas;
for j=1:n_colunas;
if H_f(i,j)==nv&Q_f(i,j)==nv
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 26

mensagem
clear;
break;
end;
end;

%Fronteira oeste
mensagem=sprintf('Paro por condições de fronteira oeste errada');
j=1;
for i=1:n_linhas;
if H_f(i,j)==nv&Q_f(i,j)==nv
mensagem
clear;
break;
end;
end;

%Fronteira este
mensagem=sprintf('Paro por condições de fronteira este errada');
j=n_colunas;
for i=1:n_linhas;
if H_f(i,j)==nv&Q_f(i,j)==nv
mensagem
clear;
break;
end;
end;

% A matriz do sistema de equações lineares S, não tem incógnitas apenas


no
% miolo, visto as condições fronteira poderem ser Q
S=zeros(n_linhas*n_colunas, n_linhas*n_colunas);

% pg 344 Quantitative Hydrogeology - Grondwater Hydrology for Engineers


% Ghislain de Marsily
% Academic Press Inc - 1986
%
% Vou considerar primeiro o miolo, isto é, zonas não fronteiras
% Tnc(Hn - Hc) + Tec(He - Hc) + Tsc(Hs- Hc) + Twc(Hw - Hc) = Qc
% Hc(-Tnc - Tec - Tsc - Twc) .... Termo Centro
% Hn(Tnc) ....................... Termo Norte
% Hs(Tsc) ....................... Termo Sul
% He(Tec) ....................... Termo Este
% Hw(Twc) ....................... Termo Oste

for i=2:n_linhas-1;
for j=2:n_colunas-1;
% A transmissividade é a média harmónica (pg 355 idem)
Tnc=2*Ty(i,j)*Ty(i-1,j) / (Ty(i,j)+Ty(i-1,j));
Tsc=2*Ty(i,j)*Ty(i+1,j) / (Ty(i,j)+Ty(i+1,j));
Tec=2*Tx(i,j)*Tx(i,j+1) / (Tx(i,j)+Tx(i,j+1));
Twc=2*Tx(i,j)*Tx(i,j-1) / (Tx(i,j)+Tx(i,j-1));
% Tnc, Tsc, Tec, Twc, pause;
% O primeiro indice refere-se ao número de ordem da equação, n_equa
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 27

% o segundo indice à incógnita


n_equa=(i-1)*n_colunas+j;
S(n_equa, n_equa)= S(n_equa, n_equa)-Tnc-Tsc-Tec-Twc; % C
S(n_equa, n_equa-n_colunas) = S(n_equa, n_equa-n_colunas)+Tnc; %
N
S(n_equa, n_equa+n_colunas) = S(n_equa, n_equa+n_colunas)+Tsc;
%S
S(n_equa, n_equa+1) = S(n_equa, n_equa+1) + Tec; % E
S(n_equa, n_equa-1) = S(n_equa, n_equa-1) + Twc; % W
end;
end;
% Tornar igual a um os termos S(i,j) correspondentes a condiçoes de
Dirichlet:
% Construção da matriz coluna dos termos independentes
Q=zeros(n_linhas*n_colunas,1);

linha_zeros=zeros(1,n_linhas*n_colunas);
for i=1:n_linhas;
for j=1:n_colunas;
bd=0;
n_equa=(i-1)*n_colunas+j;
if H_f(i,j)~=nv;
S(n_equa,:)=linha_zeros;
S(n_equa, n_equa)=1;
Q(n_equa)=H_f(i,j);
bd=1;
end; % do if
if Q_f(i,j)~=nv;
if bd==1; %Há asneira, visto haver duas condiçoes fronteira H e Q
mensagem=sprintf('Há asneira, visto haver duas condiçoes fronteira H e
Q em i=%g j=%g',i,j);
mensagem
i, j,
pause;
%clear;
break;
end; %if bd==1
Q(n_equa)=Q_f(i,j);
end; % do if Q_f(i,j)
% mensagem=sprintf('n. ordem=%g, i=%g , j=%g', n_equa, i, j);
% disp(mensagem);
% S(n_equa,:), pause;
end; %for j
end; %for i

R=inv(S)*Q;
% H_S é a matriz solução
H_S=H_f;
for i=1:n_linhas;
for j=1:n_colunas;
H_S(i,j)=R((i-1)*n_colunas+j);
end;
end;
mensagem=sprintf('Return para continuar');
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 28

H_S, disp(mensagem),pause;
mesh(H_S);
figure(1);pause;
xpto=contour(H_S); clabel(xpto), pause;
[PX,PY]=gradient(H_S);
quiver(-PX,-PY);

Resultado: matriz H_S

H_S =

1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000
1.0000 0.9920 0.9767 0.9632 0.9534 0.9500 0.9555 0.9665 0.9797 0.9932 1.0000
1.0000 0.9754 0.9281 0.8861 0.8538 0.8411 0.8609 0.8975 0.9387 0.9797 1.0000
1.0000 0.9571 0.8743 0.7992 0.7345 0.6999 0.7494 0.8238 0.8978 0.9667 1.0000
1.0000 0.9357 0.8127 0.7022 0.5849 0.4745 0.6132 0.7506 0.8620 0.9559 1.0000
1.0000 0.9086 0.7386 0.6118 0.4286 0 0.4781 0.7036 0.8436 0.9509 1.0000
1.0000 0.8687 0.6213 0.5779 0.5176 0.4398 0.5956 0.7419 0.8580 0.9548 1.0000
1.0000 0.8137 0.3000 0.5608 0.6241 0.6460 0.7226 0.8106 0.8917 0.9649 1.0000
1.0000 0.8998 0.7154 0.7414 0.7719 0.7975 0.8383 0.8861 0.9334 0.9782 1.0000
1.0000 0.9701 0.9206 0.9173 0.9246 0.9338 0.9468 0.9621 0.9776 0.9926 1.0000
1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000

Cujo gráfico 3D é:

Nível piezométrico

0.8

0.6

0.4

0.2

0
15
10 15
10
5
5
0 0

cujo gráfico 3D de caudais é dado por


PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 29

Caudais, erro=-3.5e-017

-3
x 10

-5

-10

-15

-20
15
10 15
10
5
5
0 0

cuja carta de isopiezas aparece na figura seguinte

Isopiezométricas
11

10

9
0.5
0.4
8
0.8
7 0.5
0.4
0.1
6 0.3 0.2
0.6
5
0.9
0.7
4

1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

e cuja carta de velocidades é


PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 30

Velocidades
11

10

1
0 2 4 6 8 10 12
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 31

APÊNDICE 4

PROGRAMA PLUMA.M
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 32

Simulação da dispersão do contaminante transportado em regime permanente.

