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INTRODUÇÃO:OBRAS

RODOVIÁRIAS

DISCIPLINA: ESTRADAS
PROFESSORA: PRISCILA LUZ
O QUE É UMA ESTRADA?
COMO SURGIRAM?
E NO BRASIL? A primeira estrada de
rodagem no Brasil é
conhecida como União
Indústria, em 1861, que
ligava o estado de Minas
Gerais ao do Rio de
Janeiro.
E NO BRASIL?
• Em meados da década de 40 o Brasil tinha apenas 423 km de rodovias pavimentadas,
entre federais e estaduais;
• Em 1950 o Brasil já contava com 968 km de malha rodoviária pavimentada;
• Ao final dos anos 60, com exceção de Manaus e Belém, todas as capitais estavam
interligadas por estradas federais;
• Na década de 70, nasceram a Transamazônica, a Belém-Brasília, a construção da Ponte
Costa e Silva (Rio – Niterói), entre tantas outras obras. Completando 47 mil km de
rodovias federais pavimentadas.
E NO BRASIL?
COMO UMA ESTRADA É PROJETADA?
OBRA RODOVIÁRIA
O produto rodoviário final, sua forma e
composição espacial – corpo estradal, deve se
adequar ao relevo da região além de atender as
expectativas ambientais, de segurança e conforto
dos usuários

Para isso, a geometria da rodovia deve


harmonizar itens como:
• Velocidade diretriz;
• Veículos de projeto;
• Distância de visibilidade;
• Alinhamento horizontal;
• Alinhamento vertical;
• Elementos da seção transversal
OBRA RODOVIÁRIA
Reconhecimento

Exploração

Projeto

Construção

Operação

Conservação
RECONHECIMENTO
PROCESSOS DE RECONHECIMENTO
• Mapas e cartas da região;
• Inspeção in loco;
• Sobrevôo da região;
• Fotografias aéreas;
• Imagens obtidas por satélite.
RECONHECIMENTO
NESSA FASE SÃO DESENVOLVIDAS AS SEGUINTES REALIZAÇÕES

• Determinação das diretrizes geral e parciais;


• Escolha dos pontos obrigados de passagem;
• Seleção das diretrizes parciais que definam o traçado mais próximo da diretriz geral;
• Avaliação dos traçados
RECONHECIMENTO
ELEMENTOS DA FASE DE RECONHECIMENTO
• Ponto inicial e final
• Identificação dos “Pontos obrigados de
passagem”
– Pontos obrigados de passagem de condição
– Pontos obrigados de passagem de circunstância
RECONHECIMENTO Exemplos de pontos
obrigados
RECONHECIMENTO Exemplos de pontos
obrigados
RECONHECIMENTO Traçado
DEFINIÇÃO DO TRAÇADO

As fases preliminares que


antecedem o projeto geométrico
de uma estrada são constituídas
pelos estudos dos traçados. Estes
estudos devem ser realizados
para que a construção seja
tecnicamente possível,
economicamente viável e
sociavelmente abrangente.
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO

Topografia

• Levantamento planimétrico cadastral


da faixa de domínio;

• Classificação do relevo da área de


lançamento do traçado
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO

Topografia

Terreno
ondulado

plano
Terreno
Terreno
oso
montanh
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO
Topografia

CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO

RELEVO DECLIVIDADE %

PLANO 0–3

SUAVE ONDULADO 3–8

ONDULADO 8 – 20

FORTE ONDULADO 20 – 45

MONTANHOSO 45 – 75

ESCARPADO > 75
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO
Geologia

MAPEAMENTO GEOLÓGICO AO LONGO DA FAIXA DE DOMÍNIO

• Detectar presença de feições (falhas, estratificações);


• Analisar a existência de áreas com sedimentos recentes, solos moles e/ou compressíveis,
afloramentos rochosos, zonas de instabilidade

PLANO DE SONDAGENS

• Classificar os aterros, cortes (classificação dos materiais de acordo com as categorias);


• Determinar o nível da água

INDICAÇÃO DAS ÁREAS E/OU REGIÃO COM POTENCIAL PARA MATERIAIS DE JAZIDA
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO
Geologia

