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EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA
Disciplina
PSICOPATOLOGIA
INFANTO-JUVENIL
2
Curso
EDUCAÇÃO ESPECIAL
E INCLUSIVA
Disciplina
PSICOPATOLOGIA
INFANTO-JUVENIL
www.avm.edu.br
Sou DINA LÚCIA CHAVES ROCHA, graduada em psicologia três áreas
e pós-graduada em psicomotricidade. Fiz formação em arteterapia e
orientação vocacional.
Busquei a psicomotricidade e a arteterapia para entender melhor o
ser humano, a sua comunicação e expressão sob outros aspectos,
não só pela fala.
Conclui o mestrado na área de Ciências pedagógicas, na área da
educação, e fiz um paralelo com a psicomotricidade. Pesquisei e
ampliei meus conhecimentos, investigando a importância
do "movimento" para um adequado desenvolvimento motor, afetivo e
cognitivo.
Trabalho nesta instituição desde 2001 e sou incentivada a pesquisar.
Formamos uma cadeia que se alimenta e se retro-alimenta de saber..
Você e eu fazemos parte dela! Um grande abraço
Caros leitores, foi com muito prazer e dedicação que preparei essa
aula e espero oferecer a vocês a mesma possibilidade de pesquisa e
reflexão despertadas em mim.
Sou JULIANA DE CARVALHO ALCOFORADO, psicóloga sou com
especialização na área clínica (psicanálise). Na minha experiência
profissional atuei em diversas instituições tive a oportunidade de
atender alguns casos de transtorno alimentar no hospital. Nada, se
comparou com o espanto e alarme que me deparei com as pesquisas
atuais. Esses resultados só serviram para que eu tentasse com todo
empenho chamar a atenção de vocês da urgência, perigo e
necessidade da informação, e, porque não dizer da possibilidade de
transformação que ela possa efetuar em todos.
5
07 Apresentação
Aula 1
09 Síndrome de Down
Aula 2
43 Autismo
Sumário
Aula 3
71 Abuso sexual infantil
Aula 4
129 Transtornos alimentares na
adolescência
AV1
165 Estudo dirigido da disciplina
AV2
168 Trabalho acadêmico de
aprofundamento
Esperamos que, após o estudo deste caderno, você seja capaz de:
Objetivos gerais
AULA
Síndrome de Down
Dina Lúcia
Permitir que você aluno conheça com maiores detalhes o que seja
Apresentação
Introdução
Importante
Ele descreveu de forma precisa a população
estudada: Gonzalez (1992)
comenta que a
síndrome de Down é
O cabelo não é preto, como acontece a mais comum e
com o povo mongol, mas sim de uma bem conhecida
síndrome
cor amarronzada, além de serem ralos cromossômica
e lisos. A face é achatada e larga. Os existente.
olhos são oblíquos e o nariz é Acontece na
pequeno. Estas crianças têm uma proporção de um
caso em 600
considerável capacidade de imitar. nascimentos.
Trissomia simples
CÉLULA DE UM PORTADOR
DE SD – TRISSOMIA 21.
IDADE MATERNA
IDADE PATERNA
Você sabia
OUTROS
Importante
EXISTE CURA PARA A SÍNDROME DE DOWN?
O grau de retardo
mental é medido por
testes de Até o momento, não há cura disponível para a
inteligência
padronizados. Síndrome de Down. Não existem tratamentos, vacinas,
O retardo mental
pode ser classificado drogas, remédios capazes de curar. Podemos ajudar
como leve,
moderado ou
essas pessoas com uma boa educação, estimulação
profundo.
precoce, treinamento vocacional, mas não curá-las.
ULTRA-SONOGRAFIA TRANSABDOMINAL –
sugere diagnóstico.
ULTRA-SONOGRAFIA TRANSVAGINAL –
sugere diagnóstico.
Aula 1 |Síndrome de Down 19
Importante
DIAGNÓSTICO DEPOIS DO NASCIMENTO
Nenhum problema
ocorrido na gestação
TESTE DE WALKER – sugere diagnóstico. (como quedas,
sustos ou emoções
fortes) pode
provocar a síndrome
CARIÓTIPO – confirma diagnóstico. de Down.