A equação que rege o processo de dispersão/difusão, sem transporte, é dada pela lei
de Fick, na forma

∂C
div D grad C = ω c
∂x

em que C é a concentração e D é um tensor que se assume como sendo simétrico de


2ª ordem. No presente algoritmo, de carácter didáctico, considerou-se a simplificação
de não haver direcções preferenciais para a dispersão/difusão.
Optou-se, por uma questão de simplicidade, pelo método das características, em que
se subdivide o problema da dispersão/difusão em duas etapas: na primeira submete-se
o contaminante a um transporte por convecção, a partir das velocidades calculadas em
regime permanente. Na segunda etapa introduz-se o efeito de dispersão. Dentro do
método das características usou-se o “discret parcel random walk”, desenvolvido por
Ahstrom (1977) e Pricket (1981). Resumidamente o método consiste em introduzir
nas células escolhidas, contaminante ao longo do tempo e considerar que em cada
passo ∆t é introduzida uma quantidade Qc.∆t, em que Qc representa o caudal de
contaminante, num ponto ao acaso dentro de uma célula, que coincida com a fonte de
contaminação. Cada partícula assim lançada representa uma massa. Em dado
momento a concentração presente numa dada célula calcula-se através do cociente da
massa das partículas presentes na célula pelo volume da célula. Quando uma dada
partícula atinge uma célula extractora ou os limites da malha, é retirada. Após se ter
realizado o deslocamento correspondente ao processo de percolação, simula-se a etapa
da dispersão através de um deslocamento adicional, que é feito ao acaso, através de
um gerador de números aleatórios gaussianos, com média zero e variância 2.D ∆t.
Este método, que apresenta alguns problemas, quer por lidar com listas relativamente
longas de partículas, quer por apresentar alguma instabilidade numérica, permite no
entanto simular de maneira relativamente simples a dispersão no meio poroso de um
contaminante. Após seleccionar um passo de integração, em que a massa total dentro
da malha permaneça aproximadamente constante, é possível simular, para uma malha
de, por exemplo 13x13 células, em poucos minutos, a evolução da pluma ao longo do
tempo.

Apresentam-se a seguir alguns resultados gráficos de simulações realizadas. A


primeira figura diz respeito à distribuição do nível piezométrico em regime
permanente, a segunda à localização da contaminação, e as restantes à pluma e à
evolução da massa total dentro do campo em que se está a resolver a equação de
transporte com difusão/dispersão. A seguir aparecem listagens dos programas.
O modo de utilização aparece descrito na página 42.
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 33

nivel piezometrico

0.8

0.6

0.4

0.2

0
10
10
8
5 6
4
2
0 0

Matriz de contaminacao

0.8

0.6

0.4

0.2

0
10
10
8
5 6
4
2
0 0
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 34

Pluma de dispersao para t=258.5 dt=0.5 d0=0.001

2.5

1.5

0.5

0
10
10
8
5 6
4
2
0 0
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 35

Pluma de dispersao para t=258.5 dt=0.5 d0=0.001


9

5 0.5

4 2.5
2

3 1 1.5

1
1 2 3 4 5 6 7 8 9

Massa versus tempo


1400

1200

1000

800

600

400

200

0
0 50 100 150 200 250 300
Tempo
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 36

Pluma de dispersao para t=500 dt=0.5 d0=0.001

0
10
10
8
5 6
4
2
0 0

Pluma de dispersao para t=500 dt=0.5 d0=0.001


9

5 0.5
23
43.5
4
1.5

3 2.5
1

1
1 2 3 4 5 6 7 8 9
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 37

Massa versus tempo


2000

1800

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0
0 100 200 300 400 500
Tempo

Listagem do programa PLUMA.M

echo off;
clear,
% problema da ilha, regime permanente
m=1e20; % transmissividade grande da água que rodeia a ilha

tx=[ m m m m m m m m m
m 1 1 1 1 1 1 1 m
m 1 1 1 1 1 1 1 m
m 1 1 1 1 1 1 1 m
m 1 1 1 1 1 1 1 m
m 1 1 1 1 1 1 1 m
m 1 1 1 1 1 1 1 m
m 1 1 1 1 1 1 1 m
m m m m m m m m m];

tx=0.01*tx; ty=2*tx; %situação de anisotropia


% dimensao da malha: lx, ly;
l_x=10; l_y=l_x; l_z=10; % nao fazer lx diferente de ly
v_celula=l_x*l_y*l_z;
xpta=size(tx);
% wc e a porosidade efectiva (porosidade cinetica)
wc=ones(xpta(1,1),xpta(1,2));
wc=0.1*wc;
%s_con e a matriz com a concentracao de contaminante;
s_con=0*tx;
s_con(2,5)=1;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 38

% d0 e o coeficiente de difusao molecular


d0=0.001;
% dt e o passo de integracao do módulo em c++
dt=0.5;
if size(tx)~=size(ty), error('tx e ty de dimens. diferente'); end;
nv=-11111 ; %nao valor por convencao, local das incógnitas

h_f= [ 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv 0 nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv 1
1 nv nv nv nv nv nv nv 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1];

q_f= [ nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv
nv nv nv nv nv nv nv nv nv ];

mensagem=sprintf('matriz h_f tem dimensão diferente de matriz q_f ');


xpta=size(h_f); xptb=size(q_f);
xpta=xpta-xptb; if sum(xpta)~=0, error(mensagem), end;
mensagem=sprintf('matriz tx tem dimensão diferente de matriz ty ');
xpta=size(tx); xptb=size(ty);
xpta=xpta-xptb;if sum(xpta)~=0,error(mensagem), end;
mensagem=sprintf('matriz h_f tem dimensão diferente de matriz tx ');
xpta=size(tx); xptb=size(h_f);
xpta=xpta-xptb; if sum(xpta)~=0, error(mensagem), end;
mensagem = sprintf('l_x diferente de l_y!! '); if l_x~=l_y error(mensagem); end;

xpto=size(tx);
n_linhas=xpto(1,1);
n_colunas=xpto(1,2);

% identificação das condições fronteira de dirichlet e correcção da matriz do sistema


% caso um elemento de h seja diferente de nv, é porque se está na presença de uma
% condição de Dirichlet; então o elemento correspondente de s deve ser azerado
% e o termo independente deve ser criado
% primeiro vamos ver se as condições no caixilho existem
%fronteira norte
mensagem=sprintf('paro por condições de fronteira norte errada');
i=1;
for j=1:n_colunas;
if (h_f(i,j)==nv)&(q_f(i,j)==nv)
mensagem
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 39

clear;
break;
end;
end;
%fronteira sul
mensagem=sprintf('paro por condições de fronteira sul errada');
i=n_linhas;
for j=1:n_colunas;
if h_f(i,j)==nv&q_f(i,j)==nv
mensagem
clear;
break;
end;
end;

%fronteira oeste
mensagem=sprintf('paro por condições de fronteira oeste errada');
j=1;
for i=1:n_linhas;
if h_f(i,j)==nv&q_f(i,j)==nv
mensagem
clear;
break;
end;
end;

%fronteira este
mensagem=sprintf('paro por condições de fronteira este errada');
j=n_colunas;
for i=1:n_linhas;
if h_f(i,j)==nv&q_f(i,j)==nv
mensagem
clear;
break;
end;
end;

% a matriz do sistema de equações lineares s, não tem incógnitas apenas no


% miolo, visto as condições fronteira poderem ser q
s=zeros(n_linhas*n_colunas, n_linhas*n_colunas);

