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CAPÍTULO 4 – GEOMETRIA HORIZONTAL

4.1 – OBRAS RODOVIÁRIAS

TRAÇADO GEOMÉTRICO DE ESTRADAS


Um bom projeto de rodovias deve buscar a harmonia entre os elementos
CAPÍTULO 4 – GEOMETRIA HORIZONTAL físicos, as características de operação das vias e as capacidades
dos veículos circulantes. Frenagem, aceleração, condições de segurança
e conforto são elementos que devem ser considerados. Seus critérios,
portanto, se embasam na geometria física e nas características operacionais dos
veículos, incluindo cálculos teóricos, dados empíricos e análises
comportamentais dos motoristas (reações humanas) (ABITANTE, 2017).

Tairine Cristine Bertola Cruz


MSc. em Gestão do Ambiente Construído
Esp. em Docência do Ensino Superior
tairinecruz@unipac.br Traçado Geométrico de Estradas MSc. Tairine Cristine Bertola Cruz

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Velocidade de projeto: a velocidade de projeto, ou velocidade diretriz, é


definida como a máxima velocidade que um veículo pode manter em
Características geométricas inadequadas são causas de acidentes de
determinado trecho em condições normais de segurança. Desta forma, as
tráfego, bem como baixa eficiência das rodovias. São definidas em função das leis
principais características da via – curvatura, superelevação e distância de
do movimento, características de operação dos veículos, reação dos motoristas e
visibilidade – são definidas em função da velocidade de projeto.
volume de tráfego.

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Velocidade de projeto:
§ Velocidade de operação: a velocidade de operação é a média de velocidades
para todo o tráfego ou parte dela, obtida pela somas das distâncias percorridas
Relevo dividida pelo tempo de percurso. A variação acentuada na topografia é um
Classe de projeto
Plano Ondulado Montanhoso motivo para o uso de trechos com velocidades de projeto diferentes.
0 100 100 80
I-A 100 80 60
I-B 100 80 60
II 80 70 50
III 70 60 40
IV-A 60 40 30
IV-B 60 40 30

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Veículos de projeto: o veículo de projeto é um modelo teórico de uma § Veículos de projeto:


determinada categoria com características físicas e operacionais que
representam a maioria dos veículos existentes nesta. - A largura do veículo interfere na largura da pista;
- A distância entre eixos interfere no cálculo da superlargura e na determinação
dos raios mínimos internos e externos;
- O comprimento do veículo interfere na largura dos canteiros e faixas de
extensão;
- A relação peso bruto total/potência influencia no valor da rampa máxima;
- A altura admissível para o veículo influi no gabarito vertical.

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Veículos de projeto: existem quatro grupos de veículos. § Veículos de projeto:

- VP: veículos de passeio leves, física e operacionalmente assimiláveis ao Veículo de projeto


CARACTERÍSTICAS DO
automóvel, incluindo utilitários, pisck-ups, furgões e similares; VEÍCULO VP CO SR O
- CO: veículos comerciais rígidos, compostos de unidade tratora simples. Largura total 2,1 2,6 2,6 2,6
Abrangem caminhões e ônibus convencionais, normalmente 2 eixos e 6 rodas; Comprimento total 5,8 9,1 16,8 12,2
Raio mínimo da roda
- SR: veículo comercial articulado, composto normalmente de unidade tratora 7,3 12,8 13,7 12,8
externa dianteira
simples e semi-reboque;
Raio mínimo da roda
4,7 8,7 6,0 8,7
- O: veículos comerciais rígidos de maiores dimensões que o veículo CO básico, interna traseira
como caminhões longos.

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Veículos de projeto: § Veículos de projeto:

VP CO

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Veículos de projeto: § Veículos de projeto:

SR O

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Distâncias de visibilidade: o projeto de uma rodovia deve ser pautado de § Distâncias de visibilidade:
forma que o motorista tenha a melhor visibilidade possível em toda a estrada.
As distâncias de visibilidade básicas para o projeto geométrico rodoviário são as - Visibilidade de parada ( ): distância mínima necessária para que um veículo
distâncias de parada e de ultrapassagem. que percorre uma estrada possa parar antes de atingir um obstáculo na sua
trajetória.

