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RESUMO DA UNIDADE

Esta unidade analisará onze leis importantes que compõem a legislação especial
penal, são elas: Lei Maria da Penha, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto
do Idoso, Lei de Tráfico de Drogas, Lavagem de Capitais, Abuso de Autoridade,
Estatuto do Desarmamento, Código de Trânsito Brasileiro, Lei de Interceptação
Telefônica, Juizados Especiais Criminais e Pacote Anticrime. Trata-se de um módulo
voltado para formação e atualização de profissionais do direito que atuam em
diversos seguimentos, como na advocacia, no poder judiciário, bem como, aos que
aprimoram seus estudos para lecionar na área jurídica. Justifica-se o estudo das leis
supramencionadas, uma vez que são de extrema importância para os profissionais
que atuam na área criminal, sendo pauta constante de análise cotidiana em
gabinetes criminais, escritórios de advocacia e repartições públicas, garantindo ao
estudante o preparo não apenas para a área teórica, mas também a unidade está
permeada de ensinamentos práticos, buscando sua total capacidade a fim de que o
estudo traga autonomia e segurança para atuar em processos e procedimentos que
envolvam leis especiais penais.

Palavras-chave: Leis Especiais Penais. Prática Criminal. Estatutos.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................4


CAPÍTULO 1 – ESTUDOS SOBRE A LEI MARIA DA PENHA E CRIMES
ENVOLVENDO O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, BEM COMO,
O ESTATUTO DO IDOSO. ....................................................................................................5
1.1 Lei Maria da Penha...................................................................................................5
1.1.1 Conceitos iniciais.......................................................................................................5
1.1.2 Analisando a Lei nº 11.340/2006............................................................................5
1.2 Estatuto da Criança e do Adolescente. .............................................................. 11
1.2.1 Conceitos iniciais.................................................................................................... 11
1.2.2 Ato infracional. ........................................................................................................ 12
1.2.3 Ato praticado por criança. ..................................................................................... 14
1.2.4 Ato praticado por adolescente. ............................................................................ 14
1.2.5 Procedimentos ........................................................................................................ 14
1.2.6 Processo .................................................................................................................. 16
1.2.7 Medidas Socioeducativas. .................................................................................... 17
1.2.8 Internação................................................................................................................ 18
1.2.9 Cumprimento da Internação. ................................................................................ 19
1.3 Estatuto do Idoso. .................................................................................................. 20
CAPÍTULO 2 – PRINCIPAIS ASPECTOS CRIMINAIS E PROCESSUAIS DAS LEIS
DE TRÁFICO DE DROGAS, LAVAGEM DE CAPITAIS, ABUSO DE AUTORIDADE,
ESTATUTO DO DESARMAMENTO E CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO...... 24
2.1 LEI DO TRÁFICO DE DROGAS.......................................................................... 24
2.1.1 Conceitos iniciais.................................................................................................... 24
2.1.2 Uso pessoal............................................................................................................. 24
2.1.3 Do tráfico de Drogas .............................................................................................. 25
2.2 Lavagem de Capitais. ............................................................................................ 33
2.2.1 Processo, procedimento e competência. ........................................................... 35
2.3 Abuso de Autoridade. ............................................................................................ 38
2.4 Estatuto do Desarmamento .................................................................................. 41
2.5 Código de Trânsito Brasileiro. .............................................................................. 46

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CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A LEI DE INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA, JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS E PACOTE ANTICRIME. ....... 54
3.1 Lei de Interceptação Telefônica........................................................................... 54
3.2 Juizados Especiais Criminais............................................................................... 56
3.2.1 Conceitos gerais..................................................................................................... 56
3.2.2 Competência e atos processuais. ....................................................................... 57
3.2.3 Fases do processo e do procedimento. ............................................................. 57
3.2.4 Considerações finais. ............................................................................................ 59
3.3 Pacote Anticrime .................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 69

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

A unidade inicia seus estudos tratando da Lei Maria da Penha. Atualmente, os


fóruns se abarrotam de processos que tem como matéria a violência doméstica. O
assunto envolve diversos tipos de discussões, desde a utilização e o aprimoramento
de medidas de proteção até o acompanhamento das partes em questões
patrimoniais ou mesmo sobre o entendimento da questão de violência de gênero.
Sobre a análise dos Estatutos da Criança e do Adolescente, bem como, do
Idoso, vale a análise dentro da unidade dos aspectos que envolvem crimes, no caso
do Estatuto da Criança e do Adolescente, o enfoque foi no tocante aos crimes
praticados por crianças e adolescentes e, no Estatuto do Idoso, considerou as
condutas que podem ser consideradas como crimes praticados contra os idosos.
Ao ponderar sobre a lei de tráfico de drogas, vemos os principais aspectos que
permeiam a prática cotidiana como conceito de uso e tráfico, bem como, a análise
dos verbos que compõem o dispositivo que trata do crime tráfico de drogas.
Durante a unidade, percebe-se inclusive nas leis que não foram
supramencionadas, que os capítulos trazem aspectos teóricos necessários para o
desenvolvimento do estudo, sempre permeados de procedimentos práticos, com
organização didática através de tabelas, fluxogramas, citações e juri sprudências,
visando buscar a compreensão do aluno sobre o assunto tratado.
Compreender o ensinamento das leis que compõem essa unidade trará ao
estudante ou profissional da área jurídica a segurança necessária para que não só
atue na prática criminal, mas também que o estudo seja útil inclusive a aqueles que
buscam ingressar na área pública através de concursos públicos.
É importante frisar que as leis especiais penais não se esgotam nas páginas
deste trabalho e há muito que estudar na legislação esparsa, porém as que aqui
estão compreendidas são as que cotidianamente compõem grande parte da rotina
do jurista criminal.

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CAPÍTULO 1 – ESTUDOS SOBRE A LEI MARIA DA PENHA E CRIMES
ENVOLVENDO O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, BEM COMO,
O ESTATUTO DO IDOSO.

1.1 Lei Maria da Penha.

1.1.1 Conceitos iniciais.


A violência contra as mulheres é um dos fenômenos sociais mais denunciados
e que mais ganharam visibilidade nas últimas décadas em todo o mundo.
Devido ao seu caráter devastador sobre a saúde e a cidadania das mulheres,
políticas públicas passaram a ser buscadas pelos mais diversos setores da
sociedade, particularmente pelo movimento feminista. Trata-se de um problema
complexo, e seu enfrentamento necessita da composição de serviços de naturezas
diversas, demandando grande esforço de trabalho em rede.
É essencial que note que o foco da Lei nº. 11.340/2006 1 está na situação de
vulnerabilidade da mulher. Dessa forma, perceba que pode até mesmo ocorrer a
aplicação da lei em estudo nas situações envolvendo outro familiar ou pessoa que
conviva com a vítima, não apenas seu cônjuge, companheiro ou companheira.
No que tange à violência doméstica e familiar, não se pode esquecer que ela
possui causa (consequência e reprodução) social, decorrente, principalmente, do
papel reservado na sociedade às representantes do sexo feminino. Apesar de
reconhecidos avanços, ainda vivemos em uma sociedade com mossas patriarcais
fortes, na qual predominam valores estritamente masculinos, restos de imposição
por condição de poder. A dominação do gênero feminino pelo masculino é apan ágio
das relações sociais patriarcais, que costumam ser marcadas (e garantidas) pelo
emprego de violência física e/ou psíquica 2.

1.1.2 Analisando a Lei nº 11.340/2006.


A partir do art. 7º, o legislador passa a classificar as formas de violência contra
a mulher. É importante ressaltar que esse rol é meramente exemplificativo, de modo
1 LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm. Brasília, 7 de agosto de 2006.
2 Bianchini, Alice. Lei Maria da Penha: Lei 11.340/2006: aspectos assistenciais, protetivos e criminais

da violência de gênero/Alice Bianchini. -2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2014.

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que, ao analisar o caso concreto, é possível o reconhecimento de outras formas de
violência não listadas na lei que serão idôneas para ensejar a aplicação dos
procedimentos específicos para a mulher em situação de vulnerabilidade.
Vejamos quais são as formas de violência previstas pelo legislador:
Violência Física I – a violência física, entendida como qualquer conduta que
ofenda sua integridade ou saúde corporal;
Violência Psicológica II – a violência psicológica, entendida como qualquer
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,
perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saú de
psicológica e à autodeterminação;
Violência Sexual III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta qu e
a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; qu e a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou
que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Violência Patrimonial IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer
conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus
objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
Violência Moral V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria.

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VIOLÊNCIA FÍSICA Ofensa à Integridade Física e Ofensa à
Saúde Corporal.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA Dano Emocional e Redução da
Autoestima.
VIOLÊNCIA SEXUAL Constrangimento relacionado a relações
sexuais não desejadas.
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL Retenção, Subtração ou Destruição de
bens.
VIOLÊNCIA MORA Calúnia, Difamação, Injúria.

No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:
• I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de
imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
• II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;
• III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo
ou local seguro, quando houver risco de vida;
• IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
• V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis.

Além das medidas cautelares existentes no Código de Processo Penal, a Lei


Maria da Penha apresenta um rol específico de medidas para os casos arrolados em
seu texto, de modo a oferecer uma proteção especial e mais eficiente para as
mulheres em situação de vulnerabilidade.
Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
• I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação
ao órgão competente;

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• II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
• III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
− a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas,
fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
− b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
− c) frequentar de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
• IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
• V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios;
• VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e
reeducação;
• VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de
atendimento individual e/ou em grupo de apoio.

Não se deve esquecer de que para garantir a efetividade das medidas


protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força
policial e cabe ao Ministério Público, quando necessário, também, requisitar força
policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de
segurança, fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à
mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as
medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocan te a quaisquer irregularidades
constatadas.

IMPORTANTE
Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou mediante representação da autoridade policial. O juiz poderá revogar a
prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como, de novo, decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

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FIQUE LIGADO
É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher,
de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

Qualquer relação capaz de expor a mulher a uma situação de vulnerabi lidade


poderá ensejar a aplicação da Lei Maria da Penha mesmo que não exista
coabitação, ademais, o vínculo familiar também não é necessário para a
configuração da violência contra a mulher, outrossim, a lei expressamente prevê que
a orientação sexual não é fator determinante para a sua incidência.
Importante ainda saber que a Lei Maria da Penha estabelece que a ofendida
não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.
Para finalizar o estudo do tópico, trago a baila várias das últimas alterações
legislativas ocorridas no ano de 2019, senão vejamos:
• Encaminhamento à assistência judiciária (da ofendida), quando for o
caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial,
de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável
perante o juízo competente.
• Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir
todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde
(SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de
saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de
violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados
ao Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas unidades de
saúde que prestarem os serviços.
• Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo
iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência
doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus
custos ressarcidos pelo agressor.
• A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade
para matricular seus dependentes em instituição de educação básica

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mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição,
mediante a apresentação dos documentos comprobatórios do registro da
ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em
curso.
• Informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual
ajuizamento perante o juízo competente da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável.
• Verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo
e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como
notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro
ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
de 2003 (Estatuto do Desarmamento).
• Informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e
se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiên cia
preexistente.

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade


física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida:
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019);
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019);
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver
delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019).
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado
no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a
manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério
Público concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019).