Mapa com
potenciais para
areais, jazidas e
pedreiras

BR-104
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO

Geotecnia

• Dureza do material;
• Estabilidade de taludes de cortes;
• Contenção de taludes ou de estabilização de aterros sobre solos moles
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO
• Identificação de talvegues
que interceptam o traçado;
Hidrologia
• Realização de estudos das
bacias de contribuição;
• Determinação das vazões de
projeto para bueiros e
pontes;
• Determinação das vazões de
projeto para drenagem
superficial;
– Meios-fios; sarjetas de
corte; valeta de proteção de
corte e aterro; descidas
d’água; entradas d’água
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO
Hidrologia

m
Drenage
ia
rodoviár
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO
Hidrologia

Deve-se evitar
travessias de rios e
córregos a fim de evitar
a construção de pontes e
galerias
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO

Desapropriações

• A existência de construções, loteamentos


e qualquer tipo de benfeitoria nos locais
escolhidos para a estrada aumenta os
custos e por isso devem ser evitados
sempre que possível
FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA
DO TRAÇADO

Interferências no ecossistema

• Derrubada da vegetação (desmatamento)


• Execução de cortes e aterros altos
O TRAÇADO FINAL E SUAS
RESPECTIVAS ETAPAS DE TRABALHO
Estudo do traçado

Delimitação de faixas
convenientes e adequadas, por
onde atravessará a futura
rodovia, definidas a partir de Permitindo o
dados geomorfológicos da desenvolvimento (e um
região e das características comparativo) de duas ou
geométricas do terreno mais opções de traçado
(relevo)
O TRAÇADO FINAL E SUAS
RESPECTIVAS ETAPAS DE TRABALHO

A tecnologia é aliada da engenharia


rodoviária, por isso as etapas de
reconhecimento e exploração, nos
projetos atuais, são executadas em sua
maioria sobre trabalhos
aerofotogramétricos, ou até mesmo
com auxílio de sensoriamento remoto
de fotos emitidas por satélites.

A locação ainda é
totalmente feita por
processos
topográficos.
DEFEITOS DO TRAÇADO
A combinação inadequada (ou
desconhecida) dos elementos
geométricos em planta e em perfil
pode resultar no projeto de uma
rodovia com trechos que não Existem combinações, defeitos na
ofereçam condições satisfatórias geometria, que comprometem
de segurança e de conforto para profundamente a qualidade do projeto,
os usuários, prejudicando a
fluidez desejada para o trânsito
sendo expressamente apontados pelos
veicular diversos Departamentos de Estradas e
Rodagem, para que os profissionais
evitem ao máximo

Estes defeitos foram catalogados inicialmente


pelas normas alemãs de projeto geométrico de
rodovias, e adotadas plenamente no Brasil
DEFEITOS NO TRAÇADO
OS PRINCIPAIS DEFETIOS ÓTICOS ESPACIAIS QUE RESULTAM DA
COMBINAÇÃO (SUPERPOSIÇÃO) DOS ELEMENTOS EM PLANTA E PERFIL SÃO:

• Dobras e defeitos óticos – curvas de pequeno desenvolvimento entre tangentes devem ser
evitadas, pois causam aparência de quebra de continuidade. Tangentes intermediárias
curtas entre curvas de mesmo sentindo também deve ser evitado, pois causam aparência de
quebra de continuidade.

• Mergulho em tangente e curva – abaulamento bruscos devem ser evitados, o ideal é sempre
ter o greide (perfil), mesmo em rampas, alinhado.
DEFEITOS NO TRAÇADO
• Mergulho rasos e profundo;
• Abaulamento – evitar o efeito “tobogã” na estrada.
• Ondulações em curva
• Início de curva horizontal em área convexa do greide – a falta de visibilidade pode fazer o
motorista perder o traçado
RECONHECIMENTO
ETAPAS A SEREM EXECUTADAS
• Levantamento planimétrico;
• Levantamento altimétrico longitudinal;
Caso a área de interesse já
• Levantamento altimétrico transversal; tenha sido objeto de estudos,
• Desenho; ou já foi mapeada por cartas
planialtimétricas
• Anteprojeto
geograficamente
referenciadas, toda essa etapa
de reconhecimento pode ser
suprimida.
RECONHECIMENTO
Com o levantamento
planialtimétrico começa- • Fazer um cálculo estimativo dos
se a elaboração do
anteprojeto, um para serviços e quantidade de cada
cada perfil longitudinal opção da estrada
dos caminhamentos
escolhidos

