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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Jair Messias Bolsonaro
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
Anderson Gustavo Torres
SECRETARIA DE GESTÃO E ENSINO EM SEGURANÇA PÚBLICA
Ana Cristina Melo Santiago
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Roberto Glaydson Ferreira Leite
COORDENAÇÃO-GERAL DE ENSINO
Juliana Antunes Barros Amorim
COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA
Fagner Fernandes Douetts
COORDENAÇÃO DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA APLICADA
Gizele Ferreira dos Santos Siste
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Gisele Matos Gervásio
GERENTE DE CURSO
Danilo Bruno Moreira
CONTEUDISTA
Carlos Antonio Borges
REVISÃO DE CONTEÚDO
Paulo Sergio Borges
REVISÃO PEDAGÓGICA
Ardmon dos Santos Barbosa
Márcio Raphael Nascimento
Maria Roque Souza Rosal
PROGRAMAÇÃO E EDIÇÃO
Ozandia Castilho Martins
Renato Antunes dos Santos
Vinicius Alves de Sousa
DESIGNER
Ozandia Castilho Martins
Zulmiro José Machado Filho
DESIGNER INSTRUCIONAL
Ozandia Castilho Martins
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SUMÁRIO
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Apresentação do Curso
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Estrutura do Curso
Objetivos do Curso
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MÓDULO 1 – DISPOSIÇÕES LEGAIS
Apresentação do módulo
O Direito Penal é o conjunto de normas por meio das quais são definidas as
infrações penais (crimes e contravenções) e a sujeição de seus autores às respectivas
penas previstas em lei.
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profissional de segurança pública possa atuar com qualidade e satisfazer aos
exigentes clamores da sociedade na repressão aos crimes de trânsito.
Objetivos do módulo
Estrutura do módulo
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AULA 1 – NOÇÕES GERAIS DE DIREITO PENAL
Conceito
Direito Penal “é o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena
como consequência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para
estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de
liberdade em face do poder de punir do Estado”.1
Fonte: jusbrasil.com.br.
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Princípio da legalidade e anterioridade da lei
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal” (Código Penal, art. 1º).
Para que alguém seja responsabilizado pela prática de crime, é necessário que
o tipo penal (conjunto dos elementos descritivos do crime) tenha sido definido antes
da prática delituosa (anterioridade da lei). De igual forma, a pena, para ser aplicada,
deve estar prevista na lei (princípio da legalidade).
Crime doloso:
“Diz-se o crime: doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo” (Código
Penal, art. 18, I).
Dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo2; é a vontade e a
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São formas de manifestação da inobservância do cuidado necessário:
“Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica dolosamente” (Código Penal, art. 18, parágrafo
único).
Ação penal:
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Quando a titularidade da ação penal pertence ao Estado, ou seja, quando o
direito de iniciá-la é do Estado, a ação penal é pública, promovida pelo Ministério
Público por meio de denúncia. Esta possui duas formas:
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crimes de trânsito previstos no Código de Trânsito Brasileiro as seguintes condutas,
adiante analisadas.
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veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus
elétrico).”
Por conta das referidas disposições, não haverá concurso com os crimes
previstos nos artigos 309 (direção não habilitada gerando perigo de dano), 304
(omissão de socorro) e 306 (embriaguez ao volante) do CTB, uma vez que estas
condutas estão previstas como causas de aumento de pena ou qualificadora do crime.
Também, não haverá concurso com o crime previsto no art. 308 do CTB (“racha”),
uma vez que, por previsão do § 2º deste artigo, se houver morte decorrente da
disputa de “racha”, essa circunstância qualifica o crime com agravamento de pena
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mais danosa do que no homicídio culposo na direção de veículo automotor (reclusão
de 5 a 10 anos).
Por fim, não pode haver concurso com o crime do art. 310 (entrega de direção
a pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com segurança) porque neste
o autor do crime não é o condutor do veículo, nem com o crime previsto no art. 305
(fuga à responsabilidade civil ou criminal), pois este tem cabimento em acidentes de
trânsito sem vítima.