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§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida
protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019).

Uma importante mudança trazida pela Lei nº 13.894/2019 é que agora a


ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável
no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e exclui -se da
competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a
pretensão relacionada à partilha de bens, salientando que iniciada a situação de
violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou de
dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver.
A nova lei supramencionada ainda pede para determinar o encaminhamento da
ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o
ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento
ou de dissolução de união estável perante o juízo competente.

IMPORTANTE
O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência, as quais
serão registradas em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho
Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública
e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização
e à efetividade das medidas protetivas.

1.2 Estatuto da Criança e do Adolescente.

1.2.1 Conceitos iniciais.


É de grande importância o Estudo do Estatuto da Criança3 e do Adolescente
nessa unidade, pois se trata de uma importante lei que compõe o rol de legislações
penais especiais, contudo saliento o estudo irá se ater aos atos e fatos de
importância dentro da área de estudo do direito penal.

3 LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l8069.htm.


Brasília, 13 de julho de 1990;

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Inicialmente, podemos ver que o conceito de proteção integral da criança e do
adolescente no artigo 227 da Constituição Federal “É dever da família, da sociedade
e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
A Constituição Federal consagrou a proteção integral, garantindo os mesmos
direitos conferidos aos adultos, bem como direitos especiais, em razão da qualidade
de pessoa em desenvolvimento, deste modo, a Carta Magna considera toda pessoa
menor de 18 anos inimputável, ou seja, não praticam crimes ou contração penal,
mas, sim, um ato infracional, sujeitos às normas previstas no ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
Importante salientar que são documentos relevantes para a proteção da
criança e do adolescente:
• 1988: Constituição da República Federativa do Brasil;
• 1989: Convenção dos Direitos da Criança (ONU);
• 1990: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069) Proteção
integral: prioriza o melhor interesse da criança e do adolescente e
assegura todos os meios e oportunidades para seu desenvolvimento
pleno.

1.2.2 Ato infracional.


Ato infracional é a conduta descrita em lei como crime ou contravenção penal,
praticada por crianças e adolescentes. Afirma-se que, em relação ao ato infracional,
há uma tipicidade delegada, tendo em vista que o estudo do Estatuto da Criança e
do Adolescente não traz especificamente as condutas consideradas como ato
infracional. Refere-se ao modo como crianças e adolescentes respondem pela
prática de atos descritos na legislação como crime ou contravenção penal devendo
ser proferido o ato por flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente.

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O estudo dos atos infracionais comporta os artigos 103 a 111 e artigos 171 a
190 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Vale frisar os seguintes conceitos:
• Criança: pessoa de até 12 anos.
• Adolescente: pessoa de 12 a 18 anos.
• Jovem: pessoas entre 15 e 29 anos.

FIQUE LIGADO
Aos jovens menores de 18 anos aplica-se o Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei n. 8.069/90) e, excepcionalmente, o Estatuto da Juventude (Lei nº. 12.852/13).

Observa-se que, se o ato infracional foi praticado por criança (pessoa com
menos de 12 anos completos), o procedimento não é judicial, pois a situação será
analisada no âmbito do Conselho Tutelar, vale frisar que o Conselho Tutelar não é
um órgão policial e não é responsável pela investigação do fato em si, pois essa
responsabilidade é da polícia civil, inclusive para se determinar se houve a
participação de um adulto ou adolescente (que deverão ser devidamente
responsabilizados), portanto o fato deve ser investigado, mas não pelo Conselho
Tutelar.

IMPORTANTE
O conceito de crime é tripartido, ou seja, é formado por três elementos tipicidade,
ilicitude e culpabilidade, nesse ponto, a imputabilidade entra aqui, como crianças e
adolescentes não possuem, não praticam crime.

O Estatuto da Criança e do Adolescente adota a teoria da atividade para


determinar o ato infracional, ou seja, considera-se a idade do agente quando
praticou a conduta, pouco importa sua idade quando se aperfeiçoou o resultado.
Excepcionalmente, haverá a responsabilização até os 21 anos, mas se refere
apenas ao cumprimento das medidas socioeducativas, a qual teve como fato
gerador um ato praticado antes de completar a maioridade penal.

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1.2.3 Ato praticado por criança.
Quando uma criança pratica um ato infracional análogo a algum crime ou a
alguma contravenção penal, receberá no máximo medida de proteção, aplicada pelo
Conselho Tutelar, em regra. Sempre que uma criança for flagrada praticando um ato
infracional, deverá ser encaminhada ao Conselho Tutelar e não perante a autoridade
policial. Isso não quer dizer que não possa ser registrado um boletim de ocorrência
para registro do fato, pois ele serve para a defesa de direitos de terceiros. A criança
nunca poderá receber medida socioeducativa.

Figura4

1.2.4 Ato praticado por adolescente.


O adolescente que pratica ato infracional análogo a crime ou contravenção
penal receberá uma medida socioeducativa e, também, poderá receber medida
protetiva.
Podem ser aplicadas medidas concomitantes, socioeducativas e de proteção,
como podem ser aplicadas apenas medidas socioeducativas ou só de proteção. As
medidas socioeducativas podem ser substituídas a qualquer tempo. O adolescente,
segundo o estatuto, só pode ser apreendido para ser apresentado à autoridade
policial ou judicial.

1.2.5 Procedimentos
Nenhuma criança ou adolescente pode ser apreendido se não estiver em
flagrante de ato infracional ou se não houver ordem judicial de apreensão (man dado

4Nucci, Guilherme de Souza Estatuto da criança e do adolescente comentado / Guilherme de Souza


Nucci. – 4 a ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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de busca e apreensão), nos termos do art. 106 c/c art. 101 do ECA. Ou seja, aplica-
se ao adolescente o art. 5º, LXI da CF/88.
O adolescente apreendido por ordem judicial deve ser apresentado ao juiz
imediatamente (auto de busca e apreensão).
A apreensão de adolescente fora desses casos excepcionais configura o crime
do art. 230 do ECA.
Optando por não liberar o adolescente, o delegado deverá:
1) Apresentar o adolescente imediatamente ao Ministério Público, com cópia do
auto de apreensão ou do Boletim de Ocorrência (art. 175, caput).
2) Não sendo possível a apresentação imediata, deve encaminhar o
adolescente à entidade apropriada de atendimento (compõe a política de
atendimento, vista acima), que ficará encarregada de apresentar o adolescente ao
MP em 24h (art. 175, §1º).
Importante salientar que, onde não houver entidade apropriada, o adolescente
deverá aguardar a apresentação ao Ministério Público em dependência da
Delegacia de Polícia separada da destinada a imputáveis (art. 175, §2º do ECA),
onde, em qualquer hipótese, não poderá permanecer por mais de 05 (cinco) dias,
sob pena de responsabilidade (arts. 5º e 185, §2º c/c art. 235 do ECA).
O flagrante de ato infracional e a apreensão do adolescente devem ser
imediatamente comunicados ao juiz (bem como o local onde o adolescente está),
sob pena de a apreensão ser considerada ilegal e se a comunicação não for feita de
modo adequado, temos a incidência do crime previsto no art. 231, ECA.
Importante ressaltar que é a autoridade policial que faz esta comunicação, o
conselho tutelar só deve ser acionado quando não forem localizados os pais ou
responsáveis, e o adolescente não indicar nenhuma outra pessoa adulta para
acompanhar a lavratura do boletim de ocorrência ou auto de apreensão.
Recebido o adolescente, há que se avaliar a possibilidade de liberação
imediata e essa análise pode ser feita pela:
Autoridade policial: adolescente apreendido em flagrante de ato infracional qu e
não foi cometido com violência ou grave ameaça à pessoa (art. 173) ou sem maior
repercussão social;

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Ministério Público: examina a liberação, avaliando se vai conceder a remissão
ou promover o arquivamento;
Autoridade judiciária: quando cientificada da apreensão e do local em que o
adolescente está.
Vale frisar que nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o
devido processo legal.

1.2.6 Processo
Sobre o aspecto processual dos crimes envolvendo crianças e adolescentes,
importante salientar que, ao receber a representação, o juiz deve marcar a chamada
audiência de apresentação do adolescente (art. 184 a 186 do ECA), a qual é uma
audiência análoga a de interrogatório do antigo procedimento ordinário, ato em que
tanto o adolescente, quanto seus pais/responsáveis serão citados para
comparecerem ao ato, acompanhados de advogado (defensor dativo ou defensor
público designado).
Caso os pais ou responsável não sejam localizados, o Juiz designa curador
especial ao adolescente (art.184, §2º, do ECA), todavia, se não for localizado o
adolescente, expede-se mandado de busca e apreensão e susta-se o processo até
sua localização, portanto o adolescente não poderá ser processado à revelia
(art.184, §3º do ECA).
Caso o adolescente esteja internado, será requisitada sua apresentação sem
prejuízo da notificação de seus pais ou responsável, que deverão estar presentes ao
ato (art.111, VI c/c art.184, §4º, do ECA), contudo, se o adolescente, apesar de
citado, não comparecer ao ato injustificadamente, o juiz designará nova audiência,
expedindo mandado de condução coercitiva (art. 187).
Outrossim, importante saber que a autoridade judiciária competente para o
processo de execução é o Juiz da Infância e da Juventude (ou o juiz que exerce
essa função, na forma da lei de organização judiciária local).
Por fim, vale ressaltar que nenhum adolescente poderá ser processado sem
defesa técnica (Art. 207 c/c o art. 111, III do ECA).

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1.2.7 Medidas Socioeducativas.
É uma medida jurídica aplicada ao adolescente autor de ato infracional, e o rol
taxativo dessas medidas encontra-se no art. 112 do ECA.
Artigo 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente
poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semiliberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de
cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de
trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112
pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da
infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova
da materialidade e indícios suficientes da autoria.

