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Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia

PROJETO GEOMÉTRICO VIÁRIO


Aula 1

Prof. Omar Barros


INTRODUÇÃO
O projeto geométrico consiste no processo de correlacionar os seus elementos físicos com
as características de operação, segurança, conforto etc. A construção de uma estrada abre
novos horizontes para o desenvolvimento de uma região e a ligação de polos potencialmente
ricos através de estradas que permite a consolidação da economia regional.

Estudos para construção de uma estrada


As principais atividades para elaboração de um projeto viário são:
• Projeto geométrico; de obras de terra; de terraplenagem; de pavimentação; de drenagem;
de obras de arte correntes; obras de arte especiais; de viabilidade econômica; de
desapropriação; de interseções, retornos e acessos; de sinalização; de elementos de
segurança.
• Orçamento de obra e plano de execução
• Relatório de impacto ambiental
FATORES QUE INFLUEM NA ESCOLHA DO TRAÇADO
• TOPOGRAFIA DA REGIÃO: regiões topograficamente desfavoráveis acarretam grandes
movimentos de terra e consequentemente altos custos para a execução da infraestrutura da
estrada.
• CONDIÇÕES GEOLÓGICAS E GEOTÉCNICAS LOCAIS: necessidade de obras adicionais de
estabilização de cortes e aterros executados em terrenos desfavoráveis podem representar
custos adicionais.
• HIDROLOGIA DA REGIÃO: a escolha de um traçado ruim acarreta na necessidade de obras
de arte e obras de drenagem a um custo elevado.
• EXISTÊNCIA DE BENFEITORIAS NO LOCAL ESCOLHIDO: problema devido ao aumento dos
custos de desapropriação da faixa para a construção da estrada (escolher terrenos de baixo
valor).

Muitas vezes, determinados traçados podem aumentar os benefícios consequentes da


construção da estrada, ou seja, pode-se dizer que o traçado é sempre resultado de uma
análise de benefícios e custos.
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
O método clássico utilizado para a escolha do traçado envolve as seguintes fases:
reconhecimento ou anteprojeto; exploração e projeto final ou definitivo.

1. RECONHECIMENTO OU ANTEPROJETO

Consiste no levantamento e análise de dados da região necessários à definição dos possíveis


locais por onde a estrada possa passar: reconhecimento geográfico, topográfico, geológico,
econômico e social da região.
Nessa fase são definidos os principais obstáculos topográficos, hidrológicos, geológicos ou
geotécnicos e escolhidos possíveis locais para o lançamento de anteprojetos. Nessa etapa
deve-se estabelecer uma diretriz geral, ou seja, uma reta que liga os pontos extremos do
traçado, escolhidos geralmente em função do planejamento.
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
1. RECONHECIMENTO OU
ANTEPROJETO

Muitas vezes a definição da diretriz geral


é determinada em função de pontos
obrigados de condição ou pontos
obrigados de passagem.
Os pontos obrigados de condição são
pontos de passagem obrigatórios
(existência de cidades, portos etc.).
Os pontos obrigados de passagem
são pontos de passagem mais
“favoráveis”, definidos pela existência de
obstáculos entre os extremos.
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
2. EXPLORAÇÃO

Consiste no estudo detalhado de uma ou mais faixas de terreno escolhidas para a passagem
da estrada. Podem ser determinadas a partir de levantamentos aerofotogramétricos (escala
1:2000 ou 1:1000) e fotografias escala 1:8000 ou topográficos de maior precisão.

O resultado dos trabalhos de interpretação das fotografias aéreas fornece informações gerais
sobre as condições hidrológicas, geológicas e geotécnicas das faixas escolhidas. A partir
dessas informações inicia-se o lançamento dos anteprojetos das estradas sobre as plantas
topográficas das faixas escolhidas.
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
3. PROJETO FINAL OU DEFINITIVO

É a fase de detalhamento e eventual alteração do anteprojeto escolhido. O detalhamento


do anteprojeto consiste na escolha e cálculo de todos os elementos necessários a perfeita
definição do projeto em planta, perfil longitudinal e seções transversais. O conjunto desses
desenhos finais, acompanhados das tabelas necessárias à locação do projeto no campo,
formam o projeto geométrico final. Paralelamente à execução do projeto geométrico, são
executados projetos de infraestrutura, superestrutura da estrada, obras de arte, paisagismo,
sinalização e serviços. O projeto final é o conjunto de todos os projetos complementares por
memórias de cálculo, justificativa de solução e processos adotados, quantificação de serviços,
especificações de materiais, métodos de execução e orçamento.
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
4. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PROJETO

