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Unidade II
5 OPERAÇÕES FINANCEIRAS
Durante sua existência, as empresas fazem operações que envolvem a aplicação de seus recursos
financeiros. Caso esses recursos sejam excedentes e a entidade não tenha interesse em investir
em sua atividade principal para protegê-los, ela pode investi-los no mercado financeiro (bancos,
financeiras etc.). Essas operações são conhecidas como aplicações financeiras, que podem ser feitas
na rede bancária em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), fundos de renda fixa, fundos de
renda variável etc.
O inverso também nos remete ao mercado financeiro. Caso os negócios estejam ruins e a empresa
necessite recorrer a empréstimos para a manutenção de sua atividade, tenha de financiar algum
projeto de longo prazo ou ainda aumentar seus bens de capital, ela obterá o que precisa mediante
a captação de recursos no mercado financeiro (bancos, financeiras, capitalistas particulares etc.).
Essas operações são conhecidas como captação de recursos ou empréstimos.
Compra
Venda
A atividade comercial liga a produção ao consumo. Ela é o meio pelo qual se viabiliza todo o
fluxo de mercadorias entre produtores e consumidores. Entre as atividades comerciais, podemos citar:
supermercados, farmácias, revendedoras de veículos, lojas de materiais de construção, de equipamentos
de informática etc.
5.1 Duplicatas
A duplicata é um título de crédito formal nominativo, emitido pela empresa com a mesma data,
valor global e vencimento da fatura. É representativo e comprobatório de crédito preexistente (venda de
mercadoria a prazo) e destinado a aceite e pagamento por parte do comprador.
35
Unidade II
Observação
Quando a decisão da empresa recai na primeira opção, ou seja, receber os valores das vendas a
prazo diretamente na organização, essa operação é chamada de cobrança em carteira. Se escolher
a segunda opção, aquela que utiliza terceiros (instituições financeiras, entidades de cobrança ou até
mesmo cobradores particulares), a operação é denominada cobrança simples.
Para a cobrança em carteira, basta a empresa vendedora manter em seu departamento financeiro as
duplicatas a serem recebidas com a data do vencimento estipulado. Recebendo os valores, a entidade
tanto poderá mantê-los em seu caixa quanto depositá-los em sua conta-corrente bancária.
Vale ressaltar que numerários em caixa podem contribuir em situações de fraudes e, ao mesmo
tempo, com pagamentos de gastos efetuados pela empresa. Trata-se de uma decisão que deve ser
analisada sob diversos aspectos, levando-se sempre em consideração a segurança de todos que, direta
ou indiretamente, fazem parte do dia a dia da instituição.
Para Ribeiro (1999, p. 197-199), a cobrança simples consiste na remessa de títulos aos cobradores
que prestam serviços à empresa, incluídas aí as instituições financeiras, que, por sua vez, cobrarão
os respectivos devedores. Para efetuar as cobranças de suas duplicatas, as empresas poderão utilizar
os serviços de organizações especializadas ou até mesmo de cobradores particulares. Nesse tipo de
operação, ela transfere a posse dos títulos ao banco, mas a propriedade continua sendo sua. Para remeter
os títulos ao banco, a empresa os relaciona, de forma minuciosa, em um borderô, anexando-os.
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CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Posse: situação em que temos um bem ou usufruímos dele, porém não temos o domínio, ou seja,
não podemos vendê-lo.
• Propriedade: situação em que temos o domínio, ou seja, o direito pleno de usufruir e de dispor
do bem.
• Borderô: relação das duplicatas que o cliente leva ao banco para realizar operações de desconto,
cobrança etc.
— registro das despesas cobradas pelo banco com a cobrança dos títulos.
Observação
— baixa dos direitos por meio do débito da conta bancos conta movimento, pelo recebimento das
importâncias referentes aos títulos e créditos da conta de duplicatas a receber para baixa dos
respectivos direitos sobre o cliente.
Remessa de duplicatas ao Banco Maracatu S/A, para cobrança simples, conforme borderô no valor
de R$ 5.000,00. O banco cobrou R$ 80,00 de comissões e taxas.
Contabilização
Pela remessa dos títulos ao banco, têm-se dois lançamentos contábeis, um para registrar a remessa
e outro para as despesas cobradas pelo banco.
