Volume 1, edição 3

Abril / 2011 (NR-4 SESMT) QUESTÕES CRÍTICAS DE LIDERANÇA

Você gostaria de alavancar
a sua habilidade de liderança para
um alto nível? Seria possível planejar
para simultaneamente elevar produti-
vidade, moral, segurança e saúde?
Em um dos seus artigos o
guru Peter Drucker escreveu que
líderes gastam muito do seu tempo
tentando achar as respostas corretas
quando eles deveriam na verdade
focar em como formular as questões
corretas.
Claramente, soluções ade-
quadas têm de ser adaptadas a cada
situação específica. Assim, coloco
aqui 7 questões críticas que, correta-
mente empregadas, podem impulsio-
nar a efetividade da liderança dos
Informativo da Segurança
própria focando onde eu devo estar
sendo coerente?
ESTRATÉGIA E CRÍTICA
4. Será que eu estou pensando
de forma estratégica ou crítica?
Será que eu consigo ver
os potenciais positivos e negativos
em tudo que foi planejado ou em
relação a mudanças inesperadas?
Será que eu estou trabalhando na
direção de pequenas ações e inter-
venções que estão crescendo até
resultados significativos?
Será que eu consigo ver
conexões para performance de
segurança em minha organização
sobre o que é declarado, o que é
ter uma força para ter esperança?
Será que eu estou focando em que
eu posso melhorar e não ficar des-
cansando em conquistas do passa-
do? Será que eu comunico isso para
todo mundo? . “Eu acredito que sem-
pre há alguma coisa a mais que pode
ser descoberta”.
As questões certas podem
colocar você no sentido de encontrar
soluções para contornar os proble-
mas. Formulando e respondendo
questões corretas para impulsionar
pequenas mudanças no sentido de
incrementar habilidades em liderança
e performance organizacional em
segurança.

membros do SESMT. ignorado, o que é realmente esti- Sobre o autor:

RECARREGANDO A MIM MESMO
1. Será que eu poderia fortalecer e
recarregar eu mesmo em primeiro
lugar?
Líderes em qualquer cam-
po precisam manter um nível de
energia elevada o suficiente para
magnetizar outros, sustentar o foco
do grupo, repercutir e responder ao
inesperado. Se você está muito can-
INFOSEGURANCA@YAHOO.COM.BR
mulado?
Será que eu estou plane-
jando simultaneamente em elevar
produtividade, moral e segurança e
saúde?
Um executivo afirmou:
“liderança é um estado mental. O
desafio é como produzir resultado
além das tendências”. E acrescen-
tou: “Um comprometimento com
segurança pode ser aprendido
Robert Pater é Diretor estratégico
dos Associados em Segurança e
MoveSMART®.
Tradução: Prof. Samuel Gueiros,
Médico do Trabalho. Pós Gradua-
do em Planejamento e Administra-
ção em Serviço de Saúde (Nuffield
Institute, University of Leeds, In-

sado ou desanimado para motivar praticando segurança”.

você mesmo, como é que você vai
conseguir que os outros possam ir
em frente? Certifique-se em reservar
um tempo diariamente para revigorar
você mesmo, seja através de exercí-
cios, reflexões e lembranças, dieta
correta, técnicas de controle de s-
tress ou qualquer outra coisa que
você sabe que funciona para você.
ASSEGURANDO AUTOCONFIAN-
ÇA
2. Seria eu confiável?
Será que o que eu digo
que vou fazer eu faço mesmo?
Será que eu considero de
forma correta a visão e preocupação
de outras pessoas, não de forma
secundária à minha missão? Seria
eu confiável e consistente ao longo
do tempo? Será que eu estou dando
retorno aos outros na hora certa em
questões que chegam de repente ou
para pedidos que me são feitos?
Estaria eu mostrando respeito mes-
mo quando eu não aceito as suges-
tões de outros? Se eu fosse um dos
meus clientes, será que eu confiaria
em mim mesmo?
ZONAS DE SOMBRA
3. Onde estariam minhas zonas de
sombra?