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Figura5

1.2.8 Internação
A medida de internação só poderá ser aplicada quando se tratar de ato
infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, por reiteração
no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento reiterado e
injustificável da medida anteriormente imposta.
Importante saber que o prazo de internação na hipótese de descumprimento
reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta, não poderá ser superior a
3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

SEMILIBERDADE INTERNAÇÃO
- Atividade externa, a critério da equipe
técnica, salvo expressa determinação
- Atividade externa, independe de
judicial em contrário. Aqui o juiz pode
autorização judicial.
proibir que se faça atividade externa e
pode revogá-la.
Não comporta prazo determinado Não comporta prazo determinado
(máximo 03 anos) (máximo 3 anos)

5Nucci, Guilherme de Souza Estatuto da criança e do adolescente comentado / Guilherme de Souza


Nucci. – 4 a ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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1.2.9 Cumprimento da Internação.
Por regra, deve existir entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto
daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critério de idade,
compleição física e gravidade da infração.
Não havendo a entidade na respectiva comarca, deve-se solicitar a
transferência para estabelecimento de adulto onde só pode ficar pelo prazo máximo
de 05 dias, em seção isolada, excedido o prazo, o adolescente deve ser liberado e
inexistindo na comarca, deve-se buscar a transferência.
Importante salientar que deve haver obrigatoriedade de atividades pedagógicas
e reavaliação, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 6 (seis) meses,
podendo ter prazo máximo de três anos de internação, semiliberdade ou de
liberdade assistida, com liberação compulsória aos 21 anos de idade.
A desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
Público, lembrando que há o direito de visita, que pode ser suspenso pela
autoridade judicial.
Sobre a execução das medidas socioeducativas são responsáveis os
ESTADOS (quanto às medidas de semiliberdade e internação e os MUNICÍPIOS
(quanto às medidas socioeducativas em meio aberto (prestação de serviços à
comunidade e liberdade assistida).
Na doutrina, vale citar Nucci que sobre a internação provisória, salienta que
são os seguintes pontos6: 1) só pode ser decretada para os casos de ato infracional,
cuja medida socioeducativa final possa ser internação (conferir as três hipóteses do
art. 122 desta Lei). Não há cabimento em se manter o adolescente internado durante
a instrução para, concluindo o feito, aplicar-lhe liberdade assistida (porque a única
medida possível); configura-se, em nosso ponto de vista, teratologia evidente; 2)
associado do primeiro item, somente se pode decretar a internação provisória
quando o motivo for a manutenção da ordem pública, abrangendo, ao menos, dois
elementos que a constituem (ex.: gravidade concreta do ato infracional + clamor
social; antecedentes + inserção no crime organizado). Não se pode decretar a
internação provisória, evitando-se medida ilógica e abusiva: a) para atos infracionais

6Nucci, Guilherme de Souza Estatuto da criança e do adolescente comentado / Guilherme de Souza


Nucci. – 4 a ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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cuja finalização não poderá ser, jamais, internação, em tese; b) para garantir a
segurança pessoal do adolescente; c) cuidando-se de gravidade abstrata do ato
infracional, isoladamente considerada; d) tratando-se de clamor social,
individualmente colocado em foco.
Na prática, trago ementa jurisprudencial recente sobre o tema:
APELAÇÃO INFRACIONAL. ATOS ANÁLOGOS AOS CRIMES DE TRÁFICO E
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRELIMINAR DE NULIDADE. ILEGALIDADE
POR PARTE DA AUTORIDADE POLICIAL, QUE NÃO ENTREGOU O MENOR
APREENDIDO AO REPRESENTANTE LEGAL. INOCORRÊNCIA. ARTIGO 174 DO
ECA. GRAVIDADE DO ATO INFRACIONAL, SUA REPERCUSSÃO SOCIAL, DEVA
O ADOLESCENTE PERMANECER SOB INTERNAÇÃO. SUBSTITUIÇÃO DA
MEDIDA DE INTERNAÇÃO. NECESSIDADE. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO
ART. 122, DO ECA. SÚMULA 492 DO STJ. SUBSTITUIÇÃO QUE SE IMPÕE.
MEDIDA DE SEMILIBERDADE. PROVIMENTO PARCIAL. Não há que se falar em
nulidade processual, quando a autoridade policial, pela gravidade do ato infracional
e sua repercussão social, mantêm o menor sob internação, apresentando-o ao
Ministério Público para as medidas cabíveis, conforme o disposto no art.174 do
ECA. (...) exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança
pessoal ou manutenção da ordem pública. "O ato infracional análogo ao tráfico de
drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida
socioeducativa de internação do adolescente." - Súmula 492 do STJ. "O art. 122 da
Lei n.º 8.069/1990 estabelece que a internação do adolescente somente será cabível
quando o ato infracional for perpetrado com violência ou grave ameaça à pessoa, n a
hipótese de reiteração na prática (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº
00003903620198150381, Câmara Especializada Criminal, Relator TERCIO
CHAVES DE MOURA , j. em 27-02-2020).

1.3 Estatuto do Idoso.


O Estatuto do Idoso foi instituído com o fim de regular os direitos assegurados
às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Denoto que a Lei nº

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10.741/20037 traz várias formas e condições de regulamentação dessas pessoas
idosas, todavia, passo a discorrer nesse tópico os aspectos que tangem apenas aos
crimes praticados contra pessoas idosas.
A violência contra idosos pode ser definida como qualquer ato, ou ainda a
ausência de uma ação, que cause dano ou incômodo à pessoa idosa. Para ser
considerado como violência contra o idoso o ato pode ser único ou repetitivo e deve
acontecer em uma relação em que haja expectativa de confiança.
Importante salientar que os crimes que estão definidos no Estatuto do Idoso
são de ação penal pública incondicionada.
Sobre os crimes definidos, podemos observar no caput o núcleo dos tipos:

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro
meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de
autoridade pública.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa
permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando
obrigado por lei ou mandado.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso,
submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos
e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho
excessivo ou inadequado.

A lei prevê ainda pena de reclusão e detenção, bem como, causas de aumento
de pena e crimes qualificados nos tipos penais.
Estão entre os casos mais comuns de abusos os psicológicos, financeiros,
negligência, abusos físicos e os abusos sexuais.

7 LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Brasília, 1o de outubro de 2003

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O abuso psicológico é o mais sutil e incluem comportamentos que prejudicam
a autoestima ou o bem-estar do idoso, entre eles xingamentos, sustos,
constrangimento, destruição de propriedades ou impedimento de que vejam amigos
e familiares.
O abuso financeiro inclui o uso ilegal de dinheiro, propriedade ou ativos de uma
pessoa idosa, enquanto a negligência envolve a falha no atendimento de suas
necessidades básicas, como alimentação, habitação, vestimentas e cuidados
médicos.
Entre os efeitos do abuso à saúde estão lesões traumáticas e dor, assim como
depressão, estresse e ansiedade. A violência contra idosos pode levar a um risco
aumentado de colocação em institutos de longa permanência para idosos, uso de
serviços de emergência, hospitalização e morte.
Constituem outras condutas criminosas:
• Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade.
• Negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho.
• Recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar
assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa.
• Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de
ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei.
• Recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
• Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de
ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o
idoso.
• Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade.
• Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por
recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento.
• Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios,
proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com
objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida.

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• Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou
imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso.
• Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor
livremente.
• Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar
procuração.
• Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus
atos, sem a devida representação legal.

O Estatuto criou tipos penais específicos, agravou a pena para outros crimes já
existentes no Código Penal, em leis extravagantes e afastou medidas
despenalizadoras nos crimes cometidos contra o idoso.
A contravenção penal vias de fato, por exemplo, a pena é aumentada de um
terço até a metade se a vítima é maior de 60 anos (art. 21, parágrafo único, da LCP,
com redação dada pela Lei n. 10.741/2003 — Estatuto do Idoso)8.
Tais determinações e inovações podem ser consideradas grande avanço para
o combate à violência cometida contra esta camada da população brasileira, que
não para de crescer.

8Gonçalves, Victor Eduardo Rios Legislação penal especial esquematizado® / Victor Eduardo Rios
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. (Coleção
esquematizado® / coordenador Pedro Lenza). 1. Direito penal - Legislação - Brasil I. Título II. Baltazar
Junior, José Paulo III. Lenza, Pedro IV. Série. 2018.

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CAPÍTULO 2 – PRINCIPAIS ASPECTOS CRIMINAIS E PROCESSUAIS DAS LEIS
DE TRÁFICO DE DROGAS, LAVAGEM DE CAPITAIS, ABUSO DE AUTORIDADE,
ESTATUTO DO DESARMAMENTO E CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.

2.1 LEI DO TRÁFICO DE DROGAS

2.1.1 Conceitos iniciais


Para fins legais, são consideradas drogas “as substâncias ou os produtos
capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em
listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União” (art. 1º, parágrafo
único). Em síntese, droga é a substância ou produto assim relacionado em lei ou ato
administrativo.
No Brasil, a atual relação das drogas é prevista por um ato administrativo,
consistente na Portaria SVS/MS 344/1998, editada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, autarquia sob regime especial ligada ao Poder Executivo.
Portanto, os crimes da Lei de Drogas estão tipificados por normas penais em branco
em sentido estrito (ou heterogêneas).

2.1.2 Uso pessoal


O porte de droga para uso pessoal, embora proibido no Brasil, deixou de ser
infração penal, por não se enquadrar em qualquer das descrições contidas no art. 1º
da Lei de Introdução ao Código Penal.
Em sua ótica, o art. 28 da Lei 11.343/20069 não contempla pena de reclusão
ou de detenção, razão pela qual teria deixado de ser crime, e também não contém
pena de prisão simples ou de multa, daí por que não despontari a como
contravenção penal. A admissão pelo Supremo Tribunal Federal do Recurso
Extraordinário 635.659/SP, no qual se discute a descriminalização do porte de droga
para uso pessoal, Depois do voto do relator e de dois outros Ministros, o julgamento
foi suspenso.

9 LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-


2006/2006/lei/l11343.htm. Brasília, 23 de agosto d e 2006

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2.1.3 Do tráfico de Drogas
O art. 33, caput, da Lei 11.343/2006 contempla 18 (dezoito) núcleos. Cuida-se
de tipo misto alternativo (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado): se o
sujeito praticar mais de um núcleo, no tocante ao mesmo objeto materi al, estará
caracterizado um único delito, mas a pluralidade de condutas deverá ser levada em
conta na dosimetria da pena-base, nos termos do art. 59, caput, do Código Penal.
Em razão disso, é possível uma condenação com base em dois ou mais
núcleos, sem que isso viole o princípio da proibição do bis in idem, contudo, se as
ações recaírem sobre objetos materiais diversos, a exemplo do que se verifica
quando o sujeito importa heroína e vende cocaína, estará caracterizado o concurso
de crimes.
As condutas nucleares do tráfico de drogas propriamente dito são as seguintes:

Significa trazer de fora para dentro, fazer vir de outro país. Para a
configuração dessa modalidade não se exige tenha o agente trazido
Importar: a droga pessoalmente. A consumação ocorre no instante em que a
droga ingressa no território nacional, prescindindo-se da sua
chegada ao destinatário final.
É o ato de encaminhar a droga – por via aérea, marítima ou terrestre
– para fora do país. Pode ser que, para efetuar a exportação, o
Exportar: agente já tenha incorrido em outros núcleos típicos, tais como trazer
consigo e transportar. A consumação, nesse caso, ocorre com a
saída da droga do território brasileiro.
Consiste em deslocar a droga de um local para outro, dentro do
território nacional. Esse deslocamento pode se dar, por exemplo, via
intermediários ou pelos correios. Quanto ao momento consumativo,
o Superior Tribunal de Justiça já decidiu pela desnecessidade da
Remeter:
chegada da droga ao seu destinatário, o que configuraria mero
exaurimento do delito. Prevalece, pois, a ideia de que ocorre a
consumação quando o agente se desfaz da droga, enviando-a,
independentemente da efetiva chegada ao destino final.
Preparar: É a combinação – composição ou decomposição – de substâncias