A anomalia cardíaca
O tratamento poderá ser clínico ou cirúrgico,
mais comum na
dependendo do comprometimento diagnosticado. Síndrome de Down é
o chamado defeito
do septo
atrioventricular.
Quarenta por cento (40%) das crianças com
síndrome de Down têm má formação cardíaca. A
maioria só obtém a “cura” através de uma cirurgia.
Aula 1 |Síndrome de Down 20
FENILCETONÚRIA
O teste do pezinho é
a única maneira de
diagnosticar o Uma doença bioquímica do metabolismo,
hipotireoidismo
congênito ou a
descrita em 1934, tem origem genética (mas não
fenilcetonúria.
cromossômica), causada pela falta de enzima no
organismo. Sendo assim, o bebê não consegue
metabolizar um aminoácido conhecido como
fenilalanina.
Aula 1 |Síndrome de Down 21
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS
São irritadiças.
HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
Importante
PROCEDIMENTOS NO EXAME
Para pensar
A gota de sangue poderá ser retirada do
É lei federal
:: Integrar o
excepcional é
De acordo com a Lei Federal nº 8.069 do praticar a
democracia:
Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13/07/90, a
não realização do teste do pezinho, em território Lei 7853 de
24/10/89 (Diário
nacional, poderá punir com pena de detenção de seis Oficial da União),
que “dispõe sobre o
meses a dois anos o médico, enfermeiro ou dirigente de
apoio às pessoas
estabelecimento que não providenciar a coleta de portadoras de
deficiência, sua
sangue do recém-nascido, objetivando o teste do integração social e
as acões sociais
pezinho (ver art. 10, lll e art. 229). necessárias ao seu
cumprimento,
afastando
discriminação,
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CRIANÇA COM garantindo-lhes o
direito à educação, à
SÍNDROME DE DOWN SEGUNDO PUESCHEL saúde, ao trabalho,
ao lazer, à
previdência social...”
prevê a
Os parágrafos seguintes irão descrever as
criminalização da
características físicas da criança com Síndrome de discriminação,
inclusive
Down. Tais descrições foram feitas por Pueschel (2003) estabelecendo pena
de um a quatro anos
que tinha como objetivo facilitar a identificação por de reclusão. Esta lei
está em pleno vigor.
parte dos médicos na hora do diagnóstico. Iremos
apresentar as descrições feitas na íntegra, somente
enfatizamos os órgãos descritos colocando em letras
maiúsculas.
Importante
A CABEÇA da criança com Síndrome de
Down é um pouco menor quando Muitos recém-
comparada com a da criança normal. A nascidos têm
parte posterior da cabeça é levemente algumas dessas
achatada (braquicefalia) na maioria características não
tendo,
das crianças, o que dá uma aparência
necessariamente,
arredondada à cabeça. As moleiras Síndrome de Down.
(fontanelas) são, muitas vezes,
maiores e demoram mais para se
fechar. Na linha média, onde os ossos
do crânio se encontram (linha de
sutura), há, muitas vezes, uma
moleira adicional (fontanela falsa). Em
algumas crianças, pode haver áreas
com falhas de cabelo (alopecia
parcial), ou, em casos raros, todo o
cabelo pode ter caído (alopecia total).
TABELA DE DESENVOLVIMENTO
IDADE DOWN
Importante
SÍNDROME DE DOWN: é essencialmente um
atraso no desenvolvimento, tanto das funções motoras ESTIMULAÇÃO
PRECOCE
do corpo como das funções mentais.
É capaz de acelerar
o desenvolvimento
ESTIMULAÇÃO PRECOCE: é uma série de
exercícios que tem como objetivo desenvolver as
capacidades da criança, estes exercícios/estímulos
devem estar de acordo com a fase do desenvolvimento
em que ela se encontra.
:: APAE:
APAE – Associação de Pais e Amigos dos
Tem cerca de mil Excepcionais;
filiais espalhadas
pelas cidades de AACD – Associação de Assistência à Criança
médio porte e
grande porte Defeituosa;
brasileiras.
Amigo do Down;
Abrapia – Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção à Infância e
Adolescência;
:: PESTALOZZI:
Sociedade Pestalozzi do Brasil;
Pró-Down;
Instituição criada em
homenagem ao Asdown;
filósofo suíço João
Henrique Pestalozzi. SOS – Down.