SAIBA MAIS:
Você viu que o concurso de crimes ocorre quando o autor pratica
dois ou mais crimes por meio de um ou mais ações (inclusive
omissões). Os efeitos desse instrumento jurídico são sentidos no
cálculo da pena a ser analisada pelo juiz.
Leia mais sobre o assunto clicando aqui.
Consulte a fonte (Código Penal – Artigos 61 a 69).
O Código de Trânsito Brasileiro, em seu art. 303, prevê: “Praticar lesão corporal
culposa na direção de veículo automotor: Penas – detenção, de seis meses a dois
anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor”.
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Figura 2: Delito
Fonte: CITA/EaD/Segen.
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O § 2º do mesmo artigo prevê que a pena privativa de liberdade será de
reclusão de dois a cinco anos, se o agente conduz o veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de
natureza grave ou gravíssima.
Por conta das referidas disposições, não haverá concurso com os crimes
previstos nos artigos 309 (direção não habilitada gerando perigo de dano), 304
(omissão de socorro) e 306 (embriaguez ao volante) do CTB, uma vez que estas
condutas estão previstas como causas de aumento de pena e qualificadora do crime.
Também, não haverá concurso com o crime previsto no art. 308 do CTB (“racha”),
uma vez que, por previsão do § 1º deste artigo, se houver lesão corporal de natureza
grave decorrente da disputa de “racha”, esta circunstância qualifica o crime com
agravamento de pena mais danosa do que na lesão corporal culposa na direção de
veículo automotor (reclusão, de 3 a 6 anos). Por fim, não pode haver concurso com o
crime do art. 310 (entrega de direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de
dirigir com segurança) porque neste o autor do crime não é o condutor do veículo,
nem com o crime previsto no art. 305 (fuga à responsabilidade civil ou criminal), pois
este tem cabimento em acidentes de trânsito sem vítima.
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penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões
culposas” (grifos nossos). Porém, se houver incidência de
alguma das situações previstas no § 1º do art. 291 do CTB
(adiante analisadas na Aula 3 deste Módulo), a ação penal será
pública incondicionada.
Fonte: jusbrasil.com.br.
Também incide neste tipo penal o condutor envolvido no acidente que, por
receio de retaliação de outros circunstantes, envolvidos ou não no evento, se evade
do local, mas não aciona o socorro prestado por órgãos de atendimento de
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urgência, bem como não comparece à repartição policial competente, nem aciona
a Polícia Militar para registro dos fatos.
Fonte: CITA/EaD/Segen.
Dispõe o parágrafo único do art. 304 do CTB: “Incide nas penas previstas neste
artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros
ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves” (grifo
nosso). Esta disposição exige, desta forma, um comportamento proativo do
condutor envolvido, de preocupar-se com a vítima, mesmo que seja constatada
morte imediata ou lesões que não comprometem as funções vitais do organismo, ou
que outra pessoa esteja promovendo ações de socorro. Prepondera, nesta situação,
o dever de solidariedade, sentimento de responsabilidade e disposição de socorrer
pessoa necessitada, envolvida em acidente de trânsito.
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Presidencial nº 86.714, de 10 de dezembro de 1981, estabelece
no seu art. 31: “Todo condutor ou qualquer outro usuário da via,
implicado em um acidente de trânsito, deverá [...], se houver
resultado ferida ou morta alguma pessoa no acidente, advertir a
polícia e permanecer ou voltar ao local do acidente, até a
chegada desta [...].”
Em razão das disposições do § 1º, III do art. 302 e do § 1º do art. 303, pelas
quais a omissão de socorro é causa de aumento de pena, não haverá concurso com
os crimes previstos nos artigos 302 (homicídio culposo) e 303 (lesão corporal
culposa) do CTB. Isto também é reforçado na parte final da previsão da pena do art.