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Unidade II
1) Lançamento de compensação
D – despesas de cobrança = 80
C – bancos conta movimento = 80
Após os vencimentos dos títulos, quando o banco comunicar que eles foram quitados:
Duplicatas a receber
Saldo XXXX
5.000,00 3
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CONTABILIDADE EMPRESARIAL
No caso de o pagamento não ser efetuado pelo cliente, o banco procederá normalmente a baixa
da compensação, mas comunicará a empresa detentora das duplicatas (ou seja, a empresa que tem o
direito a receber) a fim de retirar a duplicata vencida para as devidas providências de cobrança, inclusive
o protesto delas. Vale lembrar que o banco poderá executar o protesto de uma duplicata vencida, desde
que receba essa ordem do detentor dela, cobrando uma taxa por esse serviço.
Supondo que o cliente não tenha quitado a duplicata no vencimento e que a empresa vendedora
informe ao banco que a duplicata deverá ser protestada, sabendo-se que o banco cobrará R$ 45,00 pela
operação, teríamos os seguintes lançamentos contábeis:
D – despesas de protestos = 45
Observação
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Unidade II
5.1.3 Exercício 1
A Cia. Vera Cruz, fabricante de tecidos para cortinas, durante o mês de abril de 20X7, efetuou as
seguintes transações:
1) Vendeu mercadorias a Cia. Santista por R$ 20.000,00 no prazo de 90 dias, apurando o custo de
mercadorias vendidas no valor de R$ 9.600,00.
2) Enviou, para cobrança simples junto ao Banco Forte S/A, o valor de R$ 20.000.
40
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
5) O banco efetuou a baixa da duplicata e enviou o aviso para a Cia. Vera Cruz.
5.1.4 Exercício 2
• quitação somente por um cliente na data do vencimento da duplicata (o outro cliente ficou devendo);
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Unidade II
A Cia. Vera Cruz, fabricante de tecidos para cortinas, durante o mês de maio de 20X7, efetuou as
seguintes transações:
1) Vendeu mercadorias a Cia. Joel por R$ 18.000,00 no prazo de 90 dias, apurando o custo de
mercadorias vendidas no valor de R$ 8.400,00. Vendeu também mercadorias a prazo (90 dias)
para a Cia. Kelps, no valor de R$ 16.500,00, apurando um custo para operação de R$ 6.350,00.
2) Enviou, para cobrança simples junto ao Banco Forte S/A, o valor de R$ 34.500,00.
4) Somente a Cia. Joel efetuou o pagamento na data do vencimento, portanto, a Cia. Kelps não
quitou sua dívida.
5) O banco efetuou a baixa de ambas as duplicatas, Cia. Joel e Cia. Kelps, e depois comunicou a Cia.
Vera Cruz.
6) A Cia. Vera Cruz solicitou ao banco que enviasse para protesto a duplicata referente à Cia. Kelps.
O banco cobrou por esse serviço uma taxa de R$ 110,00.
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CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Observação
Exemplo de aplicação
Saiba mais
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Unidade II
A operação é “semelhante à cobrança simples, no que diz respeito à remessa dos títulos ao banco”.
A empresa endossante desconta os títulos e recebe do banco o valor nominal (constante dos títulos),
“suportando os juros correspondentes ao prazo que falta decorrer para o vencimento dos títulos
negociados”. Então, a empresa transfere a posse e a propriedade dos títulos ao banco. Portanto, deve-se
entender que o desconto de duplicatas é uma operação financeira na qual as empresas podem recorrer
sempre que precisarem de dinheiro, desde que tenham duplicatas de sua emissão a receber (RIBEIRO,
2003, p. 342-344).
A taxa cobrada pela operação de desconto corresponde à diferença entre o valor dos títulos (valor
nominal) e o valor que o banco libera para a empresa (valor atual). Todavia, o valor da taxa que será
cobrada na operação é determinada pelo estabelecimento bancário, variando conforme o montante,
a quantidade e a data de vencimento de cada título, como defende Ribeiro (2003, p. 344). Vale
reiterar que a empresa que está negociando com o banco a antecipação dos valores das vendas de
mercadorias, produtos ou serviços realizados, com esse ato, está transferindo tanto a posse quanto a
propriedade das duplicatas.
Os valores de face das duplicatas descontadas são registrados numa conta de passivo pelo fato de a
essência da transação de desconto ser uma forma de obter financiamento com a duplicata dada como
garantia. Essa conta recebe o nome de duplicatas descontadas, tendo saldo credor.
Observação
Uma empresa desconta, no Banco Maracatu S/A, 15 duplicatas de sua emissão, conforme relação
(borderô), no valor de R$ 15.000,00. O banco cobra juros no valor de R$ 1.500,00, comissões e taxas no
valor de R$ 90,00.
• Outras informações:
Tabela 15
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Unidade II
46
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Debitamos a conta bancos conta movimento (ativo) por R$ 13.410,00 para registrar o valor líquido
da operação.