Compreender o desenvolvimento da
sexualidade da pessoa portadora de
Síndrome de Down exige defrontar-se
com a própria sexualidade, levando em
conta os aspectos intrínsecos como
sentir prazer, relacionar-se e
reproduzir.
Conclusão
EXERCÍCIO 1
EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 3
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
EXERCÍCIO 4
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 1 |Síndrome de Down 40
RESUMO
AULA
Autismo
Soraya Jordão
Introdução
Autismo infantil
HISTÓRICO E DEFINIÇÃO
Importante
Para iniciarmos um estudo sobre a síndrome do
É importante autismo infantil, precisamos primeiro defini-la e, para
lembrar que, mesmo
antes de 1943, isso, não podemos deixar de apresentar as
crianças autistas
eram conhecidas e contribuições teóricas de Leo Kanner que, a partir do
descritas na
literatura, porém foi estudo minucioso de onze crianças, escreve seu ensaio
Kanner que, a partir
de suas
geral (em 1943) e estabelece o autismo infantil como
investigações, uma entidade diagnóstica. Ele conclui:
atribuiu um nome a
esse conjunto de
fenômenos.
Haslem, em 1809, Devemos, portanto, presumir que
descreveu o caso de essas crianças vieram ao mundo com
um menino autista.
Em 1906, Plouller uma incapacidade inata para
introduziu o adjetivo estabelecer o contato afetivo usual e
autista na literatura biologicamente determinado com
psiquiátrica. pessoas, precisamente como outras
Darr e Worden, em
1921, estudaram crianças vêm ao mundo com
uma criança autista anomalias físicas ou intelectuais
de 4 anos. inatas. Se essa posição estiver correta,
um estudo posterior sobre nossas
crianças poderá ajudar a fornecer
critérios concretos no tocante às
noções ainda difusas sobre os
componentes constitucionais da
reatividade emocional. Parece que
temos aqui exemplos puramente
culturais de um distúrbio autístico
inato do contato afetivo.
(Kanner apud Bettelheim, 1987, p.
416)
Dica de
leitura
A partir da observação sistemática e do
acompanhamento de onze crianças, Kanner nomeia o
SACKS, Oliver. em autismo e circunscreve sua sintomatologia. Ele escreve:
seu livro “ um
antropólogo em
marte”, relata o Os traços característicos consistem
caso de uma autista
num profundo retraimento do contato
PHD em ciência
animal, que com pessoas, num desejo obsessivo de
alcançou preservar a uniformidade, numa
reconhecimento relação habilidosa com objetos, na
mundial em função
preservação de uma fisionomia
de suas descobertas
no seu campo de inteligente e absorta, e ou no mutismo
atuação. ou no tipo de linguagem que não
O texto é fantástico, parece pretender servir ao objetivo da
porque relata em
comunicação interpessoal. Esse
detalhes os dias em
que ele acompanhou comportamento difere do ritualismo
a rotina dessa obsessivo comum num aspecto
mulher autista e significativo: a criança autista obriga
interessante,
as pessoas do seu mundo a serem
apresenta uma
descrição detalhada ainda mais obsessivas do que ela
das dificuldades e própria. Embora possa fazer
impasses dela, e, concessões esporádicas, não garante
também, descreve
esses privilégios aos outros. É um juiz
os recursos usados
para superação implacável, duro e crítico. Quando
destes. observamos uma criança dessas por
Vale a pena um longo período, torna-se evidente
conhecer a história
que, a menos que esteja
de Temple Grandin,
para desmitificar a completamente só, a maior parte de
idéia de que o suas atividades é consagrada à tarefa
autismo impossibilita grave, solene e sacerdotal de
a aquisição do
manutenção da uniformidade, da
conhecimento.
identidade absoluta.
SACKS, Oliver. Um (Kanner apud Bettlheim, 1987, p.
antropólogo em 416)
marte – sete
histórias paradoxais.
São Paulo: Alguns estudos foram realizados depois de
Companhia das
Letras, 1995.
Kanner e contribuições foram se somando, no entanto,
até os dias de hoje, tem-se como referência sua
minuciosa descrição das características e
fenomenologia autística.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Você sabia?