% pg 344 quantitative hydrogeology - groudwater hydrology for engineers


% ghislain de marsily
% academic press inc - 1986
%
% vou considerar primeiro o miolo, isto é, zonas não fronteiras
% tnc(hn - hc) + tec(he - hc) + tsc(hs- hc) + twc(hw - hc) = qc
% hc(-tnc - tec - tsc - twc) .... termo centro
% hn(tnc) ....................... termo norte
% hs(tsc) ....................... termo sul
% he(tec) ....................... termo este
% hw(twc) ....................... termo oste

for i=2:n_linhas-1;
for j=2:n_colunas-1;
% a transmissividade é a média harmónica (pg 355 idem)
tnc=2*ty(i,j)*ty(i-1,j) / (ty(i,j)+ty(i-1,j));
tsc=2*ty(i,j)*ty(i+1,j) / (ty(i,j)+ty(i+1,j));
tec=2*tx(i,j)*tx(i,j+1) / (tx(i,j)+tx(i,j+1));
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 40

twc=2*tx(i,j)*tx(i,j-1) / (tx(i,j)+tx(i,j-1));
% tnc, tsc, tec, twc, pause;
% o primeiro indice refere-se ao número de ordem da equação, n_equa
% o segundo indice à incógnita
n_equa=(i-1)*n_colunas+j;
s(n_equa, n_equa)= s(n_equa, n_equa)-tnc-tsc-tec-twc; % c
s(n_equa, n_equa-n_colunas) = s(n_equa, n_equa-n_colunas)+tnc; % n
s(n_equa, n_equa+n_colunas) = s(n_equa, n_equa+n_colunas)+tsc; % s
s(n_equa, n_equa+1) = s(n_equa, n_equa+1) + tec; % e
s(n_equa, n_equa-1) = s(n_equa, n_equa-1) + twc; % w
end;
end;
% tornar igual a um os termos s(i,j) correspondentes a condiçoes de Dirichlet:
% construção da matriz coluna dos termos independentes
q=zeros(n_linhas*n_colunas,1);

linha_zeros=zeros(1,n_linhas*n_colunas);
for i=1:n_linhas;
for j=1:n_colunas;
bd=0;
n_equa=(i-1)*n_colunas+j;
if h_f(i,j)~=nv;
s(n_equa,:)=linha_zeros;
s(n_equa, n_equa)=1;
q(n_equa)=h_f(i,j);
bd=1;
end; % do if
if q_f(i,j)~=nv;
if bd==1; %há asneira, visto haver duas condiçoes fronteira h e q
mensagem=sprintf('há asneira, visto haver duas condiçoes fronteira h e q em i=%g
j=%g',i,j);
mensagem
i, j,
pause;
break;
end; %if bd==1
q(n_equa)=q_f(i,j);
end; % do if q_f(i,j)
end; %for j
end; %for i

r_h=inv(s)*q;
% h_s é a matriz solução dos níveis piezométricos
h_s=h_f;
for i=1:n_linhas;
for j=1:n_colunas;
h_s(i,j)=r_h((i-1)*n_colunas+j);
end;
end;
mensagem=sprintf('return para ver superficie piezometrica');
disp(mensagem),pause, h_s;
mesh(h_s), title('nivel piezometrico');

%obtenção da matriz dos caudais e das velocidades


% v_x e v_y são as matrizes das velocidades segundo x e y
q_s=0*h_s;
v_x=0*h_s; v_y=0*h_s;
for i=2:n_linhas-1;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 41

for j=2:n_colunas-1;
% a transmissividade é a média harmónica (pg 355 idem)
tnc=2*ty(i,j)*ty(i-1,j) / (ty(i,j)+ty(i-1,j));
tsc=2*ty(i,j)*ty(i+1,j) / (ty(i,j)+ty(i+1,j));
tec=2*tx(i,j)*tx(i,j+1) / (tx(i,j)+tx(i,j+1));
twc=2*tx(i,j)*tx(i,j-1) / (tx(i,j)+tx(i,j-1));
q_s(i,j) = tnc*(h_s(i,j) - h_s(i-1,j)) + ...
tsc*(h_s(i,j) - h_s(i+1,j)) + ...
tec*(h_s(i,j) - h_s(i,j+1)) + ...
twc*(h_s(i,j) - h_s(i,j-1));
v_x(i,j)=(h_s(i,j-1)-h_s(i,j+1))*tx(i,j)/wc(i,j);

v_y(i,j)=-(h_s(i+1,j)-h_s(i-1,j))*ty(i,j)/wc(i,j);

end;
end;

%determinação de valor significativo de caudal. Vai ser feita uma


% pessquisa de qual o valor minimo de caudal (em valor absoluto)
q_minimo=Inf;
xpta=size(q_f);
for i=1:xpta(1,1),
for j=1:xpta(1,2),
if q_s(i,j)<q_minimo,
q_minimo=q_s(i,j); end;
end;
end;
q_minimo=0.001*q_minimo;

soma=0;
for i=1:n_linhas; forj=1:n_colunas; soma=soma+q_s(i,j); end; end;
soma
mensagem=sprintf('return para ver superficie dos caudais');
disp(mensagem), q_s, pause;mensagem=sprintf('caudais, erro=%2.2g',soma);
%w figure(2);
mesh(q_s), title(mensagem);pause;
injecta=[1 23.0 36.0 v_celula/100 ]; % 1=injecta, 0=não, (x,y) da célula), quantidade
mat_inj=tx; mat_inj=0*tx;
mat_inj( 1+floor(injecta(1,2)/l_x), 1+floor(injecta(1,3)/l_y) )=1;
%w figure(3);
mensagem=sprintf('Matriz de contaminacao');
mesh(mat_inj), title(mensagem); pause,
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 42

Listagem do programa PLUMA2.M


echo off;
n_passos=1000;
lista_massas=[1,1];
soma_q_s=sum(sum(q_s));
massa_saida=0;
bd_inicio=1;
v_celula=l_x*l_y*l_z;

lista_pic=zeros(1,3);
tempo=0;
s_con=0*tx; conta_part=s_con; ds_con=s_con;

for i_passo=1:n_passos;
xpta=size(lista_pic);
xpta=xpta(1,1);
if bd_inicio==1; bd_inicio=0; xpta=xpta-1; end; %para não introd. zeros na lista
max_x=(n_colunas-1)*l_x;
max_y=(n_linhas-1)*l_y;
if injecta(1,1)==1, %houve injecção de contaminante
x_inj=injecta(1,2); y_inj=injecta(1,3); dq_massa=injecta(1,4)*dt;
% vai ser lançada uma partícula ao acaso dentro da celula
% numa rea com l_x e l_y centrado no ponto de injecção, com dq_massa
x=x_inj+(1-rand)*l_x;
y=y_inj+(1-rand)*l_y;
if x<max_x
if y<max_y %só acrescenta se estiver dentro do domínio
n_lista=1+xpta;
lista_pic(n_lista,1)=x;
lista_pic(n_lista,2)=y;
lista_pic(n_lista,3)=dq_massa;
end;
end;
massa_total=sum(lista_pic(:,3))
lista_massas(i_passo,1)=tempo;
lista_massas(i_passo,2)=massa_total;
mensagem=sprintf('i_passo= %g soma de lista pic apos injeccao: %g ', ...
i_passo,massa_total );
disp(mensagem);
end; %if injecta

% a lista de particulas vai ser movimentada por conveccao


% as particulas que saem para fora das fronteiras são eliminadas
% idem para as bombadas
tempo=tempo+dt;
xpta=size(lista_pic);
xpta=xpta(1,1);
n_sai=0;
for i_aux=1:xpta;
bd_caix=0;
bd_bomba=0;
x=lista_pic(i_aux,1); y=lista_pic(i_aux,2);
i=floor(y/l_x)+1; % i é o índice da linha
j=floor(x/l_y)+1; % j é o índice da coluna
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 43

dx=v_x(i,j)*dt; dy=v_y(i,j)*dt;
rx=randn; ry=randn;
rx=rx*sqrt(d0*dt); ry=ry*sqrt(d0*dt); %sqrt(2.d0.dt)/sqrt(2)
x=x+dx+rx; y=y+dy+ry;

%vamos verificar se sai da bordadura


if x>0, if x<max_x, if y>0, if y<max_y,
bd_caix=1; % está dentro da fronteira
end; end; end; end;
%vamos verificar se esta a ser bombeado para o exterior
if q_s(i,j) < q_minimo ,bd_bomba=1; end;

if bd_caix==0; massa_saida=massa_saida+lista_pic(i_aux,3);
lista_pic(i_aux,3)=nv;
n_sai=n_sai+1; end;
if bd_bomba==1; massa_saida=massa_saida+lista_pic(i_aux,3);
lista_pic(i_aux,3)=nv;
disp('*');
n_sai=n_sai+1; end;
if bd_bomba==0; lista_pic(i_aux,1)=x; lista_pic(i_aux,2)=y; end;

end;