304: “se o fato não constituir elemento de crime mais grave”. Ou seja, quando a
omissão de socorro estiver prevista como causa de aumento de pena, como ocorre
na previsão dos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa provocados na
direção de veículo automotor, o condutor do veículo responderá por homicídio ou
lesão corporal culposos, o que, na prática, torna este crime de difícil enquadramento.
Por fim, não pode haver concurso com o crime do art. 310 (entrega de direção a
pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com segurança) porque neste o
autor do crime não é o condutor do veículo, nem com o crime previsto no art. 305
(fuga à responsabilidade civil ou criminal), pois este tem cabimento em acidentes de
trânsito sem vítima.
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Fuga à responsabilidade civil e criminal – art. 305
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971.959 com a fixação da seguinte tese: “A regra que prevê o crime do art. 305 do
Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) é constitucional, posto não infirmar o
princípio da não incriminação, garantindo o direito ao silêncio e ressalvadas as
hipóteses de exclusão da tipicidade e da antijuridicidade”.
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Não haverá concurso com os crimes previstos nos artigos 302
(homicídio culposo), 303 (lesão corporal culposa), 304 (omissão
de socorro) e 312 (fraude processual de trânsito) do CTB, pois
estes têm enquadramento em acidentes de trânsito com vítima.
Também não pode haver concurso com o crime do art. 310
(entrega de direção a pessoa sem habilitação ou sem condições
de dirigir com segurança) porque neste o autor do crime não é
o condutor do veículo.
Fonte: CITA/EaD/Segen.
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psicoativa. Em disposições anteriores era exigida que a conduta fosse realizada em
via pública. Atualmente, ocorre este crime tanto em vias públicas, como em vias não
abertas à circulação (particulares e condominiais). Exige, para a sua caracterização,
a presença do dolo (direto ou eventual): a vontade livre e consciente de dirigir nas
situações previstas no art. 306 do CTB.
De acordo com o § 1º deste art. 306, as condutas previstas no tipo penal serão
constatadas por:
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Assim, considerando a necessidade de comprovação imediata (no momento da
abordagem ou fiscalização) de cometimento do crime, há a necessidade de
submissão do condutor ao teste do bafômetro. Caso este voluntariamente se submeta
ao teste e a medição do aparelho for igual ou superior a 0,34 mg/L (feito o desconto
do erro máximo admissível – neste caso 0,04 mg/L) comprovado estará o crime do
art. 306, além da infração de trânsito do art. 165 do CTB. Caso a medição do aparelho
seja igual ou inferior a 0,33 mg/L (descontados 0,04 mg/L de erro máximo admissível,
a medição considerada será 0,29 mg/L), não estará caracterizado o crime do art. 306
do CTB e serão adotadas as providências previstas pela legislação em relação à
infração de trânsito tipificada no art. 165 do CTB.
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Assim, ao ser encaminhado o infrator à delegacia de polícia competente, pode
a autoridade policial, em razão da recusa ao teste de embriaguez, requisitar a
realização de exames periciais junto ao Instituto de Criminalística para coleta de
sangue e confirmação dos índices de concentração de álcool. Pode também o infrator
recusar a coleta de amostra sanguínea (uma vez que ele não é obrigado a produzir
prova contra si), mas não pode se eximir ao exame do médico perito com a
consignação do competente laudo médico que comprove a influência de álcool ou de
outra substância psicoativa na condução do veículo.
Fonte: portaldotransito.com.br.
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Pode ocorrer o concurso com os crimes previstos nos artigos 304 (omissão
de socorro), 305 (fuga à responsabilidade civil e criminal), 307 (violação da suspensão
ou da proibição do direito de dirigir), 308 (“racha”), 309 (direção não habilitada gerando
perigo de dano), 311 (direção perigosa) e 312 (fraude processual de trânsito) do CTB.
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veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca (art.
175).
Fonte: CITA/EaD/Segen.