Esse é um aspecto importante a ser
COMUNICAÇÃO
Para
navegar
Uma das características dessa síndrome é a
ausência ou o atraso do desenvolvimento da
Nise da Silveira
linguagem. O que se relata, com freqüência, é o (1905-1999)
psiquiatra alagoana,
desenvolvimento normal da linguagem até os 3 anos, e transformou as
atividades de terapia
a partir dessa fase, perda gradativa do uso do ocupacional dos
internos do Engenho
vocabulário, chegando, muitas vezes, ao mutismo. de Dentro (RJ), em
uma via libertária,
em uma forma de
Kanner aponta algumas características expressão. Seu
objetivo era resgatar
observadas na linguagem das crianças autistas como, a dimensão humana
dos denominados
por exemplo: “Loucos” .
Em 1952, com os
trabalhos artísticos
INVERSÃO PRONOMINAL (uso do pronome tu dos internos,
fundou o MUSEU DE
em vez do eu) e, também, recusa na utilização do IMAGENS DO
INCOSCIENTE , que
pronome eu.
até hoje funciona e
abriga belíssimas
obras.
Por que isso acontece? Uma das respostas www.museuimagens
doinconsciente.org.
possíveis baseia-se no fato de que referir-se a si próprio
br
como sendo o outro (tu) está diretamente relacionado com
Aula 2 | Autismo 56
OU
Tratamentos disponíveis
Recém-publicado,
pela casa do Não podemos esquecer o papel da escola na
psicólogo, o livro de
MACHADO, Adriana vida dessas crianças e de seus familiares, por isso,
Marcondes; DIAS,
Angela Maria. provocaremos uma reflexão que nos faça pensar a
Fernandes; ROCHA
importância da educação e da inclusão no ambiente
Maria Lopes da.
Novos possíveis no escolar para constituição e formação da criança autista.
encontro da
psicologia com a
educação. São Paulo:
Casa do Psicólogo, Educação, escola e inclusão
2006. Trata da
articulação de
diferentes áreas de
atuação e A escola é, por excelência, um lugar privilegiado
conhecimento para
enriquecimento da para promover o acesso, o contato e a internalização
educação.
das atividades socialmente consolidadas e
desenvolvidas ao longo da história da humanidade. No
caso das crianças autistas, muitas vezes, a escola é o
único lugar onde elas podem ter contato com outras
crianças, podem construir uma idéia de infância e
existir enquanto sujeito em desenvolvimento. Sabemos
que, na maioria das vezes, elas são excluídas dos
lugares de socialização sob a alegação de que “vivem
em outro mundo” e, com isso, são destituídas da sua
condição de sujeito e acabam por serem coisificadas
dentro de um processo social que lhes rouba qualquer
possibilidade de inclusão nos grupos.
É importante
definirmos o
conceito de
O professor, o grupo escolar e o próprio espaço
internalização para (escola) podem ajudar a intermediar a relação dessa
Vygotsky:
criança (autista) com esse mundo tão ameaçador. É
“Chamanos de
internalização a esse ambiente de segurança, respeito às diferenças e
reconstrução interna
de uma operação promoção de vivências enriquecedoras, que pode
externa” (Vygotsky,
2003, p. 74). favorecer a aquisição do conhecimento (fruto da
interação do sujeito com o meio), assim como o desenvol
Aula 2 | Autismo 65
Conclusão
Para refletir
O nosso objetivo ao apresentar a vocês as
especificidades da síndrome do autismo infantil foi Para Paulo Freire,
uma educação
dotá-los de informações que permitam o autêntica “ não se
faz de ‘A’ para ‘B’
enriquecimento da prática a partir do conhecimento das ou de ‘A’ sobre ‘B’,
mas sim de ‘A’ com
diferenças, sem deixar de levar em conta as nuances ‘B’ mediatizados
pelo mundo”
que compõem a singularidade de cada sujeito.
(Psique, Ciência &
Vida Especial nº 2).
O que buscamos é mostrar que a escola é um
espaço de revelação, descobertas, vivências e
reconhecimento, principalmente, no caso específico de
crianças autistas, onde a escola torna-se referência de
mundo, lugar de possibilidade de trocas, de construção
de vínculos e ponte para o partilhar simbólico de
valores culturais.
