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Resumo Cirurgia NP1

Ortodontia e Cirurgia Ortognatia

A cirurgia tem como objetivo o tratamento das deformidades maxilomandibulares.


Diagnóstico e tratamento cirúrgico das deformidades maxilomandibulares
Estas alterações estão relacionadas com a alteração de posicionamento da maxila e mandíbula em
relação a base do crânio.

Objetivo:
- Apresentar e classificar as principais deformidades maxilares e mandibulares
- Descrever as etapas de diagnóstico e planejamento para a cirurgia.
- Descrever de forma sucinta os diferentes tratamentos cirúrgicos da atualidade.

DISFUNÇÃO: É uma relação anormal ou assimétrica entre a maxila e mandíbula e destas com o
complexo craniofacial, podem ser ambas (maxila e mandíbula) ou sozinhas. (4 possibilidades)
- existem 4 possibilidades: maxila anormal em relação ao complexo craniofacial
Mandíbula anormal em relação ao complexo craniofacial
Mandíbula e maxila anormais em relação ao complexo craniofacial
Mandíbula e maxila anormais em relação uma com a outra.
GNATISMO: É a posição dos ossos gnáticos.

Classificação das deformidades FACIAIS


Alterações ântero-posteriores
- Retrognatismo maxilar: maxila para trás
- Prognatismo maxilar: maxila para frente
- Retrognatismo mandibular: mandíbula para trás
- Prognatismo mandibular: mandíbula para frente
Altrações verticais:
- Excesso vertical da maxila/síndrome da face longa (geralmente pct mostra muita gengiva ao sorrir)
- Deficiência vertical da maxila/ síndrome da face curta (pct tem rosto achatado)
- Mento: macrogenia e microgenia
ORTOGNÁTICO É O PACIENTE NORMAL!
Alterações horizontais / antero-posteriores
Classe III: prognatismo mandibular ou retrognatismo maxilar (perfil côncavo)
Incisivos inferiores na frente dos incisivos superiores.
Classe II: Prognatismo maxilar ou retrognatismo mandibular (perfil convexo)
Incisivos superiores na frente dos inferiores.
Classe I: é o paciente denominado ortognático. (significa normal)

- Objetivo da cirurgia é deixar o paciente em classe I dentária e com ossos ortognárticos(normais)

Alterações verticais / supero-inferiores


Excesso vertical da maxila = rosto alongado: paciente fica com o ângulo mandibular aberto. (dólicofacial –
síndrome da face longa - caracterizada por um sorriso gengival)
Deficiência vertical da maxila = rosto encurtado: paciente com o ângulo mandibular fechado, próximo de
90°. (mordida profunda – braquifacial – quase não mostra dente ao sorrir)
 terço inferior menor que o terço médio, ideal que seja ao contrário

- Quando a maxila esta normal a pálpebra inferior encosta na íris do olho


- Quando a maxila esta anormal é visto uma faixa branca acima da pálpebra inferior.

Alterações para o lado


 Laterognatismo mandibular direito ou esquerdo.

Analise facial: é o mais importante para a cirurgia:


Deve-se fazer uma analise:

- frontal:
- perfil
- sorriso máximo

Na vista frontal:
O crânio é dividido em 3 terços
Terço superior: Osso frontal (exposição do coro cabeludo e o sobrancelha)
Terço médio: Supercílio à base do nariz
Terço inferior: Base do nariz ao mento
 Estes terços são levemente proporcionais, sendo que o terço inferior é até 1/3 maior do que o
terço médio.
 O terço médio deve ser levemente menor que o inferior. Proporção de 1/3 para 2/3.

Vista lateral(perfil): os ângulos são levemente maiores que 90° em pacientes com prorporcionalidades.
Ângulo Nasolabial
 Nos padrões de normalidade este se encontram levemente maiores que 95° a 100°
Ângulo submandibular
 Ângulo Submandibular em torno de 100° a 120° em normalidade.
 Ângulo submandibular menor que 90° o paciente tem tendência a ser prognata mandibular
 Ângulo submandibular próximo ou igual à 180° paciente tem tendência de ser retrognata
mandibular (mento próximo do pescoço).

Linha do sorriso (sorriso máximo):


 Durante o sorriso é normal mostrar dentes, papilas e até 1 a 2mm de gengiva
 Pacientes com alterações verticais da maxila terão o um faixa maior de gengiva exposta
 Pacientes que ao sorrir não mostra dente é sinal que o paciente tem a face encurtada.

Analise de simetria
 Divide o rosto em dois lados e vê se o que aparece em um lado também aparece no outro lado.
 Traumas de côndilo, pode ser que o paciente apresente assimetrias laterais.
Aula 2

Deformidade facial:
 É qualquer relação anormal da maxila, mandíbula ou ambas em relação à base do crânio.