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a disposição apenas à suspensão judicial bastaria a seguinte redação: “imposta com
fundamento neste Capítulo” (ou seja, Capítulo XIX, relativo aos crimes de trânsito).
O parágrafo único do art. 307 do CTB prevê conduta equiparada a este crime:
“Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo
estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação”.
Neste caso, incorre também no crime de violação da suspensão o condutor que deixa
de entregar, no prazo de 48 horas, o seu documento de habilitação. A previsão desta
conduta criminosa, no entanto, somente tem cabimento em caso de suspensão
judicial do direito de dirigir, não se aplicando ao condutor que teve o direito de dirigir
suspenso por decisão de autoridade administrativa. É o que prevê o referido § 1º do
art. 293: “Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a
entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir
ou a Carteira de Habilitação” (grifos nossos).
Pode ocorrer o concurso com os crimes previstos nos artigos 302 (homicídio
culposo), 303 (lesão corporal culposa), 304 (omissão de socorro), 305 (fuga à
responsabilidade civil e criminal), 306 (embriaguez ao volante), 308 (“racha”), 311
(direção perigosa) e 312 (fraude processual de trânsito) do CTB.
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automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de
risco à incolumidade pública ou privada: Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três)
anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor”.
Figura 8: Racha
Fonte: CITA/EaD/Segen.
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consigo mesmo. Já a conduta especificada na segunda parte do dispositivo em
análise (exibição ou demonstração de manobra) não exige a participação de mais um
condutor. São caracterizadas nesta parte do tipo penal: manobra perigosa, arrancada
brusca, derrapagem, frenagem com deslizamento de pneus, “cavalo-de-pau”, empinar
motocicleta e dentre outras condutas similares.
Assim, são elementos constitutivos do tipo penal: veículo (s) automotor (es), via
pública, falta de autorização da autoridade competente e situação de risco à
incolumidade pública ou privada. A incolumidade significa evitar o perigo ou risco,
tanto à coletividade, quanto ao indivíduo em particular, e tem relação com a garantia
de bem-estar e segurança de pessoas indeterminadas ou de bens diante de situações
que possam causar ameaça de danos, notadamente corridas e competições nas vias
públicas. Se a conduta dos infratores coloca em risco outras pessoas que estejam nas
proximidades, assistindo aos eventos, se deslocando nas imediações ou mesmo
havendo veículos estacionados, caracterizado estará o crime em razão do perigo
abstrato, não exigindo a efetiva ocorrência de danos físicos ou materiais.
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outras penas previstas (§ 2º do art. 308, CTB). Assim, o
resultado de morte qualifica o crime de “racha”,
impossibilitando o concurso com o crime do art. 302 do
CTB.
Também não haverá concurso com o crime previsto no art. 310 (entrega de
direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com segurança) porque
neste o autor do crime não é o condutor do veículo.
Pode ocorrer o concurso com os crimes previstos nos artigos 304 (omissão
de socorro), 305 (fuga à responsabilidade civil e criminal), 306 (embriaguez ao
volante), 307 (violação da suspensão ou da proibição do direito de dirigir), 309 (direção
não habilitada gerando perigo de dano), 311 (direção perigosa) e 312 (fraude
processual de trânsito) do CTB. Pode haver concurso com o crime previsto no art. 303
(lesão corporal culposa) apenas em caso de lesão corporal de natureza leve.
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Se o condutor dirige de forma normal, conforme as regras de
circulação, sem possuir CNH ou com o direito de dirigir cassado,
não estará cometendo este crime, mas, sim, a infração de
trânsito prevista no art. 162, I ou no art. 162, II do CTB,
respectivamente.