Contemplar os custos de construção,


conservação e operação dos diversos
traçados para, por meio de uma análise
comparativa, escolher a solução mais
vantajosa.
RECONHECIMENTO

MEMORIAL DESCRITIVO
Apontar o traçado escolhido

MEMORIAL JUSTIFICATIVO ANTEPROJETO DO


Apresentar os critérios de escolha e RECONHECIMENTO
parâmetros adotados

ORÇAMENTO
• Planta;
• Perfil longitudinal;
• Orçamento;
• Memorial descritivo;
• Memorial justificativo
CONDICIONANTES POLÍTICOS
E GEOFRÁFICOS
• A relação custo/benefício de uma estrada é função direta de alguns fatores condicionantes
que se refletem em uma diretriz mais ou menos tortuosa.

TOPOGRAFIA

Pontos obrigatórios
Região
Hidrologia

Classe da rodovia Geotecnia


CONDICIONANTES POLÍTICOS
E GEOFRÁFICOS
Região Importância econômica e demanda tráfego

Classe da rodovia Função direta do VDM (Volume de tráfego diário)

De condição e de passagem, como cidades


Pontos obrigatórios intermediárias, terrenos de baixo valor, etc.;
CONDICIONANTES POLÍTICOS
E GEOFRÁFICOS
O traçado deve minimizar movimentos de terra e a
TOPOGRAFIA
construção de obras de arte (pontes, viadutos, etc.)

Evitar obras adicionais para contenção de cortes e


Geotecnia aterros.

Hidrologia Estimar as dimensões das obras de drenagem


CONDICIONANTES POLÍTICOS
E GEOFRÁFICOS
Fatores ambientais e
Fatores geotécnicos Fatore hidrológicos
sociais

• Solos moles ou • Rios e curso de água; • Reservas ecológicas;


colapsíveis; • Cota de cheia máxima; • Matas nativas e áreas de
• Materiais inservíveis; preservação;
• Bacias de contribuição;
• Encostas escorregadas; • Reservas indígenas;
• Regiões alagadiças.
• Quilombolas;
• Corte em rocha para
utilização em aterros; • Assentamentos e invasões;
• Árvores nativas com
• Descarte e bota-fora;
restrição ao corte;
• Jazidas e empréstimos
• Áreas de expansão urbana;
laterais
• Áreas de atração
CONDICIONANTES POLÍTICOS
E GEOFRÁFICOS
• Quanto mais suave for a topografia da região, menor o custo da construção da estrada.

• Quando a declividade de uma região for


íngreme, de modo que não seja possível
lançar o eixo da estrada com declividade
inferior aos valores admissíveis, deve-se
desenvolver o traçado.

• Quando o eixo da estrada acompanha as curvas de nível, reduz-se o volume de material


escavado, porque, ao se acompanhar as curvas de nível, a plataforma da estrada
interceptará menos destas.
• Quando o eixo da estrada tiver que cruzar um espigão,
deve-se fazê-lo nos seus pontos mais baixos, ou seja, nas
gargantas, originando deste modo rampas com declividades
menores, consequentemente diminuindo os movimentos de
terra.
EXPLORAÇÃO
Esta etapa consiste no A exploração é um novo levantamento,
levantamento topográfico de
de média precisão (maior
uma faixa limitada do
terreno, dentro da qual seja detalhamento), baseado na linha
possível projetar o eixo da poligonal escolhida na fase do
estrada e da elaboração de
anteprojetos
Reconhecimento, buscando melhorar o
traçado até então proposto

Linha de Ensaio

A melhoria consiste em definir uma diretriz


tão próxima quanto possível imaginar o eixo Linha Base ou Poligonal da
da futura estrada, resultando: Exploração
EXPLORAÇÃO
ETAPAS A SEREM EXECUTADAS
• Levantamento planimétrico;
• Levantamento altimétrico longitudinal;
• Levantamento altimétrico transversal;
• Desenho;
MEDIDAS DE DISTÂNCIA
ESTAQUEAMENTO ESTACAS INTERMEDIÁRIAS

• Depois de marcado o primeiro


ponto, os demais pontos são
marcados em intervalos constante,
separados entre 20m ou 50m,
estacas inteiras, devidamente Os pontos são
identificados pelo
numeradas.
número da estaca
imediatamente anterior,
acrescido da distância
ESTACAS DE MUDANÇA (em metros) desta
estaca até o ponto.
Nos vértices da poligonal, ou seja, em cada
mudança de direção, instalam-se os aparelhos de
Ex: 255 + 15,65m
trabalho, e seu piquete deve receber um prego
para correto posicionamento do prumo do
aparelho
MEDIDAS DE DISTÂNCIA
NAS DIREÇÕES DO CAMINHAMENTO,
UTILIZAM-SE ESQUIPAMENTOS COMO:
• Distânciômetros;
• Estações totais;
• Trenas de aço.