% a lista vai ser refeita, excluindo eventuais particulas que sairam


lista_aux=zeros(xpta-n_sai,3);
j=0;
for i=1:xpta;
bd=0;
if lista_pic(i,3)>=0, j=j+1; bd=1; end,
if bd==1,
lista_aux(j,1)=lista_pic(i,1);
lista_aux(j,2)=lista_pic(i,2);
lista_aux(j,3)=lista_pic(i,3);
end;
end;
% a lista_aux contem os elementos da lista_pic aproveitáveis
lista_pic=lista_aux;
xpta=size(lista_pic);
xpta=xpta(1,1);
%// a lista tem as part¡culas movidas e as lan‡adas agora com massa zero no centro
% das células
lista_pic=lista_aux;
xpta=size(lista_pic); xpta=xpta(1,1);

% s_con é a matriz das concentrações actuais; v_celula é o volume


% efectivo da célula
% em lista_pic está uma lista de massas de poluente e respectiva localização
% a concentração de cada célula vai resultar da hipotética dissolução do
% poluente presente nesse momento no volume da celula

s_con=0*s_con; %s_con é azerado de cad vez visto as partículas irem dar concentracao
for i_aux=1:xpta;
%localização
x=lista_pic(i_aux,1);
y=lista_pic(i_aux,2);
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 44

j=floor(y/l_x)+1; % i é o índice da linha


i=floor(x/l_y)+1; % j é o índice da coluna
% tudo se passa como se as pecs se dissolvessem na célula nesta fase
conc=lista_pic(i_aux,3)/(v_celula*wc(i,j));
s_con(i,j)=s_con(i,j)+conc;
end;
tempo,
end; %for i_passo
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 45

Listagem do programa PLUGRAF.M

save lixo;
v=[0.1,0.2,0.4,0.8,1.6,3.2,6.4,12.8,25.6,51.2,102.4,204.8]
i_fig=1;
mensagem=sprintf('return para ver superficie piezometrica');
disp(mensagem),pause, h_s;
%wfigure(i_fig);
mesh(h_s), title('nivel piezometrico');pause;

%wfigure(1+i_fig);
mensagem=sprintf('Matriz de contaminacao');
mesh(mat_inj), title(mensagem); pause,
%wfigure(2+i_fig);
mensagem=sprintf('Pluma de dispersao para t=%g dt=%g d0=%g', tempo, dt, d0);
mesh(s_con),title(mensagem);pause;
%wfigure(3+i_fig);
xpto=contour(s_con);
contour(s_con,v), clabel(xpto),title(mensagem), hold off, pause;
%wfigure(4+i_fig);
mensagem=sprintf('Massa versus tempo');
plot(lista_massas(:,1), lista_massas(:,2)), title(mensagem), xlabel('Tempo'), pause;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 46

Listagem do programa PLUCONT.M

echo off;
i_cont=i_passo;

for i_passo=i_cont:n_passos;
xpta=size(lista_pic);
xpta=xpta(1,1);
if bd_inicio==1; bd_inicio=0; xpta=xpta-1; end; %para não introd. zeros na lista
max_x=(n_colunas-1)*l_x;
max_y=(n_linhas-1)*l_y;
if injecta(1,1)==1, %houve injec‡„o de contaminante
x_inj=injecta(1,2); y_inj=injecta(1,3); dq_massa=injecta(1,4)*dt;
% vai ser lan‡ada uma part¡cula ao acaso dentro da celula
% numa rea com l_x e l_y centrado no ponto de injec‡„o, com dq_massa

x=x_inj+(1-rand)*l_x;
y=y_inj+(1-rand)*l_y;
if x<max_x
if y<max_y %só acrescenta se estiver dentro do domínio
n_lista=1+xpta;
lista_pic(n_lista,1)=x;
lista_pic(n_lista,2)=y;
lista_pic(n_lista,3)=dq_massa;
end;
end;
massa_total=sum(lista_pic(:,3))
lista_massas(i_passo,1)=tempo;
lista_massas(i_passo,2)=massa_total;
mensagem=sprintf('i_passo= %g soma de lista pic apos injeccao: %g ', ...
i_passo,massa_total );
disp(mensagem);
end; %if injecta

%error('aqui1');
%um=1, i_passo, lista_pic, i_passo,um, pause;
% a lista de particulas vai ser movimentada por conveccao
% as particulas que saem para fora das fronteiras s„o eliminadas
% idem para as bombadas
tempo=tempo+dt;
xpta=size(lista_pic);
xpta=xpta(1,1);
n_sai=0;
for i_aux=1:xpta;
bd_caix=0;
bd_bomba=0;
x=lista_pic(i_aux,1); y=lista_pic(i_aux,2);
i=floor(y/l_x)+1; % i é o índice da linha
j=floor(x/l_y)+1; % j é o índice da coluna

dx=v_x(i,j)*dt; dy=v_y(i,j)*dt;

rx=randn; ry=randn;
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 47

rx=rx*sqrt(d0*dt); ry=ry*sqrt(d0*dt); %sqrt(2.d0.dt)/sqrt(2)


x=x+dx+rx; y=y+dy+ry;

%vamos verificar se sai do caixilho


if x>0, if x<max_x, if y>0, if y<max_y,
bd_caix=1; %est dentro da fronteira
end; end; end; end;
%vamos verificar se esta a ser bombado para o exterior
if q_s(i,j) < q_minimo ,bd_bomba=1; end;

if bd_caix==0; massa_saida=massa_saida+lista_pic(i_aux,3);
lista_pic(i_aux,3)=nv;
n_sai=n_sai+1; end;
if bd_bomba==1; massa_saida=massa_saida+lista_pic(i_aux,3);
lista_pic(i_aux,3)=nv;
disp('*');
n_sai=n_sai+1; end;
if bd_bomba==0; lista_pic(i_aux,1)=x; lista_pic(i_aux,2)=y; end;

end;

%um_a=11; i_passo, lista_aux, i_passo, um_a, pause;

%error('aqui2');

% a lista vai ser refeita, excluindo eventuais particulas que sairam


lista_aux=zeros(xpta-n_sai,3);
j=0;
for i=1:xpta;
bd=0;
if lista_pic(i,3)>=0, j=j+1; bd=1; end,
if bd==1,
lista_aux(j,1)=lista_pic(i,1);
lista_aux(j,2)=lista_pic(i,2);
lista_aux(j,3)=lista_pic(i,3);
end;
end;
% error('aqui3');
% a lista_aux contem os elementos da lista_pic aproveitáveis
lista_pic=lista_aux;
xpta=size(lista_pic);
xpta=xpta(1,1);
%// a lista tem as part¡culas movidas e as lan‡adas agora com massa zero no centro
% das células
lista_pic=lista_aux;
xpta=size(lista_pic); xpta=xpta(1,1);

% s_con é a matriz das concentrações actuais; v_celula é o volume


% efectivo da célula
% em lista_pic está uma lista de massas de poluente e respectiva localização
% a concentração de cada célula vai resultar da hipotética dissolução do
% poluente presente nesse momento no volume da celula

s_con=0*s_con; %s_con é azerado de cad vez visto as partículas irem dar concentracao
for i_aux=1:xpta;
%localização
x=lista_pic(i_aux,1);
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 48

y=lista_pic(i_aux,2);
j=floor(y/l_x)+1; % i é o índice da linha
i=floor(x/l_y)+1; % j é o índice da coluna
% tudo se passa como se as pecs se dissolvessem na célula nesta fase
conc=lista_pic(i_aux,3)/(v_celula*wc(i,j));
s_con(i,j)=s_con(i,j)+conc;
end;

tempo,
end; %for i_passo
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 49