Por conta desta disposição, não haverá concurso com os crimes previstos
nos artigos 306 (embriaguez ao volante) e 308 (“racha”) do CTB. Também não haverá
concurso com os crimes do art. 302 (homicídio culposo) e do art. 303 (lesão corporal
culposa), por conta das disposições do § 1º, I do art. 302 e do § 1º do art. 303 do CTB,
ambas causas de aumento de pena por não possuir permissão para dirigir ou carteira
de habilitação. Também não haverá concurso com o crime do art. 310 (entrega de
direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com segurança) porque
neste o autor do crime não é o condutor do veículo, nem com o crime do art. 307
(violação da suspensão ou da proibição do direito de dirigir), pois neste crime é
necessário ter uma habilitação que tenha sido suspensa ou uma decisão judicial que
proíba a habilitação.
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Pode ocorrer o concurso com os crimes previstos nos artigos 304 (omissão
de socorro), 305 (fuga à responsabilidade civil e criminal), 311 (direção perigosa) e
312 (fraude processual de trânsito) do CTB.
Fonte: jusbrasil.com.br.
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fraturas, condutor emocionalmente perturbado ou sob efeito de medicamentos,
bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas que comprometem a direção do veículo).
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Figura 10: Direção perigosa
Fonte: Autoescolaonline.
Não haverá concurso com o crime previsto no art. 308 (“racha”) do CTB, pois,
em se tratando de corrida ou de competição não autorizada em via pública,
necessariamente haveria uma direção perigosa, mas caracterizada pelo espírito
competitivo em mais de um condutor, ao passo que direção perigosa é uma conduta
individualizada. Também não pode haver concurso com o crime do art. 310 (entrega
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de direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com segurança)
porque neste o autor do crime não é o condutor do veículo.
Pode ocorrer o concurso com os crimes previstos nos artigos 302 (homicídio
culposo), 303 (lesão corporal culposa), 304 (omissão de socorro), 305 (fuga à
responsabilidade civil e criminal), 306 (embriaguez ao volante), 307 (violação da
suspensão ou da proibição do direito de dirigir), 309 (direção não habilitada gerando
perigo de dano) e 312 (fraude processual de trânsito) do CTB.
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Fraude processual de trânsito – art. 312
Fonte: CITA/EaD/Segen.
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Se do acidente de trânsito resultar somente danos materiais e houver a
prática de inovação artificiosa com a mesma finalidade de induzir a erro, não haverá
crime de trânsito e, sim, o crime previsto no art. 347 do Código Penal, sob título de
“fraude processual”: “Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro
o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa”.
Pode ocorrer o concurso com os crimes previstos nos artigos 302 (homicídio
culposo), 303 (lesão corporal culposa), 304 (omissão de socorro), 306 (embriaguez
ao volante), 307 (violação da suspensão ou da proibição do direito de dirigir), 308
(“racha”), 309 (direção não habilitada gerando perigo de dano) e 311 (direção
perigosa) do CTB.
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Figura 12: Suspensão ou proibição do direito de dirigir
Fonte: saladetransito.com.
Pode ter a duração de dois meses a cinco anos (CTB, art. 293) e não se inicia
enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a
estabelecimento prisional (§ 2º do art. 293).
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proporcional ao quantum da pena privativa de liberdade a
que foi condenado o autor do crime de trânsito.
Multa reparatória
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sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código
Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime”.
• Deve ser paga no prazo de dez dias após o trânsito em julgado da sentença;
• Pode ser efetivada em parcelas mensais;
• Pode efetuar-se mediante desconto no salário do condenado;
• Não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e
de sua família;
• É suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
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Circunstâncias agravantes nos crimes de trânsito
• Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de
grave dano patrimonial a terceiros (desde que a potencialidade do dano não
seja elemento constitutivo do crime, como no caso de racha, direção sem
habilitação e direção perigosa);
• Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; 9
• Sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação;
• Com Permissão para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação de categoria
diferente da do veículo;
• Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o
transporte de passageiros ou de carga;
• Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de
acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do
fabricante;
• Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a
pedestres.
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Prestação de socorro à vitima
Dispõe o art. 301 do CTB: “Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de
trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá
fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela”.
Fonte: freepik.com.
