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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

LICENCIATURA EM ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

2º Ano

MORFOLOGIA DO PORTUGUÊS

Leonora Olímpio Cardoso

Código: 708212642

CUAMBA, NOVEMBRO DE 2022


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 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

Introdução  Contextualização 1.0


(indicação ciara do
problema)
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao 2.0


objecto do trabalho
 Articulação e domínio do 2.0
discurso académico
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)

Conteúdo  Revisão bibliográfica 2.0


Análise e
nacional e internacionais
discussão
relevantes na área de estudo
 Exploração dos dados 2.0

 Contributos teóricos 2.0


Conclusão
práticos

 Paginação, tipo e tamanho 1.0


de letra, paragrafo,
Aspectos gerais Formatação
espaçamento entre linhas
Normas APA 6a  Rigor e coerência das 4.0
Referências
edição em citações/referências
Bibliográficas
citações e bibliográficas
bibliografia
Índice

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................4

2. MORFOLOGIA DO PORTUGUÊS ...............................................................................5

2.1. Morfologia (definição).................................................................................................5

2.2. Estrutura das palavras ..................................................................................................5

2.3. Formação das Palavras.................................................................................................8

2.3.1. Derivação..............................................................................................................8

2.4. Classificação das palavras .........................................................................................11

3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................14

4. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................15
1. INTRODUÇÃO

O conteúdo programático de Morfologia do Português está dividido em três grandes


unidades – estrutura, formação e classes das palavras – que serão divididas em unidades
menores.
Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das
palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente
e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez
classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo,
Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.

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2. MORFOLOGIA DO PORTUGUÊS
2.1. Morfologia (definição)

A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo =


forma, logia = estudo)
Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das
palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente
e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez
classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas:
Substantivo, Artigo, Adjectivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

2.2. Estrutura das palavras

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim,


compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo:

A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades
menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas.
Vamos analisar a palavra "cachorrinhas:
Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:
 cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o
significado.
 inh - indica que a palavra é um diminutivo
 a - indica que a palavra é feminina
 s - indica que a palavra se encontra no plural
Morfemas: unidades mínimas de carácter significativo.\
Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como:
mar, sol, lua, etc.

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São elementos mórficos:
1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos
2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores
da significação dos primeiros
3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.
Raiz
É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras,
consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da
mesma família etimológica. Observe o exemplo:
Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se
prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo,
etc.
Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo:
 at-o
 at-or
 at-ivo
 acç-ão
 ac-ionar

Radical
Observe o seguinte grupo de palavras:
 livr- o
 livr- inho
 livr- eiro
 livr- eco
Você reparou que há um elemento comum nesse grupo?
Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse
elemento é chamado de radical (ou semantema).
Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto
gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando
houver) da palavra.
Por Exemplo:
 cert-o c

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 ert-eza
 in-cert-eza
Afixos
Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se
agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o
acréscimo do morfema "- mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo":
certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas
"a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de
operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados
antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos.
Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos.
Exemplo:

Prefixo Radical Sufixo


in at ivo
em pobr ecer
inter nacion al

Desinências
Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem
dois tipos:
Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de
número (singular e plural) dos nomes.
Exemplos:
 alun-o aluno-s
 alun-a aluna-s
Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em
palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa,
tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires,
lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.
Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos
verbos.
compr-o compra-s compra-mos compra-is compra-m
compra-va compra-va-s

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A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica
que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va", de "ama-va", é desinência modo-
temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª
conjugação.
Vogal Temática
Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as
desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas:
 Caracteriza os verbos da 1ª conjugação.
Exemplos: buscar, buscavas, etc.
 Caracteriza os verbos da 2ª conjugação.
Exemplos: romper, rompemos, etc.
 Caracteriza os verbos da 3ª conjugação.
Exemplos: proibir, proibirá, etc.

2.3. Formação das Palavras

Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a


composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação,
partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá
mais de um radical.

2.3.1. Derivação

Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir
de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:
Primitiva Derivada
mar marítimo, marinheiro, marujo
terra enterrar, terreiro, aterrar
Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao
contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo.
Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.
Tipos de Derivação
Derivação Prefixal ou Prefixação
Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado.
Veja os exemplos:
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 crer- descrer ler- reler
 capaz- incapaz

a) Derivação Sufixal ou Sufixação


Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de
significado ou mudança de classe gramatical.
Por Exemplo:
 alfabetização
No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este,
por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
A derivação sufixal pode ser:
a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.
Por Exemplo:
 papel - papelaria
 riso - risonho
b) Verbal, formando verbos.
Por Exemplo:
 atual - atualizar
c) Adverbial, formando advérbios de modo.
Por Exemplo:
 feliz – felizmente

b) Derivação Parassintética ou Parassíntese


Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à
palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e
verbos.
Considere o adjetivo " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através da
junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". A presença de apenas um
desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não
existem as palavras "entriste", nem "tristecer".
Exemplos:
Palavra
Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo
Formada