Utilização:
Versão Matlab 4.0 para Windows ou superior. Correr pluma (que resolve o
problema da percolação em regime permanente) e em seguida pluma2 (que resolve o
problema da difusão hidrodinâmica). O programa pluma2 recebe os valores criados
por pluma, podendo a todo o momento ser interrompido com Ctrl C. Após a
interrupção pode-se visualizar os gráficos dos resultados invocando plugraf. Para
continuar invocar plucont, que funciona bem na maioria das vezes. Caso se pretenda,
pode-se alterar, recorrendo a um editor as condições de percolação em pluma.m, e
também o passo de integração dt, o coeficiente de dispersão hidrodinâmica d0 ou
outros parâmetros que aparecem identificados com comentários na listagem, salvar o
novo ficheiro e voltar a correr pluma e pluma2, repetindo-se o modo de operar atrás
indicado.
Não esquecer que em Matlab a localização de ficheiros *.m que não caia nos
directórios de busca pré-definidos se faz, supondo que os programas estão em a:\, após
o pronto do interpretador do Matlab ( » ), com o comando:

» cd a:\

A seguir, para correr o programa invocar sucessivamente:

» pluma ↵

(ver ficheiros gráficos com o cursor ou alt+tab)

»pluma2↵

(ver ficheiros gráficos)

» ctrl+c

»plugraf

(ver ficheiros gráficos)

»plucont

» ctrl+c

»plugraf

etc….
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 50

APÊNDICE 5
ALGUMA LEGISLAÇÃO
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 51

• Lei de Bases do Ambiente - Lei n.º 11/87 de 7 de Abril

• Decreto-Lei n." 70/90, de 2 de Março (Regime jurídico do domínio público hídrico do

Estado)

• Decreto-Lei n.o 74/90, de 7 de Março (Normas da qualidade da água)

• Decreto Lei 236/98, de 1 de Agosto – substitui o 74/90

• Portaria n.º 624/90, de 4 de Agosto (Normas de descarga a aplicar a todas as águas


residuais provenientes de habitações isoladas, de aglomerados populacionais e de
todos os
sectores de actividade humana)

• Portaria n.o 809/90, de 10 de Setembro (Normas de descarga das águas


provenientes de matadouros e de unidades de processamento de carnes)

• Portaria n.º 810/90, de 10 de Setembro (Normas sectoriais relativas à descarga de


águas residuais provenientes de todas as explorações de suinicultura)

• Portaria n.º 505/92, de 19 de Junho (Normas de descarga das águas residuais


do sector da pasta de celulose)

• Portaria n.º 512/92, de 22 de Junho (Normas de descarga das águas residuais


do sector dos curtumes)

• Portaria n.º 1030/93, de 14 de Outubro (Normas relativas à descarga de águas residuais


no meio receptor natural - água ou solo - de unidades industriais do sector dos
tratamentos de superfície)

• Portaria n.º 1033/93, de 15 de Outubro (Normas relativas à descarga de águas residuais

aplicáveis às unidades industriais em que se processa a electrólise dos cloretos


alcalinos)

• Portaria n.º 1049/93, de 19 de Outubro (Normas relativas à descarga de águas residuais


aplicáveis a todas as actividades industriais que envolvam manuseamento de amianto)

• Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de Fevereiro (Processo de planeamento de recursos hídricos


e elaboração e aprovação dos planos de recursos hídricos)

• Decreto-Lei n.º 46/94, de 22 de Fevereiro (Regime de licenciamento da utilização do


domínio hídrico, sob Jurisdição do Instituto da Água)

• Decreto-Lei n.º 47/94, de 22 de Fevereiro (Regime económico e financeiro da utilização


do domínio público hídrico, sob jurisdição do Instituto da Água)

• Decreto-Lei n.º 11 446/91, de 22 de Novembro (Regime de utilização na agricultura de


certas lamas provenientes de estações de tratamento de águas residuais
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 52

• Prospecção, pesquisa e exploração de águas minerais, que se integram no domínio


público do Estado, DL86/90;

• Prospecção, pesquisa e exploração de águas de nascente, que se integram no


domínio
privado, DL84/90;

• Prospecção, pesquisa e exploração de recursos geológicos, DL90/90.

• Decreto-Lei n.º 207/94, de 6 de Agosto (Regime de concepção, instalação e exploração


dos sistemas públicos e prediais de distribuição de água drenagem de águas residuais)

• Decreto Regulamentar riº 23/95 (Aprova o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e
Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Re

• Portaria n.º 895/94, de 3 de Outubro (Valores limite de descarga nas água solos e os
objectivos de qualidade para certas substâncias ditas "perigosas com vista a eliminar ou
reduzir a poluição que podem provocar nesses

• Decreto-Lei riº 379/93, de 5 de Novembro (Regime jurídico da gestão actividades de


captação, tratamento e distribuição de água para consumo público, de recolha,
tratamento e rejeição de afluentes e de recolha tratamento de resíduos sólidos)

• Decreto-Lei n.º 319/94, de 24 de Dezembro (Regime jurídico da construção exploração e


gestão dos sistemas multimunicipais de captação e tratamento de água para consumo
público, quando atribuídos por concessão e aprovação das respectivas bases)

• Decreto-Lei n.º 147/95, de 21 de junho (Observatório nacional dos sistemas


multimunicipais e municipais de captação, tratamento e distribuição água para consumo
público, de recolha, tratamento e rejeição de efluentes de recolha e tratamento de
resíduos sólidos e regime jurídico da concessão dos sistemas municipais)

• Decreto-Lei n.o 162/961 de 4 de Setembro (Regime jurídico da construção exploração e


gestão dos sistemas multimunicipais de recolha, trata e rejeição de afluentes)

• Decreto-Lei n.º 235/97 3 de de Setembro de 1997 (Transpõe para o direito interno a


Directiva n. 91/676/CEE, do Conselho, de 12 de Dezembro de 1991, relativa à
protecção das águas contra a poluição causada por nitratos de origem agrícola)

• Decreto-Lei nº 343/75, de 3 de Julho - Adopta medidas para disciplinar certas actuações


na
utilização dos solos e da paisagem.

• Decreto-Lei nº 794/76, de 5 de Novembro - Aprova a política de solos.

• Decreto-Lei nº 313/80, de 19 de Agosto - Dá nova redação ao artigo 5º do Decreto-Lei



794/76, de 5 de Novembro (Lei dos Solos).
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 53

• Decreto-Lei nº 446/91, de 22 de Novembro - Estabelece o regime de utilização na


agricultura de certas lamas provenientes de estações de tratamento de águas residuais.

• Decreto-Lei nº 117/94, de 3 de Maio - Regula a localização e o licenciamento dos


depósitos de ferro-velho, de entulhos, de combustíveis sólidos e de veículos.

• Portaria nº 809/90, de 10 de Setembro - Aprova as normas de descarga das águas


residuais
provenientes de matadouros e de unidades de processamento de carnes.

• Portaria nº 810/90, de 10 de Setembro - Aprova as normas sectoriais relativas à descarga


de
águas residuais provenientes de todas as explorações de suinicultura. Portaria nº 505/92,
de 19 de Junho - Estabelece normas de descarga das águas residuais do sector de pasta
de celulose.