A representação gráfica do projeto geométrico de uma estrada é feita por um conjunto de


desenhos denominados: planta, perfil longitudinal e seções transversais. A planta é a
representação, em escala conveniente, da projeção da estrada sobre um plano horizontal. O
perfil longitudinal é a representação, em escala conveniente, da interseção da estrada com
a superfície cilíndrica vertical que contém o eixo da estrada. Seções transversais são
representações, em escala conveniente, de cortes da estradas feitos por planos verticais,
perpendiculares ao eixo da estrada, e são normalmente localizadas em estacas inteiras e
outros pontos onde necessárias.
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
Planta
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
Perfil
longitudinal
FASES DE ESTUDO DA ESTRADA
Seções
transversais
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
1. QUANTO À POSIÇÃO GEOGRÁFICA

As estradas federais no Brasil recebem o prefixo BR, acrescido de três algarismos, sendo
que o primeiro algarismo tem o seguinte significado:

0 → rodovias radiais
1 → rodovias longitudinais
2 → rodovias transversais
3 → rodovias diagonais
4 → rodovias de ligação
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
1. QUANTO À POSIÇÃO GEOGRÁFICA
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
1. QUANTO À POSIÇÃO GEOGRÁFICA
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
1. QUANTO À POSIÇÃO GEOGRÁFICA

As rodovias de ligação: Estas rodovias apresentam-se em qualquer direção, geralmente ligando rodovias
federais, ou pelo menos uma rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou ainda a nossas fronteiras
internacionais.

Ex:
• BR-401 (Boa Vista/RR – Fronteira BRA/GUI),
• BR-407 (Piripiri/PI – BR-116/PI e Anagé/PI)
• BR-470 (Navegantes/SC – Camaquã/RS)
• BR-488 (BR-116/SP – Santuário Nacional de Aparecida/SP)
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
2. QUANTO À FUNÇÃO

A classificação funcional rodoviária é o processo de agrupar rodovias em sistemas e classes,


de acordo com o tipo de serviço que as mesmas proporcionam e as funções que exercem.
Quanto à função, as rodovias classificam-se em:
• ARTERIAIS: proporcionam alto nível de mobilidade para grandes volumes de tráfego. Sua
principal função é atender ao tráfego de longa distância, seja internacional ou interestadual.
• COLETORAS: atende a núcleos populacionais ou centros geradores de tráfego de menor
vulto, não servidos pelo Sistema Arterial. A função deste sistema é proporcionar mobilidade e
acesso dentro de uma área especifica.
• LOCAIS: constituído geralmente por rodovias de pequena extensão, destinadas basicamente
a proporcionar acesso ao tráfego intramunicipal de áreas rurais e de pequenas
localidades às rodovias mais importantes.
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
3. QUANTO À JURISDIÇÃO

• FEDERAIS: é, em geral, uma via arterial e interessa diretamente à Nação, quase sempre
percorrendo mais de um Estado. São construídas e mantidas pelo governo federal.
• ESTADUAIS: são as que ligam entre si cidades e a capital de um Estado. Atende às
necessidades de um Estado, ficando contida em seu território. Têm usualmente a função
de arterial ou coletora.
• MUNICIPAIS: são as construídas e mantidas pelo governo municipal. São do interesse de
um município ou de municípios vizinhos, atendendo ao município que a administra,
principalmente.
• VICINAIS: são em geral estradas municipais, pavimentadas ou não, de uma só pista, locais,
e de padrão técnico modesto. Promovem a integração demográfica e territorial da
região na qual se situam e possibilitam a elevação do nível de renda do setor primário.
Podem também ser privadas, no caso de pertencerem a particulares.
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
4. QUANTO ÀS CONDIÇÕES TÉCNICAS

As principais características geralmente consideradas nesse tipo de classificação são aquelas


que se relacionam diretamente com a operação do tráfego (velocidade, rampas, raios,
larguras de pista e acostamento, distância de visibilidade, níveis de serviço etc.). Estas por
sua vez, são restringidas por considerações de custos, condicionados especialmente pelo
relevo. O tráfego, cujo atendimento constitui a principal finalidade da rodovia, é um
elementos fundamentais a considerar. Recomenda-se adotar, como critério para classificação
técnica de rodovias, o volume de tráfego que deverá utilizar a rodovia no 10o ano após sua
abertura ao tráfego.
CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS
4. QUANTO ÀS CONDIÇÕES TÉCNICAS

Além do tráfego, a importância e a função da rodovia constituem elementos para seu


enquadramento em determinada classe de projeto. As classes de projeto recomendadas
encontram-se resumidas na TABELA a seguir (fonte: DNER).
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PROJETO GEOMÉTRICO VIÁRIO


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