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não entorpecentes a fim de dar forma à substância tóxica (droga).
Contudo, se uma droga é preparada a partir de outras, que já são
isoladamente classificadas como drogas, a conduta não caracteriza
preparação, pois já existia o tráfico, e a combinação acabará
representando o mero exaurimento.
É o ato de criar, dar origem a uma droga. Distingue-se do verbo
preparar – combinação rudimentar – na medida em que a ação de
Produzir: produzir envolve maior criatividade, tal como ocorre com as
chamadas drogas sintéticas – LSD e ecstasy –, as quais geralmente
são produzidas em laboratório.
Possui sentido semelhante às ações de preparar e produzir,
contudo, a ação de fabricar importa no emprego de meios
Fabricar: mecânicos e industriais na criação da droga. Trata-se da produção
em escala. Note-se que a distinção entre preparar, produzir e
fabricar é bastante tênue.
É a aquisição da droga, a título oneroso (exemplos: compra e venda,
permuta) ou gratuito (exemplo: doação). É desnecessária a efetiva
Adquirir:
tradição da droga para configuração do delito, bastando a efetiva
aquisição (pacto verbal) do entorpecente.
É a alienação (onerosa) mediante contraprestação, que não
necessariamente precisa ser dinheiro. Engloba a compra e a troca
Vender: (ex.: um pacote de cocaína por um telefone celular). Assim como se
dá na modalidade adquirir, a consumação da venda ocorre com a
pactuação entre o vendedor e adquirente.
Verifica-se com a exibição da droga para fins de alienação onerosa a
terceiros, o que pode ocorrer em local aberto ao público (festa) ou
Expor à privado (casa, local de trabalho). Trata-se de crime permanente, cuja
venda: consumação perdura no tempo, enquanto a droga estiver exposta à
venda, autorizando a prisão em flagrante a qualquer tempo,
enquanto durar a permanência.
Ocorre com a sugestão para que terceira pessoa aceite a droga, de
Oferecer:
forma gratuita, ou para que a adquira onerosamente. Ao contrário do

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que ocorre na exposição à venda, em que o agente aguarda a
chegada de eventual comprador, na ação de oferecer o sujeito vai
ao encontro do usuário em potencial e lhe faz a proposta.
Significa manter em estoque a droga pertencente ao próprio agente
– daí o caráter de crime permanente – em determinado local
Ter em
(armazém, galpão etc.), de maneira que seja possível, se
depósito:
necessário, seu deslocamento para outro lugar. Essa mobilidade e a
provisoriedade do depósito são características desse núcleo do tipo.
É a ação de levar a droga de um lugar para outro, por intermédio de
algum meio de locomoção, sem a possibilidade de uso imediato
Transportar:
(exemplo: o agente esconde pacotes de maconha na lataria de seu
veículo e os transporta para outra localidade).
É a ação de levar a droga de um lugar para outro, porém com a
relação de proximidade física entre a droga e o agente (exemplos:
Trazer
droga dentro de uma mochila, nos bolsos do casaco ou dentro do
consigo:
próprio corpo, como ocorre na hipótese da ingestão de cápsulas
sintéticas pelas “mulas do tráfico”).
Apesar da semelhança entre ações de ter em depósito e guardar, na
medida em que ambas indicam uma retenção física da coisa, é
possível interpretá-las diferentemente, porque ter em depósito
expressa um sentido de provisoriedade e mobilidade do depósito, ao
passo que guardar não sugere essas circunstâncias,
Guardar:
compreendendo a ocultação pura e simples, permanente ou
precária. Portanto, o ato de guardar é mais genérico, ‘mas têm
ambos sentido bastante aproximado de modo a ser difícil, às vezes,
sua diferenciação’.” Preferimos, entretanto, outro critério para a
diferenciação dos referidos núcleos.
Significa indicar o uso, receitar. Trata-se de crime próprio, pois exige
uma qualidade especial por parte do sujeito ativo. Ora, a prescrição
Prescrever: de drogas não pode ser feita por qualquer pessoa, mas apenas por
médicos e dentistas. Vale sublinhar que somente haverá crime se a
prescrição da droga ao paciente ocorrer de maneira desautorizada

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ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar
(elementos normativos do tipo). A título ilustrativo, será atípica a
conduta do médico que prescreve morfina ao paciente portador de
câncer, com a finalidade de aliviar-lhe a dor.
É a introdução ou inoculação da droga no organismo de outrem.
Diversamente da ação de prescrever, o ato de ministrar pode ser
Ministrar: levado a efeito por qualquer pessoa. Exemplo: O médico prescreve
uma droga a terceira pessoa, que pode ser ministrada por
enfermeira, cuidador ou parente.
É um núcleo de encerramento do tipo, porquanto visa abarcar as
Entregar a condutas eventualmente não enquadráveis nos demais verbos
consumo: típicos. A entrega para o consumo pressupõe a tradição da droga a
terceira pessoa de forma esporádica, isolada.
A mesma forma que o ato de entregar para consumo, pressupõe a
tradição da droga a terceiro. Entretanto, o núcleo fornecer indica
uma tradição continuada, ou seja, subsistente durante determinado
lapso temporal. O tipo penal, nessa modalidade, difere-se do crime
contido no art. 33, § 3º, em razão de elementos especializantes
Fornecer:
presentes apenas no último, quais sejam: oferecimento eventual;
sem objetivo de lucro; a pessoa de seu relacionamento; para
consumo conjunto.

Como deixa claro o caput do art. 33 da Lei de Drogas, a traficância pode


ocorrer ainda que gratuitamente, mas desde que a conduta seja praticada sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar (elementos
normativos do tipo).
Como se sabe, o tráfico de drogas é crime de ação múltipla, e não exige a
prática de atos de mercancia para a sua configuração, bastando a realização de
alguma das condutas previstas no tipo penal. Com efeito, a conduta de vender
materializa apenas uma das dezoito figuras típicas.
O art. 2º da Lei n. 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos) tem nova redação,
dada pela Lei n. 11.464/2007, publicada em 29 de março de 2007, que admite a

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
progressão de regime prisional quando se tratar de condenação por crime hediondo
e seus equiparados (tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e
terrorismo), uma vez que o novo § 1º do art. 2º da Lei dos Crimes Hediondos diz que
a pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado.
O § 2º do mencionado artigo estabelece a quantidade da pena que deve ser
cumprida para que seja possível a progressão do regime (ou seja, 2/5 para
apenados primários, e 3/5 para reincidentes).
Cabe ressaltar que, no caso de reincidentes, a lei dos crimes hediondos não
faz distinção entre reincidência comum e específica, de forma havendo reincidência,
ao condenado deverá ser aplicada a fração de 3/5 da pena cumprida para fins de
progressão do regime (Informativo 563 do STJ).
A propósito, a fase investigatória também possui regras específicas,
disciplinadas pelos arts. 50 a 53 da Lei de Drogas.
No tocante à Lei de Tóxicos n° 11.343/06, para a lavratura do auto de prisão
em flagrante por tráfico de drogas previsto no art. 33 caput, é indispensável para a
materialidade do delito o exercício de qualquer ação prevista no art. 33 e o laudo de
constatação provisório.

Figura10

10Masson, Cleber. Lei de Drogas: aspectos penais e processuais / Cleber Masson, Vinícius Marçal. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Na doutrina, Masson traz uma importante questão, o índio pode figurar como
sujeito ativo do tráfico de drogas? É evidente que sim. E, como já ressaltado pelo
Supremo Tribunal Federal, “é dispensável o exame antropológico destinado a aferir
o grau de integração do paciente na sociedade se o Juiz afirma sua imputabilidade
plena com fundamento na avaliação do grau de escolaridade, da fluência na língua
portuguesa e do nível de liderança exercida na quadrilha, entre outros elemen tos de
convicção11.
Vale lembrar que os crimes definidos na lei de tráfico são de ação penal pública
incondicionada, e seu trâmite observará o procedimento especial contido nos arts.
54 a 59 da Lei 11.343/2006, aplicando-se subsidiariamente as disposições do
Código de Processo Penal e da Lei 7.210/1984.

11Masson, Cleber Lei de Drogas: aspectos penais e processuais / Cleber Masson, Vinícius Marçal. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Figura sobre o procedimento dos crimes de tóxicos 12.

Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer


defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 dias.

12Messa, Ana Flávia Prática penal para exame da OAB / Ana Flávia Messa. – 11. ed. – São Paulo :
Saraiva Educação, 2020.

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VALE RELEMBRAR
Esquema par lembrar sobre o procedimento ordinário, retirado da doutrina de Prática
Penal 13.

Não se pode esquecer de que há vedação expressa quanto à aplicação do


instituto da fiança nos crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de drogas, terrorismo
e os definidos como crimes hediondos na forma da Lei n. 8.072/90. Entretanto, para
esses casos poderá ser concedida a liberdade provisória, mas deverá ser sem
fiança, haja vista a ausência de vedação legal.
Sobre competência, a súmula 522 do Superior Tribunal de Justiça narra que o
crime de tráfico de drogas será de competência da Justiça Federal apenas se for
transnacional.

13 Prática f orense : prática penal / Fernando Marques...[et al.] – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
(Coleção Prática Forense / coordenada por Darlan Barroso e Marco Antonio Araujo Junior) 1. Direito
2. Direito penal - Brasil 3. Prática f orense 4. Ordem dos Advogados do Brasil - Exames I. Tıt́ ulo II.
Marques, Fernando III. Barroso, Darlan IV. Araujo Junior, Marco Antonio V. Série.

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Por fim, vê-se recente mudança trazida pela lei denominada de PACOTE
ANTICRIME.

Lei 11.343/06 (Lei de Drogas): Novo Tipo Penal


Anterior Atual (Lei 13.964/19)
Não existia dispositivo correspondente. Art. 33. (...) § 1º (...) IV - vende ou entrega
drogas ou matéria-prima, insumo ou
produto químico destinado à preparação de
drogas, sem autorização ou em desacordo
com a determinação legal ou regulamentar,
a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis
de conduta criminal preexistente.

2.2 Lavagem de Capitais.

A Lei nº 9.613/199814 dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de


bens, direitos e valores, bem como, trata da prevenção da utilização do sistema
financeiro para os ilícitos previstos em lei.
A Lei de Lavagem de Capitais (LC) surgiu com um compromisso assumido pelo
Brasil na Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico de Drogas e Substâncias
Psicotrópicas (Convenção de Viena, celebrada no ano de 1988), ratificada pelo
Decreto 154/1991.
Nela, os países signatários reconheceram a falência dos mecanismos de
combate ao Tráfico de Drogas e concluíram que, ante a frustração dos meios, até
então, utilizados, restava pugnar a movimentação financeira do Tráfico. Assim,
originou-se a ideia de criminalizar o procedimento usado pelas organizações
criminosas para mascarar a origem ilícita dos valores – a chamada “criminalização
das lavagens capitais”.
Ademais, vale ressaltar que em doutrina, Moro salienta que em um mundo
cada vez mais complexo, não é pouco usual que criminosos, pretendendo lavar o
14 LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm.
Brasília, 3 de março de 1998.

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produto de sua atividade, recorram a profissionais especializados em investimentos
ou no sistema financeiro internacional 15.
O tipo penal prevê como crime “ocultar ou dissimular a natureza, origem,
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal” (Art. 1º, Lei nº 9.613/1998).
Vale salientar que, anteriormente, a redação trazia a expressão “crime”. Agora,
o legislador não apenas revogou todos os incisos do art. 1º com a Lei nº
12.683/2012, como também, substituiu a palavra “crime” por “infração penal” e isso
significa dizer que, pelo menos, em tese, qualquer infração penal, seja crime ou
contravenção penal, poderá figurar como antecedente da lavagem de capitais.
A lei prevê ainda que incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular
a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal:
• Os converte em ativos lícitos;
• Os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda,
tem em depósito, movimenta ou transfere;
• Importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos
verdadeiros;
• Utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
• Participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que
sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes
previstos nesta Lei.