• Portaria nº 512/92, de 22 de Junho - Estabelece normas de descarga de águas residuais


do sector dos curtumes.

• Portaria nº 1030/93, de 14 de Outubro - Estabelece normas relativas à descarga de águas


residuais no meio receptor natural (água ou solo) de unidades industriais do sector dos
tratamentos de superfície.

• Portaria nº 1033/93, de 15 de Outubro - Estabelece normas relativas à descarga de águas


residuais aplicáveis às unidades industriais em que se processa a electrólise dos cloretos
alcalinos.

• Portaria nº 1049/93, de 19 de Outubro - Estabelece normas relativas à descarga de águas


residuais aplicáveis a todas as actividades industriais que envolvam o manuseamento de
amianto.

• Portaria nº 895/94, de 3 de Outubro - Estabelece os valores limites de descarga nas águas


e nos solos e os objectivos de qualidade para certas substâncias ditas "perigosas", com
vista a eliminar ou reduzir a poluição que podem provocar nesses meios.

• Portaria nº 624/90, de 4 de Agosto - Aprova as normas de descarga a aplicar a todas as


águas
residuais provenientes de habitações isoladas, de aglomerados populacionais e de todos
os
sectores da actividade humana.

• Directiva Comunitária nº 91/271/CEE, de 21 de Maio - Respeita à recolha, tratamento e


descarga de águas residuais urbanas e ao tratamento e descarga de águas residuais de
determinados sectores
industriais.

• Código Penal artigos 278 (Danos contra a Natureza), artigo 279º (Poluição), artigo 280º
(Poluição com perigo comum)
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 54

• Constituição da República: artigo 9º (Tarefas fundamentais do Estado), artigo


66º(Ambiente e qualidade de vida) , artigo 81º(Incumbências prioritárias do
Estado), artigo 90º (Objectivos
dos Planos), artigo 93º(Objectivos da política agrícola).
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 55

EXEMPLO DA LEGISLAÇÃO ACTUAL, EXTRAÍDO DO ENDEREÇO INTERNET HTTP://WWW.DR.INCM.PT


(Diário da República na Internet)

DATA: Quarta-feira, 3 de Setembro de 1997


NÚMERO: 203/97 SÉRIE I-A
EMISSOR: Ministério do Ambiente
DIPLOMA/ACTO: Decreto-Lei n. 235/97

SUMÁRIO:

Transpõe para o direito interno a Directiva n. 91/676/CEE, do Conselho, de 12


de Dezembro de 1991, relativa à protecção das águas contra a poluição causada
por nitratos de origem agrícola

PÁGINAS DO DR: 4640 a 4644

TEXTO:

Decreto-Lei n. 235/97 de 3 de Setembro


A poluição do meio hídrico em Portugal por nitratos de origem agrícola está
quase sempre associada à agricultura intensiva, em que, em certos espaços, se
cometem alguns excessos no uso de fertilizantes.

A incentivação de uma boa prática agrícola contribuirá, pois, para a melhoria


do nível de protecção das águas contra a poluição difusa de origem agrícola.

Por outro lado, sabe-se que as condições de drenagem em certas zonas das
bacias hidrográficas as tornam particularmente vulneráveis à poluição azotada,
com consequências nefastas para o meio hídrico superficial e subterrâneo,
exigindo por esse facto a adopção de medidas especiais de protecção.

Pretende-se com este diploma não só fazer a transposição para o direito


interno das disposições contidas na Directiva n. 91/676/CEE, do Conselho, de
12 de Dezembro de 1991, relativa à protecção das águas contra a poluição
causada por nitratos de origem agrícola, mas também clarificar atribuições e
responsabilidades das várias entidades com intervenção neste domínio.

A matéria regulada por este diploma deverá ainda ser convenientemente


articulada com o disposto na legislação relativa ao planeamento dos recursos
hídricos, ao licenciamento da utilização do domínio público hídrico e à
descarga na água e no solo de águas residuais, tendo em vista a protecção da
saúde pública, uma gestão integrada dos recursos hídricos e a preservação dos
ecossistemas mais frágeis.

Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas dos Açores e
da Madeira.

Assim:
Nos termos da alínea a) do n. 1 do artigo 201. da Constituição, o Governo
decreta o seguinte:

Artigo 1.
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 56

Âmbito de aplicação
O presente diploma transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.
91/676/CEE, do Conselho, de 12 de Dezembro de 1991, relativa à protecção das
águas contra a poluição causada por nitratos de origem agrícola.

Artigo 2.
Objectivos
São objectivos do presente diploma a redução da poluição das águas causada ou
induzida por nitratos de origem agrícola, bem como impedir a propagação desta
poluição.

Artigo 3.
Definições
Para efeitos da aplicação do presente diploma, entende-se por:
a) «Água subterrânea»: toda a água que se situa abaixo da superfície do solo
na zona de saturação e em contacto directo com o solo ou o subsolo;

b) «Água doce»: a água que ocorre naturalmente, com uma concentração reduzida
de sais, frequentemente aceitável para efeitos de captação e tratamento com
vista à produção de água potável;

c) «Composto azotado»: qualquer substância que contenha azoto, excluído o


azoto molecular gasoso;

d) «Animais»: todos os animais criados para fins utilitários ou lucrativos;


e) «Fertilizante»: qualquer substância que contenha um ou mais compostos
azotados, utilizada no solo para favorecer o crescimento da vegetação; pode
incluir estrume e chorume animal, resíduos de empresas de piscicultura e
lamas de depuração;

f) «Fertilizante químico»: qualquer fertilizante fabricado industrialmente;


g) «Estrume animal»: os excrementos de animais ou a mistura de palha e de
excrementos de animais, mesmo transformados;

h) «Aplicação ao solo»: a adição de substâncias ao solo, por empalhamento à


superfície do solo, injecção no solo, colocação abaixo da superfície do solo
ou mistura com as camadas superficiais do solo;

i) «Eutrofização»: o enriquecimento das águas em compostos de azoto que,


provocando uma aceleração do crescimento das algas e plantas superiores,
ocasiona uma perturbação indesejável do equilíbrio dos organismos presentes
na água e da qualidade das águas em causa;

j) «Poluição»: a descarga no meio aquático, directa ou indirecta, de


compostos azotados de origem agrícola, com resultados susceptíveis de pôr em
perigo a saúde humana, afectar os recursos vivos e os ecossistemas aquáticos,
danificar áreas aprazíveis ou interferir noutras utilizações legítimas da
água;

l) «Zonas vulneráveis»: áreas que drenam para as águas identificadas nos


termos do artigo 4., nas quais se pratiquem actividades agrícolas
susceptíveis de contribuir para a poluição das mesmas.
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 57

Artigo 4.
Águas poluídas ou susceptíveis de poluição e zonas vulneráveis
1 - Por portaria conjunta dos Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento
Rural e das Pescas e do Ambiente, sob proposta do Instituto da Água (INAG),
ouvidas as direcções regionais de agricultura (DRA) e o Instituto de
Hidráulica, Engenharia Rural e Ambiente (IHERA), serão identificadas, por
lista, as águas poluídas e as águas susceptíveis de serem poluídas, bem como
as zonas vulneráveis de acordo com os critérios definidos no anexo I ao
presente diploma, que dele faz parte integrante.

2 - A lista mencionada no número anterior será revista pelo menos de quatro


em quatro anos.

3 - Compete ao INAG notificar a Comissão Europeia, no prazo de seis meses, da


lista referida no n. 1 e de qualquer alteração que nela venha a ocorrer.

