Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE VIGÁRIO
CENA 1
EXT. PRAÇA. DIA.
Um homem, CARA, mal arrumado, roupas velhas, se aproxima de
outro, VIGÁRIO bem arrumado, bengalando pela rua e charuto.
CARA
Senhor Vigário, como vai?
VIGÁRIO
Pequena lavra. Na verdade um sitiozinho.
E o gado vai bem...
Vai benzinho... pronto pro corte.
CARA
Sabe, senhor... Sr. Vigário,
tenho aqui umas notazinhas de cem mil pratas
que me falta passar.
O senhor quer?
Deixo por vinte mil mangos cada uma...
pechincha.
VIGÁRIO
Deixa ver...
CARA
Insiste.
Por favor...
O senhor bem sabe o que fazer com isso.
E eu preciso muito.
Tô na lona.
VIGÁRIO
Muito bem.
2.
CENA 2
INT. TABERNA ESCURA. JANTAR. VELAS.
Dois homens, os irmãos, estão à mesa. Bebem vinho. Almoçam.
Vigário entra na taberna cambaleando de bêbedo. Fala
enrolado. As pessoas observam.
VIGÁRIO
Boa noite... boa noite.
Desculpem pelo incômodo...
Mas,
meu incômodo maior era não pagar o que devo.
IRMÃO1
Boa noite.
Mas, pode deixar para amanhã.
Nossos negócios de gado bem que podem
esperar.
IRMÃOS2
Ríspido.
Um conto de réis.
Trouxe aí?
VIGÁRIO
Vou pagar... tudo o que devo.
Vou pagar agora.
IRMÃOS2
Não... na boa...
pode pagar do jeito que quiser.
VIGÁRIO
Pronto... agora sim... estou satisfeito.
Garçom... traga mais vinho, por favor.
CENA 3
INT. ESCRITÓRIO. MANHÃ
Os irmãos entram no escritório, vão para o cofre, pegam das
notas para colocar no cofre. Percebem que a nota é falsa. A
tinta sai na mão.
CENA 4
INTERNA. POLÍCIA. MANHÃ
Por trás dos vídeos dos departamentos da polícia, sem som,
queixam-se ao policial. Os policiais anotam tudo. Manuel
Vigário entra na delegacia, ouve atônito o caso, ergue as
mãos ao céu.
4.
VIGÁRIO
Fala ao policial. Audível agora.
Se eu não estivesse completamente bêbedo... talvez, embora
inocente, estivesse perdido. Se não fosse essa bebedeira nem
pediria recibo.