A lei admite a tentativa e prevê causa de aumento de pena se os crimes


supramencionados forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de
organização criminosa.
Se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações
penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos
bens, direitos ou valores objeto do crime, a pena pode ser reduzida de um a dois

15Moro, Sergio Fernando Crime de lavagem de dinheiro / Sergio Fernando Moro. — São Paulo :
Saraiva, 2010. 1. Lavagem de dinheiro 2. Lavagem de dinheiro – Leis e legislação – Brasil I. Título.

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terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar
de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos.

IMPORTANTE.
Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação
controlada e da infiltração de agentes.

2.2.1 Processo, procedimento e competência.


O processo e julgamento dos crimes previstos na lei de Lavagem de Capitais
obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos
com reclusão e independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes
definidos na lei mencionada, ainda que praticados em outro país, bem como,
independem do processo e julgamento de infrações penais antecedentes, cabendo
ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de
processo e julgamento.
Não há que se falar em manifesta ausência de tipicidade de conduta,
correspondente ao crime de “lavagem de dinheiro”, ao argumento de que o agente
não foi igualmente condenado pela prática de algum dos crimes anteriores arrolados
no elenco taxativo do artigo 1º, da Lei 9.613/98, sendo inexigível que o autor do
crime acessório tenha concorrido para a prática do crime principal, desde que tenha
conhecimento quanto à origem criminosa dos bens ou valores 16.

Praticados contra:
- o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou
São da competência - em detrimento de bens, serviços ou interesses da União,
da Justiça Federal: ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
- quando a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal.

16 STJ, 6ª Turma, HC 36.837/GP, Rel. Min. Paulo Medina, DJ 06/12/2004, p. 372.

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Vale lembrar que o acusado que não comparecer nem constituir advogado
deverá ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação
de defensor dativo.
O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e
quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá decretar:
• Medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou
acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam
instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos na lei de lavagem
de capitais ou das infrações penais antecedentes.
Poderão ainda ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou da
prevista em lei, além de poder ser usada para o pagamento de prestação pecuniária,
multa e custas.
Sobre a Lei de Lavagem de Capitais, é importante ressaltar que se deve
proceder a ALIENAÇÃO ANTECIPADA para preservação do valor dos bens sempre
que estiverem sujeitos a qualquer grau de DETERIORAÇÃO ou DEPRECIAÇÃO, ou
quando houver dificuldade para sua MANUTENÇÃO. Deste modo, o juiz determinará
a:
• Liberação total ou parcial dos bens, direitos e valores quando comprovada
a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e
valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento
de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal.
Outrossim, nenhum pedido de liberação será conhecido sem o
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere a lei,
podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens,
direitos ou valores, sem prejuízo do exposto.
Ademais, observo que a alienação antecipada para preservação de valor de
bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma, que
será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação
ao processo principal.

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FIQUE LIGADO
Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o trânsito em
julgado da sentença proferida na ação penal, será, em caso de sentença:
• Condenatória, nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do
Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos
processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do
Estado respectivo;
• Absolutória extintiva de punibilidade, colocado à disposição do réu pela instituição
financeira, acrescido da remuneração da conta judicial.

Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz


decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado:
• A perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
• A perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos quais
não foi dada destinação prévia; e
• A perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após o
trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de
lesado ou terceiro de boa-fé.

FIQUE LIGADO
São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:
• a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça
Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou
indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles
utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de
boa-fé;
• a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de
diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas
jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade
aplicada.

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2.3 Abuso de Autoridade.

A nova Lei nº 13.869/201917 define os crimes de abuso de autoridade,


cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou
a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
A revogada Lei 4.898/65, em seu artigo 5º, dispunha que: Art. 5º: Considera-se
autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
Pode-se observar que a nova lei procura punir mais autoridades, pois ela
amplia o conceito de autoridade para agente público e traz um rol que não é
taxativo, e, sim, exemplificativo. A mudança é clara e tem a intenção de in ibir
excessos cometidos por autoridades, punindo todo aquele que está investido em
cargo, emprego, função pública ou mandato eletivo.
As condutas descritas na Lei constituem crime de abuso de autoridade quan do
praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou
beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação
pessoal.

I - servidores públicos e
militares ou pessoas a eles
equiparadas;
agente público, servidor
II - membros do Poder
ou não, da administração
Legislativo;
direta, indireta ou
III - membros do Poder
f undacional de qualquer
Sujeito ativo não se limitando a: Executivo;
dos Poderes da União,
IV - membros do Poder
dos Estados, do Distrito
Judiciário;
Federal, dos Municípios
V - membros do Ministério
e de Território
Público;
VI - membros dos tribunais ou
conselhos de contas.

17 LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-


2022/2019/lei/L13869.htm. Brasília, 27 de setemb ro de 2019.

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Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou
entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

Os principais órgãos do Poder Legislativo brasileiro são:


• Órgãos federais. Congresso Nacional – Senado Federal e Câmara dos
Deputados.
• Órgãos estaduais. Assembleias legislativas: representadas pelos
deputados estaduais.
• Órgãos municipais. Câmaras municipais: representadas pelos
vereadores.
• As autoridades civis do Poder Executivo são:
• Autoridades federais. Presidente e Vice; Ministros.
• Autoridades estaduais. Governadores e Vices;
• Secretários Estaduais. Autoridades municipais.
• Prefeitos e Vices; Secretariado.
O Poder Judiciário é constituído de ministros, desembargadores e juízes.
As funções essenciais da Justiça, em sentido amplo, passaram a se dividir em
três:
• Procuratura da sociedade: Ministério Público em sentido estrito (artigos
127 a 130-A da Constituição);
• Procuratura do Estado: Advocacia Pública (artigos 131 e 132 da
Constituição);
• Procuratura dos hipossuficientes: Defensoria Pública (artigos 134 e 135
da Constituição).

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IMPORTANTE
Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a
ação como parte principal (Artigo 3º, § 2º).

FIQUE ATENTO.
A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da
data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que


couber, as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

São efeitos da condenação: As penas restritivas de direitos


substitutivas das privativas de
liberdade previstas nesta Lei são:
Tornar certa a obrigação de indenizar o Prestação de serviços à comunidade ou
dano causado pelo crime, devendo o a entidades públicas;
juiz, a requerimento do ofendido, fixar na
sentença o valor mínimo para reparação
dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos por ele
sofridos;
A inabilitação para o exercício de cargo, Suspensão do exercício do cargo, da
mandato ou função pública, pelo período função ou do mandato, pelo prazo de 1
de 1 (um) a 5 (cinco) anos; (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos
vencimentos e das vantagens;
A perda do cargo, do mandato ou da As penas restritivas de direitos podem
função pública. ser aplicadas autônoma ou

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Os são condicionados à ocorrência de cumulativamente.
reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos,
devendo ser declarados motivadamente
na sentença.

Importante salientar que há várias condutas delitivas definidas como crime na


lei do artigo 9º ao 38 da Lei 13.869/2019.

FIQUE ATENTO.
Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática
ou telemática, promover escuta ambien tal ou quebrar segredo da Justiça, sem
autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei e incorre na mesma
pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no caput
deste artigo com objetivo não autorizado em lei.

Por fim, a lei define que o mandado de prisão temporária conterá,


necessariamente, o período de duração da prisão temporária bem como o dia em
que o preso deverá ser libertado.
Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável
pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, por,
imediatamente, o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da
prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.

2.4 Estatuto do Desarmamento

No estudo do referido tópico, iremos nos ater ao que tange as condutas


definidas como crime por essa lei.
Vale ressaltar que a lei nº 10.826/200318 dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas

18 LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm. Brasília, 22 de dezembro de 2003.

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(Sinam), o qual tem circunscrição em todo o território nacional com competência
definida no artigo 2º da Lei nº 10.826/2003.
Para facilitar nosso estudo, vejamos a seguir, tabela descrevendo o tipo de
crime e a respectiva conduta incriminadora, conforme definido em lei:

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,


acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo
Posse irregular de
com determinação legal ou regulamentar, no interior de
arma de fogo de uso
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
permitido
local de trabalho, desde que seja o titular ou o
responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
portadora de deficiência mental se apodere de arma de
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
propriedade:
Parágrafo único. Nas mesmas penas, incorrem o
Omissão de cautela proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
Porte ilegal de arma de emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
fogo de uso permitido ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Disparo de arma de Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar
fogo habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
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direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:
Posse ou porte ilegal Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
de arma de fogo de uso ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
restrito gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
(Redação dada pela lei munição de uso restrito, sem autorização e em
denominada de Pacote desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Anticrime, nº
13.964/2019).
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização ou em
Comércio ilegal de desacordo com determinação legal ou regulamentar:
arma de fogo § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019 – Pacote Anticrime).
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída
do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
Tráfico internacional de acessório ou munição, sem autorização da autoridade
arma de fogo competente:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou
entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
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presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019 – Pacote Anticrime)

No que tange sobre a possibilidade de fiança nos crimes definidos nessa lei, é
importante salientar que o crime disparo de arma de fogo é inafiançável apenas, já o
crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável, salvo quando
a arma de fogo estiver registrada em nome do agente
Vale lembrar que nos crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
restrito (artigo 16, §: 1º do Estatuto do Desarmamento) também incorrem nas
mesmas penas incorre quem:
• I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;
• II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de
dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou
juiz;
• III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar;
• IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado;
• V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
• VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.

Sobre o comércio ilegal de arma de fogo, é importante lembrar que se equipara


à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercido em residência.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Vale ressaltar ainda que o crime de porte de arma de fogo é absorvido pelo
crime de roubo quando estiver caracterizada a dependência ou subordinação entre
as duas condutas. Para essa absorção, ainda, é necessário que os delitos sejam
praticados no mesmo contexto fático.

IMPORTANTE
Nos crimes de comércio ilegal de arma de fogo e tráfico internacional de arma de
fogo, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição
forem de uso proibido ou restrito.

Trago a baila recentes alterações trazida pela denominada PACOTE


ANTICRIME, pois, nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso
permitido, disparo de arma de fogo, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
restrito, comércio ilegal de arma de fogo e tráfico internacional de arma de fogo, a
pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º da lei ou o agente for reincidente específico
em crimes dessa natureza.

FIQUE LIGADO
É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os
integrantes das entidades:
• os integrantes das Forças Armadas;
• os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
• os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios
com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei;
• os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República;
• os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
• os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes
das escoltas de presos e as guardas portuárias;
• integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-
Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.

Por fim, denoto que consta na lei que os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18
conforme consta em lei, são insuscetíveis de liberdade provisória e conforme explica
a doutrina recente19, a lei se refere a todos os crimes do art. 16, bem como ao
comércio ilegal (art. 17) e ao tráfico internacional de armas de fogo (art. 18). O
Supremo Tribunal Federal, todavia, no julgamento da ADIn 3.112, ocorrido em 2 de
maio de 2007, declarou a inconstitucionalidade desse dispositivo, de modo que,
atualmente, a pessoa presa em flagrante por um desses crimes pode obter a
liberdade provisória, desde que ausentes as vedações do art. 324 do Código de
Processo Penal, ou seja, que o réu não tenha quebrado a fiança anteriormente
concedida, que não tenha descumprido as obrigações de comparecimento a todos
os atos do processo e que estejam ausentes os requisitos da prisão preventiva.
A propósito:
“V — Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos
elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto
que o texto magno não autoriza a prisão ex lege, em f ace dos princípios da
presunção de inocência e da obrigatoriedade de f undamentação do s
mandados de prisão pela autoridade judiciária competente; (...) IX — Ação
julgada procedente, em parte, para declarar a inconstitucionalidade dos
parágraf os únicos dos artigos 14 e 15 e do artigo 21 da Lei n. 10.826, de 22
de dezembro de 2003” (STF — ADI 3.112, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
Tribunal Pleno, julgado em 02/05/2007, DJe 131, p. 538).