Maxila bem posicionada:


 Pálpebra inferior encosta na íris em repouso.

Retrognatismo maxilar:
 Terço médio afundado e olho fundo.
 Aspecto de cansado.
 Pálpebra inferior não encontra na íris e mostra parte branca do olho, caracteriza que a maxila
cresceu pouco.
Prognatismo maxilar:
 Incisivo superior bem a frente do que o incisivo inferior ( orvejet acentuado).
 Todo paciente classe II tem o lábio inferior evertido, por que o lábio inferior se apoia no incisivo
superior e nesses casos o incisivo empurra o lábio.

Excesso vertical
 Face longa
 Mandíbula abre para baixo acompanhando a maxila.
 ângulo mandíbula abre (dolicofacial)

Deficiência vertical
 Overbite acentuado (mordida profunda)
 Face curta
 Ângulo mandibular fecha (braquiofacial)

Prognata mandibular:
 Lábio inferior à frente do lábio superior.
 Incisivo inferior inclinado para trás.
 Pacientes do sexo feminino sempre que for classe III devemos corrigir e deixar o mento menos
proeminente.
Retrognata mandibular:
 Paciente tem comprometimento das vias aéreas (apineia)
 Orvejet acetuando.

Alterações de mento:
 Microgenia: Deficiência de volume do queixo.
 Macrogenia: Excesso de volume do queixo.
Obs: Ambas são tratadas com cirurgia de mentoplastia, com o reposicionamento ósseo.
Assimetrias:
 Laterognatismo: Quando o crescimento se dá mais para um lado

Retrognata maxilar Paciente classe III – perfil côncavo:


 Rosto cansado, olho fundo e palbebra não encosta na íris.
 Sabe-se que é retrognata maxilar pq a mandila esta normal, o ângulo submandibular esta normal, se
fosse a mandíbula que tivesse crescido demais a papada estaria mais esticada e o ângulo mais
fechado.
Paciente classe III – perfil côncavo
Retrognata maxilar:
 Rosto cansado, pouca projeção de terço médio, olho fundo, terço inferior do mais proeminente que
o terço médio
 No sorriso mostra dente, papila e pouco de gengiva então não tem problema vertical e sim antero-
posterior.
 Ângulo submandibular normal

Prognata maxila - Classe II – perfil convexo


 Terço médio mais proeminente, e terço inferior menos significativo.
 Paciente prognata maxila tem eversão do lábio inferior pois o mesmo se apoia no incisivo superior.
 Todo paciente classe II tem eversão do lábio inferior
 Ausência de alteração vertical
 Ângulo submandibular normal
 Apresenta microgenia.
Prognata maxilar – perfil convexo – classe II
 Ângulo submandibular esta normal
 Terço médio proeminente, ângulo nasolabial fechado

Prognatismo mandibular – classe III – perfil côncavo


 Terço inferior mais proeminente.
 Lábio inferior esta a frente do superior.
 Angulo submandibular mais fechado.
 Incisivos inferiores estão inclinados para trás.
 O sorriso normal então não há sinal de alteração vertical.
Prognatismo mandibular – classe III
 Terço inferior mais proeminente.
 Ângulo submandibular bem fechado.
 Lábio inferior se localiza a frente do lábio superior.
 Ausência de problema vertical.

Retronagistmo mandibular – classe II – perfil convexo


 ângulo submandibular aumentado (queixo próximo do pescoço).
Retrognatismo mandibular – classe II – perfil convexo
 Ângulo submandibular quase reto (queixo próximo do pescoço)
 Terço inferior bem posicionado.

Excesso vertical da maxila – síndrome da face longa


 Ângulo da mandibular abre bastante acompanhando a maxila (mordida aberta).
 Exposição excessiva de gengiva caracteriza o crescimento vertical da maxila.
 Terço inferior aumentado (dólicofacial).

Excesso vertical da maxila – síndrome da face longa


 Terço inferior aumentado
 Ângulo da mandibular aberto (dolico facial).
 Mostra bastante gengiva ao sorrir.

Deficiência vertical da maxila:


 Rosto encurtado, mostrando pouco dente ao sorrir.
 Terço inferior menor que o médio.
 Ângulo mandibular fechado (Braquifacial)
 Apresenta mordida profunda (Overbite)

Assimetrias:
 Somente considera-las quando forem muito significativas, tendo em vista que naturalmente não
somos igual um lado do outro.

Causas das deformidades maxilomandibulares


Adquiridas:
 Trauma.
 Respiração bucal.
 Postura incorreta de lábio e língua.
a) Respirador bucal tem desenvolvimento de retrognatismo mandibular e hipoplasia
maxilar
b) Alteração de função respiratória tem face cansada.
c) Ausência de selamento bucal é característica de respirador bucal.