Para materialização
dos pontos de
medidas faz-se a
cravação de • Ex: o ponto inicial é
piquetes e/ou
estacas. identificado por 0 = PP,
lido como “estaca zero PP”
EXPLORAÇÃO
Estaqueamento do traçado
EXPLORAÇÃO
Estaqueamento do traçado
• Para locação do eixo da estrada foi realizado estaqueamento de 20 em 20
metros. Qual o valor aproximado da estaca localizada no ponto P?
EXPLORAÇÃO

O resultado da exploração oferece


um retrato detalhado de toda
área/região para se definir o Essas condições também
melhor projeto à futura estrada. devem ser expressas pelas
características técnicas
fixadas para estrada por
meio das Instruções de
Serviço emitidas pelo
contratante do projeto

As condições do terreno orientam os


projetistas sobre as pretensas
características da estrada, bem como
sobre estimativas de custos para
comparações
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Um conjunto de parâmetros
pré-estabelecidos para
determinar a classe da
rodovia, que combinados
norteiam todo o projeto e
são definidos em função da
classe da rodovia ou via Esses parâmetros são
urbana
baseados na
conformação do
terreno (plano,
ondulado,
montanhoso), no
tráfego, na velocidade
diretriz e nas
características
geométricas
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
ALGUNS DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS GEOMÉTRICOS INTRÍSECOS
À CLASSE DA VIA:
EM SEÇÃO TRASNVERSAL
EM PLANTA

• Raio mínimo das curvas de • Abaulamento;


EM PERFIL
concordância horizontal; • Largura de pista,
• Comprimento das transições; acostamentos, refúgios,
• Raio mínimo das curvas de estacionamentos e calçadas;
• Tangente mínima entre
concordância vertical; • Superlargura
curvas reversas. e
• Taxa de declividade máxima; superelevação
• Extensão máxima de rampa
com declividade máxima;
• Distâncias de visibilidade
EXPLORAÇÃO
NESSA FASE SÃO DESENVOLVIDOS OUTROS ESTUDOS, TAIS COMO:

• Tráfego;
• Hidrologia;
• Geologia;
• Geotecnia;
• Aspectos sociais e econômicos;
• Projetos de desenvolvimento da região local;
EXPLORAÇÃO
É POSSÍVEL NESSA FASE ELABORAR ANTEPROJETOS DE:

• Terraplenagem;
• Drenagem;
• Pavimentação;
• Geométrico
EXPLORAÇÃO Projeto geométrico
EXPLORAÇÃO Projeto de
terraplenagem
EXPLORAÇÃO Seção transversal de
terraplenagem
EXPLORAÇÃO Projeto de drenagem
EXPLORAÇÃO

Projeto de
pavimentação
EXPLORAÇÃO Projeto de sinalização
EXPLORAÇÃO Projeto de proteção ambiental
EXPLORAÇÃO Avaliação dos traçados
DESENVOLVIMENTO DO
TRAÇADO

Desenvolvimento do traçado
acompanhando o talvegue

Desenvolvimento do traçado em
ziguezague
DESENVOLVIMENTO DO
TRAÇADO

Diretriz cruzando espigão pela


garganta

Desenvolvimento do traçado
acompanhando as curvas de nível
PROJETO
• O projeto de uma rodovia deve ser o mais completo e
abrangente possível, de fácil compreensão e perfeitamente
Projetar uma estrada é exequível para as condições vigentes.
equilibrar variáveis e
lidar com elevado grau
de indeterminação de
alguns elementos • Antecipar os possíveis problemas na etapa de execução
e apresentar as possíveis soluções, observando sempre
a padronização e as normas vigentes

