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Universidade Presidente Antônio Carlos-UNIPAC

Resistência dos materiais- Engenharia Civil


Engenharia Civil – Resistência dos materiais

Tensão e deformação-
carregamento axial

Deysiane A. B. Damasceno
deysianedamasceno@unipac.br

Agosto, 2021
Deformação específica normal sob carregamento axial
Considere uma barra BC, de comprimento L e com seção transversal uniforme de área
A, que está suspensa em B. Se aplicarmos uma força P à extremidade C, a barra se
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alonga.

𝜹 = 𝑳𝒇 − 𝑳𝒊

Onde:
𝛿 é a deformação linear da barra.

A relação entre a deformação linear da barra e


seu comprimento inicial é chamada de
deformação específica 𝜖 e é uma grandeza
adimensional.

𝜹
𝝐=
𝑳𝒊

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Diagrama tensão-deformação
𝑷
Sabe-se que a tensão provocada pela força P é 𝝈 = 𝑨. Construindo o gráfico da tensão
𝜹
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em função da deformação específica, 𝝐 = , obtemos uma curva característica das


𝑳𝒊
propriedades do material que não depende das dimensões do corpo de prova
utilizado. Essa curva é chamada de diagrama tensão-deformação.

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Diagrama tensão-deformação
Para obter o diagrama tensão-deformação de um material, geralmente se executa um
ensaio de tração em um corpo de prova do material.
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Área 𝐴0 e o comprimento inicial 𝐿0


são medidos antes do ensaio.

Para cada par de leituras P e 𝛿 é


calculada a tensão 𝜎 dividindo-se P
pela área original 𝐴0 da seção
transversal do corpo de prova, e a
deformação específica 𝜖 é obtida
dividindo-se o alongamento 𝛿 pelo
comprimento original 𝐿0 entre as
duas marcas de referência.

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Diagrama tensão-deformação
É possível distinguir algumas características comuns entre os diagramas tensão-
deformação de vários grupos de materiais e, assim, dividir os materiais em duas
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categorias principais com base nessas características: materiais dúcteis e materiais


frágeis.
• Diagramas tensão-deformação de dois materiais dúcteis típicos

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Diagrama tensão-deformação
• Diagrama tensão-deformação para um material frágil típico.

 Materiais frágeis, que incluem


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ferro fundido, vidro e pedra,


são caracterizados pelo fato de
que a ruptura ocorre sem
nenhuma mudança prévia
notável na taxa de
alongamento.

• Diagrama tensão-deformação para um material frágil típico.


Se um corpo de prova feito de um material dúctil fosse submetido a uma
carga de compressão em lugar de tração, a curva tensão-deformação
específi ca obtida seria essencialmente a mesma em sua parte inicial reta e
no início da parte correspondente ao escoamento e encruamento.

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Ensaio de tração- ruptura dos corpos de prova
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1) Corpo de prova ensaiado de um 2) Corpo de prova ensaiado


material dúctil. de um material frágil.

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Ensaio de tração- Diagrama tensão deformação convencional e
real de um material dúctil (aço)
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Diagrama tensão-deformação
• Diagrama tensão-deformação para um material frágil típico.

Se um corpo de prova feito de um material dúctil fosse submetido a uma carga de


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compressão em lugar de tração, a curva tensão-deformação específica obtida seria


essencialmente a mesma em sua parte inicial reta e no início da parte correspondente
ao escoamento e encruamento.
Já Para muitos materiais frágeis, sabe-se que o limite de resistência de compressão é
muito maior que o limite de resistência de tração.

 Um exemplo de material frágil com


propriedades diferentes na tração e na
compressão é o concreto, cujo diagrama
tensão-deformação é mostrado ao lado

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Lei de Hooke e módulo de elásticidade
Muitas estruturas em engenharia são projetadas para sofrer deformações
relativamente pequenas, que envolvem somente a parte reta do correspondente
diagrama tensão-deformação. Para essa parte inicial do diagrama, a tensão 𝝈 é
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diretamente proporcional à deformação específica 𝝐 cujo coeficiente de


proporcionalidade é o módulo de elasticidade do material E.

𝝈 = 𝑬𝝐

Diagrama tensão-deformação para


o ferro e diferentes tipos de aço.

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Comportamento elástico e comportamento plástico de um
material
• Se as deformações específicas provocadas em um corpo de prova pela aplicação de
determinada força desaparecem quando a força é removida, dizemos que o material se
comporta elasticamente.
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• O maior valor da tensão para o qual o material comporta-se elasticamente é chamado de limite
elástico do material.

• Se for atingido o ponto de escoamento e a força é removida, a tensão e a deformação


específica diminuem de forma linear, ao longo de uma linha CD paralela à parte reta AB da
curva de carregamento.

• O fato de ∈ não retornar a zero depois de a força ter sido removida indica que ocorreram
deformações permanentes ou plásticas.