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Desta forma, de acordo com a redação do § 1º do citado artigo, os referidos
institutos (analisados pormenorizadamente adiante) não serão aplicáveis ao crime
de lesão corporal culposa de trânsito se o autor incidiu em quaisquer das seguintes
situações:
Desta forma, ainda que se trate de lesão corporal culposa de trânsito, a ação
penal será pública incondicionada, ou seja, não haverá necessidade de
representação da vítima, bem como não caberão a transação penal e a
composição civil extintiva da punibilidade.
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Referido ajuste será homologado pelo magistrado e, em razão disto, a questão
judicial é então encerrada, vez que, conforme previsão do citado artigo, a composição
implica em renúncia ao direito de queixa e de representação, o que traz, como
consequência, a extinção da punibilidade.
“Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts.
74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
45
Transação penal
• Lesão corporal culposa (art. 303), desde que não incida nas situações previstas
no § 1º do art. 291 do CTB (anteriormente esclarecidas), ou seja qualificada
pela influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência ou se resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (§
2º do art. 303 – pena máxima 5 anos);
• Omissão de socorro (art. 304);
• Fuga à responsabilidade civil e criminal (art. 305);
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• Violação da suspensão ou da proibição do direito de dirigir (art. 307);
• Direção não habilitada gerando perigo de dano (art. 309);
• Entrega de direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com
segurança (art. 310);
• Direção perigosa (art. 311);
• Fraude processual de trânsito (art. 312).
De acordo com o art. 89, caput, da Lei nº 9.099/1995, nos crimes em que a
pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, o Ministério Público, ao
oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro
anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos disciplinados no art. 77 do
Código Penal:
São condições que podem ser determinadas para que o acusado faça jus ao
benefício (§§ 1º e 2º do art. 89 da Lei nº 9.099/1995):
47
• Proibição de frequentar determinados lugares;
• Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
• Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e
justificar suas atividades;
• Outras condições, a critério da autoridade judiciária, desde que adequadas ao
fato e à situação pessoal do acusado.
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Figura 14: Penas restritivas de direito
Fonte: CITA/EaD/Segen.
49
Os crimes de trânsito, por serem delitos culposos ou, na sua maioria, cometidos
sem violência ou grave ameaça à pessoa, revelam-se, em tese, passíveis de terem
suas penas privativas de liberdade substituídas por penas restritivas de direitos.
“Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações
em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva
de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades
públicas, em uma das seguintes atividades:
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Ou seja, quando se tratar de homicídio culposo de trânsito ou de lesão
corporal culposa de natureza grave ou gravíssima, qualificados pela influência de
álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, não será
permitida a substituição da pena privativa de liberdade por prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas (Código Penal, art. 44).
Fonte: jus.com.br.
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Segundo o art. 77 do Código Penal, a execução da pena privativa de
liberdade, não superior a 2 anos, poderá ser suspensa, por 2 a 4 anos, desde que:
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• Homicídio culposo (art. 302), desde que não seja qualificado pela influência de
álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência
(§ 3º do art. 302 – pena mínima de 5 anos);
• Lesão corporal culposa (art. 303), desde que não seja qualificada pela
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima (§ 2º do art. 303 – com reais possibilidades de exceder a pena
mínima de 2 anos previstas nestas situações);
• Omissão de socorro (art. 304);
• Fuga à responsabilidade civil e criminal (art. 305);
• Embriaguez ao volante (art. 306);
• Violação da suspensão ou da proibição do direito de dirigir (art. 307);
• “Racha” (art. 308), desde que não seja qualificado por lesão corporal de
natureza grave (§ 1º do art. 308 – pena mínima de 3 anos) ou por resultar morte
(§ 2º do art. 308 – pena mínima de 5 anos);
• Direção não habilitada gerando perigo de dano (art. 309);
• Entrega de direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com
segurança (art. 310);
• Direção perigosa (art. 311);
• Fraude processual de trânsito (art. 312).
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Figura 16: Acordo de não persecução penal
Fonte: CITA/EaD/Segen.