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mudo e mud ecer emudecer
alma des alm ado desalmado

c) Derivação Regressiva
Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por
redução.
Exemplos:
comprar (verbo) beijar (verbo)
Compra (substantivo) Beijo (substantivo

d) Derivação Imprópria
A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer
acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:
1) Os adjectivos passam a substantivos
Por Exemplo:
 Os bons serão contemplados.
2) Os particípios passam a substantivos ou adjectivos
Por Exemplo:
 Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.
3) Os infinitivos passam a substantivos
Por Exemplo:
 O andar de Roberta era fascinante.
 O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
4) Os substantivos passam a adjectivos
Por Exemplo:
 O funcionário fantasma foi despedido.
 O menino prodígio resolveu o problema.
5) Os adjectivos passam a advérbios
Por Exemplo:
 Falei baixo para que ninguém escutasse.
6) Palavras invariáveis passam a substantivos
Por Exemplo:
 Não entendo o porquê disso tudo.

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7) Substantivos próprios tornam-se comuns.
8) Por Exemplo:
 Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo é exigente)

2.4. Classificação das palavras

No Português, temos dez classes de palavras. Segue-se uma breve descrição de cada uma
delas. As palavras podem ser, quanto às flexões:
 Variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo.
 Invariáveis: advérbio, preposição, conjunção, interjeição.

Substantivos: palavras que nomeiam seres ou objetos;


Exemplo: Carlos Estava na igreja
 Carlos= Substantivo (Próprio)
 Estava= Verbo (de Ligação, 3ª p. do sin. do pret. imperf. do ind.)
 na = Contração (Em + a)
 igreja= Substantivo (Comum)
Adjetivos: palavra que confere qualidades aos substantivos;
Exemplo: A gentil moça é bonita
 A= Artigo (Definido)
 Gentil= Adjetivo
 Moça= Substantivo (Comum)
 É= Verbo (de ligação, 3ª p. do s. do pres. do ind.)
 Bonita= Adjetivo
Numeral: palavra que indica quantidade de elementos ou uma sucessão deles.
Exemplo: Nós temos cinco sentidos
 Nós= Pronome (Pessoal Reto)
 temos = Verbo (1ª p. do plur. do pres. do ind.)
 cinco = Numeral (Cardinal)
 sentidos= Substantivo (Comum)
Pronomes: palavra que acompanha ou substitui o substantivo, como pessoa do discurso;
Exemplo: Ele comprará aquele carro
 Ele = Pronome (Pessoal Reto)

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 comprará = Verbo (3ª p. do sin. do fut. do pres. do ind.)
 aquele = Pronome (Demonstrativo)
 carro= Substantivo (Comum)
Verbo: palavra que designa uma ação, fenômeno natural ou estado do sujeito;
Exemplo: Eles fazem o barco andar
 Eles = Pronome (Pessoal Reto)
 fazem = Verbo (3ª p. do plur. do pres. do ind.)
 o = Artigo (Definido)
 barco = Substantivo (Comum)
 andar = Verbo (Infinitivo Pessoal)
Advérbio: palavra que modifica o verbo, adjetivo ou outro dele (o advérbio) conferindo-lhes
uma circunstância;
Exemplo: Estou bem longe da cidade
 Estou = Verbo (1ª p. do sing. do pres. do ind.)
 Bem = Advérbio (de Intensidade, Superlativo abs. analítico)
 longe = Advérbio (de Lugar)
 da = Preposição (de Lugar)
 cidade = Substantivo (Comum)
Preposição: palavra invariável que liga elementos de uma oração, subordinando-os. Cada
Preposição é utilizada em uma circunstância;
Exemplo: Estava sem dinheiro para comprar
 Estava = Verbo (1ª p. do sing. do. pret. imperf. do ind).
 sem = Preposição (de Posse)
 dinheiro = Substantivo (Comum)
 para = Preposição (de Fim)
 comprar= Verbo (Infinitivo)
Conjunção: palavras invariáveis que servem para conectar orações, estabelecendo entre elas
uma relação de dependência ou de simples coordenação;
Exemplo: Caminhava e ouvia música
 Caminhava = Verbo (1ª p. do sing. do pret. imperf. do ind.)
 e = Conjunção (Aditiva)
 ouvia = Verbo (1ª p. do sing. do pret. imperf. do ind.)
 música = Substantivo (Comum)

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Interjeição: palavra que exprime sentimento, sensação, estados de espírito, ...;
Exemplo: Oh meu bom Deus!
 Oh = Interjeição
 meu = Pronome (Pessoal Possessivo)
 bom = Adjectivo
 Deus!= Substantivo (Próprio)

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3. CONCLUSÃO

O significado de uma palavra está sempre relacionado ao contexto em que se insere.


Palavras isoladas são meros vocábulos e não prendem a si um sentido específico - talvez
genéricos. Por isto é que se deve dar muita atenção ao estudo da denotação e da conotação.

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4. BIBLIOGRAFIA
Duarte, P. M. (2003). Classes e categorias em português. Fortaleza: Editora UFC.

Ferreira, C. (s.d.). Gramática da Língua Portuguesa.

Margotti, F. W., & Margotti, R. d. (2011). Morfologia do Português. Florianópolis:


Universidade Federal de Santa Catarina.

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