2.5 Código de Trânsito Brasileiro.

No estudo do referido tópico, iremos nos ater ao que tange as condutas mais
usuais definidas como crime por essa lei.

19Gonçalves, Victor Eduardo Rios Legislação penal especial esquematizado® / Victor Eduardo Rios
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. (Coleção
esquematizado® / coordenador Pedro Lenza). 1. Direito penal - Legislação - Brasil I. Título II. Baltazar
Junior, José Paulo III. Lenza, Pedro IV. Série. 2018.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste
Código20, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
Penal, se a lei específica não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995, no que couber.

FIQUE LIGADO
I - sob a influência de álcool ou qualquer
outra substância psicoativa que determine
Aplica-se aos crimes de trânsito de dependência;
lesão corporal culposa o disposto II - participando, em via pública, de corrida,
nos arts. 74, 76 e 88 da Lei disputa ou competição automobilística, de
no 9.099, de 26 de setembro de exibição ou demonstração de perícia em
1995 (transação penal e suspensão manobra de veículo automotor, não autorizada
condicional do processo) exceto se pela autoridade competente;
o agente estiver: III - transitando em velocidade superior à
máxima permitida para a via em 50 km/h
(cinquenta quilômetros por hora).
Nessas hipóteses, deverá ser instaurado inquérito policial para a i nvestigação da
infração penal

Principais pontos sobre a suspensão ou a proibição de:


A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras
penalidades.
Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a
penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo
automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.
A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a
habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco
anos.

20 LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm.


Brasília, 23 de setembro de 1997.

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A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por
efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a
garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da
habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.
A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão
ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho
Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o
indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

Antes do advento da Lei n. 9.503/97, conhecida como Código de Trânsito


Brasileiro, a provocação de morte culposa, por parte de condutor de veícul o,
caracterizava crime de homicídio culposo comum, previsto no art. 121, § 3º, do
Código Penal.
A modalidade prevista no art. 302 da Lei n. 9.503/97 está assim definida:
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Tal como no homicídio culposo do Código Penal, o tipo é aberto, devendo o
juiz, no caso concreto, por meio de um juízo de valor, concluir de acordo com a
prova colhida se o agente atuou ou não com imprudência, negligência ou imperícia.

IMPORTANTE
Imprudência é a prática de um fato perigoso, como dirigir em velocidade excessiva,
atravessar um sinal vermelho, desrespeitar via preferencial.
Negligência é a ausência de uma precaução, como, por exemplo, a falta de
manutenção no freio ou de outros mecanismos de segurança do automóvel, cuja
falha acaba provocando um acidente com morte.
Imperícia é a falta de aptidão para a realização de certa manobra.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Tem-se, como exemplo, perder o controle de um automóvel na curva e causar
um acidente, sem que tenha havido alguma forma específica de imprudência, mas
pela simples falta de habilidade na condução do automóvel.
Note-se que a caracterização da culpa nos delitos de trânsito provém,
normalmente, do desrespeito às normas disciplinares contidas no próprio Código de
Trânsito (excesso de velocidade, embriaguez, direção na contramão, desrespeito à
sinalização, conversão ou ultrapassagem em local proibido, conversa ao telefone
celular, manobra de marcha à ré sem os cuidados necessários, desrespeito à faixa
de pedestres, transporte de passageiros na carroceria de caminhão ou caminhonete
etc.).
Essas, entretanto, não constituem as únicas hipóteses de configuração do
crime culposo, pois o agente, ainda que não desrespeite as regras disciplinares do
Código, pode agir com inobservância do cuidado necessário e, assim, responder
pelo crime.

FIQUE LIGADO
A ultrapassagem, por exemplo, se feita em local permitido, não confi gura infração
administrativa, mas, se for efetuada sem a necessária atenção, pode dar causa a
acidente e implicar crime culposo.

Vale ressaltar que o perdão judicial, com as regras previstas no Código Penal,
aplica-se aos crimes de trânsito.
De acordo com o art. 121, § 5º, do Código Penal, o juiz pode deixar de aplicar a
pena do homicídio culposo se as consequências do fato delituoso tiverem atin gido o
próprio agente de forma tão grave que sua imposição se mostre desnecessária.
Os casos mais comuns de aplicação do perdão judicial são aqueles em que a
vítima fatal é um parente próximo, cônjuge ou companheiro do réu, ou aqueles em
que o próprio condutor fica também gravemente ferido como consequência do
acidente que provocou.
O perdão judicial é circunstân cia de caráter pessoal e, por isso, não se
comunica no caso de concorrência de culpas, bem como, não precisa ser aceito
para gerar efeito.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Outrossim, os requisitos necessários para a configuração do crime de lesão
culposa na direção de veículo automotor são os mesmos já estudados referente ao
homicídio culposo. A diferença reside apenas no resultado, pois a vítima não morre
e no montante da pena, que é consideravelmente menor.

Figura21

Se o agente cometeu o crime de lesão culposa e não socorreu a vítima, mas


esta resolveu não oferecer representação, fica afastada a figura do crime culposo e
sua respectiva causa de aumento, não se podendo cogitar do crime do art. 304:
“é impossível f alar-se em tipif icação do delito do art. 304 do CTB, na
hipótese em que a vítima da lesão corporal não tem interesse em of erecer
representação prevista na Lei n. 9.099/95, pois a f igura autônoma da
omissão de socorro só se caracteriza quando não estiver relacionada com
precedentes condutas de homicídio culposo e de lesão corporal culposa na
direção de veículo automotor, hipótese em que é causa de aumento de
pena” (Tacrim/SP, Rel. Vico Mañas, RJTACrim 43/334).

Vale frisar que motoristas de veículos não envolvidos no acidente e quaisquer


outras pessoas que deixem também de prestar socorro incidem no crime genérico
de omissão de socorro descrito no art. 135 do Código Penal.
21Gonçalves, Victor Eduardo Rios Legislação penal especial esquematizado ® / Victor Eduardo Rios
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Figura22

Sobre o delito de embriaguez ao volante “Art. 306. Conduzir veículo automotor


com capacidade psicomotora alterada em razão da influência do álcool ou de outra
substância psicoativa que determine dependência”, antes do advento da Lei nº.
12.760/2012, que deu a atual redação ao art. 306, o crime somente se aperfeiçoava
se a condução do veículo ocorresse em via pública, ou seja, em local aberto a
qualquer pessoa, com acesso sempre permitido e por onde seja possível a
passagem de veículo automotor (ruas, avenidas, vielas, passagens, alamedas,
estradas, rodovias etc.).
Por isso, se o fato ocorresse no interior de uma fazenda particular, no pátio de
um posto de gasolina, no estacionamento de um shopping center, o fato era atípico.
Atualmente, contudo, não mais é necessário que o fato ocorra em via pública 23.

Figura24.

22 Gonçalves, Victor Eduardo Rios Legislação penal especial esquematizado® / Victor Eduardo Rios
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
23 Gonçalves, Victor Eduardo Rios Legislação penal especial esquematizado® / Victor Eduardo Rios

Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
24 Gonçalves, Victor Eduardo Rios Legislação penal especial esquematizado® / Victor Eduardo Rios Gonçalves

e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019.

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A embriaguez voluntária ou a culposa não excluem a imputabilidade penal,
segundo a actio libera in causa. Da embriaguez culposa, contudo, só pode advir um
crime culposo.
Se em decorrência da disputa, conhecida como “racha”, ocorre um acidente do
qual resulta a morte, será aplicada a qualificadora do crime em estudo (art. 308, §
2º), ou, ainda, dependendo do caso concreto (modo como se desenrolou a disputa),
responderá o motorista por homicídio doloso, pois não é demasiado entender que
pessoas que se dispõem a tomar parte em disputas, imprimindo velocidade
extremamente acima do limite e ainda em locais públicos, assumem o risco de
causar a morte de outrem (dolo eventual).
Existem diversos casos em que houve condenações por homicídio com dolo
eventual e que foram mantidas pelos tribunais superiores.
“Consoante já se manifestou esta Corte Superior de Justiça, a qualificadora
prevista no inciso IV do § 2º do art. 121 do Código Penal é, em princípio, compatível
com o dolo eventual, tendo em vista que o agente, embora prevendo o resultado
morte, pode, dadas as circunstâncias do caso concreto, anuir com a sua possível
ocorrência, utilizando-se de meio que surpreenda a vítima. Precedentes. 2. Na
hipótese, os réus, no auge de disputa automobilística em via pública, não
conseguiram efetuar determinada curva, perderam o controle do automóvel e o ora
Paciente atingiu, de súbito, a vítima, colidindo frontalmente com a sua motocicleta,
ocasionando-lhe a morte. 3. Nesse contexto, não há como afastar, de plano, a
qualificadora em questão, uma vez que esta não se revela, de forma incontroversa,
manifestamente improcedente. 4. Ordem denegada” (STJ — HC 120.175/SC, Rel.
Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, julgado em 02/03/2010, DJe 29/03/2010); e “A conduta
social desajustada daquele que, agindo com intensa reprovabilidade ético jurídica,
participa, com o seu veículo automotor, de inaceitável disputa automobilística
realizada em plena via pública, nesta desenvolvendo velocidade exagerada — além
de ensejar a possibilidade de reconhecimen to do dolo eventual inerente a esse
comportamento do agente —, justifica a especial exasperação da pena, motivada
pela necessidade de o Estado responder, grave e energicamente, a atitude de
quem, em assim agindo, comete os delitos de homicídio doloso e de lesões

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corporais” (STF — HC 71.800, Rel. Min. Celso de Mello, 1ª Turma, julgado em
20/06/1995, DJ 03/05/1996, p. 13899).

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CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTOS RELACIONADOS A LEI DE INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA, JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS E PACOTE ANTICRIME.

3.1 Lei de Interceptação Telefônica.

A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova


em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto na
Lei nº 9.296/9625 e dependerá de ORDEM DO JUIZ COMPETENTE DA AÇÃO
PRINCIPAL, sob segredo de justiça, lembrando que a lei se aplica à interceptação
do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática.
O procedimento de interceptação poderá ser determinado pelo juiz, de ofício ou
a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal ou do representante
do Ministério Público, na investigação e na instrução processual penal, devendo
constar no pedido a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração
de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.
Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
No prazo máximo de vinte e quatro horas, o JUIZ decidirá sobre o pedido.

FIQUE LIGADO
Não houver indícios razoáveis da autoria ou
participação em infração penal;
Não será admitida a interceptação de
A prova puder ser feita por outros meios
comunicações telefônicas quando (art.
disponíveis;
2º e incisos da Lei nº 9.296/1996):
O fato investigado constituir infração penal
punida, no máximo, com pena de detenção.
Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da
investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.