• Apresentar todos os elementos técnicos, sejam eles quantitativos ou qualitativos, com


alto nível de detalhamento para a sua perfeita e integral execução
PROJETO É a fase de detalhamento
da etapa de exploração, ou
seja, o cálculo de todos os
NO PROJETO IRÁ CONSTAR: elementos necessários à
perfeita definição do
projeto em planta, perfil
longitudinal e seções
• Memórias de cálculo; transversais
• Justificativas de soluções adotadas;
• Quantificação de serviço;
• Especificações de materiais;
• Métodos de execução (quando necessário);
• Orçamentos
PROJETO
Coleta de dados
de fluxo de
Estudo de tráfego veículos e
pedestres

Seu estudo, análise e tratamento estatístico atual e futura irão propiciar:

• Meios de avaliação da suficiência do sistema de transporte existente;


• Auxiliar na definição de traçado e padrão da futura rodovia;
• Definir a classe, as características técnicas, as características
operacionais;
• Fornecer insumos para a análise de viabilidade econômica
PROJETO
Desenvolvido sempre na fase inicial
Estudo de viabilidade técnica e (preliminar) do projeto, ou melhor,
econômica de reconhecimento da área a ser
projetada

Subsídios para identificação dos traçados mais convenientes


• Determinar as características técnicas mais adequadas, em
função dos estudos de tráfego

Definir a viabilidade econômica do empreendimento


PROJETO
Estudo de impacto ambiental (EIA)

• Uma equipe multidisciplinar, por meio de rotinas e tarefas técnicas e científicas


pré-definidas, analisa sistematicamente as consequências da implantação de uma
rodovia (neste caso) ao meio ambiente, prevendo seus impactos e propondo o
desenvolvimento de medidas específicas de proteção, recuperação e/ou melhorias
na região
Medidas mitigadoras
PROJETO
Relatório de impacto ambiental
(RIMA)

DOCUMENTO QUE APRESENTA OS RESULTADOS DOS ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL

Deve conter, em linguagem clara, o esclarecimento de todos os elementos da proposta em estudo, de


modo que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por todas as
instituições envolvidas na tomada de decisão
PROJETO
Estudos hidrológicos

• Coleta de dados para processamento e análise, relacionados aos aspectos


hidrológicos das diversas fases de projeto.

Estudos topográficos

• Busca do conhecimento total do terreno, utilizando-se processos


de levantamentos topográfico convencional ou aerofotogramétrico,
com formas de trabalho, precisão e tolerância compatíveis à fase
de projeto que se desenvolve.
PROJETO
Estudos geológicos e geotécnicos

• Objetiva o conhecimento da constituição da superfície do terreno


e do subsolo, por meio de sondagens e coleta de materiais no
campo, para ensaios destes em laboratório e definição de suas
características e aplicabilidade na obra
PRINCIPAIS ATIVIDADES PARA ELABORAÇÃO DO
PROJETO
• Projeto geométrico;
• Projeto de terraplenagem;
• Projeto de pavimentação;
• Projeto de drenagem;
• Projeto de obras de arte corrente e especiais;
• Projeto de viabilidade econômica;
• Projeto de desapropriação;
• Projeto de interseções, retornos e acessos;
• Projeto de sinalização;
• Projeto de elementos de segurança;
• Orçamento da obra e plano de execução;
• Relatório de impacto ambiental
PROJETO
Projeto geométrico

DEFINIÇÃO GEOMÉTRICA DA RODOVIA, SUAS CARACTERÍSTICAS, COMO:

• Traçado em planta;
• Raios de curvaturas; A precisão deve ser
grande, permitindo a
• Rampas; conformação espacial, a
quantificação e o
orçamento

Deve possibilitar um adequado planejamento para sua


perfeita execução/implantação
PROJETO
Projeto de terraplenagem/ obras de arte correntes

• Determinação dos volumes de terra, locais de empréstimos, bota-fora de


materiais e elaboração de diagrama de distribuição do movimento de terra,
complementado pela definição das obras de artes correntes.
PROJETO
Projeto de drenagem

• Estudo e detalhamento das estruturas de escoamento das águas (superficiais e


profundas), definição do tipo de solução, seu dimensionamento, locação e demais
informações.