Todo mundo tem áreas
que não consegue ver. Mas é espe-
cialmente um detonador de credibili-
dade quando outros percebem coi-
sas sobre líderes que eles próprios
não sabem.
Você deve refletir: o que os
outros pensam de mim? Será que eu
solicito regularmente uma avaliação
de pessoas que eu sei que serão
sinceras? Será que eu me coloco em
parâmetros elevados de honestidade
CORAGEM, DEDICAÇÃO E MU-
DANÇA. Nesta edição:
5. Seria eu corajoso e dedicado à
mudança?
Será que eu consigo
focar em como ultrapassar obstá- Jovens “TST’s” de
Talentos
2
culos muito mais do que fugir na
direção de achar todas as razões
possíveis para ações propostas
que poderiam não estar funcionan-
do?
Os melhores líderes sa-
Superando a Armadilha do
Desânimo.
3
bem que não podem esperar outros
para mudar sem que eles mesmos
mudem. Já se disse que “o que
quer que você queira liderar, você
deve fazer isso de todo o coração.
Isso muda o seu modo de pensar”.
Um alerta às Empresas 3
6. FAZER ACONTECER
Muito mais do que rela-
cionar frases de efeito ou boas
intenções, os melhores líderes
trabalham sem descanso em con-
28 de abril - Dia Mundial
em Memória às Vítimas de
4
seguir resultados positivos. Um dos Acidentes de Trabalho.
seus talentos é identificar e superar
aquelas dificuldades organizacio-
nais que podem de outro jeito anu-
lar resultados em segurança – Aprendendo Segurança
com os erros
5
pessoas não liberadas para treina-
mento, equipamentos críticos não
disponíveis no tempo certo, obstá-
culos contratuais que detonam
intervenções necessárias, etc. Para
outro executivo, “liderança em se-
Auditor Fiscal do Trabalho
é Preso por Suborno
5
gurança é algo como fazer alguma
coisa, fazer mudanças antes que
alguém force a você fazer a mu-
dança”.
EXPECTATIVAS
Alterações na NR-18 vai
Proibir Técnico em Segu-
5
7. Será que eu estou tendo eleva- rança do Trabalho a Assi-
das expectativas? nar o PCMAT
Será que eu tenho que
 Página 2
Jovens “TST’s” de Talentos
Sandra Fernandes em sua formatura.
A recém formada em Segurança do Trabalho San-
dra Fernandes é a primeira entrevistada do Informativo da
Segurança, na coluna Jovens “TST’s” de Talentos.
Sandra Fernandes foi uma das responsáveis pela
organização da formatura da última turma de Segurança do
Trabalho do Centro de Ensino Técnico São Carlos. Aos 24
anos, deixou muita gente orgulhosa dela ao conquistar mais
uma vitória na sua vida, ela recentemente trocou a categoria
de sua habilitação, agora ela está habilitada na categoria AD,
fato ainda pouco comum para mulheres.
A seguir um pouco mais dessa pessoa que batalha
muito não só a seu favor mas em prol de todos.
Quinteto Fantástico: Sandra, Débora Siqueira, Lenine,
Débora Ingrad, Ana Carolina.
Seja você um colunista do Informativo da
Segurança, mostre suas idéias para todos.
Entre em contato conosco através de nosso
email: infoseguranca@yahoo.com.br, teremos o
maior orgulho em ter você na nossa equipe.
Equipe Informativo da Segurança.
I NFO RM ATI V O D A S EGU RA NÇA
Nome Completo: Sandra Teixeira Fernandes
Data de Nascimento: 09/02/1987
Cidade: Itabirito. Minas Gerais
Contato: sanditabiri@hotmail.com, (31) 8797-1373, Rua: Belo Horizonte,
206, Centro, Itabirito - MG
Fale um pouco sobre você: Sou uma garota que me considero batalhado-
ra, determinada e simples.
O que levou você a fazer o curso Técnico em Segurança do Trabalho?
Disponibilidade de mercado.