Este instrumento constitui modelo de justiça consensual negociada, ou seja,
um ajuste obrigacional celebrado entre o Ministério Público e o investigado, desde que
assistido por advogado e homologado judicialmente, no qual o autor de crime assume
sua responsabilidade, aceitando cumprir algumas condições menos severas do que a
sanção penal aplicável ao fato a ele imputado.
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local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
55
Finalizando
56
MÓDULO 2 – ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Apresentação do módulo
57
Objetivos do módulo
Estrutura do módulo
58
AULA 1 – QUESTÕES OPERACIONAIS
Fonte: portaljurisprudencia.com.br.
59
demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade competente; dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida
permissão para dirigir ou habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir; trafegar
em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais,
estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou
onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas) para que haja a
configuração do crime.
No caso do art. 308, para que a disputa automobilística não autorizada seja
considerada crime é preciso resultar “situação de risco à incolumidade pública ou
privada”.
Fonte: CITA/EaD/Segen.
60
Tratando-se de suposto caso de direção perigosa (art. 311), se o motorista
dirige veículo nas proximidades de escola, na madrugada, em período de férias, em
ruas sem movimentação de pessoas e de veículos, não estará “gerando perigo de
dano” à incolumidade pública e, consequentemente, não incidiu no referido crime.
Em situações nas quais não ficar comprovado o perigo de dano nos referidos
tipos penais, caso tenha sido o condutor conduzido à delegacia de polícia, a
autoridade policial não poderá adotar nenhuma providência por inexistência do crime,
restando, tão somente, as providências de natureza administrativa frente à ocorrência
de infração de trânsito, a cargo do profissional de segurança pública responsável pela
condução. Isto sem contar os desgastes à imagem do profissional, com o
questionamento da capacitação técnica por parte dos conduzidos, e o desperdício de
recursos empregados no atendimento da ocorrência.
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Termo circunstanciado de ocorrência (TCO)
Fonte: amems.net.br.
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O termo circunstanciado é a narrativa elaborada pela autoridade
policial, em que, sem a necessidade de elaboração de termos
de declarações ou mesmo de realização do tradicional
interrogatório minudenciado no CPP, são registradas sponte
propria os elementos de informação sobre o crime de menor
potencial ofensivo que tenha chegado ao seu conhecimento. É
dizer: em lugar do conjunto de termos de declarações prestadas
diante de si e de escrivão, a autoridade policial simplesmente
narra de per si o que lhe chegou ao conhecimento, sem a
necessidade de transcrição ou escritura formalizada. O termo
circunstanciado prestigia, a um só tempo, a narrativa oriunda da
oitiva realizada pela autoridade, bem assim otimiza o trabalho
policial, que dispensa a vetusta função do escrivão e a excessiva
‘cartorialização’ da atividade investigativa. (CUNHA et al., 2020)
Estabelece o parágrafo único do art. 69 da mesma lei: “Ao autor do fato que,
após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
fiança [...].”
• Lesão corporal culposa (art. 303), desde que não incida nas situações previstas
no § 1º do art. 291 do CTB (anteriormente esclarecidas), ou não seja qualificada
pela influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência e se não resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima
(§ 2º do art. 303 – pena máxima 5 anos);
• Omissão de socorro (art. 304);
• Fuga à responsabilidade civil e criminal (art. 305);
• Violação da suspensão ou da proibição do direito de dirigir (art. 307);
• Direção não habilitada gerando perigo de dano (art. 309);
• Entrega de direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de dirigir com
segurança (art. 310);
• Direção perigosa (art. 311);
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• Fraude processual de trânsito (art. 312).
Fonte: CITA/EaD/Segen.
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Já o seguinte art. 304 enumera estar em flagrante delito quem:
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Contudo, na avaliação das circunstâncias em que tais crimes foram cometidos,
é importante observar a disposição do art. 301 do CTB (analisado na aula 3 do módulo
anterior deste curso): “Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se
prestar pronto e integral socorro àquela” (grifo nosso).
