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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA 1/6

2º ciclo da Licenciatura em Engenharia Mecânica


Elasticidade e Plasticidade REPETIÇÃO DO 1º TESTE 1º Epoca
Semestre de Inverno 27 de Janeiro de 2006 Duração 2 h
Problema 1 (5 valores)
Uma carga axial centrada P e uma força horizontal Qx, são aplicadas no
ponto C da barra de secção transversal rectangular mostrada na figura. Uma
roseta de extensómetros a 45º colocada no ponto A da superfície da barra
indica as seguintes extensões (não são as principais):
ε1 = - 75 x 10-6 m/m; ε2 = + 300 x 10-6 m/m; ε3 = + 250 x 10-6 m/m.

Sabendo que E = 200 GPa e υ = 0,3, resolva as seguintes alíneas:

a) Calcule analiticamente as extensões principais e respectivo ângulo de


orientação das direcções principais;
b) Represente o estado de extensão no círculo de Mohr;
c) Determine também as tensões principais;

Resolução:

a)
y
(1)
− 75µ = ε 1 = ε a = ε x
250µ = ε 3 = ε c = ε y
3 ou c 45 º
300µ = ε 2 = ε b = ε x cos 2 45º +ε y sin 2 45º +2ε xy sin 45º cos 45º ⇔
2 ou b
300µ = (−75µ ) ⋅ 0,5 + (250µ ) ⋅ 0,5 + 2ε xy ⋅ 0,5
45 º
1 ou a x ε x = − 75 µ , ε y = 250 µ , ε xy = 212 ,5 µ

(2 ) 2
− 75µ + 250µ ⎛ − 75µ − 250µ ⎞
εm = = 87,5µ, R = ⎜ ⎟ + (212,5µ ) = 267,51µ
2

2 ⎝ 2 ⎠
pólo
faceta (2 ) ε 1 = 87,5µ + 267,51µ = 355,01µ , ε 2 = 87,5µ − 267,51µ = −180,01µ
direcção (2 )
2 ⋅ (212,5)
tg (2θ p ) = ⇒ θ p = −26,3º , corresponde a ε 2
− 75 − 250
[− 75; 212,5]
b) (de acordo com a figura ao lado)

tensão plana implica:


ν
0,3
ε3 = − (ε 1 + ε 2 ) = −
(355,01 − 180,01) = −75µ
1 −ν 1 − 0,3
Reordenando as extensões principais de acordo com ε1 ≥ ε 2 ≥ ε 3 , fica:
ε 1 = 355,01µ , ε 2 = −75µ e ε 3 = −180,01µ
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c) Tensões principais (tensão plana, i.e. σ3 = 0 ):
E 200 ⋅ 10 9
σ1 = (ε 1 + νε 2 ) = (355,01 + 0,3 ⋅ (−75) ) ⋅ 10 −6 = 73,08MPa
1 −ν 2 1 − 0,3 2
E 200 ⋅ 10 9
σ2 = ( ε 2 + νε 1 ) = (− 75 + 0,3 ⋅ 355,01) ⋅ 10 −6 = 6,92MPa
1 −ν 2
1 − 0,3 2

Problema 2 (5 valores)
Num determinado ponto de um material (E = 208 GPa, v = 0,27), o estado de tensão é caracterizado
pelo sequinte tensor das tensões num sistema de eixos Oxyz:
⎡160 50 30⎤ a) Calcular os invariantes I1, I2, I3 do tensor das tensões.
⎢ ⎥
σ ij = ⎢ 50 120 0 ⎥ MPa b) Calcular as tensões principais.
c) Determine a máxima tensão de corte e a correspondente tensão normal.
⎢⎣ 30 0 0 ⎥⎦ d) Calcular as deformações principais.