Você já fez seu estágio obrigatório? Se sim, qual foi sua maior dificul-
dade? Sim, fiz dois estágios. Em nenhum deles encontrei dificuldades
pois as pessoas que conheci sempre me deram muito apoio.
Você está trabalhando na área? Se sim, qual empresa, se não, em que
área você está atuando e empresa? Ainda não atuo na área, trabalho
como atendente na Câmara Municipal de Itabirito.
Você sempre teve interesse em atuar na área de Segurança do Traba-
lho? Não, o interesse surgiu logo no início do curso.
Quais são seus objetivos em curto prazo? Quero me especializar em
Higiene Ocupacional
E em longo prazo? Faculdade de Engenharia e um bom curso de inglês.
Qual foi a decisão mais difícil que tomou até hoje? Desisti de um sonho
em 2008.
O que você faz no seu tempo livre? Leio e curto a natureza.
Quais são as suas maiores qualidades? Transparência e determinação.
E pontos negativos/defeitos? Ansiedade.
Quem foi seu braço direito durante o curso? Ana Elisa Lara.
Quais foram suas (eus) grandes amigas (os) durante o curso? Juntas
formávamos um quinteto fantástico. Ana Carolina, Débora Ingrad, Dé-
bora Siqueira e Lenine.
Fale o nome de três pessoas que você gostou de conhecer durante o
curso: Delma, Lenine e Ana Elisa Lara.
Deixe uma mensagem para seus amigos.
A nossa conquista nos impulsiona a buscar novos horizontes e nos aponta
um futuro luminoso, guiado pelo Espírito Santo.
Que Deus proteja a cada um de vocês em todos os momentos das suas
vidas!!! Felicidades, Vocês merecem!
Brinde durante a colação de grau
 VOL UME 1, EDI Ç ÃO 3 Página 3

SUPERANDO A ARMADILHA DO DESÂNIMO

Finalmente, cultura é muito mais sobre o que
ouvimos do que sobre o que vemos. É por esta razão
que ao avaliarem-se os ganhos de qualquer esforço para
melhorar o funcionamento organizacional é útil escutar
como as pessoas descrevem as questões de desempe-
nho e os problemas da segurança. Empregados em em-
presas que de forma bem sucedida movem-se na direção
de uma cultura de zero acidente tendem a expressar
otimismo sobre segurança e sua habilidade para influen-
ciá-la, mesmo que eles não ocupem cargos de chefia.
Nesse contexto, você raramente ouve declarações de
desânimo, ou seja, expressões acerca de que as coisas
estão fora de controle ou de que tudo é responsabilidade
de alguém. Essas declarações demonstram ausência de
envolvimento e representa uma séria barreira para eleva-
do desempenho.
EXPRESSÕES DE DESÂNIMO:
 Nós temos acidentes porque nosso pessoal
e equipamentos estão ficando obsoletos;
 Os trabalhadores se acidentem por causa
de atos inseguros, porque “fazem besteira”;
 Nossos supervisores estão muito focados
na produção;
 O pessoal anda muito ocupado para prestar
atenção à segurança;
 Nós temos uma equipe de segurança
(SESMT); o problema é deles;
 Nós não podemos confiar em todos os nú-
meros; nós somos os únicos que relatamos
problemas;
 O INSS vai dar benefício pra quem se aci-
dentar;
O EXEMPLO VEM DE CIMA
Expressões de desânimo podem
ser ainda mais destrutivas quando são pro-
nunciadas por lideranças ou quando são
feitas em um contexto de esforço para criar
uma cultura de zero acidente. Quanto mais
a pessoa usa expressões de desânimo, é
ainda mais improvável que ela encare os
desafios – e é ainda mais provável que
pessoas abaixo dos níveis hierárquicos
daqueles que expressam desânimo usem
essas expressões para justificar falhas. Se
eu escuto meu chefe dizer que não alcança
objetivos de segurança “porque o pessoal
só faz besteira”, pode apostar que essa
pessoa que “faz besteira” deverá ser a pri-
meira pessoa a falar tudo em uma auditoria.