• Debitamos a conta despesa de juros a vencer ou juros passivos a vencer (ambas redutoras do
passivo) por R$ 1.500,00 referentes aos juros cobrados antecipadamente.
• Debitamos a conta despesas bancárias (despesas) por R$ 90,00 referentes ao valor das comissões
e taxas cobradas sobre as duplicatas descontadas.
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... Duplicatas descontadas 15.000,00
... Despesas de juros a vencer (1.500,00)
Duplicatas a receber 28.700,00
...
Não circulante Não circulante
Total Total
Para atender ao regime de competência, tomam-se como base as informações sobre a operação
de desconto, especificamente a conta juros passivos a vencer, resultante do desconto de duplicatas
ocorrido em 10/3/20X4, composto de duplicatas a vencer em 30/60 dias, ou seja, 10/4/20X4 e 10/5/20X4.
O total dos juros passivos a vencer cobrado pelo banco foi de R$ 1.500,00. De uma forma
simplista, pode-se atribuir R$ 750,00 para cada mês de vencimento: 10/4/20X4 e 10/5/20X4 e,
assim, atenderemos ao regime de competência sobre a realização das despesas de juros, conforme
lançamento contábil a seguir.
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Unidade II
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... Duplicatas descontadas 15.000,00
... Despesas de juros a vencer (750,00)
Duplicatas a receber 28.700,00
...
Não circulante Não circulante
Total Total
48
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Ativo Passivo
Circulante Circulante
...
...
Duplicatas a receber 13.700,00 Não circulante
Lembrete
Na hipótese de o cliente não ter liquidado a duplicata e o banco debitar o respectivo valor na conta
da empresa, o lançamento será:
No lançamento 1, mesmo o cliente não quitando a duplicata, temos que baixar a obrigação
que estava registrada na conta duplicatas descontadas, porém agora contra a conta bancos conta
movimento. Na operação de desconto, o banco adiantou o valor da duplicata e, como o cliente não
pagou a duplicata, o banco retirou o valor da conta-corrente, deixando para a empresa vendedora a
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Unidade II
responsabilidade de cobrar tal cliente. No lançamento 2, apropriamos a despesa com os juros cobrados
antecipadamente, referente ao mês de maio de 20X4, independentemente do pagamento do cliente.
O que deve prevalecer em termos de apropriação da despesa com juros é o regime de competência,
ou seja, o mês de ocorrência do fato.
Por determinação da empresa vendedora, o banco poderá efetuar o serviço de protesto, cobrando
uma taxa sobre a operação.
Ativo Passivo
Circulante Circulante
...
...
Duplicatas a receber 28.700,00 Não circulante
1) Vendeu mercadorias para diversas companhias por R$ 6.000,00, no prazo de 30 dias, apurando o
custo das mercadorias vendidas em R$ 2.945,00.
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... Duplicatas descontadas 6.000,00
... Despesas de juros a vencer (240,00)
Duplicatas a receber 6.000,00
...
Não circulante Não circulante
Total Total
1) O Banco Intercontinental debitou na conta da Cia. Caravelas os R$ 2.000,00 porque uma das
empresas não efetuou o pagamento na data do vencimento.
2) O Banco Intercontinental comunicou que o restante das duplicatas foram recebidas na data
do vencimento.
51
Unidade II
3) Na Cia. Caravelas, foi efetuada a apropriação dos juros em virtude do regime de competência.
Duplicatas a receber
4.000,00 2
Ativo Passivo
Circulante Circulante
...
...
Duplicatas a receber 2.000,00 Não circulante
...
Não circulante Patrimônio líquido
Total Total
Nesse sentido, o Comitê publicou o CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, que foi regulamentado pelo
Conselho Federal de Contabilidade como Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 12 – Ajuste a Valor
Presente, trazendo orientações específicas para ativos.
52
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A seguir, destacamos na íntegra dois parágrafos da referida norma, com explicações a respeito do
Ajuste a Valor Presente:
Assim, os efeitos da mensuração contábil a valor presente e pela filosofia do valor justo (fair value)
devem ser observados caso a caso.
Saiba mais
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Unidade II
Exemplo de aplicação
1) Ao longo desta unidade, estudamos termos que representam conceitos utilizados no jargão da área
contábil. Tente explicar com suas próprias palavras o que significa cobrança em carteira.