Projeto de obras de artes especiais

• Define a escolha das soluções e o cálculo estrutural para execução de pontes e


viadutos. Esta etapa é desenvolvida em três fases:
– Preliminar;
– Projeto básico;
– Projeto executivo.
PROJETO
Projeto de pavimentação

• Definição das camadas e capa de rolamento (asfalto ou concreto), seleção das


ocorrências de materiais, dimensionamento, definição dos trechos homogêneos,
cálculos dos volumes e distâncias de transporte dos materiais a serem empregados
PROJETO
Projeto de interseções, retornos e acessos

• Baseado na classificação funcional e de classe da via, seus conceitos, critérios,


métodos de análise e instruções específicas, caracteriza-se pela identificação da
necessidade, locação e elaboração do projeto gráfico e seus elementos geométricos,
incluindo o detalhamento das soluções

Projeto de obras complementares

• Devido aos demais projetos, geralmente necessitam-se de dispositivos de


funcionalidade e/ou segurança, como defensas e refúgios. Deve incluir o
detalhamento e locação das soluções escolhidas, bem como projetos
especiais de paisagismo e locais de lazer em áreas adjacentes à rodovia.
PROJETO
Projeto de sinalização

• Deve contemplar a sinalização horizontal e vertical das vias, suas interseções e


acessos, bem como a sinalização por sinais luminosos em áreas urbanas,
especificando os tipos dos dispositivos, a locação e as quantidades
correspondentes
PROJETO
Projeto de desapropriação

• Deve contemplar um levantamento topográfico de toda área envolvida, o custo de


desapropriação de cada unidade (lote e/ou propriedade), o registro das
informações cadastrais, uma planta cadastral individual das propriedades
envolvidas, total ou parcialmente na área e, por fim, um relatório demonstrativo
PROJETO
Projeto de instalações para operação da rodovia

É CONSTITUÍDO PELAS JUSTIFICATIVAS, PROJETOS ESPECÍFICOS E NOTAS DE


SERVIÇO DOS DISPOSITIVOS, TAIS COMO:
• Praças de pedágio;
• Distritos policiais;
• Balanças;
• Escritórios de conservação;
• Postos de abastecimento;
• Áreas de estacionamento;
• Paradas de ônibus
PROJETO
Orçamento dos projetos

• Devem abranger pesquisas de mercado referentes a salários, materiais e


equipamentos para a composição dos custos unitários dos serviços e estudo dos
custos de transportes, finalizando com o orçamento total da obra.
PROJETO
Plano de execução dos serviços

• Memorial descritivo de cada serviço, considerando a forma e equipamentos para


execução, bem como cronogramas e dimensionamento/layout das instalações
necessárias à execução da obra.

Documentação para licitação

• Identificam e detalham os condicionantes que nortearão a licitação dos serviços


para execução da obra.
PROJETO
Diretriz da Rodovia Esta linha pode ser
considerada como a diretriz
numa primeira aproximação.
A linha de ensaio da
A definição da diretriz deve
exploração é a base
O grau de coincidência harmonizar as condições de
para orientação da
entre exploração e planta como as de greide, da
futura Diretriz.
locação demonstra a melhor forma possível.
qualidade do serviço
executado até essa
DIRETRIZ – eixo de
etapa. uma futura estrada ou
rodovia e é composto
O greide mais conveniente será aquele que acarretar o por uma Planta, um
movimento de terra (terraplenagem adequado). Perfil Longitudinal
(Greide) e as Seções
Transversais
Geralmente são necessários 60% do trecho em corte para (Plataforma)
que se tenha material suficiente para execução dos 40%
restantes em aterro.
PROJETO
A GEOMETRIA DA ESTRADA
PLANTA Tangentes – trechos retos

Tratando-se de estrada na sua projeção


Curvas de concordância
horizontal (em planta), temos uma Horizontal – trechos em curvas
sequencia de trechos retilíneos, com • Curva Circular
deflexões definindo as mudanças de • Curva de Transição
direções, porém, não se pode fazer uma
estrada só com alinhamentos retos, pois
nos vértices da poligonal os veículos
trafegantes não teriam segurança nem
conforto ao mudar de direção.
PLANTA
CURVAS DE CONCORDÂNCIA

Deve-se evitar trechos retilíneos longos concordados


com curvas de pequeno raio.

