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Contents

1- Introdução..................................................................................................................... 3

1.2 - Justificativa ........................................................................................................... 4

1.3 - Objectivo Geral .................................................................................................... 4

1.5 - Objectivo Específico ............................................................................................ 4

2 - Revisão Bibliográfica .................................................................................................. 5

3 - Metodologia ................................................................................................................ 6

4 - Sanções Aplicáveis ao Infractor a Luz do CP e Legislação Avulsa ............................ 6

4.1 - Codigo Penal ........................................................................................................ 6

4.2 - No que concerne a Lei nr. 3/97 de 13 de Março................................................... 6

5 - Sanções aplicáveis ao infractor no contexto penitenciário.......................................... 7

5.1 - Ao recluso ............................................................................................................. 7

5.6 - Ao agente penitenciário ........................................................................................ 8

6 – Conclusão................................................................................................................ 9

Referencias Bibliográfica ............................................................................................... 10


Siglas e Abreviaturas

EP´s – Estabelecimentos Penitenciários.

MT – Meticais.

C.P.P. – Código do Prossesso Penal.

C.P. – Código Penal.

SERNAP – Serviço Nacional Penitenciário

M.P. – Ministério Público

1- Introdução

O presente trabalho esta inserido na cadeira de Noções de Toxicologia e é de caráter


avaliativo e aborda sobre a as sanções aplicáveis ao traficante e consumidor de
estupefacientes , substâncias psicotrópicas, percursores e preparados nos EP`s.
Hodiernamente è preocupação de todos Estados lutar contra a toxidependência, consumo
e tráfico de drogas, problema que regista-se ate no interior das cadeias, dificultando assim,
o processo de reabilitação e reinserção dos condenados e, dificultando o estabelecimento
de uma ordem interna no seio da população reclusória. No que concerne ao Estado
moçambicano, depois da independência do jugo colonial português, com vista a regulação
do comportamento do seu povo socorria-se aos princípios de direito internacional
público ratificando as disposições mais significativas da convenção das nações Unidas
sobre o tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas de 1988, através
da Resolução número 11/96 de 4 de Maio. Em 1997 Moçambique viu a necessidade de
transpor essas normas para o seu ordenamento jurídico e aperfeiçoar os instrumentos
jurídicos de combate ao tráfico e consumo ilícitos de drogas, nos termos do número 1 do
artigo 135 da Constituição da Republica de 1990, e constituindo se assim, a Lei nº 3/97
de 13 de Março, num instrumento de grande relevo neste âmbito, que permite a criação
de normas menos hierarquizadas como e caso da legislação penitenciária no diz respeito
a estas matérias na regulação do comportamento de reclusos e agentes com funções de
guarda penitenciária. No presente trabalho iremos ver como serão punidos nos termos da
Lei reclusos e agentes que se envolvem com o tráfico e consumo de estupefacientes ,
substancias psicotrópicas, percursores e preparados nos EP`s. A estrutura deste trabalho
apresenta introdução, justificativa, objectivos , revisão bibliográfica, desenvolvimento
conclusão e referências bibliográficas.
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1.2 - Justificativa

No domínio profissional

Com a presente pesquisa espera-se que os agentes e a população reclusória tenham


consciência de que para além dos danos a sua integridade física, traficar e consumir
estupefacientes , substancias psicotrópicas, percursores e preparados nos EP`s è punível
nos termos do ordenamento jurídico moçambicano e internacional, para os reclusos assim
como para os agentes com funções de guarda penitenciária podem incorrer a sanções
disciplinares como também criminais, pelo que o presente estudo visa garantir que estes
não pautarão por estas condutas proibidas nos termos da lei.

No domínio Social

A dinâmica social è um dos factores que possibilitam a produção e circulação de drogas


e outras substâncias com efeitos similares no estado moçambicano, portanto com o
presente estudo a sociedade conhecendo os preceitos legais sobre quem traficar e
consumir estupefacientes , substancias psicotrópicas, percursores e preparados, esta vai
evitar estas práticas e ainda vai denunciar eventuais violadores destas normas legalmente
constituídas.