Desenvolvimento:
 Alterações no padrão ou na velocidade de crescimento ou síndromes (Alterações de hormônios).
 Fatores genéticos também influenciam nas alterações maxilomandibulares (pais prognatas tendem a
ter filhos prognatas e vice-versa)
 Importante identificar os hábitos deletérios em crianças e trata-los.
Tratamento cirúrgico contemporâneo das
deformidades maxilomandibulares:

FUNÇÃO ESTÉTICA
Nenhum é mais importante que o outro! São integrados.
ESTABILIDADE

 A cirurgia ortognatia procura o equilíbrio entre a função mastigatória e respiratória, bem


como a estabilidade do sistema estomatognático através de uma oclusão estável.

Planejamento para cirurgia ortognática


Filosofia da cirurgia ortognática:
 Obter uma oclusão funcional e estável.
 Corrigir as deformidades esqueléticas.
 Estabelecer um planejamento cirúrgico com o máximo de resultados estéticos sem comprometer a
estabilidade oclusal.
 Sempre priorizar a função do paciente, RESPIRAÇÃO E MASTIGAÇÃO.
 Não é um tratamento com finalidade estética, a estética é consequência.
Obs: O mais importante é devolver a normalidade da função respiratória, mastigatória e oclusal ao
paciente, estabelecendo isso nas proporções corretas tem-se o ganho estético.
 O maior problema da apneia obstrutiva do sono é o posicionamento posterior dos ossos da face.

Avaliação do paciente
Exame clínico
 Queixa principal:
 Fundamental para saber o que o paciente busca e espera do tratamento.
 Dificuldade de alimentação, apneia, ronco etc.
 Histórico:
 Como surgiram as alterações ósseas, são adquiridas ou de desenvolvimento,
genética, traumas etc.
 Análise facial:
 Foto Frontal, Perfil e Sorriso máximo.
 Avaliar proporções dos terços faciais.
 Crescimento vertical ou horizontal.
 Mento.
 Simetria / Perfil facial etc.
 Avaliação da oclusão:
 Forma do arco.
 Relação maxilomandibular.
 Posições dentárias.
 Avaliação das ATM’s:
 Degenerações da ATM
 Degenerações de ATM serão maiores ou menores de acordo com a idade do
paciente, quanto mais velho maior a degeneração e quanto mais jovem, menor a
degeneração.
 A cirurgia ortognática não é tratamento para DTM, apenas melhora a função
articular, deixando o paciente em relação de normalidade, assim poupando a
articulação.

Exame radiográfico
 Fornecem informações fundamentais para o procedimento cirúrgico.
Trajeto do canal mandibular:
 Pode-se avaliar na radiografia panorâmica e CT (Importante no corte ósseo).
Espessura do ramo ascendente:
 PA ou CT (importante para o corte ósseo).
Côndilos mandibulares:
 Panorâmica, CT ou PA cefalométrica (Importante avaliar quando tem
assimetrias).
Idade óssea:
 RX Carpal, mãos e punhos (Verificar se ainda há crescimento).
Estabelecer medidas cefalométricas:
 Telerradiografia.
Panorâmica:
 Nos permite avaliar o trajeto do canal mandibular no sentido supero-inferior.
 Alterações condilares.
PA mandíbula:
 Permite avaliar a espessura do ramo ascendente da mandíbula.
Tomografia computadorizada/ Panorâmica:
 Podemos fazer a avaliação dos côndilos, por exemplo, em casos de laterognatismo, pelos exames de
tomografia e panorâmica.
Radiografia carpal:
 Permite avaliar se ainda haverá crescimento ósseo, se houve é contra indicado a cirurgia.
Telerradiografia:
 Permite avaliar as medidas/ângulos faciais que nos dão a relação e posicionamento da face em
relação à base do crânio.
Avaliação pré-operatória.
 Traçado predictivo.
 Cirurgia de modelo.
 Consentimento informado.
 Exames Complementares.

Traçado predictivo:
 Simulação da cirurgia no papel com base na cefalometria. Nesta etapa se previa o resultado da
cirurgia, sua viabilidade e seus limites.
 Hoje se faz todo o planejamento cirúrgico digital, baseado em uma tomografia, escaneamento dos
dentes e fotografias.

Consentimento informado
 Riscos de sintomas na ATM.
 Possibilidade de cicatrizes na pele (transmucal).
 Alterações de sensibilidade temporária ou permanente.
 Possibilidade de bloqueio maxilo-mandibular.
OBS: obrigação de meio nunca de resultado

Exames laboratoriais complementares


 Risco cirúrgico.
 Exames laboratoriais.
 Orientação nutricional.

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