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Deformações de elementos sob carregamento axial
P
Considere a barra abaixo. Se a tensão axial resultante σ = A não ultrapassar o limite de
proporcionalidade do material, podemos aplicar a lei de Hooke e escrever σ = Eϵ, da
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qual segue:
σ P
∈= =
E AE

𝛿
Lembrando que ∈= , temos:
𝐿

𝑃𝐿 𝑖 𝑃𝑖 𝐿𝑖
𝛿 = 𝐸𝐴 ou 𝐸𝑖 𝐴𝑖

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Exemplos:
1) Determine a deformação da barra de aço mostrada na figura, submetida às forças
dadas (E 200 GPa).
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Resp. 𝛿 = 2,15𝑚𝑚

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Exemplos:
2) Duas marcas de referência são colocadas a exatamente 250 mm uma da outra, em uma barra de
alumínio com diâmetro de 12 mm. Sabendo que uma força axial de 6000 N atuando nessa barra
provoca um afastamento entre as marcas de 50,18 mm, determine o módulo de elasticidade do
alumínio utilizado.
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3) Um fio de aço de 60 m de comprimento está submetido a uma força de tração de 6 kN. Sabendo
que E 200 GPa e que o comprimento do fio deve aumentar no máximo 48 mm, determine (a) o
menor diâmetro que pode ser selecionado para o fi o e (b) a tensão normal correspondente.

4) Duas barras cilíndricas sólidas são unidas em B e submetidas a carga conforme mostra a figura. A
barra AB é feita de aço (E 200 GPa) e a barra BC, de latão (E =105 GPa). Determine (a) o
alongamento total da barra composta ABC e (b) o deslocamento do ponto B.

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Problemas estaticamente indeterminados
• Nos problemas considerados na seção anterior, sempre podíamos usar diagramas de
corpo livre e equações de equilíbrio para determinar as forças internas que ocorrem
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nas várias partes de um componente sob determinadas condições de carregamento.

• No entanto, há muitos problemas nos quais as forças internas não podem ser
determinadas apenas por meio da estática.

• As equações de equilíbrio devem ser complementadas por relações que envolvem


deformações obtidas considerando-se a geometria do problema

Exemplo: Uma barra de comprimento L, seção transversal de área A1, e módulo de


elasticidade E1, foi colocada dentro de um tubo do mesmo comprimento L, mas de
seção transversal de área A2 e módulo de elasticidade E2. Qual é a deformação da barra
e do tubo quando uma força P é aplicada em uma placa lateral rígida como mostra a
figura?

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Problemas estaticamente indeterminados
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𝑃1 + 𝑃2 = 𝑃

𝛿1 = 𝛿2

𝑃1𝐿1 𝑃2𝐿2
𝛿1 = = 𝛿2 =
𝐸1𝐴1 𝐸2𝐴2

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Problemas estaticamente indeterminados
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Problemas que envolvem mudanças de temperatura
• Todos os componentes e estruturas até agora foram considerados na mesma
temperatura enquanto estavam sendo submetidos a um carregamento. Agora
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vamos considerar várias situações que envolvem mudanças na temperatura.

Onde:
• 𝛿𝑡 é a deformação devido à variação da
temperatura (m)
• ∝ é o coeficiente de dilatação térmica
(1/°C) ou 1/°F)
• ΔT é a variação da temperatura (°C ou °F)
• L é o comprimento (m)

Assim:
𝛿𝑡
∈𝑡 =
L

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Problemas que envolvem mudanças de temperatura
Exemplo:
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Coeficiente de Poisson
Quando uma barra delgada homogênea é carregada axialmente, a tensão e a
deformação específica resultantes satisfazem a lei de Hooke, desde que o limite de
elasticidade do material não seja excedido.
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Para o elemento ao lado:


Eixo x
𝝈𝒙 = 𝑬𝝐𝒙

𝑷
𝝈𝒙 =
𝑨
Eixos y e z

𝝈𝒚 = 𝝈𝒛 = 𝟎 pois Py e Pz são nulos.

Mas,
𝝐𝒚 = 𝝐𝒛 e não são nulos.

Deformação específica lateral

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Coeficiente de Poisson
Quando uma barra delgada homogênea é carregada axialmente, a tensão e a
deformação específica resultantes satisfazem a lei de Hooke, desde que o limite de
elasticidade do material não seja excedido.
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Premissas:
Material isotrópico e homogêneo Coeficiente de
Poisson

Aplicando a lei de Hooke

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Coeficiente de Poisson
Exemplo:
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Coeficiente de Poisson
Exemplo:
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Lei de Hooke generalizada para carregamento multiaxial de um
material isotrópico homogêneo
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Considerando-se que:
• 𝝈𝒚 , 𝝈𝒛 𝒆 𝝈𝒙 não são nulos
• possui arestas de tamanho unitário (1).
O cubo se deformará da seguinte maneira:

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Princípio de Saint-Venant
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• Se as forças são aplicadas ao centro de cada • Se as forças forem concentradas, os


placa, as placas se moverão uma em direção a elementos nas vizinhanças imediatas dos
outra sem girar, fazendo o componente ficar pontos de aplicação das forças estarão
mais curto enquanto aumenta na largura e na submetidos a tensões muito grandes.
espessura.

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Princípio de Saint-Venant
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Princípio de Saint-Venant-Concentração de tensões
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Onde:
P
𝜎𝑚é𝑑 = A na seção crítica
𝜎𝑚á𝑥 é a máxima tensão normal
K é o coeficiente de concentração de tensões
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Princípio de Saint-Venant-Concentração de tensões
• Coeficiente de concentração de tensões para placas com carregamento axial.
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Bibliografia
BEER,F.P.;JOHNSTON,E.R.;DEWOLF,J.T.;MAZUREK,D.F. Mecânica dos Materiais. 5ªed.PortoAlegre:
AMGH, 2011.
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PINHEIRO,A.C.F.B.;CRIVELARO,M.Fundamentos de resistência dos materiais. RiodeJaneiro: LTC,


2016.

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