Inquérito policial
Nas ocorrências de crime de trânsito em que não tenha sido possível a prisão
em flagrante delito do autor (excluídos os crimes de trânsito que são apurados por
meio de termo circunstanciado de ocorrência), será cabível a instauração de inquérito
policial para investigação das circunstâncias em que referido crime ocorreu.
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O destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público (nos crimes
de ação penal pública, como é o caso de todos os crimes de trânsito) que com ele
forma a sua opinio delicti para o início da ação penal, com a apresentação de
denúncia.
Fonte: CITA/EaD/Segen.
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• Sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência;
• Participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;
• Transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50
km/h (cinquenta quilômetros por hora).
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• Lesão corporal culposa – art. 303;
• Fuga à responsabilidade civil e penal – art. 305;
• Fraude processual de trânsito – art. 312.
Omissão de socorro
Embriaguez ao volante
Fonte: portaldotransito.com.br.
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• Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência: Infração - gravíssima; Penalidade -
multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. Medida
administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do
veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997;
• Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância
psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)
meses; Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e
retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270.
“Racha”
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• Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e
demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como
condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a
via: Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
de dirigir e apreensão do veículo; Medida administrativa - recolhimento do
documento de habilitação e remoção do veículo; ou
• Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa,
mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou
arrastamento de pneus: Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes),
suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo; Medida administrativa -
recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.
O crime de direção não habilitada gerando perigo de dano (art. 309) tem
correspondência com as seguintes infrações de trânsito:
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O crime de entrega de direção a pessoa sem habilitação ou sem condições de
dirigir com segurança (art. 310) tem correspondência com as seguintes infrações de
trânsito:
• Art. 163 c/c art. 162, I: Entregar a direção do veículo a pessoa sem possuir
Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para
Conduzir Ciclomotor: Infração - gravíssima; Penalidade - multa (três vezes);
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor
habilitado; ou
• Art. 163 c/c art. 162, II: Entregar a direção do veículo a pessoa com Carteira
Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir
Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de dirigir: Infração -
gravíssima; Penalidade - multa (três vezes); Medida administrativa -
recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado; ou
• Art. 164 c/c art. 162, I: Permitir que pessoa sem possuir Carteira Nacional de
Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor
tome posse do veículo automotor e passe a conduzi-lo na via: Infração -
gravíssima; Penalidade - multa (três vezes); Medida administrativa - retenção
do veículo até a apresentação de condutor habilitado; ou
• Art. 164 c/c art. 162, II: Permitir que pessoa com Carteira Nacional de
Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor
cassada ou com suspensão do direito de dirigir tome posse do veículo
automotor e passe a conduzi-lo na via: Infração - gravíssima; Penalidade -
multa (três vezes); Medida administrativa - recolhimento do documento de
habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado; ou
• Art. 166: Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo
habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-
lo com segurança: Infração - gravíssima; Penalidade - multa.
Direção perigosa
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O crime de direção perigosa (art. 311) tem correspondência com as seguintes
infrações de trânsito:
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Finalizando
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NOTAS DE FIM
1 MARQUES, José Frederico. Curso de Direito Penal. v. 1. São Paulo: Saraiva, 1954.
2 WELZEL, Hans. A teoria da ação finalista. Buenos Aires: Depalma, 1951.
3 DELMANTO, Celso. Código Penal comentado. Rio de Janeiro: Renovar, 1991.
4 WELZEL, Hans. Culpa e delitos de circulação. Rio de Janeiro: Borsoi, 1971.
5 MARQUES, José Frederico. Tratado de direito penal. São Paulo: Saraiva, 1956.
6 CTB, art. 291, § 1o - Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o
Podivm, 2021.
8 A presente questão não é pacífica, embora o STJ tenha adotado este
no art. 311 do Código Penal: Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou
equipamento: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Pena - reclusão, de três a
seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
10 Celso Delmanto. Código Penal Brasileiro. 3. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1991.
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