25 LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9296.htm.


Brasília, 24 de julho de 1996

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Insta salientar que a decisão que deferir a interceptação deverá ser
fundamentada, sob pena de nulidade, indicando, também, a forma de execução da
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual
tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
Após, deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua
realização.
No caso da diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada,
será determinada a sua transcrição e cumprida a diligência, a autoridade policial
encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto
circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.

IMPORTANTE
A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos
apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal,
preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial,
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento
do Ministério Público ou da parte interessada e o incidente de inutilização será
assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu
representante legal.
Por fim, ressalto que recentemente, entrou em vigor a Lei nº 13.964/2019,
conhecida como Pacote Anticrime e tendo em vista que a referida lei modificou e
incluiu artigos na Lei de Interceptação Telefônica, passo a destacá-los:

Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a
requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação ambiental
de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações
criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações
penais conexas.
§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de
instalação do dispositivo de captação ambiental.
§ 2º (VETADO).
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias,
renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada.
§ 4º (VETADO).
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na
legislação específica para a interceptação telefônica e telemática.

Por fim, vale frisar que captação designa aqui a filmagem ou gravação
realizada pela própria autoridade policial, enquanto a interceptação é a obtenção dos
sinais por meio da interferência em um sistema previamente instalado por terceiro
para fins de filmagem ou gravação. Sinais eletromagnéticos são aqueles gravados
em fita ou banda magnética, enquanto sinais óticos são imagens e acústicos são os
sons, de modo que a lei autoriza a gravação e a filmagem ambientais, bem como a
produção de fotografias, seu registro e análise, para fins de prova, mediante
autorização judicial 26.

3.2 Juizados Especiais Criminais.

3.2.1 Conceitos gerais.


O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
aplicação de pena não privativa de liberdade. Será provido por juízes togados ou
26Gonçalves, Victor Eduardo Rios Legislação penal especial esquematizado® / Victor Eduardo Rios
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2019. (Coleção
esquematizado® / coordenador Pedro Lenza). 1. Direito penal - Legislação - Brasil I. Título II. Baltazar
Junior, José Paulo III. Lenza, Pedro IV. Série. 2018.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
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togados e leigos, com competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão
e continência.
São consideradas infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos da lei nº 9.099/95 27 as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

3.2.2 Competência e atos processuais.


A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a
infração penal, lembrando que os atos processuais são públicos, podendo se
realizar em horário noturno e em qualquer dia da semana conforme dispuserem as
normas de organização judiciária, tornando-se válidos sempre que preencherem as
finalidades para as quais foram realizados.
Sobre a lei dos Juizados Especiais Criminais, vale ressaltar ainda que não se
pronunciará qualquer nulidade de ato, sem que tenha havido prejuízo, bem como, a
prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer
meio hábil de comunicação.
A citação será pessoal e se dará no próprio Juizado sempre que possível, ou
por mandado, contudo, caso não seja encontrado o acusado para ser citado, o Juiz
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento
previsto em lei, no caso, para expedição de edital de citação.
A intimação será realizada por correspondência, com aviso de recebimento
pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao
encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo
necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

3.2.3 Fases do processo e do procedimento.


A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a
vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Ao autor

27LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm.


Brasília, 26 de setembro de 1995.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado
ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante,
nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar,
como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência
com a vítima.
Comparecendo o autor do fato e a vítima em audiência, e não sendo possível a
realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual
ambos sairão cientes.
Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor
do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus
advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da
aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil
competente.
O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica
decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

FIQUE LIGADO
Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta.

Não se admitirá a proposta se ficar comprovado (Artigo 76, § 2º. Lei 9099/95):
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela
aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a
adoção da medida.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à
apreciação do Juiz.

IMPORTANTE:
Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência,
sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de
cinco anos

Da sentença prevista caberá a apelação.

3.2.4 Considerações finais.


Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76
desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não
houver necessidade de diligências imprescindíveis.
Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação,
que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a SUSPENSÃO DO PROCESSO, por dois a quatro anos, desde que o
acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da
pena.
Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a
período de prova, sob as seguintes condições:
• I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
• II - proibição de frequentar determinados lugares;
• III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do
Juiz;

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• IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.
O legislador, ao permitir a suspensão condicional do processo (cf. art. 89),
estabeleceu mais uma exceção. Ao oferecer denúncia e fazer a proposta de
suspensão, que, sendo aceita pelo acusado e homologada pelo Juiz, paralisa a
instância com consequente extinção da punibilidade, o Ministério Público desistirá de
prosseguir no processo.
Na doutrina, Rangel salienta que o legislador mais uma vez deixando claro qu e
o importante nas infrações penais de menor e médio potencial ofensivo não é a
punição, mas, sim, a oportunidade dada ao acusado de se reintegrar, desde já, ao
convívio social. Pois a suspensão condicional do processo é um instituto
despenalizador indireto. Nesse caso, da suspensão condicional do processo, o
Ministério Público dispõe da ação penal pública, não por mero capricho ou deleite
pessoal, mas sim para adotar uma via alternativa à pretensão acusatória 28.
Entretanto, sempre movido pelo princípio da legalidade. É a lei que diz a ele quando
caberá a suspensão condicional do processo.
Uma vez dito e preenchidos os requisitos legais, deverá ser feita a proposta de
suspensão condicional do processo, sob pena de, havendo recusa do promotor de
justiça, ser aplicado analogicamente o disposto no art. 28 do Código de Processo
Penal (Súmula 696)29.

3.3 Pacote Anticrime

Foi visto ao longo de todo o curso, ou seja, em todas as unidades além desta
(unidade 5), diversas alterações por toda lei penal e processual penal advindas da
lei denominada de Pacote Anticrime, deste modo, trarei nesse módulo breves
considerações.

28Rangel, Paulo Direito processual penal / Paulo Rangel. – 27. ed. – São Paulo: Atlas, 2019.
29 SÚMULA 696 Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do
processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô -la, o juiz, dissentindo, remeterá a ques t ão
ao procurador-geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do código de p rocesso penal.

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A Lei nº 13.964/201930 foi publicada em 24 de dezembro de 2019 e entrou em
vigor no dia 23 de janeiro de 2020.
Entre as principais mudanças trazidas pela lei, devo destacar a mudança de
competência para executar a pena de multa, a qual passou a ser executada pelo
juízo das execuções penais.
“Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de
valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública,
inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da
prescrição.

Houve alterações relevantes em várias leis especiais, como a Lei de Armas, a


Lei de Drogas, a Lei dos Presídios Federais etc.
Art. 112, § 5º Não se considera hediondo ou equip arado, para os f ins deste
artigo, o crime de tráf ico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº
11.343, de 23 de agosto de 2006.
Art. 10. O § 1º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, passa
a vigorar acrescido do seguinte inciso IV: “Art. 33, § 1º (...) IV - vende ou
entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disf arçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.
Art. 5º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com
as seguintes alterações: “Art. 1º, Parágraf o único. Consideram-se também
hediondos, tentados ou consumados: III - o crime de comércio ilegal de
armas de f ogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão
armazenados no Banco Nacional de Perf is Balísticos. § 1º O Banco
Nacional de Perf is Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de f ogo e
armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de
estojos de munição def lagrados por arma de f ogo.§ 2º O Banco Nacional d e
Perf is Balísticos será constituído pelos registros de elementos de munição
def lagrados por armas de f ogo relacionados a crimes, para subsidiar aç õ es
destinadas às apurações criminais f ederais, estaduais e distritais.

Estabeleceu-se que o juiz, ao tomar conhecimento do conteúdo da prova


declarada ilícita, não poderá proferir a sentença ou acórdão. Gerou -se a cadeia de
custódia para o recolhimento e guarda do vestígio do crime, com vários detalhes,
para conferir mais idoneidade à prova pericial.
Art. 157, § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada
inadmissível não poderá prof erir a sentença ou acórdão.”
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os
procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica

30LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-


2022/2019/lei/L13964.htm. Brasília, 24 de dezembro de 2019.

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do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes , para rastrear sua
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada
a existência de vestígio.
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial f ica responsável por sua
preservação.
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado
ou recolhido, que se relaciona à inf ração penal.’
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio
nas seguintes etapas:
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial;
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios
e local de crime;
III - f ixação: descrição detalhada do vestígio conf orme se encontra no local
de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames,
podendo ser ilustrada por f otograf ias, f ilmagens ou croqui, sendo
indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito
responsável pelo atendimento;
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial,
respeitando suas características e natureza;
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio
coletado é embalado de f orma individualizada, de acordo com suas
características f ísicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com
anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o
acondicionamento;
VI - transporte: ato de transf erir o vestígio de um local para o outro,
utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura,
entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características
originais, bem como o controle de sua posse;
VII - recebimento: ato f ormal de transf erência da posse do vestígio, que
deve ser documentado com, no mínimo, inf ormações ref erentes ao número
de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do
exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identif icação de quem o
recebeu;
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de
acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas,
f ísicas e químicas, a f im de se obter o resultado desejado, que deverá ser
f ormalizado em laudo produzido por perito;
IX - armazenamento: procedimento ref erente à guarda, em condições
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de
contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do
laudo correspondente;
X - descarte: procedimento ref erente à liberação do vestígio, respeitando a
legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.

Estabeleceu-se um instituto novo denominado acordo de não persecução


penal, que não invade a esfera das infrações de menor potencial ofensivo,
configurando mais um estágio para evitar a ação, como já existe a suspensão
condicional do processo.

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Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja
f ranquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário,
competindo-lhe especialmente: XVII - decidir sobre a homologação de
acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando
f ormalizados durante a investigação.
Art. 28-A, § 2º, IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica
ou f amiliar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo
f eminino, em f avor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecução penal será f ormalizado por escrito e será
f irmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu
def ensor.
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será
realizada audiência na qual o juiz deverá verif icar a sua voluntariedade, por
meio da oitiva do investigado na presença do seu def ensor, e sua
legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuf icientes ou abusivas as
condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os
autos ao Ministério Público para que seja ref ormulada a proposta de acordo,
com concordância do investigado e seu def ens or.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução
perante o juízo de execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais ou quando não f or realizada a adequação a que se ref ere o
§ 5º deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério
Público para a análise da necessidade de complementação das
investigações ou o of erecimento da denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução
penal e de seu descumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não
persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para f ins
de sua rescisão e posterior of erecimento de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo
investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como
justif icativa para o eventual não of erecimento de suspensão condicional do
processo.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal
não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os f ins
previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecuç ão penal, o juízo
competente decretará a extinção de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa
dos autos a órgão superior, na f orma do art. 28 deste Código.”

O tempo máximo de cumprimento passou para 40 (quarenta) anos.


Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não
pode ser superior a 40 (quarenta) anos.
§ 1º Quando o agente f or condenado a penas privativas de liberdade cuja
soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unif icadas para
atender ao limite máximo deste artigo.
Elevaram-se certas penas de roubo e da concussão, além de se incluir o
estelionato como crime de ação pública condicionada à representação da vítima.