No domínio Institucional

A analise das sanções aplicáveis ao traficante e consumidor de estupefacientes,


substancias psicotrópicas, percursores e preparados nos EP`s, vai ajudar a aplicar
melhores estratégias no âmbito da aplicação das medidas disciplinares ao infractor.

No domínio Académico

Para este domínio o presente estudo ira servir de mais uma fonte de consulta para o
meio académico.

1.3 - Objectivo Geral

 Analisar as sanções aplicáveis ao traficante e consumidor de estupefacientes ,


substancias psicotrópicas, percursores e preparados nos EP`s.

1.5 - Objectivo Específico

 Identificar as sanções aplicáveis ao infractor a luz do CP e legislação avulsa.


 Descrever as sanções aplicáveis ao infractor no contexto penitenciário.

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2 - Revisão Bibliográfica

Palavras Chave : Sanção e, Infractor

Para Kelson (1998) a sanção é sempre a consequência preestabelecida para determinado


comportamento, podendo significar, também, a privação compulsória de determinado
bem.

Do outro lado, Filho (1999, p. 355) alude que,

“Sanção jurídica deve ser compreendida modernamente, como uma reação ou retribuição
prevista no ordenamento normativo, blindando-se esta contraprestação de uma feição
premial (sanção premial), quando o agente adota a conduta aprovada ou esperada, ou um
caráter punitivo (sanção negativa), quando o ato praticado é indesejado ou dissonante.”

Apesar de o conceito de Filho se mostrar completo por se apresentar robustecido por


permitir que um termo seja visto em duas faces, premial e dissonante, contudo, para o
presente trabalho, falar-se-à de “sanção” na perspectiva de Kelson por se mostrar um
conceito simples, directo e prático para a compreensão do presente trabalho.

Para a Faculdade de Direito de Cornell (2012), Infrator é um termo legal usado no


contexto do direito penal para se referir a uma pessoa condenada por cometer um crime
ou ofensa .

Outrossim, Maynez (2020) refere que trata-se de infractor aquele que possui uma
conduta desviante punível por lei.

De forma directa, Santos (2017, p. 41) “Se pudéssemos de uma maneira simplista,
infractor é todo aquele que cometeu uma infração.”

O conceito de Faculdade de Direito de Cornell diverge com o de Maynez que considera


infractor aquele que è condenado, sendo que o outro considera infractor apenas que
cometeu uma infração e este, tem como apoiante Santos. Contudo para o presente trabalho
vai se considerar infractor aquele que violou o código de convivência social seja ele
condenado ou não.

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3 - Metodologia

Segundo Gil (2002, p.162) “nesta parte, descrevem-se os procedimentos a serem seguidos
na realização da pesquisa. Sua organização varia de acordo com as peculiaridades de cada
pesquisa.”

No que concerne a este trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica. Segundo Gil (2008,
p. 50) “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científico”. Acrescenta , ainda, o mesmo
autor que, “Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.”
Isso fundamenta a nossa escolha para a realização deste trabalho. E essa pesquisa
bibliográfica fez-se acompanhar pela técnica de análise de conteúdo e como instrumento
de recolha de dados usou-se a grelha de análise de conteúdo.

4 - Sanções Aplicáveis ao Infractor a Luz do CP e Legislação Avulsa.

4.1 - Código Penal

O C.P. moçambicano não trata especificamente das sanções que são aplicáveis ao
traficante e consumidor de estupefacientes , substancias psicotrópicas, percursores e
preparados, deixando esta responsabilidade a cargo da legislação avulsa que è o caso da
Lei nr. 3/97 de 13 de Março que define o regime jurídico aplicável ao tráfico e consumo
de Estupefaciente e Substâncias Psicotrópicas, Percursores e Preparados ou outras
substâncias de efeitos similares e cria o Gabinete Central de prevenção e Combate à
Droga. Porém iremos trazer um aspecto que tem relação com o tema por nòs abordado
ligado as penas não privativas de liberdade patente na alínea e) do nr. 1 do artigo 69 que
diz ser proibida a aplicação de penas não privativas de liberdade sempre que o agente
tiver praticado o crime de tráfico de estupefaciente ou de substâncias psicotrópicas.

