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(Enem 2014)

Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida:


aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola
deve aceitar qualquer forma da língua em suas atividades escritas? Não deve
mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita,
não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões:
o estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais de instrução; o dos
juízes do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos
jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou
do de seus colunistas.

POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 (adaptado).

Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único "português correto".
Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas,
saber
A descartar as marcas de informalidade do texto.
B reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.
C moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso
jornalístico.
D adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
E desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais
divulgados pela escola.
(Enem 2010)

Superinteressante. Ed. 256, set. 2008.

Segundo pesquisas recentes, é irrelevante a diferença entre sexos para se


avaliar a inteligência. Com relação às tendências para áreas do conhecimento,
por sexo, levando em conta a matrícula em cursos universitários brasileiros, as
informações do gráfico asseguram que
A os homens estão matriculados em menor proporção em cursos de
Matemática que em Medicina por lidarem melhor com pessoas.
B as mulheres estão matriculadas em maior percentual em cursos que exigem
capacidade de compreensão dos seres humanos.
C as mulheres estão matriculadas em percentual maior em Física que em
Mineração por tenderem a trabalhar melhor com abstrações.
D os homens e as mulheres estão matriculados na mesma proporção em
cursos que exigem habilidades semelhantes na mesma área.
E as mulheres estão matriculadas em menor número em Psicologia por sua
habilidade de lidarem melhor com coisas que com sujeitos.
(Enem 2017)
Texto I
A língua ticuna é o idioma mais falado entre os indígenas brasileiros. De
acordo com o pesquisador Aryon Rodrigues, há 40 mil índios que falam o
idioma. A maioria mora ao longo do Rio Solimões, no Alto Amazonas. É a maior
nação indígena do Brasil, sendo também encontrada no Peru e na Colômbia.
Os ticunas falam uma língua considerada isolada, que não mantém semelhança
com nenhuma outra língua indígena e apresenta complexidades em sua
fonologia e sintaxe. Sua característica principal é o uso de diferentes alturas na
voz.
O uso intensivo da língua não chega a ser ameaçado pela proximidade de
cidades ou mesmo pela convivência com falantes de outras línguas no interior
da própria área ticuna: nas aldeias, esses outros falantes são minoritários e
acabam por se submeter à realidade ticuna, razão pela qual, talvez, não
representem uma ameaça linguística.
Língua Portuguesa, n. 52, fev. 2010 (adaptado).

Texto II Riqueza da língua


“O inglês está destinado a ser uma língua mundial em sentido mais amplo
do que o latim foi na era passada e o francês é a presente”, dizia o presidente
americano John Adams no século XVIII. A profecia se cumpriu: o inglês é hoje
a língua franca da globalização. No extremo oposto da economia linguística
mundial, estão as línguas de pequenas comunidades declinantes. Calcula-se
que hoje se falem de 6000 a 7000 línguas no mundo todo. Quase metade delas
deve desaparecer nos próximos 100 anos. A última edição do Ethnologue – o
mais abrangente estudo sobre as línguas mundiais –, de 2005, listava 516
línguas em risco de extinção.
Veja, n. 36, set. 2007 (adaptado).

Os textos tratam de línguas de culturas completamente diferentes, cujas


realidades se aproximam em função do(a)
A semelhança no modo de expansão.
B preferência de uso na modalidade falada.
C modo de organização das regras sintáticas.
D predomínio em relação às outras línguas de contato.
E fato de motivarem o desaparecimento de línguas minoritárias.
(Enem 2009)
O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004, propõe o
compartilhamento de conhecimentos de forma equânime e gratuita, colocando
à disposição de todos os usuários da Internet, uma biblioteca virtual que deverá
constituir referência para professores, alunos, pesquisadores e para a
população em geral.
Esse portal constitui um ambiente virtual que permite a coleta, a integração,
a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal
objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas
(na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que
tenham a sua divulgação devidamente autorizada.
BRASIL. Ministério da Educação. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br.
Acesso em: 29 jul. 2009 (adaptado).

Considerando a função social das informações geradas nos sistemas de


comunicação e informação, o ambiente virtual descrito no texto exemplifica
A a dependência das escolas públicas quanto ao uso de sistemas de
informação.
B a ampliação do grau de interação entre as pessoas, a partir de tecnologia
convencional.
C a democratização da informação, por meio da disponibilização de conteúdo
cultural e científico à sociedade.
D a comercialização do acesso a diversas produções culturais nacionais e
estrangeiras via tecnologia da informação e da comunicação.
E a produção de repertório cultural direcionado a acadêmicos e educadores.

(Enem 2010)
Texto I
Logo depois transferiram para o trapiche o deposito dos objetos que o
trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o
trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de
todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis
anos, que a noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e
dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes
à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes
dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações...
AMADO, J. Capitães de Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).

Texto II
À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-
se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais
sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial
contentavam-se com as sobras do mercado.
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma
abordagem literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos
os textos,
A a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens
marginalizados.
B a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos
personagens.
C o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social.
D o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão.
E a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta.

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