Saiba mais
6 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
Muitos autores costumam separar o sucesso (ou insucesso) das empresas em aspectos operacionais
e financeiros. Não raramente, na ânsia de trazer bons resultados para suas organizações, os executivos
abusam de facilidades oferecidas pelos agentes financeiros mesmo sem ter essa intenção. Empresas
com uma operação competente podem vir a enfrentar problemas com sua administração financeira,
e o contrário também é possível. O contador, nesse ambiente, tem uma função vital: deve orientar os
executivos a tomarem boas decisões, mostrando os resultados delas.
54
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Como fazer isso? Convidamos você a estudar com muita atenção as páginas a seguir!
Empréstimos e financiamentos são dívidas contraídas por pessoa física ou jurídica geralmente junto
às instituições financeiras, mediante contrato entre as partes. No contrato, precisa estar demonstrado
o valor do empréstimo, a forma e a data de pagamento, os juros envolvidos na operação e as garantias
enfim, todas as informações necessárias que possam evidenciar esse tipo de dívida. Nesse tipo de negócio,
o credor fornece uma quantia em dinheiro ao devedor, que, conforme o contrato firmado, pode ser
devolvido em parcelas, ou não. Normalmente, a quantia é pega em prestações regulares, considerando
o valor principal mais os juros.
Quando uma empresa precisa de recursos para sanar problemas emergenciais ou expandir seus
negócios, pode recorrer aos bancos e obter os valores necessários para suprir suas deficiências. Essas
operações, sempre formalizadas por meio de um contrato, poderão ser feitas em moeda nacional
ou estrangeira, tanto em curto como em longo prazo. Até 360 dias, temos o curto prazo, depois,
caracteriza‑se longo prazo.
Observação
Para os empréstimos e financiamentos recebidos, a empresa ou a pessoa física tem de fornecer certa
garantia aos bancos. Essa garantia pode ser feita com bens, emissão de nota promissória ou duplicatas
a receber de seus clientes. Somente assim as instituições financeiras podem gerar esse tipo de operação.
Contudo, a pela forma qual será efetuada dependerá do acordo entre as partes – devedor e credor.
Independentemente da moeda, todo empréstimo deve ser convertido para o real. A operação
financeira pode ter os encargos financeiros (juros, taxas etc.) conhecidos no momento da contratação.
Nesse caso, temos uma operação prefixada.
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Unidade II
Vamos supor que a empresa Ambiciosa S/A efetue um empréstimo junto ao Banco Norte S/A nas
seguintes condições:
• Despesas cobradas pelo banco: comissões de 1% sobre o valor da nota promissória, e como
despesas de cobrança de R$ 1.400,00.
Lembrete
A crédito, temos:
A débito:
56
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Tabela 22
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... ...
... ...
... ...
Notas promissórias a pagar 2.000.000,00
Não circulante (-) Juros a vencer (360.000,00)
Não circulante
Patrimônio líquido
Total Total
Como os juros se referem a um período de três meses, da data da operação ao seu vencimento,
ou seja, de 31/10/20X8 a 29/1/20X9, mês a mês serão acrescidas as despesas de juros: de novembro e
dezembro de 20X8 e janeiro de 20X9, conforme cálculos:
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Unidade II
Despesas de juros
1) 120.000,00
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... ...
... ...
... ...
Notas promissórias a pagar 2.000.000,00
Não circulante (-) Juros a vencer (240.000,00)
Não circulante
Patrimônio líquido
Total Total
58
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... ...
... ...
... ...
Notas promissórias a pagar 2.000.000,00
Não circulante (-) Juros a vencer (120.000,00)
Não circulante
Patrimônio líquido
Total Total
Resta, no balanço patrimonial de 31/12/20X8, apenas uma parcela dos juros a vencer, devendo ser
apropriado somente em 29/1/20X9, independentemente do pagamento, uma vez que, para apropriação
das despesas, o que prevalece é o regime de competência.
A empresa Ambiciosa S/A quitou seu empréstimo junto ao Banco Norte S/A na data do respectivo
vencimento, ou seja, 29/1/20X9.
59
Unidade II
Em 1º de setembro de 20X7, a Cia. Delta S/A tomou emprestado R$ 50.000,00 do Banco Creditício S/A,
pelo desconto de uma nota promissória para 90 dias, a taxa de 2% ao mês. As despesas cobradas pelo
banco foram, além dos juros, R$ 500,00 a título de Taxa de Abertura de Crédito (TAC). A nota
promissória foi paga em 1º de dezembro de 20X7.
Os juros referem-se a um período de três meses, da data da operação ao seu vencimento, ou seja,
de 1º/9/20X7 a 1º/12/20X7. Haverá a apropriação das despesas de juros, mês a mês: setembro, outubro
e novembro, sendo R$ 1.000,00 por mês, totalizando os juros de R$ 3.000,00.