Expressões de desânimo são
originadas por uma visão simplista sobre
resultados (por exemplo, ao investigar a
causa de um acidente, referir-se a esse ou
aquele, muito mais do que analisar os resul-
tados desses acidentes como um sistema
complexo). Trata-se de uma visão limitada e
tende a encorajar culpa. Indivíduos que
caem na armadilha do desânimo, raramente
reconhecem isso e raramente percebem
seu próprio papel nos resultados desfavorá-
veis, por exemplo, sua própria falta de en-
volvimento e liderança.
Em outras palavras, desânimo é
diametralmente oposto a envolvimento. Se
ele persiste de forma prolongada – particu-
larmente entre líderes – isso cria uma at-
mosfera de pessimismo. Pensa-se que nes-
sas organizações as pessoas não
acreditam que elas podem conseguir
sucesso e que o “mundo luta contra
eles”. Superar essa inércia pode ser
um grande desafio. Mesmo assim,
deve-se estar consciente desta arma-
dilha e conscientemente articular-se
contra ela; muitos líderes podem
superar o pessimismo cultural e as-
segurar-se das condições adequadas
para trabalhar na direção de uma
cultura de zero acidente.
CONCLUSÕES
Neste artigo nós destaca-
mos dois importantes fatores que
você irá encontrar em organizações
com uma cultura direcionada a aci-
dente zero. Em primeiro lugar, deixar
claro o que “zero acidente” realmente
significa e a definição de sucesso.
Em seguida é inequívoca a necessi-
dade de envolvimento desde o mais
simples nível da organização.
Sobre o autor: Donald R. Groover,
CIH, CSP, é vice-presidente e ges-
tor da BST, uma companhia inter-
nacional para soluções de desem-
penho. É um experiente consultor
que já ajudou centenas de organi-
zações para melhorar o desempe-
nho em segurança. Tradução:
Prof. Samuel Gueiros, Médico do
Trabalho.

Um alerta às Empresas
Apesar de já ser uma realidade em nossa justi-
ça, a criação de mais uma indústria de indenização é
pouco discutida. O assunto, no entanto, já está gerando
dores de cabeça aos empresários que não estão atentos.
Além das ações movidas pelo empregado contra o em-
pregador, em razão do descumprimento das normas de
segurança do trabalho, existe ainda a possibilidade de o
INSS propor contra a empresa uma ação indenizatória
para pleitear o ressarcimento dos valores gastos com
benefícios previdenciários decorrentes de acidente do
trabalho.
Essa ação indenizatória, denominada ação
regressiva, existe no ordenamento jurídico brasileiro
desde 1991. Mas, foi a partir de 2007, com a publicação
da resolução do Conselho Federal da Previdência, que
essas ações passaram a ser reais.
Além disso, o Decreto 6.042/07 estabeleceu
que a perícia médica do INSS, ao constatar culpa ou dolo
por parte do empregador, deve comunicar à Procuradoria
do Instituto para que mova uma ação cobrando dos em-
pregadores os valores gastos com benefícios decorren-
tes de acidente de trabalho. As indenizações variam de
um salário mínimo a milhões, dependendo da situação.
Há um tempo, um caso envolveu uma empregada encar-
regada da limpeza de salas comerciais. Ao tentar limpar
as janelas por fora, desequilibrou-se e sofreu uma queda
de quatro andares, o que lhe causou morte imediata. Em
razão deste acidente, o INSS ingressou com a ação re-
gressiva contra a empresa, cobrando os valores gastos
com o benefício de pensão por morte pago aos depen-
dentes da falecida. O benefício será debitado todos os
meses aos filhos dela até que completem 21 anos e, ao
marido, até o final da vida. Com a ação regressiva, o
INSS pleiteia que a empresa também arque com todos
os valores despendidos pela autarquia durante o trâmite
processual.
Vale ressaltar que os empresários
devem ter muito cuidado com a realização
dos acordos trabalhistas em que as verbas
forem discriminadas como pagamento de
indenização. Se este dano for oriundo de
acidente de trabalho, o INSS encontrará um
forte fundamento para mover a ação, pois
parte do princípio de que se o empregador
está indenizando o empregado é porque
reconhece sua culpa no acidente.