4.2 - No que concerne a Lei nr. 3/97 de 13 de Março, esta subsidia-se as disposições
do Código Penal e legislação complementar na falta de disposição especifica (artigo 63),
ao exemplo das circunstâncias agravantes e atenuantes (artigos 40 e 45 do Código Penal).
Ainda aplica-se a Lei Penal moçambicana para os factos praticados fora do território
nacional, quando o crime tiver sido praticados por cidadão estrangeiro, desde que o agente
se encontre em Moçambique e não seja extraditado (artigo 64 da Lei nr. 3/97 de 13 de
Março).

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A Lei nr. 3/97 de 13 de Março prevê e estatui sobre a pratica por cidadãos nacionais e
estrangeiros as seguintes infracções criminais :

- Penalização de Cultivo de Cannabis Sativa - Artigo 34, a pena è de 3 dias a 1 ano de


prisão.
- Traficante – consumidor, artigo 37 Se o destino for o uso pessoal, um a dois anos e
multa até 10 mil MT.
- Tráfico de consumo em lugares públicos ou de reunião - artigo 38, pena de 12 a 16
anos.
- Abuso de exercício de profissão – Artigo 39, será punido com a pena de prisão de 8 a
12 anos de prisão maior.
- Utilização indevida de equipamento, material e precursores – Artigo 35, neste artigo
temos moldura penal varia de 2 a 16 anos de prisão maior.
- Tráfico de pequenas quantidades - artigo 36, dependendo do tipo de substância em
anexo nas tabelas, serão aplicadas penas de 2 a 8 anos de prisão maior e multa de 10 a 30
mil MT e 2 anos de prisão e multa correspondente.

- Tráfico e outras actividades - Artigo 33, pela prática do crime de tráfico propiamente
dito incorre o infractor a moldura penal que varia 12 a 20 anos de prisão maior.

5 - Sanções aplicáveis ao infractor no contexto penitenciário.

As prisões que deviam ser locais mais seguros no concerne a entrada e saída de objectos
e substancias proibidas a luz da lei, muitas vezes tem se mostrados frágeis permitindo um
fluxo de entrada e saída de drogas, o fraco controle de produtos que podem ser
transformados em entorpecentes pela população prisional, isso porque os agentes tem
falhado no que concerne a segurança de procedimentos, seja por corrupção ou mera
negligência.

5.1 - Ao recluso

Lei n.º 26/2019 de 27 de Dezembro : Lei que aprova o Código de Execução das Penas
prevê para o recluso infracções disciplinares simples (Artigo 116) e infracções
disciplinares graves (artigo 117), portanto, é considerada infracção grave deter, possuir,
introduzir, produzir, fabricar, distribuir ou transaccionar no estabelecimento penitenciário
estupefacientes ou qualquer outra substância tóxica, fármacos não prescritos ou bebidas

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alcoólicas não autorizadas ou organizar essas actividades, a luz da alínea j) do artigo 117
da Lei n.º 26/2019 e como medida disciplinar será aplicada ao recluso internamento em
cela disciplinar até 21 dias conforme o nº 2 e a alínea g) do nº 1 do artigo 118 . Regra
geral, por esta infracção cometida pelo recluso constituir um tipo legal de crime previsto
na Lei nº 3/97 de 13 de Março, o recluso também ira responder criminalmente, por não
se tratar de um crime particular ou semi-particular, que depende da queixa do ofendido,
por tratar-se sim de um crime público alicerçado ao princípio da oficialidade previsto no
artigo 52 do C.P.P., a Direccao do E.P. ira participar a pratica deste crime pelo recluso
junto ao M.P. que compreende a mesma jurisdição daquele E.P.