Resolução

a) I1 = σxx+σyy+σzz= 280,
I2 = σxx σyy +σyy σzz +σzz σxx - τxy2- τyz2- τxz2=15800,
160 50 30
I3 = 50 120 0 = -108000
30 0 0
b) σ1 = 197.03 MPa
σ2 = 89.11 MPa
σ3 = -6.14 Mpa

σ1 −σ 3
c) τmax= =101.58 MPa
2
σ1 +σ 3
σn= = 95.44 MPa
2
1
d) ε1= [σ 1 − v(σ 2 + σ 3 )] = 8.4e-4
E
1
ε2= [σ 2 − v(σ 3 + σ 1 )] = 1.81e-4
E
1
ε3= [σ 3 − v(σ 1 + σ 2 )] = -4.01e-4
E
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Problema 3 (5 valores)
Considere a viga na figura. Determine o deslocamento vertical no meio entre o apoio A e o apoio B,
usando o teorema de Betti.
Dados:
P
A B
M EI=150⋅106 Nm2,
P=30 kN, M=40 kNm
2EI EI (Omita a contribuição dos esforços
transversos)
3
2 1 [m]

Resolução:
Cálculo das reacções:

R AH = 0

A RVB ⋅ 5 + 40 − 30 ⋅ 2 = 0 ⇒ RVB = 4
RVA + RVB − 30 = RVA + 4 − 30 = 0 ⇒ RVA = 26

Carga virtual para o cálculo do deslocamento e cálculo das respectivas reacções:


1
A
R AH = 0
de simetria: R AV = R BV = 0,5 R AH
R AV 2,5 2,5 R BV 1

Cálculo do deslocamento: 2030


MM 2 3 1 30
u=∫ dx = 40
EI
L
1826 24
1 ⎧2 4
⎨ (0 + 52(2 ⋅ 1 + 0 )) +
2 EI ⎩ 6
18 ⋅ 2 =52
36 50⋅ 2,5 − 20 ⋅ 0,5 = 35 30
18
0,5 M 30
+ (52(2 ⋅ 1 + 1,25) + 50(2 ⋅ 1,25 + 1)) + 40 40
6
+
2,5
(50(2 ⋅ 1,25 + 0) + 40(2 ⋅ 0 + 1,25))⎫⎬ = 2,5
1
2,5
6 ⎭ 1
1
= (34,67 + 28,67 + 106,25) = 169,6 3 = 0,5 0,5
2 EI 2 ⋅ 150 ⋅ 10
−3
0,565 ⋅ 10 m = 0,565mm 0,5 ⋅ 2 = 1 0,5 ⋅ 2,5 = 1,25
M
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Problema 4 (5 valores)
Para a viga seguinte, encastrada numa extremidade, simplesmente apoiada a meio vão e sujeita a uma
carga P na outra extremidade, use o método dos elementos finitos e determine:

a) A matriz de rigidez global;


b) Os deslocamentos e rotações nos nós;
c) As reacções nos apoios;
d) As forças nos nós e verificação de
Dados: L = 2 m; E = 210 GPa; I = 60.10-6 m4; P = 20 kN equilíbrio da estrutura.

Resolução:

Vector dos deslocamentos e rotações:

{d } = {v1 ,ϕ1 , v2 ,ϕ 2 , v3 ,ϕ 3}T = {v1 ,ϕ1 ,0,ϕ 2 ,0,0}T


Vector das forças exteriores e reacções:

{P} = {F } + {R} = {P,0,0,0,0,0}T + {0,0, Rv2 ,0, R3v , M 3 }T


= {P,0, Rv2 ,0, R3v , M 3 } = {− 20000,0, Rv2 ,0, R3v , M 3 }
T T

A Matriz de rídidez do elemento (1), que liga nós 1 e 2:

⎡ 12 6 L − 12 6 L ⎤ ⎡ 12 12 − 12 12 ⎤ v1
⎢ 6 L 4 L2 − 6 L 2 L2 ⎥ ⎢ 12 16 − 12 8 ⎥⎥ ϕ 1
EI ⎢
[K ](1) = 3 ⎥ = 1,575.10 6⎢

L ⎢− 12 − 6 L 12 − 6 L ⎥ ⎢− 12 − 12 12 − 12⎥ v 2
⎢ 2 ⎥ ⎢ ⎥
⎣ 6L 2L
2
− 6L 4L ⎦ ⎣ 12 8 − 12 16 ⎦ ϕ 2
⎡ 12 12 − 12 12 0 0⎤ v1
⎢ 12 16 − 12 8 0 0⎥⎥ ϕ1