As empresas devem estar bem
atentas quando o empregado receber algum
proveito por parte do INSS. É preciso saber a
espécie de benefício em que o trabalhador
foi enquadrado e qual a doença constatada
pela perícia. Assim, caso um empregador
venha a sofrer uma ação desse tipo, o seu
advogado terá melhores condições de con-
testar o benefício e defender a empresa.
Fonte:
Ludmila Beatriz Pinto de Miranda é advo-
gada da Marins Bertoldi Advogados Asso-
ciados de Curitiba. É especializada em
Direito Processual Civil pela Academia
Brasileira de Direito Constitucional - Abd-
const.
 28 de abril - Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de
De acordo com a Organização
Internacional do Trabalho, em todo o mun-
do, cerca de 270 milhões de trabalhadores
são vitimados em decorrência de acidentes
de trabalho todos os anos. Em nosso país,
somente entre trabalhadores formais, com
vínculo celetista, que correspondem a 30%
da População Economicamente Ativa.
O direito universal à saúde é uma
conquista da cidadania brasileira, garantida
na Constituição Federal, em seu artigo 196,
como “... um direito de todos e um dever do
Estado garantido mediante políticas sociais
e econômicas...”. A Saúde do Trabalhador
está contemplada no âmbito deste direito na
própria Carta Magna, disposta em seu artigo
200 como competência do Sistema Único de
Saúde. Nesse sentido, as questões que
associam saúde e trabalho deixam de se
relacionar exclusivamente à relação entre
trabalhador e empregador, passando a ser
também um objeto da Saúde Pública.
Para cumprir com o seu dever de
Estado, o Governo Federal, em ações arti-
culadas entre os Ministérios da Saúde, da
Previdência Social e do Trabalho e Empre-
go, vem desenvolvendo uma Política Nacio-
nal de Saúde e Segurança do Trabalhador.
Entre as ações estratégicas desta Política,
pode-se, destacar: a implantação de 178
Centros de Referência em Saúde do Traba-
lhador no SUS; a realização da 3ª Conferên-
cia Nacional de Saúde do Trabalhador – 3ª
CNST (convocada pelos três Ministérios);
novo método para concessão de benefícios
previdenciários acidentários pelo INSS
(nexo técnico epidemiológico).
PORQUE O DIA 28 DE ABRIL - A
celebração do dia de 28 de Abril – Dia Mun-
dial em Memória das Vítimas de Acidentes
de Trabalho - surgiu no Canadá, por iniciati-
va do movimento sindical, como ato de de-
núncia e protesto contra as mortes e doen-
ças causados pelo trabalho, espalhando-se
por diversos países. Esse dia foi escolhido
em razão de um acidente que matou 78
trabalhadores em uma mina no estado da
Virgínia, nos Estados Unidos, no ano de
1969.
Embora desde 2003 a OIT, consa-
gre a data à reflexão sobre a segurança e
saúde no trabalho, o movimento sindical
CUTista, mantém o espírito de denúncia e
de luta que a originou, dando visibilidade às
doenças e acidentes do trabalho e aos te-
mas sobre Saúde do Trabalhador em dis-
cussão na agenda sindical. O dia 28 de Abril
foi reconhecido oficialmente no Brasil como
o Dia Nacional em Memória das Vítimas de
Trabalho
Acidentes e Doenças do Trabalho, por meio da Lei
nº 11.121 e vem se consolidando como uma data
de ações conjuntas das Centrais Sindicais em
torno do tema.
TRAGÉDIA ANUNCIADA - Vale dizer
que em todo o mundo milhões de trabalhadores se
acidentam e centenas de milhares morrem no
exercício do trabalho a cada ano. Segundo estima-
tivas da OIT, ocorrem anualmente no mundo, cer-
ca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além
de aproximadamente 160 milhões de casos de
doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam
a comprometer 4% do PIB mundial.