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Art. 5º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
II - roubo:
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso
V);
b) circunstanciado pelo emprego de arma de f ogo (art. 157, § 2º-A, inciso I)
ou pelo emprego de arma de f ogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º -
B);
c) qualif icado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
III - extorsão qualif icada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de
lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º);
Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a
vítima f or:
I - a Administração Pública, direta ou indireta;
II - criança ou adolescente;
III - pessoa com def iciência mental; ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.” (NR)

No contexto do Código de Processo, introduziu -se a figura do juiz de garantias,


que não se transformou num juiz instrutor, mas num magistrado que fiscaliza a
investigação e defere (ou não) medidas restritivas de direitos individuais.
Art. 3º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do
juiz na f ase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão
de acusação.’
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja
f ranquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário,
competindo-lhe especialmente:
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII
do caput do art. 5º da Constituição Federal;
II - receber o auto da prisão em f lagrante para o controle da legalidade da
prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código;
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que
este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo;
IV - ser inf ormado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida
cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo;
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como
substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do
contraditório em audiência pública e oral, na f orma do disposto neste
Código ou em legislação especial pertinente;
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas
consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a
ampla def esa em audiência pública e oral;
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado
preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e
observado o disposto no § 2º deste artigo;
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver
f undamento razoável para sua instauração ou prosseguimento;
X - requisitar documentos, laudos e inf ormações ao delegado de polícia
sobre o andamento da investigação;
XI - decidir sobre os requerimentos de:

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a) interceptação telef ônica, do f luxo de comunicações em sistemas de
inf ormática e telemática ou de outras f ormas de comunicação;
b) af astamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telef ônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a inf ormações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos f undamentais
do investigado;
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do of erecimento da denúncia;
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental;
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art .
399 deste Código;
XV - assegurar prontamente, quando se f izer necessário, o direito outorgado
ao investigado e ao seu def ensor de acesso a to dos os elementos
inf ormativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo
no que concerne, estritamente, às diligências em andamento;
XVI - def erir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a
produção da perícia;
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou
os de colaboração premiada, quando f ormalizados durante a investigação;
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições def inidas no caput deste
artigo.
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público,
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias,
após o que, se ainda assim a investigação não f or concluída, a prisão será
imediatamente relaxada.’
‘Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as inf rações
penais, exceto as de menor potencial of ensivo, e cessa com o recebimento
da denúncia ou queixa na f orma do art. 399 deste Código.
§ 1º Recebida a denúncia ou q ueixa, as questões pendentes serão
decididas pelo juiz da instrução e julgamento.
§ 2º As decisões prof eridas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da
instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa,
deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no
prazo máximo de 10 (dez) dias.
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das
garantias f icarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do
Ministério Público e da def esa, e não serão apensados aos autos do
processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os
documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de
provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para
apensamento em apartado.
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na
secretaria do juízo das garantias.’
‘Art. 3º-D. O juiz que, na f ase de investigação, praticar qualquer ato incluído
nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código f icará impedido de
f uncionar no processo.
Parágraf o único. Nas comarcas em que f uncionar apenas um juiz, os
tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a f im de atender às
disposições deste Capítulo.’
‘Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conf orme as normas de
organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal,
observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo
respectivo tribunal.’
‘Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras
para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa

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submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e
penal.

Novas regras foram criadas para o arquivamento do inquérito policial e de


outras investigações, de modo a afastar atuação anômala do juiz, transferindo para
órgão superior do Ministério Público.
Ademais, a vítima será informada do arquivamento e também pode recorrer ao
órgão maior do Ministério Público.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
elementos inf ormativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará
os autos para a instância de revisão ministerial para f ins de homologação,
na f orma da lei.
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do
recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância
competente do órgão ministerial, conf orme dispuser a respectiva lei
orgânica.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial
poderá ser provocada pela chef ia do órgão a quem couber a sua
representação judicial.” (NR)

Firmaram-se outras alterações no contexto das medidas assecuratórias no


processo penal, além de se incluir na captação das provas novas reformas.
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para f ormalização de acordo de
colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de
conf idencialidade, conf igurando violação de sigilo e quebra da conf iança e
da boa-f é a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as
f ormalize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial. § 3º O
recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de
Conf idencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação,
ressalvado acordo em contrário quanto à propositura de medidas
processuais penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas
processuais cíveis admitidas pela legislação processual civil em vigor.
Tornou-se mais rigorosa a decretação de medidas cautelares substitutivas
da prisão, além de f ixar novas regras para a própria prisão preventiva.
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de inef i cácia da
medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a
intimação da parte contrária, para se manif estar no prazo de 5 (cinco) dias,
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias,
permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo
deverão ser justif icados e f undamentados em decisão que contenha
elementos do caso concreto que justif iquem essa medida excepcional.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o
juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em

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último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágraf o únic o d o
art. 312 deste Código.
§ 5º O juiz poderá, de of ício ou a pedido das partes, revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verif icar a f alta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justif iquem.
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não f or cabível
a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste
Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá
ser justif icado de f orma f undamentada nos elementos presentes do caso
concreto, de f orma individualizada.” (NR)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo
estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de
custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a
ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva.” (NR)
“Art. 311. Em qualquer f ase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial.” (NR)
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei p enal, quando houver prova da existência
do crime e indício suf iciente de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado.
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e
f undamentada em receio de perigo e existência conc reta de f atos novos ou
contemporâneos que justif iquem a aplicação da medida adotada.” (NR)
“Art. 313 § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a
f inalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência
imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de
denúncia.” (NR)
“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva
será sempre motivada e f undamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra
cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de f atos novos ou
contemporâneos que justif iquem a aplicação da medida adotada.
A Lei de Execução Penal trouxe um novo tabelamento para a progressão de
regime, no art. 112, algo muito mais realista em f ace da criminalidade
reinante.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em f orma
progressiva com a transf erência para regime menos rigoroso, a ser
determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: § 1º Em
todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se
ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre
motivada e precedida de manif estação do Ministério Público e do def ens o r,
procedimento que também será adotado na concessão de livramento
condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previs t o s
nas normas vigentes.
§ 5º Não se considera hediondo ou eq uiparado, para os f ins deste artigo, o
crime de tráf ico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23
de agosto de 2006.
§ 6º O cometimento de f alta grave durante a execução da pena privativa de
liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de
cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente.

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O livramento condicional incorporou determinada tendência da jurisprudência
majoritária. Criou-se uma fórmula interessante de se detectar enriquecimento ilícito,
além de prever novas causas de suspensão da prescrição. Somente esta alteração
permitirá um ganho enorme, evitando-se impunidade de quem manipula recursos
protelatórios.
Art. 112. a) condenado pela prática d e crime hediondo ou equiparado, com
resultado morte, se f or primário, vedado o livramento condicional; VIII - 70%
(setenta por cento) da pena, se o apenado f or reincidente em crime
hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento
condicional. § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime
será sempre motivada e precedida de manif estação do Ministério Público e
do def ensor, procedimento que também será adotado na concessão de
livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os
prazos previstos nas normas vigentes.

O regime disciplinar diferenciado teve mudanças fundamentais, devendo-se


apenas equacionar o RDD estadual e o federal.
Art. 13. A Lei nº 12.694, de 24 de julho de 2012, passa a vigorar acrescida
do seguinte art. 1º-A:§ 1º As Varas Criminais Colegiadas terão competência
para todos os atos jurisdicionais no decorrer da investigação, da ação p enal
e da execução da pena, inclusive a transf erência do preso para
estabelecimento prisional de segurança máxima ou para regime disciplinar
dif erenciado.

Por fim, outros crimes como a extorsão qualificada pela restrição da liberdade
da vítima e o roubo com arma de fogo e com arma de uso restrito ou proibido, foram
incluídos na categoria de hediondos, o mesmo caminho tomou o furto com uso de
explosivos.
Art. 5º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com
as seguintes alterações: III - extorsão qualif icada pela restrição da liberdade
da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); II - roubo:
b) circunstanciado pelo emprego de arma de f ogo (art. 157, § 2º -A, inciso I)
ou pelo emprego de arma de f ogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º -
B); IX - f urto qualif icado pelo emprego de explosivo ou de artef ato análogo
que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).

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REFERÊNCIAS

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protetivos e criminais da violência de gênero/Alice Bianchini. -2. Ed. – São Paulo:
Saraiva, 2014.

COSTA, Marli Marlene Moraes da. RITT, Caroline Fockink. O Estatuto do Idoso e o
Combate à Violência: Principais Aspectos da Parte Penal. Ministério Público do
Estado de Goiás. Disponível em:
http://www.mpgo.mp.br/portal/system/resources/W1siZiIsIjIwMTMvMDQvMjUvMTZf
MjdfNTZfNjQyX09fRXN0YXR1dG9fZG9fSWRvc29fZV9vX2NvbWJhdGVfXHUwMGU
wX3Zpb2xcdTAwZWFuY2lhX2NvbnRyYV9vX2lkb3NvLnBkZiJdXQ/O%20Estatuto%2
0do%20Idoso%20e%20o%20combate%20%C3%A0%20viol%C3%AAncia%20contr
a%20o%20idoso.pdf . Acesso em 17.04.2020.

Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial esquematizado /


Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 5. ed. – São Paulo :
Saraiva Educação, 2019. (Coleção esquematizado / coordenador Pedro Lenza). 1.
Direito penal - Legislação - Brasil I. Título II. Baltazar Junior, José Paulo III. Lenza,
Pedro IV. Série. 2018.

LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Brasília, 7
de agosto de 2006.

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Brasília, 13 de julho de 1990;

LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Brasília, 1º de outubro de
2003

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm. Brasília, 23
de agosto de 2006

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm. Brasília, 3 de março de 1998.

LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13869.htm. Brasília, 27
de setembro de 2019.

LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm. Brasília, 22 de dezembro
de 2003.

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LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997.
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LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9296.htm. Brasília, 24 de julho de 1996

LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Brasília, 26 de setembro de 1995.

LEI Nº 13.964, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2019.


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Moro, Sérgio Fernando. Crime de lavagem de dinheiro / Sergio Fernando Moro. —


São Paulo : Saraiva, 2010. 1. Lavagem de dinheiro 2. Lavagem de dinheiro – Leis e
legislação – Brasil I. Título.

Masson, Cleber. Lei de Drogas: aspectos penais e processuais / Cleber Masson,


Vinícius Marçal. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.

Messa, Ana Flávia. Prática penal para exame da OAB / Ana Flávia Messa. – 11. ed.
– São Paulo : Saraiva Educação, 2020.

Nucci, Guilherme de Souza. Estatuto da criança e do adolescente comentado /


Guilherme de Souza Nucci. – 4 a ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense,
2018.

Prática forense : prática penal / Fernando Marques...[et al.] – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019. (Coleção Prática Forense / coordenada por Darlan Barroso e
Marco Antonio Araujo Junior) 1. Direito 2. Direito penal - Brasil 3. Prática forense 4.
Ordem dos Advogados do Brasil - Exames I. Tı́tulo II. Marques, Fernando III.
Barroso, Darlan IV. Araujo Junior, Marco Antonio V. Série.

Rangel, Paulo. Direito processual penal / Paulo Rangel. – 27. ed. – São Paulo:
Atlas, 2019.

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