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Distâncias de visibilidade: § Distâncias de visibilidade:

- Visibilidade de percepção ( ): a distância para o tempo de percepção, - Visibilidade de frenagem ( ): a energia cinética do veículo deve ser anulada
considerando o mesmo igual a 2,5 segundos (AASHTO) é definida pela equação pelo trabalho da força de atrito.
do espaço.
D =v ∗t
∆ = v
D = [m] velocidade de em [m/s]
D = 2,5 v [m] velocida de em [m/s] m∗v
=P ∗f ∗D 2 ∗ 9,8 ∗ f
2
v [m] velocida de em [km/h]
m∗v
=m∗g ∗f ∗D v
D = 2,5 = 0,7 v 2 D = [m] velocidade de em [km/h]
3,6 255 ∗ f
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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Distâncias de visibilidade: § Distâncias de visibilidade:

- Visibilidade de frenagem ( ): considerando a inclinação das rampas. - Visibilidade de percepção ( ):

v
v D = 0,7 v +
D = 255 ∗ (f + i)
255 ∗ (f + i)
D distância de visibilidade [m]
i geide, +se ascendente e − se descente [m/m]
A distância de frenagem deve ser menor que a encontrada para o caso de subidas
velocidade [km/h]
e maior para descidas.
coeficiente de atrito longitudinal [tabelado]

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Distâncias de visibilidade: § Distâncias de visibilidade:

- Visibilidade de percepção dupla ( ): - Visibilidade de percepção ( ):

v Coeficiente de atrito pneu/pavimento


D = 2 ∗ [0,7 v + ] Vdiretriz
30 40 50 60 70 80 90 100 120
255 ∗ f + i (km/h)
f 0,40 0,37 0,35 0,33 0,31 0,30 0,29 0,28 0,25

Para curvas verticais convexas de concordância.

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Distâncias de visibilidade: § Distâncias de visibilidade:

- Visibilidade de percepção ( ): - Visibilidade de ultrapassagem ( ): distância mínima necessária para que um


veículo, numa pista simples, efetue a manobra de ultrapassagem em segurança. É
Coeficiente de atrito pneu/pavimento
recomendada a cada 1,5 a 3,0 km.
Vdiretriz
30 40 50 60 70 80 90 100 120
(km/h)
Vmédia
30 38 46 54 62 71 79 86 98
(km/h)
f 0,40 0,38 0,36 0,34 0,32 0,31 0,30 0,30 0,28

Alguns projetistas levam em consideração que em condições chuvosas, a


velocidade diretriz é reduzida.

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4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS

§ Distâncias de visibilidade: § Distâncias de visibilidade:

- Visibilidade de ultrapassagem ( ): - Visibilidade de percepção ( ): é distância percorrida durante o tempo de


percepção.

D =( − )∗ /3,6 [m] velocidade de em [km/h]

difereça de velocidades entres os veículos 1 e 2


tempo para percorre a distância 1 s .

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CAPÍTULO 4 – GEOMETRIA HORIZONTAL EXERCÍCIOS

4.2 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS TÉCNICAS 1. Calcule a distância de visibilidade de parada excepcional em uma rodovia cuja
velocidade de projeto é de 100 km/h.
§ Distâncias de visibilidade:

- Visibilidade de aceleração ( ): é distância percorrida durante o tempo de


v
D = 0,7 v +
255 ∗ (f + i)
aceleração.

D = 0,7 ∗ 100 + ∗( , )
= 210,00 m
∗ [m] km
D = ∗ aceleração de em [
h
/s]
2 3,6

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EXERCÍCIOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Carlos Alexandre Braz de et al. Estradas - Projeto: introdução, concordância horizontal,
2. Calcule a distância de visibilidade de parada recomendada em uma rodovia cuja superelevação e superlargura. Viçosa: UFV, 1997. 64 p. il.

velocidade diretriz é de 100 km/h. Considere redução da velocidade. VALENTE, Amir Mattar; PASSAGLIA, Eunice; NOVAES, Antonio galvão. Gerenciamento de
transportes e frotas. Revisão de Janice Yunes. São Paulo: Pioneira, 2001. 215 p. il. (Biblioteca de
Administração e Negócios). ISBN 85-221-0051-9.

v BORGES, Alberto de Campos. Topografia: aplicada à engenharia civil. São Paulo: Edgard Blücher,
D = 0,7 v + 2006. v.2. 232 p. il. ISBN 85-212-0131-1.
255 ∗ (f + i) Pinto, Salomão; Pinto, Isaac Eduardo. Pavimentação asfáltica. Rio de Janeiro: LTC, 2015. ISBN 978-
85-216-2916-0.

D = 0,7 ∗ 86 + ∗( , )
= 157,00 m Daibert, João Dalton. Topografia. São Paulo: Erica, 2015. ISBN 9788536518817.
Bibliografia complementar

BORGES, Alberto de Campos. Topografia aplicada à engenharia civil. 2.ed.rev.ampl. São Paulo:
Blucher, c1977-2010. v.1 e 2. 191 p.

Castiglioni, José Antonio de Mattos; Nascimento, Francisco Carlos do. Custos de processos logísticos.
São Paulo: Erica, 2014. ISBN 9788536511016.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 6.ed. rev. ampl. São Paulo: Gaia,
2000. 551 p. il. ISBN 85-85351-09-8.
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