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1° Ano - Crítica Literária - Obras de Monteiro Lobato
1° Ano - Crítica Literária - Obras de Monteiro Lobato
Língua Portuguesa
Professora Sabrina Barros
1ª série do Ensino Médio
Recapitulando
A História e a Literatura
A Literatura, como as outras artes, é o resultado do trabalho de um artista que dialoga com
as particularidades do momento histórico em que vive.
● Entre as obras literárias de determinado período, existem traços e padrões comuns que
as reúnem em estilos de época;
● Todo autor pertence a dado tempo e local. A atmosfera de um período histórico –
preocupações, dúvidas, desejos, costumes, etc – influencia as obras que nele foram
criadas;
● O olhar específico que um autor lança às questões e aos temas do imaginário da época
dele é o que denominamos estilo individual.
Estilo individual
As obras de arte trazem a marca pessoal de quem as cria, e
essa marca, embora seja reflexo da sociedade em que o
artista vive, é também expressão particular de sua maneira
de ver o mundo, o que torna cada obra uma criação única.
Comparando textos...
Machado de Assis
O alienista
1882
Comparando textos...
Aluísio de Azevedo
O cortiço
1890
TEXTO I
O alienista – Machado de Assis
As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o
Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de
Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos
regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a
universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia. — A ciência, disse ele a
Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.
Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência,
alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos
quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco
anos, viúva de um juiz-de-fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de
pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-
lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e
anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom
pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes.
Se além dessas prendas, — únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era
mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o
risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da
consorte.
TEXTO I
O alienista – Machado de Assis
E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu
chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas
da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas
matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra
planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a
castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e
traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em
torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras
embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro
do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita
de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em
torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.
Estilo individual
Os dois fragmentos nos oferecem a oportunidade
de perceber que todo autor, embora pertença a
determinado momento histórico e receba
influências culturais do local onde vive, realiza
escolhas pessoais de conteúdo e de linguagem, na
produção de suas obras.
Fragmento Machadiano
Classicismo
1189 ou 1198
ou
Trovadorismo Quinhentismo
Humanismo Barroco
1418 ou 1434
1580
Panorama esquemático de todas as correntes surgidas
na Literatura de Portugal e Brasil
1756 1881
Arcadismo Realismo/Naturalismo
Romantismo Parnasianismo
1825 1882
Panorama esquemático de todas as correntes surgidas
na Literatura de Portugal e do Brasil
1922
Modernismo
1882 e Pós-
Simbolismo modernismo
Pré-
?
Modernismo
1902
E a crítica literária:
o que é?
Crítica literária Intimamente ligada ao
percurso da História, a crítica
apresenta três momentos
fundamentais para a sua
Em literatura, a crítica compreensão. Na primeira
literária é análise avaliativa fase, durante a Antiguidade
das produções artísticas. A clássica, há o que se pode
partir do estudo das chamar de gênese da
características de cada atividade de crítica literária
texto, o crítico literário é o que nasce irmanada à
responsável por apontar os atividade filosófica do
acertos e as falhas de período. A partir das análises
determinada produção em feitas pelos principais
termos estéticos, pensadores da época.
linguísticos e retóricos.
Crítica literária Como as análises
englobam fatores
O segundo momento, subjetivos, a crítica
compreendido no longo
especializada passou a
período entre a Idade
adotar as denominadas
Média e a Modernidade, a
crítica literária praticamente correntes literárias. Na falta
fica a cargo da escolástica, de unanimidade sobre o
isto é, os padres e demais conceito de crítica literária,
religiosos da igreja Católica as correntes passam a
detém o maior controle das identificar o estilo avaliativo
análises críticas do período dos críticos.
dividindo a função,
posteriormente, com os
difusores da Reforma
protestante.
Crítica literária
Uma das correntes se É interessante destacar que
apropria da atividade do muitos autores exercem,
artista, o que interessa ao concomitantemente, a tarefa de
crítico é a metalinguagem, ou críticos literários. Os casos são
seja, entender o processo de incontáveis, sendo alguns
escritura dos autores. A outra deles: José de
corrente se debruça sobre a Alencar, Machado de
materialidade da obra e isso Assis e Manuel
significa uma análise que Bandeira. Guimarães Rosa, em
averígua os pormenores da entrevista aponta o que para
linguagem, das palavras ele é a crítica literária: o
usadas e da estruturação verdadeiro crítico trabalha em
como um todo. Para analisar conjunto com o autor, estando
o caráter histórico, existe uma disposto a completar a obra e a
corrente específica que divulgá-la.
considera que o contexto é
primordial no processo de
interpretação e análise.
Como
escrever
uma crítica
literária?
Algumas dicas para escrever uma boa
crítica literária:
Leia a obra e Selecione
Faça um
críticas citações que
pequeno
literárias fundamentem sua
resumo do livro
opinião.
Complete uma
fiche de leitura: Pesquise Tente responder
Título;
Autor;
sobre o autor algumas dessas
Editora;
Data da edição;
e seu estilo de perguntas:
Gênero Literário;
Narrador;
época. Como é a escrita?
Tempo da ação; Quais são os pontos
Espaço e ambiente da ação; fortes e fracos da obra?
Personagens (quais e como Você recomendaria o livro
são).
a alguém?
ATIVIDADE
SOLICITAÇÃO 1: Conforme os conteúdos
trabalhados na disciplina de Literatura na I
unidade e, agora, na II unidade os quais versaram
acerca dos estudos de crítica literária a partir de
duas diferentes perspectivas: platônica e
aristotélica. Vocês deverão, portanto, escrever um
ensaio de crítica literária, interessando-se pelo
impacto da obra na formação ética dos leitores ou
pela ordem estética da composição textual.
MOMENTO 2
A roda de leitura intenciona o
compartilhamento sobre as impressões no
que se refere às obras lidas, isto é, um
momento para apreciação, crítica e
contextualização da literatura e seu autor.
Obrigada, pessoal!
Até a próxima aula!