É recomendado ainda não


projetar trechos retilíneos
excessivamente longos, nem
curvas consecutivas no mesmo
sentido, caso este último não
seja possível, as curvas
consecutivas devem manter uma
relação de proporção entre si
PLANTA

• Eixo da estrada;
• Estaqueamento;
• Bordas da pista;
• Pontos notáveis;
• Localização e limite de
obras de arte;
• Linhas indicativas da
faixa de domínio;
• Curvas de nível
• ESCALA 1:2000
PERFIL
GREIDE

Eixo da futura rodovia, quando Exatamente como em


projetado em um plano vertical e planta, em perfil os
trechos retos
confrontado com o perfil do
projetados são
terreno (relevo), passar a ser
concordados por
denominado perfil longitudinal trechos em curvas, com
da diretriz, ou comumente objetivo de tornar as
Greide. mudanças de inclinações
mais suáveis e
confortáveis, eliminando
situações de perigo e
danos aos veículos e aos
usuários da estrada.
PERFIL
OS TRECHOS RETOS DO GREIDE, EM FUNÇÃO DAS SUAS
INCLINAÇÕES SÃO:

• Patamares (trechos retos em nível);


• Rampa ou aclive (trechos retos em subida);
• Contrarrampa ou declive (trechos retos em descida)
PERFIL
• Para rampas e contrarrampas, existem declividades
mínimas e máximas e função da classe da rodovia e
do veículo de projeto.

Os trechos curvos que


concordam dois trechos
retos devem ser parábolas
de 2º grau, denominados
CURVAS DE
CONCORDÂNCIA
VERTICAL
PERFIL

• Perfil do terreno;
• Linha do greide;
• Estacas e cotas dos
PIV’s, PCV’s, PTV’s;
• Comprimento das
curvas;
• Rampas, em %;
• Localização e limite
de obras de arte;
• ESCALA
– 1:2000 (horizontal)
– 1:200 (vertical)
SEÇÕES TRANSVERSAIS
(PLATAFORMA)
É a representação
A seção transversal, dependendo do relevo do terreno e
gráfica e geométrica,
greide projetado, pode ser em: num plano vertical de
▷ Corte; projeção, de elementos
▷ Aterro; dispostos
transversalmente a um
▷ Mista. determinado ponto do
eixo longitudinal
SEÇÕES TRANSVERSAIS
ESTAS SEÇÕES SÃO PERPENDICULARES AO EIXO NAS ESTACAS
INTEIRAS, E INDICAM:

• A linha do terreno natural e a seção projetada;


• As cotas de terraplenagem; A inclinação transversal
• A inclinação dos taludes; mínima aconselhável de
• Os limites das categoriais de terreno; um pavimento asfáltico é
• A faixa de domínio (no caso de rodovias); 2% e, no caso de
• O acabamento lateral da seção para sua adaptação ao terreno pavimentos de concreto
adjacente; 1,5% (podendo essa
• A largura da plataforma, dos acostamentos, dos inclinação chegar a 5% no
estacionamentos, calçadas e o alinhamento predial (no caso caso de rodovias com solo
de via urbanas) estabilizado)

Comumente são projetadas pistas com inclinação transversal


constante em cada faixa de rolamento e simétricas em relação ao
eixo da via
SEÇÃO TRANSVERSAL

• Dimensões e
inclinações da faixa de
tráfego, acostamento
e demais elementos da
plataforma;
• Taludes de corte e/ou
aterro;
• Posição dos offsets de
terraplenagem e faixa
de domínio;
• Outras informações.
• ESCALA 1:100
SEÇÕES TRANSVERSAIS
PROJETO
RESUMINDO
As necessidades, benefícios e custos
definem as características básicas
Um bom projeto deve do projeto, tais como capacidade do
atender às necessidades tráfego, número de pistas e de
de tráfego, respeitar as faixas, velocidade de projeto, etc. A
características técnicas escolha destas características
de um bom traçado e de devem permitir certa flexibilidade,
um bom perfil, estar em já que possivelmente ocorrerão
harmonia com a região variações de volume ou
atravessada e, ter o características de trafego durante a
custo mais baixo via útil da estrada.
possível.
CONSTRUÇÃO
A construção de uma rodovia inicia-se
sempre pela abertura de caminhos de
serviço.