Cada acidente ou doença representa em
média a perda de quatro dias de trabalho. Dos
trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas
do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os
dias morrem, em média, cinco mil trabalhadores
devido a acidentes ou doenças relacionadas ao
trabalho.
No Brasil, o período de 2007-2009 as
estatísticas oficiais contabilizaram dados alarman-
tes. Foram 2.138.955 milhões de acidentes de
trabalho, sendo que 35.532 mil trabalhadores fica-
ram permanentemente incapacitados e 8.158 per-
deram suas vidas nos locais de trabalho muitos
dos quais jovens, em plena idade produtiva, cujas
mortes poderiam e deveriam ter sido evitadas.
UMA MORTE A CADA 3 HORAS E
MEIA NO PAÍS - Só no ano de 2009 foram regis-
trados, 723,5 mil acidentes de trabalho, dentre os
quais, ocorreram 2.496 óbitos. Se considerada
uma jornada média de 8 horas diárias, as mortes
no trabalho no Brasil equivalem uma morte a cada
3,5 horas. Os dados oficiais apontam, ainda, que
13.047 pessoas ficaram permanentemente incapa-
citados o que equivale a uma média de 43 trabal-
hadores/as por dia, que não retornarão mais ao
trabalho, aposentando-se precocemente. No mes-
mo período o custo dos acidentes de trabalho foi
algo em torno de R$ 56,8 bilhões só em gastos
com a assistência médica, benefícios por incapaci-
dade temporária ou permanente, e pensões por
morte de trabalhadores e trabalhadoras vítimas
das más condições de trabalho. O custo social e
do sofrimento imputado por esta situação aos
trabalhadores e suas famílias é incalculável. E
esses são apenas dados dos trabalhadores/as
celetistas, pois estão de fora das estatísticas ofici-
ais os trabalhadores informais e servidores públi-
cos estatutários.
HORROR - Além dos dados estatísticos
serem estarrecedores, os segurados do INSS tem
encontrado enormes dificuldades para assegurar
os seus direitos quando adoecem e se acidentam,
pois, via de regra, os peritos não reconhecem os
acidentes de trabalho, sobretudo as doenças,
além de determinar alta médica às pessoas
sem a menor condição de retornar ao traba-
lho. Para a maioria dos peritos do INSS, os
trabalhadores são fraudadores, que simulam
doenças para obter benefícios, numa visão
preconceituosa e distorcida da realidade
social e do mundo, numa constante trajetó-
ria de humilhações aos trabalhadores contri-
buintes do sistema de seguridade social.
Recentemente a Secretaria Executiva do
Ministério da Previdência Social anunciou
medidas importantes que vêm ao encontro
das reivindicações dos trabalhadores pela
humanização das perícias, como a autoriza-
ção de acompanhantes nas perícias médi-
cas, reconhecimento dos laudos emitidos
por médicos assistentes, e, divulgação nas
agências dos direitos dos segurados no que
diz respeito à ética médica. Além do Nexo
Técnico Epidemiológico Previdenciário –
NETP em vigor, as recentes medidas têm
sido duramente repelidas por numeroso
segmento de peritos que demarcam publica-
mente a disputa pelo controle do INSS e as
teses do trabalhador como fraudador do
sistema.
PRESSÃO - Os trabalhadores têm
procurado suas entidades representativas,
as quais têm desenvolvido várias ações
inclusive jurídicas para garantir que a lei
seja cumprida. Informações divulgadas por
vários órgãos da imprensa afirmam que há
5,8 milhões de ações na justiça contra o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
o que certamente acarreta um grande prejuí-
zo ao bolso dos segurados que contribuem
para a Previdência Social.
Como se não bastasse todo tipo
de desrespeito aos direitos dos segurados,
será realizado o 3º Congresso Brasileiro de
Perícias Médicas, nos próximos dias - Cen-
tro de Convenções Sul América - RJ, cujas
mesas de debate são verdadeiras afrontas à
dignidade humana. Não há nenhuma mesa
que discuta os modelos de organização da
produção e do trabalho, ritmo de trabalho,
metas e padrões abusivas de produtividade,
e outras questões que têm adoecido milha-
res de trabalhadores no mundo e no Brasil.