Artigo 5.
Controlo
1 - Compete às direcções regionais do ambiente e recursos naturais (DRARN),
sob a coordenação do INAG e em concertação com as DRA e outras entidades com
competência técnica específica para o efeito e capacidade laboratorial
disponível, realizar um programa de controlo da concentração de nitratos nas
águas doces superficiais e subterrâneas e uma avaliação do estado trófico das
lagoas, outras massas de água doce, estuários e águas costeiras.

2 - Na realização do controlo e da avaliação mencionados no número anterior


serão utilizados os métodos de análise de referência constantes do anexo II
ao presente diploma, que dele faz parte integrante.

3 - A concepção e concretização do programa e avaliação referidos no n. 1


deverão ter em conta o cumprimento de outras directivas comunitárias
relativas à qualidade da água.

4 - Os resultados analíticos obtidos através do cumprimento do disposto no n.


1 serão enviados ao INAG, que os deverá manter em registos adequados à sua
permanente actualização e fácil disponibilização.

5 - As condições operacionais do programa de controlo e de avaliação do


estado trófico serão estabelecidas por portaria conjunta dos Ministros da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente, que fixará
igualmente os parâmetros a serem analisados, a respectiva frequência de
amostragem e os aspectos organizativos considerados pertinentes.

Artigo 6.
Código de Boas Práticas Agrícolas
1 - A fim de assegurar um nível geral de protecção de todas as águas contra a
poluição causada ou induzida por nitratos de origem agrícola, será aprovado
um Código de Boas Práticas Agrícolas pelos Ministros da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente.

2 - Do Código de Boas Práticas Agrícolas constarão obrigatoriamente as regras


a que se refere o ponto A do anexo III ao presente diploma, que dele faz
parte integrante, podendo ainda conter normas relativas a todas ou algumas
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 58

das medidas mencionadas no ponto B do mesmo anexo.

3 - Compete aos serviços dependentes dos Ministérios da Agricultura, do


Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente desenvolver, concertadamente
, programas de formação e informação aos agricultores, visando promover a
aplicação do Código de Boas Práticas Agrícolas.

4 - Compete ao INAG dar cumprimento ao disposto no n. 2 do artigo 4. da


Directiva n. 91/676/CEE.

Artigo 7.
Programas de acção
1 - Para a prossecução dos objectivos mencionados no artigo 2. serão
aprovados, por portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural
e das Pescas, programas de acção a aplicar às zonas qualificadas como
vulneráveis nos termos do artigo 4., tendo em conta os dados científicos e
técnicos disponíveis bem como as condições do ambiente, em particular as
edafo-climáticas, nas diferentes regiões.

2 - Um programa de acção poderá abranger todas as zonas vulneráveis do


território nacional ou poderão ser elaborados vários programas para
diferentes zonas ou partes de zonas vulneráveis.

3 - Dos programas de acção constarão obrigatoriamente as medidas referidas no


anexo IV ao presente diploma, que dele faz parte integrante, bem como as
regras do Código de Boas Práticas Agrícolas que forem consideradas
pertinentes.

4 - Os programas de acção deverão estar executados no prazo de quatro anos a


contar da respectiva aprovação.

5 - Compete às DRA estabelecer formas de controlo que permitam avaliar da


eficácia dos programas de acção estabelecidos por força do presente artigo,
que deverão incluir, para além de outras medidas consideradas necessárias, as
decorrentes da aplicação do disposto no artigo 5.

6 - Se da execução dos programas resultar que as medidas referidas no n. 3 se


manifestam insuficientes para a prossecução dos objectivos referidos no
artigo 2., deverão ser adoptadas as medidas e acções suplementares
necessárias.

7 - Os programas de acção, bem como as medidas e acções suplementares


mencionadas no número anterior, serão objecto de análise e, se necessário,
revistos pelo menos de quatro em quatro anos.

8 - Compete ao INAG dar conhecimento à Comissão Europeia dos programas de


acção a que se refere o presente artigo, bem como das alterações que estes
venham a merecer e das eventuais medidas e acções a que se refere o n. 6.

Artigo 8.
Relatórios
1 - Compete ao IHERA, ouvidas as DRA e em colaboração com o INAG, elaborar,
de quatro em quatro anos, um relatório de situação para cumprimento do
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 59

disposto no artigo 10. da Directiva n. 91/676/CEE, contendo as informações


mencionadas no anexo V ao presente diploma, que dele faz parte integrante.

2 - O relatório mencionado no n. 1, uma vez apreciado pela comissão a que


alude o artigo seguinte, será apresentado pelo INAG à Comissão Europeia,
dentro do prazo de seis meses a contar do fim do período de tempo a que
disser respeito.

Artigo 9.
Comissão técnica de acompanhamento
É criada uma comissão técnica destinada a acompanhar a execução do presente
diploma, cuja composição e funcionamento serão definidos por despacho dos
Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, do Ambiente
e da Saúde.

Artigo 10.
Sanções
1 - O não cumprimento das medidas quantificadoras dos parâmetros elencados no
anexo IV ao presente diploma, consagradas na portaria a que se refere o
artigo 7., constitui contra-ordenação, punível com coima de l0 000$ a
500 000$, sendo o montante máximo elevado para 9 000 000$ quando a
contra-ordenação tenha sido praticada por pessoa colectiva.

2 - A negligência é punível.
3 - Simultaneamente com a coima podem ser determinadas as sanções acessórias
previstas no Decreto-Lei n. 433/82, de 27 de Outubro, com as alterações que
lhe foram introduzidas pelos Decretos-Leis n. 356/89, de 17 de Outubro, e
244/95, de 14 de Setembro.

4 - O processamento das contra-ordenações e a aplicação das respectivas


coimas e eventuais sanções acessórias competem às DRA.

5 - O produto das coimas reverte em 60% para o Estado e em 40% para a


entidade que aplicou a coima.

Artigo 11.
Legislação complementar
1 - A portaria referida no n. 1 do artigo 7. deverá estar em vigor dentro do
prazo de dois anos contados da data da publicação do presente diploma.

2 - Sempre que da aplicação do disposto no n. 2 do artigo 4. resulte a


inclusão de uma nova zona vulnerável, o correspondente programa de acção
deverá ser aprovado por portaria do Ministro da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas, a emitir dentro do prazo de um ano.

Artigo 12.
Regiões Autónomas
1 - O regime do presente diploma aplica-se às Regiões Autónomas dos Açores e
da Madeira, sem prejuízo das adaptações decorrentes da estrutura própria da
administração regional autónoma, a introduzir por diploma regional adequado.

2 - Os serviços e organismos das respectivas administrações regionais


autónomas devem remeter ao INAG a informação necessária ao cumprimento do
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 60

disposto no n. 8 do artigo 7. e no artigo 8. do presente diploma.

Artigo 13.
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia imediato ao da sua publicação, com
excepção da norma constante do artigo 10., que entra em vigor com a
publicação da portaria a que faz menção.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 19 de Junho de 1997. - António


Manuel de Oliveira Guterres - Mário Fernando de Campos Pinto - Artur Aurélio
Teixeira Rodrigues Consolado - José Augusto de Carvalho - Fernando Manuel
Van-Zeller Gomes da Silva José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

Promulgado em 16 de Agosto de 1997.


Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Referendado em 21 de Agosto de 1997.
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.
ANEXO I
Critérios de identificação das águas poluídas por nitratos
1 - As águas poluídas e as águas em risco de serem poluídas por nitratos de
origem agrícola devem ser identificadas mediante a aplicação, entre outros,
dos seguintes critérios:

a) Águas doces superficiais utilizadas ou destinadas à produção de água para


consumo humano que contenham ou apresentem risco de vir a conter uma
concentração de nitratos superior a 50 mg/l, se não forem tomadas as medidas
previstas no artigo 7.;

b) Águas subterrâneas que contenham ou apresentem risco de conter uma


concentração de nitratos superior a 50 mg/l, se não forem tomadas as medidas
previstas no artigo 7.;

c) Lagoas, outras massas de água doce, estuários e águas costeiras que se


revelem eutróficos ou se possam tornar eutróficos a curto prazo, se não forem
tomadas as medidas previstas no artigo 7.

2 - Na aplicação destes critérios, deverá ainda atender-se:


a) Às características físicas e ambientais das águas e dos solos;
b) Aos conhecimentos disponíveis quanto ao comportamento dos compostos de
azoto no ambiente (águas e solos);

c) Aos conhecimentos disponíveis acerca do impacte das acções empreendidas


nos termos do artigo 7.;

d) À caracterização das actividades humanas nas áreas envolventes.


ANEXO II
a) Nos fertilizantes químicos deverá ser utilizado o método de análise dos
compostos azotados descrito na Directiva n. 77/535/CEE, da Comissão, de 22 de
Junho de 1977, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros
referentes aos métodos de amostragem e análise de fertilizantes, com a última
redacção que lhe foi dada pela Directiva n. 89/519/CEE.
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 61

b) Nas águas doces, costeiras e marinhas a concentração de nitratos deverá


ser medida em conformidade com o n. 3 do artigo 4.-A da Decisão n. 77/795/CEE
, do Conselho, de 12 de Dezembro de 1977, que institui um procedimento comum
de troca de informações relativas às águas doces superficiais na Comunidade,
alterada pela Decisão n. 86/574/CEE.

ANEXO III
Código de Boas Práticas Agrícolas
A - Um Código de Boas Práticas Agrícolas cujo objectivo seja reduzir a
poluição causada por nitratos deverá incluir disposições que abranjam as
seguintes questões, na medida em que forem relevantes:

1) Os períodos em que a aplicação de fertilizantes aos solos não é apropriada;


2) A aplicação de fertilizantes em terrenos de forte inclinação;
3) A aplicação de fertilizantes em terrenos saturados de água, inundados,
gelados ou cobertos de neve;

4) As condições de aplicação de fertilizantes nas proximidades de cursos de


água;

5) A capacidade e a construção de depósitos de estrume animal, incluindo


medidas que evitem a poluição da água pela drenagem e derramamento para as
águas subterrâneas ou superficiais de líquidos que contenham estrume animal e
efluentes provenientes de materiais vegetais armazenados, tais como silagem;

6) Os métodos de aplicação de fertilizantes, incluindo a dose e a


uniformidade do espalhamento, tanto dos fertilizantes químicos como do
estrume animal, de forma a manter as perdas de nutrientes para a água a um
nível aceitável.

B - Poderão ainda ser incluídas as seguintes medidas:


7) Gestão de utilização do solo, incluindo sistemas de rotação de culturas e
a proporção relativa entre a área consagrada às culturas permanentes e às
culturas anuais;

8) Manutenção de um nível mínimo de revestimento vegetal do solo durante as


épocas (pluviosas) que absorverá o azoto do solo que, de outra forma, poderia
provocar a poluição da água pelos nitratos;

9) Elaboração de planos de fertilização para cada uma das explorações e de um


registo da utilização de fertilizantes;

10) Prevenção da poluição da água provocada pela drenagem ou pela infiltração


para além das raízes das plantas nos sistemas de irrigação.

ANEXO IV
Medidas a incluir nos programas de acção nos termos do n. 3 do artigo 7.
1 - As medidas deverão incluir regras relativas:
1.1 - Aos períodos em que é proibida a aplicação às terras de determinados
tipos de fertilizantes;

1.2 - À capacidade dos depósitos de estrume animal; a capacidade destes


depósitos deve exceder a necessária para a armazenagem do estrume durante o
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 62

período mais prolongado em que não é permitida a aplicação de estrume animal


às terras situadas nas zonas vulneráveis, excepto quando possa ser
demonstrado que a quantidade de estrume que exceda a capacidade real de
armazenamento será eliminada de modo que não prejudique o ambiente;

1.3 - Às doses máximas permissíveis de aplicação de fertilizantes aos solos,


compatíveis com a boa prática agrícola e tendo em conta as características da
zona vulnerável em questão, em especial:

a) As condições do solo, tipo de solo e declive;


b) As condições climáticas e, nomeadamente, a pluviosidade e a irrigação;
c) A utilização do solo e as práticas agrícolas, incluindo sistemas de
rotação de culturas, e deve basear-se no equilíbrio entre:

i) As necessidades previsíveis de azoto para as culturas; eii) O fornecimento


de azoto às culturas a partir do solo e de fertilizantes correspondente:

À quantidade de azoto presente no solo no momento em que começa a ser


significativamente usado pelas culturas (quantidades consideráveis no final
do Inverno);

Ao fornecimento de azoto através da mineralização líquida das reservas de


azoto orgânico no solo;

Ao azoto proveniente de estrume animal;


Ao azoto proveniente de fertilizantes químicos e outros.
2 - Estas medidas devem assegurar que em cada exploração agrícola ou pecuária
a quantidade de estrume animal aplicado anualmente nas terras, incluindo
pelos próprios animais, não exceda um montante específico por hectare.

A quantidade específica por hectare será a quantidade de estrume que contenha


170 kg de azoto.

No entanto:
a) Para o primeiro programa de acção poderá ser considerada uma quantidade de
estrume que contenha até 210 kg de azoto;

b) Durante e após o primeiro programa de acção o Ministro da Agricultura, do


Desenvolvimento Rural e das Pescas, ouvido o Ministro do Ambiente, poderá
autorizar quantidades diferentes das acima referidas. Essas quantidades
deverão ser fixadas de modo a não prejudicar a prossecução dos objectivos
especificados no artigo 2. e deverão ser justificadas com base em critérios
objectivos, tais como:

Longos períodos de crescimento;


Culturas de elevada absorção de azoto;
Elevado volume de precipitação na zona vulnerável;
Solos com nível excepcionalmente elevado de desnitrificação;
c) A autorização concedida ao abrigo da alínea b) deverá ser comunicada à
Comissão Europeia.

3 - As quantidades referidas no n. 2 poderão ainda ser calculadas com base no


encabeçamento.
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 63

ANEXO V
Informações a incluir nos relatórios ao abrigo do artigo 8.
1 - Uma exposição das medidas preventivas tomadas ao abrigo do artigo 6.
2 - Um mapa que indique:
a) As águas identificadas nos termos dos critérios e constantes do anexo I,
indicando, para cada água, qual dos critérios foi utilizado para efeitos de
identificação;

b) A localização das zonas vulneráveis designadas, estabelecendo a distinção


entre as zonas antigas e as designadas desde o relatório anterior.

3 - Um resumo dos resultados do controlo efectuado nos termos do artigo 5.,


incluindo uma exposição das circunstâncias que conduziram à designação de
cada zona vulnerável e a todos os aditamentos ou revisões das designações de
zonas vulneráveis.

4 - Um resumo dos programas de acção elaborados nos termos do artigo 7. e, em


especial:

a) As medidas exigidas pelas alíneas a) e b) do n. 3 do artigo 7.;


b) Todas as medidas suplementares tomadas ao abrigo do n. 6 do artigo 7.;
c) Um resumo dos resultados dos programas de controlo executados ao abrigo do
n. 5 do artigo 7
PROTECÇÃO E CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFEROS - APÊNDICES 64

Papel semi-logarítmico

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