São as vias construídas • Permitir o trânsito de equipamentos e veículos em operação de


com padrão suficiente corte e aterro;
(baixo custo, condições • Dar acesso a todos os pontos do trecho a ser implantado;
mínimas de rampa,
• Assegurar o acesso ao canteiro de serviço, aos empréstimos, às
desenvolvimento e
ocorrências de materiais (pedreiras, jazidas, areais), às obras
drenagem) que tem o
de arte, fontes de abastecimento de água e instalações
objetivo de:
previstas no canteiro de obra, assim como acesso a uma estrada
existente próxima.
CONSTRUÇÃO
Qualquer construção é composta por um enorme
conjunto de serviços que, normalmente, tratando-se de
A construção
construção de estradas, são agrupados assim:
propriamente dita é a
execução do PROJETO
previamente elaborado e
deve pautar-se Implantação básica
rigorosamente sobre
ele.

Obras de arte especiais

Superestrutura
CONSTRUÇÃO
Implantação básica

• Serviços preliminares (destocamento, desmatamento, limpeza e estaqueamento,


podendo fazer uso de explosivos – caso de remoção de rochas);
• Terraplenagem (escavação, carga, transporte, descarga e compactação);
• Serviços complementares (sarjetas e dispositivos de proteção).

Obras de arte especiais

• Pontes, viadutos, túneis e obras de contenção


CONSTRUÇÃO Trata diretamente dos elementos
(camadas) componentes da estrada,
em cada trecho, conforme
Superestrutura
especificado no projeto – material,
espessuras e energia de compactação.

• Leito natural (solo local espalhado);


• Revestimento primário (solo local ou importado, estabilizado);
• Pavimento (asfalto, concreto, pedra, paralelepípedo).

Estas camadas para rodovias asfaltadas, em ordem


decrescente de espessura e crescente quanto a à nobreza
dos materiais empregados, geralmente dividem- se:.
OPERAÇÃO
Devem ser estabelecidos
Conforme o DNIT, a padrões de operação compatíveis
variedade de com cada trecho da vida,
situações observadas levando-se em consideração seus
nas rodovias federais aspectos funcionais, o tráfego
não permite que se dê
a elas um mesmo tipo
que nela circula, o uso do solo
de operação. (trecho rural ou urbano), sua
situação orográfica, e ainda
aspectos climáticos e sazonais
próprios.

O controle operacional é responsável por identificar e solucionar eventuais problemas que


possam comprometer a segurança e o conforto dos usuários.
OPERAÇÃO
ALGUNS SERVIÇOS DEVEM ESTAR SEMPRE À DISPOSIÇÃO

Inspeção de trânsito (sinalização e Atendimento de incidentes


emergência) (limpeza de pista)

Atendimento pré-hospitalar Fiscalização de trânsito (polícia


(primeiros socorros e remoção) rodoviária)

Atendimento mecânico Unidades móveis de controle de


(resgate/guincho) peso dos veículos (balanças)
OPERAÇÃO
• Sistemas de comunicação e controle, como telefonia de emergência (caixas de
chamada) e comunicação entre viaturas;
• Sistemas de câmeras de TV para monitoramento permanente.

No Brasil, historicamente o
Governo sempre foi o
responsável pela operação das
rodovias, porém, nas últimas
décadas ocorreu uma evolução
na forma de operação da
rodovias, através da
promulgação de legislação que
permite a concessão deste
O Governo mantém-se somente como controlador e serviço público à iniciativa
fiscalizador das operações de cobrança e de execução das privada
obras acordadas.
CONSERVAÇÃO
No caso de rodovias e vias urbanas, a ação do tráfego dos veículos, a ação do tempo,
das intempéries e variações frequentes nas condições climáticas tendem a desgastar
tais obras.

Para garantir boas condições de tráfego


e segurança, são executados os serviços Rotineiros
de “conservação” que, podem ser:
Consistem na manutenção diária e
constante, com finalidade preventiva

Periódicos

Consistem em consertar e refazer trechos


envolvendo grandes quantidades de serviços
CONSERVAÇÃO
• Remendar buracos na superfície asfáltica;
• Preencher rachaduras de concreto;

A conservação e manutenção de uma estrada • Nivelas estradas de terra com o uso de tratores;
• Renivelar placas de concreto;
são permanentes e devem interferir o mínimo
• Consertar proteções;
possível no fluxo de tráfego.
• Reparar valetas, aterros e cortes;
• Repintar a sinalização;
• Remover vegetação excessiva
Nos últimos anos, diversas
empresas desenvolveram
importante ferramentas SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE
para melhorar o PAVIMENTOS (SGP)
conhecimento,
dimensionamento e
planejamento das
necessidades da
conservação
DÚVIDAS?

priscilaluz@fiponline.edu.br

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