Infelizmente as maiorias das mesas tratam
de simulação e identificação de fraudes.
Frente a esta situação, a Direção Nacional
da CUT aprovou em 24/03/2011, resolução
que prevê um conjunto de ações junto ao
Ministério da Previdência Social e o Instituto
Nacional de Previdência Social – INSS.
Fonte: Andréia Gomes - Técnica em Meio
Ambiente e estudante Téc. em Segurança
do Trabalho. Blog Desmistificador
http://desmistificador.blogspot.com/
 Aprendendo Segurança com os erros
Auditor Fiscal do Trabalho é Preso por Suborno
O auditor F.P., cujo nome completo está sendo mantido
em sigilo pela Polícia Federal, foi preso em flagrante na cidade de
Santa Bárbara do Oeste (SP).
Neste país onde vemos a toda hora notícias de policiais
corruptos, políticos corruptos e tantos outros, agora temos mais
um para acrescentar na lista - fiscal do trabalho.
A gravidade da notícia não está no fato do suborno em
si, mas da negligência de um profissional que deveria cumprir com
sua função de ajudar a proteger o trabalhador, mas que, ao invés
disso, exige propina para não multar a empresa.
Alterações na NR-18 vai Proibir Técnico em Segurança do Trabalho a Assinar
o PCMAT
Os Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado
de Minas Gerais que atuam em obras de construção civil, pode-
rão ficar sem poder assinar o PCMAT, caso, seja aprovada as
alterações propostas por grupos patronais.
Vejam os documentos anexos no Site do Sindicato dos
Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado de Minas Gerais
(SINTEST-MG)
http://sintestmg.org.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=31
1.
Façam, e-mails à Comissão Tripartite do Ministério do
Trabalho e Emprego colocando a sua sugestão e, evitando a
perda de autonomia no exercício da profissão desse setor ou nas
empresas em geral em períodos de obras de reforma ou amplia-
ção.
• Os extintores devem ser colocados em locais de fácil visuali-
zação, de fácil acesso e onde haja menos probabilidade do fogo blo-
quear o seu acesso.
• Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados
por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha com bordas
amarelas. O local no piso onde está localizado o extintor deve ser pinta-
do de vermelho, não podendo ser obstruído de forma nenhuma. Esta
área deve ter no mínimo 1,0 metro x 1,0 metro.
• Não devem ter sua parte superior a mais de 1,60 metros
acima do piso e nem podem estar localizados nas paredes de escadas.
A propina exigida para não autuar a empresa foi de R$35 mil
reais. Segundo a Polícia Federal o auditor foi até a empresa duas vezes em
semanas diferentes e prometeu autuar a empresa por irregularidade no
campo de segurança do trabalho. O empresário não aceitou a oferta, mas
mesmo assim combinou para que voltasse na semana seguinte para pegar
parte do dinheiro. Indignado com a situação o empresário avisou a Polícia
Federal que montou um esquema para prender o auditor em flagrante.
A fiscalização das condições de trabalho nas empresas já é pre-
cária por falta de auditores e ainda tem maus profissionais no meio. Não é
a toa que está cheio de empresas que não cumprem com as exigências
legais e condicionam seus funcionários a conviverem com o risco o tempo
todo.
Tem muito TST desempregado enquanto empresas deixam de
contratar um técnico porque sabem que não serão fiscalizados. A não ser
quando há uma denúncia. Então, caro colega de profissão que está desem-
pregado - se você conhece uma empresa que está com números de técni-
cos a menos que pede a NR 4, denuncie. Quem sabe você não será con-
tratado!
Não sabemos a real situação da empresa visitada pelo auditor,
mas de qualquer forma temos que dar os parabéns ao empresário que fez
a denúncia.
O movimento direcionado de forma responsável poderá surtir
efeito uma vez que não temos representante legal na Comissão.
Fonte: Site do Sindicato do Técnicos de Segurança do Trabalho do
Estado de Minas Gerais (SINTEST-MG)
http://sintestmg.org.br