5.6 - Ao agente penitenciário

De acordo com Decreto nº 64/2013 de 6 de Dezembro que aprova Estatuto do Pessoal do


SERNAP com Funções de Guarda Penitenciária prevê o conteúdo das sanções
disciplinares que são ; a advertência; repreensão pública; a guarda, patrulha e piquete;
multa; despromoção; demissão e; expulsão, consiste no afastamento definitivo do
infractor da Guarda Penitenciária e do aparelho de Estado, não podendo reingressar na
função pública, alíneas a), b), c), d), e), f), e g) do artigo 130. Nessa senda, prevê pena de
expulsão ao agente penitenciário pela introdução e posse de bebidas alcoólicas,
substâncias psicotrópicas nos Estabelecimentos Penitenciários a luz da alínea b) do artigo
137. Para além a administração penitenciária terá de fazer uma denúncia junto do M.P.
de modo a se fazer a abertura de um processo crime.

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6 – Conclusão

Concluindo, em Moçambique aos traficantes e consumidores de estupefacientes ,


substancias psicotrópicas, percursores e preparados, eram punidos depois da
independência nacional e antes de 1997, eram punidos no âmbito do direito internacional
público ratificando as disposições mais significativas da convenção das nações Unidas
sobre o tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas de 1988. Em 1997
a previsão normativa sobre essa matéria passa formalmente para o ordenamento jurídico
interno através da Lei nr. 3/97 de 13 de Março que define o regime jurídico aplicável ao
tráfico e consumo de Estupefaciente e Substâncias Psicotrópicas, Percursores e
Preparados ou outras substâncias de efeitos similares e cria o Gabinete Central de
prevenção e Combate à Droga. Para o âmbito penitenciário os internos respondem
disciplinarmente pelo tráfico e consumo de estupefacientes , substancias psicotrópicas,
percursores e preparados a luz da Lei n.º 26/2019 de 27 de Dezembro : Lei que aprova o
Código de Execução das Penas, e o agente penitenciário responde disciplinarmente a luz
do Decreto nº 64/2013 de 6 de Dezembro que aprova Estatuto do Pessoal do SERNAP, e
ambos (recluso e o agente) respondem criminalmente, através da Lei nr. 3/97 de 13 de
Março e outras leis internacionais ratificadas por moçambicano , portanto o Estado
moçambicano dispõe de normas legalmente constituídas para lutar contra o tráfico e
consumo de estupefaciente e substâncias psicotrópicas, percursores e preparados ou
outras substâncias de efeitos similares.

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Referências Bibliográficas

1. FACULDADE DE DIREITO DE CORNELL. (2012).Infrator. Disponível em


https://www.law.cornell.edu/wex/offender#:~:text=Offender%20is%20a%20leg
al%20term,the%20legal%20age%20of%20majority. Acesso em 15.09.202
2. FILHO, M.B. (1999). A Sanção Premial no Direito. Brasília.
3. Gil, A.C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Atlas, 6ª Ed. S. Paulo.
4. KELSEN, H. (1996).Teoria Pura do Direito. Ed. Martins Fontes, São Paulo.
5. MAYNEZ, J . (2020). O que è um infrator. Brasil
6. SANTOS, R. (2017). Introdução ao Estudo de Direito. Ed. Saraiva, Brasil

Legislação;
Lei n.º 26/2019, de 27 de Dezembro. Lei que aprova o código de execução das penas
privativas de liberdade. Moçambique.
Lei n.º 25/2019, de 26 de Dezembro. Lei de revisão do código de processo penal.
Moçambique.
Lei n.º 26/2019 de 27 de Dezembro. Lei que aprova o Código de Execução das Penas.
Moçambique.
Lei n.º 3/97 de 13 de Março. Lei que define o regime jurídico aplicável ao tráfico e
consumo de Estupefaciente e Substâncias Psicotrópicas, Percursores e Preparados.
Moçambique.
Decreto n.º 64/2013 de 6 de Dezembro. que aprova Estatuto do Pessoal do SERNAP com
Funções de Guarda Penitenciária. Moçambique.

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