Para a apropriação dos juros no mês de setembro, consideram-se somente 29 dias, e o valor dos
juros será de: R$ 1.000 / 30 = R$ 33,33 x 29 dias = R$ 966. Vale ressaltar que, na opção de apropriar
os juros proporcionais ao número de dias do mês de setembro, deve-se avaliar a relevância do valor
em questão.
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CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Despesas de juros
2) 966,00
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... ...
... ...
... ...
Notas promissórias a pagar 50.000,00
Não circulante (-) Juros a vencer (2.034,00)
Não circulante
Patrimônio líquido
Total Total
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Unidade II
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... ...
... ...
... ...
Notas promissórias a pagar 50.000,00
Não circulante (-) Juros a vencer (1.034,00)
Não circulante
Patrimônio líquido
Total Total
Despesas de juros
1) 1.000,00
Ativo Passivo
Circulante Circulante
... ...
... ...
... ...
Notas promissórias a pagar 50.000,00
Não circulante (-) Juros a vencer (34,00)
Não circulante
Patrimônio líquido
Total Total
62
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Em 1º de dezembro de 20X7, o Banco Creditício S/A avisou que havia debitado na conta-corrente da
Cia. Delta S/A R$ 50.000,00 (referentes à liquidação do empréstimo).
A Cia. Delta S/A faz a apropriação dos juros somente de um dia do mês de dezembro/20X7.
Resumo
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Unidade II
Exercícios
Questão 1. (Enade 2009, adaptada) Nos trabalhos realizados por um auditor independente,
identificaram-se vários procedimentos adotados pela Cia. Calada. No decorrer dos trabalhos, os seguintes
fatos foram encontrados:
I – A provisão para crédito de liquidação duvidosa foi constituída tendo como base o índice de
inadimplência apresentado nos últimos cinco anos.
II – A empresa fez uma aplicação em Certificado de Depósito Bancário (CDB) no Banco Intercontinental S/A
com um prazo de 90 dias e juros pré-fixados. Utilizando o regime de competência, creditou a ativo
circulante e rendimentos a apropriar o valor correspondente aos juros da operação.
IV – O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre aplicações financeiras foram
deduzidos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).
Diante dos fatos encontrados na Cia. Calada, sob o ponto de vista da condução do trabalho de
auditoria, a conduta correta do auditor independente responsável será:
E) Finalizar os trabalhos e indicar em seu relatório que todos os fatos contábeis foram corretamente
considerados.
64
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
I) Afirmativa correta.
Justificativa: a conta de rendimentos a apropriar mostra o quanto a empresa ganhará com a operação
efetuada. Trata-se de uma conta redutora do ativo circulante, em que será demonstrado o quanto a
empresa terá de rendimento até o fim da aplicação.
Justificativa: as despesas pagas antecipadamente devem ser registradas como ativo circulante, em
que são apresentadas as disponibilidades ou de caixa ou de bancos conta movimento.
Após a análise das afirmativas, o único fato com tratamento incorreto foi o descrito em III, portanto,
a alternativa D está correta.
As alternativas B e C não são verdadeiras por considerarem os fatos I, II e IV como incorretos, sendo
que estão corretos e justificados.
A alternativa A está incorreta. Não é papel da auditoria independente oferecer serviço de consultoria para
corrigir os fatos encontrados, mas somente o de apurar fatos. Caberá à empresa decidir posteriormente.
A alternativa E está incorreta, pois foram encontrados fatos com contabilização incorreta.
65
Unidade II
Juros: R$ 5.000.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: todo e qualquer empréstimo representa obrigações da empresa, portanto, deve ser
lançado no passivo. Nesse caso, o lançamento será no passivo circulante por tratar-se de empréstimo
de curto prazo.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: deve-se fazer o cálculo das despesas financeiras, proporcionais, para o período 20X5:
como o empréstimo foi tomado no dia 16-12, então as despesas financeiras correspondem ao restante
dos dias do mês, 15 dias. Os encargos financeiros de R$ 5.000 serão rateados por 50 dias e correspondem
a R$ 100 por dia. Assim, 15 dias multiplicados por R$ 100 resultam em R$ 1.500. Serão transportados
diretamente para o resultado do exercício os valores das despesas financeiras e as despesas bancárias,
pois são consideradas como irrecuperáveis.
66
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o razonete banco conta movimento receberá a crédito o valor do empréstimo total e a
débito o valor efetivamente disponível para a empresa.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa correta.
Justificativa: os encargos financeiros decorrentes de tais operações devem ser contabilizados pelo
regime de competência, pois são gerados no ato da tomada do empréstimo.
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