⎢− 12 − 12 12 − 12 0 0⎥ v 2
= 1,575.10 6 ⎢ ⎥
⎢ 12 8 − 12 16 0 0⎥ ϕ 2
⎢ 0 0 0 0 0 0⎥ v 3
⎢ ⎥
⎢⎣ 0 0 0 0 0 0⎥⎦ ϕ 3

A Matriz de rídidez do elemento (2), que liga nós 2 e 3:


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⎡ 12 6 L − 12 6 L ⎤ ⎡ 12 12 − 12 12 ⎤ v 2
⎢ 6 L 4 L2 − 6 L 2 L2 ⎥ ⎢ 12 16 − 12 8 ⎥⎥ ϕ 2
EI ⎢
[K ]( 2) = 3 ⎥ = 1,575.10 6⎢

L ⎢− 12 − 6 L 12 − 6 L ⎥ ⎢− 12 − 12 12 − 12⎥ v3
⎢ 2 ⎥ ⎢ ⎥
⎣ 6L 2L
2
− 6L 4L ⎦ ⎣ 12 8 − 12 16 ⎦ ϕ 3
⎡0 0 0 0 0 0 ⎤ v1
⎢0 0 0 0 0 0 ⎥⎥ ϕ1

⎢0 0 12 12 − 12 12 ⎥ v 2
= 1,575.10 6 ⎢ ⎥
⎢0 0 12 16 − 12 8 ⎥ ϕ 2
⎢0 0 − 12 − 12 12 − 12⎥ v3
⎢ ⎥
⎣⎢0 0 12 8 − 12 16 ⎦⎥ ϕ 3

(a) A matriz de rígidez global:

⎡ 12 12 − 12 12 0 0 ⎤ v1
⎢ 12 16 − 12 8 0 0 ⎥⎥ ϕ1

⎢− 12 − 12 24 0 − 12 12 ⎥ v 2
[K ]G = [K ](1) + [K ]( 2) = 1,575.10 6 ⎢ ⎥
⎢ 12 8 0 32 − 12 8 ⎥ ϕ 2
⎢ 0 0 − 12 − 12 12 − 12⎥ v3
⎢ ⎥
⎢⎣ 0 0 12 8 − 12 16 ⎥⎦ ϕ 3

(b) Equação global:

[K ]G {d } = {P}

⎡ 12 12 − 12 12 0 0 ⎤ ⎧ v1 ⎫ ⎧− 20000⎫
⎢ 12
⎢ 16 − 12 8 0 0 ⎥⎥ ⎪⎪ϕ1 ⎪⎪ ⎪⎪ 0 ⎪⎪

6 − 12 − 12 24 0 − 12 12 ⎥ ⎪⎪ 0 ⎪⎪ ⎪⎪ Rv2 ⎪⎪
1,575.10 ⎢ ⎥⎨ ⎬ = ⎨ ⎬
⎢ 12 8 0 32 − 12 8 ⎥ ⎪ϕ 2 ⎪ ⎪ 0 ⎪
⎢ 0 0 − 12 − 12 12 − 12⎥ ⎪ 0 ⎪ ⎪ R3v ⎪
⎢ ⎥⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎢⎣ 0 0 12 8 − 12 16 ⎥⎦ ⎪⎩ 0 ⎪⎭ ⎪⎩ M 3 ⎪⎭

Soluções da equação global:

v1= - 7,4.10-3 m , φ1= 4,76.10-3 rad., φ2= 1,59.10-3 rad.

(c) As reacções nos apoios podem ser obtido da equação global:


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Elasticidade e Plasticidade REPETIÇÃO DO 1º TESTE 1º Epoca
Semestre de Inverno 27 de Janeiro de 2006 Duração 2 h
R2V= 50.103 N = 50 KN, R3V= - 30.103 N = - 30 KN, M3= 20.103 N.m = 20 KN.m

(d) As forças nos nós são:


30 KN
20 KN

20 KN.m
1 3
2
50KN

∑Fy = 50 KN –20 KN –30 KN = 0

Relativo ao ponto 1, ∑M = (50 KN)(2 m)- (30 KN)(4 m)+20KN.m =0

O equilíbrio da estrutura está verificado.

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