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MULTIPLICADORES
E MULTIPLICADORAS
2018
Organizadores:
Iara Pietricovsky de Oliveira,
José Antônio Moroni e Nathalie Beghin
Consultora para educação popular:
Elisa Rosas Mendes
1ª Edição
Brasília
2018
Ficha técnica
Sobre o INESC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
ǟȂwǕĈĶŕëƆĈşſĶŕīëƆ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60
ǠȂwǕĈĶŕëƆƐĕŔìƐĶĈëƆ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62
4. Encerramentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71
Sobre o INESC
O INESC é uma organização da sociedade civil bra- Com o acesso às informações, a nossa metodologia se
sileira fundada em 1979, em plena ditadura militar. ſĕǕŕşƖǽĕॺƆĕōĶŔĶƐëŔëĶƆëƖŔëëżſĕĈĶëċĄşžƖëŕ-
Desde a sua criação, tem como missão a construção titativa dos recursos, incluindo também uma análise
de agendas públicas que possam combater todas as qualitativa, avaliando os desenhos das políticas e suas
formas de desigualdades. concepções. Ao mesmo tempo, procuramos uma es-
tratégia de fortalecimento popular no debate da apli-
Para o INESC, um dos instrumentos para debater es- cação dos recursos. Surgem os orçamentos temáticos.
tas desigualdades é o orçamento público. Em outras Podemos destacar alguns: orçamento temático da
palavras, dependendo como é o orçamento, ele pode criança e do adolescente, sócio ambiental, da igual-
ampliar estas desigualdades. No caso brasileiro, o or- dade racial, da segurança alimentar e nutricional, etc.
çamento tem servido mais para aprofundar as desi-
gualdades do que para enfrentá-las. É um Estado que O tempo exigiu mais de nós. Precisávamos colocar
arrecada mais de quem tem menos e distribui mais outras lentes sobre o orçamento. E chegamos ao
para quem mais tem. Sendo a essência da democracia Orçamento & Direitos. Um olhar sobre o orçamento
a busca pela igualdade, não consideramos que vive- público, tanto das receitas como das despesas, com
mos uma realidade democrática. a lente dos direitos humanos.
Ao longo do tempo, o INESC desenvolveu várias me- Numa conjuntura nacional e internacional de restri-
todologias de análise do orçamento. Estas metodolo- ção de direitos, de violências, de desrespeitos aos mais
gias dialogaram com um conjunto de fatores e com a elementares direitos dos povos, o INESC sistematiza
conjuntura nacional. Em um primeiro momento, pro- a Metodologia Orçamento & Direitos para que seja
curamos mostrar que o orçamento não era um monte um instrumento de resistência e ao mesmo tempo
de números incompreensíveis e sim um espelho das de debate público. Uma ferramenta para auxiliar a
escolhas políticas. Portanto, o orçamento não é um superar os modelos nada democráticos da gestão dos
instrumento técnico e sim político; por isso, a socie- recursos públicos.
dade tem o direito de interferir na forma como ele é
criado e como é executado. Em um segundo momen- Mas este esforço só faz sentido se ultrapassar as fron-
to, nos alinhamos à luta por transparência e acesso teiras do INESC. Por isso esta metodologia só existe se
universal das informações orçamentárias. Luta árdua, for útil para homens e mulheres, lutadores e lutadoras
demorada e muitas vezes solitária, por todos os limi- do povo e para suas organizações nas lutas diárias e
tes decorrentes da opacidade dos gastos dos governos. cotidianas por todo o Brasil.
Apre sentação 9
formacao@inesc.org.br
Boa leitura!
10 O r ça m e n t o & D i re i t o s
Apre se n tação 11
Introdução
Neste sentido, a educação não deve ser pensada de forma individual. Pelo
contrário, o processo educativo precisa ser um projeto coletivo, que parta
das vivências de cada pessoa, valorizando os saberes comunitários. Para que,
por meio das histórias, se possam pensar questões que afetam cada pessoa
em particular, e também o grupo como um todo. Se na educação escolar é o
acúmulo individual de memorizações e diplomas que contam como símbolo
de aprendizagem, na educação popular o que interessa é o processo relacio-
nal e comunitário, que cria conexões entre as pessoas e ajuda, por meio das
histórias, a pensar as questões que afetam o grupo como um todo. Um
processo que parte de cada pessoa para o grupo, do pequeno para o grande,
das questões concretas para as teorizações abstratas. Para isso, optamos
pelos ensinamentos de Paulo Freire e de outros autores, como também das
diversas vivências de movimentos populares, em especial do Sul Global,
que trilharam seus caminhos a partir das práticas da educação popular.