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O presente trabalho almeja lançar um olhar crítico uma sobre a relação entre a
perspectiva de ensino da História do Maranhão nas escolas, sejam elas públicas ou
privadas, e a sua estreita relação com o conteúdo trabalhado e a disposição de livros
didáticos, visando traçar um paralelo entre a própria pedagogia utilizada pelo docente
em sala de aula. O livro que será usado como base de pesquisa foi localizado nos
chamados “Faróis da Educação”, mas especificamente no do munícipio de Humberto
de Campos (MA), intitulado “História do Maranhão” de autoria de Francisco Coelho
Sampaio, da Editora Scipione (Foto 01), direcionado para o 4º ou 5º ano do Ensino
Fundamental. De acordo com a própria descrição, o objetivo é esmiuçar, de maneira
muito simplória, “desde os primeiros habitantes até os dias de hoje”. As duas primeiras
unidades focam-se no período colonial, já a unidade seguinte trata de assuntos
pertinentes aos tempos do império e a ultima reúne os conteúdos do Maranhão imerso
no contexto republicano. Interessa-nos apenas excertos da primeira unidade. (Foto
02)
Em primeiro lugar, é válido ressaltar que, na educação brasileira, os livros
didáticos são de fundamental importância tanto para o professor quanto para o aluno,
sendo crucial na relação ensino-aprendizagem, e não raro, única fonte de
conhecimento disponível em sala de aula, principalmente nas localidades em que as
escolas gozam de parco acesso à diversidade de conteúdos. Em contrapartida, o que
acontece é que, a História como disciplina de cunho escolar, pode ser compreendida
de maneiras diversas ao longo do tempo em função dos próprios contextos
histórico-sociais e que a produção editorial pedagógica pode ser facilmente
influenciada por algum proveito governamental, ideológico ou por preocupações
puramente econômicas, portanto, nem sempre, esses materiais conseguem ou
intentam abranger com totalidade os assuntos pertinentes à formação de uma
consciência crítica e pensante em sala de aula.
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O livro que estamos analisando tem sua produção datada em 2011, portanto,
considerada uma obra relativamente recente complementando o rol de outros tantos
materiais didáticos que foram elaborados com o intuito de pincelar a História do
Maranhão e que já contêm debates críticos que rompem com tradicionalismo histórico,
mas que não aprofunda muito os temas, tendo em vista que é direcionado para
adolescentes pertencentes aos 4º e 5º do Ensino Fundamental.
No primeiro capítulo trata sobre a questão indígena (Foto 03), rompendo com
uma visão tradicionalista, falando sobre os “primeiros habitantes do Maranhão”, dando
maior enfoque aos silvícolas como população primeira e nativa , portanto detentora
do território que estava sendo conquistado pelos europeus que chegavam. O autor
fala das principais etnias do Brasil, sua distribuição pelo mapa e as etnias do
Maranhão: canelas, gamelas, guajajaras, gavião, guajás, ka’apor, krenyê, krikati e
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tembés, sublinhado a relevância destes povos, sua resistência e luta para melhor
entendimento da nossa própria identidade.
Após relatar sobre os primeiros contatos europeus com os indígenas, traz o
segundo capítulo intitulado: “Franceses e Portugueses na disputa pelo Maranhão”
(Foto 04), contemplando as várias tentativas frustradas de expedições portuguesas
ao Maranhão (Foto 05), ainda em meados da década de 30 de 1500, que não
obtiveram sucesso por vários motivos, dentre eles o pouco conhecimento do regime
de marés e ventos na região. Ao discorrer sobre a “França Equinocial”, o autor traz
informações pertinentes quanto à presença dos gauleses. Ele afirma que os franceses
mantinham boa relação com os indígenas maranhenses e que antes da Expedição
chefiada por Daniel de La Touche aqui já estiveram para extração de pau brasil. O
material traz um excerto do importante trabalho da Professora Maria de Lourdes
Lauande Lacroix sobre a instalação francesa.
Posteriormente traz sobre a reação de Portugal, a batalha de Guaxenduba e a
utilização da mão de obra indígena nas guerrilhas organizadas por Jerônimo de
Albuquerque, que culminou na expulsão dos Franceses. Curiosamente, o autor
surpreende aos elaborar um pequeno adendo sobre a fundação de São Luís,
sublinhando a polêmica sobre uma fundação francesa ou portuguesa, mas não entra
em detalhes. (Foto 06)
Apesar de ser um conteúdo riquíssimo, compreendemos que o autor não
pormenoriza sobre alguns temas tendo em vista o público alvo que o livro é dirigido e
que talvez não consiga aproximar tais temas à compreensão dos alunos devido a sua
complexidade, mas não podemos deixar de grifar que Coelho Sampaio elabora um
material didático interessante que traz consigo temáticas de suma importância para
melhor entendimento da História do Maranhão e preparando as novas gerações para
a criação de um pensamento funcional e crítico sobre sua própria história.
FOTOS ANEXAS:
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(Foto 01)
(Foto 02)
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(Foto 03)
(Foto 04)
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(Foto 05)
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(Foto 06)