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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS – CECEN


DISCIPLINA DE DIDÁTICA
DOCENTE: GILSENE DAURA

BONITEZA DE UM SONHO: ENSINAR E APRENDER COM SENTIDO

Por João Pedro Nunes dos Santos

GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: Ensinar-e-aprender com sentido.


Novo Hamburgo: Feevale, 2003.

A obra ser fichada textualmente neste trabalho é de autoria do Prof.


Moacir Gadotti, graduado em Pedagogia e Filosofia, mestre em Educação pela
PUC-SP e doutor em Ciências da Educação, pela Universidade de Genebra, na
Suíça. É, de fato, um expoente importante no que se refere a área da educação,
e inspirado em outro grande expoente, Paulo Freire e seu livro “Boniteza”,
Gadotti busca lançar luz sobre Pedagogia da Autonomia, isto é, da beleza que é
o trabalho realizado pelo professor em sala de aula e de que a alegria e a leveza
são pilares cruciais para um aprendizado profícuo, bem como a importância do
planejamento, simbolizado pelo “sonho”.

No primeiro capítulo, intitulado ‘‘Por que ser Professor?”, o autor sublinha


o papel do docente no processo escolar e discorre sobre este papel em um país
em que a figura do professor e constantemente desvalorizada de inúmeras
maneiras e sobre compromisso político-social na docência para a formação
cidadã dos alunos. Por esse motivo o professor torna-se um profissional
polivalente e peça fundamental na sociedade contemporânea.

No segundo capítulo, ‘‘Crise de Identidade, Crise de Sentindo’’, é muito


claro que, nos dias de hoje, ser professor se configura em compreender
que tanto os alunos como o conhecimento transformam-se rapidamente ao
longo dos anos, e para corresponder às mudanças bruscas impostas pelo
tempo é preciso que os professores se esforcem também para se manter
em constante aprendizado. Assim, o “ser professor” adquire um novo papel e
que por ser predominantemente uma profissão de baixa renda, tem grande
potencial revolucionário, tem enorme potencial de transformação na sociedade.
Para isso, o autor se baseia em Paulo Freire a “educação emancipadora”.

A terceira parte, “Formação continuada do professor”, Gadotti depreende


que a formação do docente deve ser concebida como reflexão, pesquisa, ação,
descoberta, organização, fundamentação, revisão e construção teórica.

No campo pedagógico, é exaustivamente discutido o fato de que a


atividade de ensinar realiza-se a partir de conhecimentos específicos e
necessários, conhecimentos estes que são adquiridos durante toda a formação
inicial e na formação dita ‘permanente’, que acontece durante toda a vida
profissional.

O quarto capítulo, “Como ser professor na sociedade aprendente”, o autor


retorna a se valer da reflexão como pilar no processo de ensino-aprendizagem.
Para ele, o professor poder ser um indivíduo extremamente capaz e ser um douto
em sua área de conhecimento, entretanto, isso nada valerá se não possuir
habilidades para o ensino, não saber passar aos outros aquilo que sabe.
Portanto educar é uma arte.

No quinto capítulo e abordado o tema sobre ‘‘Aprender com emoção,


explicar com alegria”. Nesse momento do livro, compreende-se que a profissão
docente não pode ser analisada a partir de um viés puramente mecânico e ,
pois é nítido que está a relação professor-aluno é dotada também de
sentimentos, relações, saberes de diferentes ordens, o individual e ao
mesmo tempo o coletivo.

Portanto é necessário que os alunos percebam o sentido da


aprendizagem, e isso passa pela estrutura escolar, isto é, torna-se benéfico fazer
com que a escola seja um ambiente atrativo. Aprendemos com mais facilidade
quando essa aprendizagem vem regada de emoção. Por isso é necessário
ensinar com alegria e leveza.

No sexto capítulo, intitulado ‘‘Educar para uma vida saudável”, Gadotti


sublinha o ensino no presente como semente para o futuro, pensando em uma
pedagogia global, que abarca uma série de saberes e valores interdependentes
entre si. O professor precisa transformar o conteúdo de tal modo que os
alunos possam se apropriar dele como importante e útil para as suas
vivências futuras.

Na última parte de sua obra ‘‘Ser professor, ser educador”, o autor


destaca que há uma grande diferença entre ser professor e educador. O que vai
dar sentido à profissão de ensinar é a oportunidade que o professor tem de
construir uma realidade diferente e de que maneira a escola, e todos aqueles
que a formam, podem contribuir para a concretização de uma sociedade mais
justa e fraterna.

A obra de Guidotti é de fato um divisor de águas para aqueles que querem


comprometer-se com uma agenda educacional a partir de um projeto maior de
transformar a sociedade por meio do seu trabalho. Estamos imersos em um
mar de incertezas, em que se observa supervalorização de governos elitistas e
conservadores, e precisamos de uma formação de professores que foque
na nossa realidade brasileira, que ensine o professor a lidar com essas
incertezas, que mostre que é possível fazer isso. Ensinar é um ato
revolucionário!

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