EXERCÍCIO 1
( A ) Um transtorno neurótico;
( B ) Uma reação defensiva contra uma ansiedade
insuportável que tem origem nas condições de
vida destrutivas;
( C ) Um distúrbio inato;
( D ) Um sintoma esquizofrênico;
( E ) Necessidade de introspecção.
EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 3
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
EXERCÍCIO 4
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
RESUMO
AULA
Abuso Sexual Infantil
Fabiane Muniz
limites;
Refletir sobre as principais causas e conseqüências do abuso
sexual, de modo particular, para a criança e o adolescente;
Analisar os principais tipos de abusos sexuais tais como
pedofilia, estupro, assédio sexual, exploração sexual comercial
e exploração sexual profissional;
Conhecer a legislação aplicável à questão do abuso sexual
considerando a Constituição Federal, o ECA, a Declaração
Universal dos Direitos da Criança, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, a Convenção Internacional sobre os Direitos
da Criança e o Código Penal;
Analisar como o Governo Federal tem enfrentado o Problema
através do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), de
modo particular, através do Programa SENTINELA voltado para
o combate à violência, ao abuso e à exploração sexual de
crianças e adolescentes menores de 14 anos.
Aula 3 | Abuso sexual infantil 72
Introdução
Importante
Importante lembrar
que o abuso sexual Então, aqui nesta aula, conheceremos mais um
nem sempre só
ocorre com crianças pouco sobre o abuso sexual infantil, abordando o que é
e adolescentes.
Apesar do nosso abuso sexual, quem são os envolvidos (o agressor, a
foco aqui ser o
abuso sexual vítima, a família, e a sociedade), discutiremos sobre as
infantil, sabemos
que em alguns questões da saúde e da lei, apresentaremos o
pontos estaremos
vendo situações de programa Sentinela, demonstraremos a relação do
abuso sexual em sua
forma mais ampla.
abuso sexual e a tecnologia (globalização). Por fim,
mostrar alguns casos de abuso sexual.
Aula 3 | Abuso sexual infantil 73
Para pensar
A criança que é vítima de abuso sexual
prolongado, usualmente desenvolve uma perda violenta Se a criança não
buscou
da auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e imediatamente
ajuda e não foi
adquire uma representação anormal da sexualidade. A protegida, só lhe
resta aprender a
criança pode tornar-se muito retraída, perder a aceitar a situação e
encontrar um meio
confiança em todos os adultos e pode até chegar a de sobreviver a ela.
(Queiroz, 2002)
considerar o suicídio, principalmente quando existe a
possibilidade da pessoa que abusa ameaçar de violência
se a criança negar-se aos seus desejos.
Resumo:
Este livro, altamente informativo e com uma
linguagem bastante acessível, oferece estratégias
práticas para a proteção das crianças que todos os
pais, professores e qualquer pessoa envolvida na
vida de uma criança considerarão indispensáveis.
Trazendo ao leitor um entendimento do
desenvolvimento sexual normativo/típico das
crianças, Christiane Sanderson capacita pais e
professores a distinguir esse desenvolvimento
normal do desenvolvimento sexual atípico e a
reconhecer os sinais de advertência do abuso sexual
em crianças.
Quanto mais inteirados sobre o assunto e à vontade
estiverem os professores e os pais, mais fácil será
para eles entenderem e conversarem abertamente
com as crianças sobre desenvolvimento sexual. Este
livro oferece orientação sobre como discutir sobre
toques, comportamentos apropriados e não
apropriados e sobre os perigos do abuso sexual,
considerando a idade das crianças. A autora
apresenta informações sobre abusadores e meios de
proteção contra suas tentativas de ganhar acesso a
uma criança por aliciamento, aliciamento de seus
pais e também outros adultos. Inclui, ainda,
informações atuais sobre o uso da Internet e de
telefones celulares pelos abusadores.
Importante
As Parafilias são
caracterizadas por Pedofilia;
anseios, fantasias ou
comportamentos Estupro;
sexuais recorrentes
e intensos que Assédio Sexual;
envolvem objetos,
Exploração Sexual Comercial;
atividades ou
situações incomuns Exploração Sexual Profissional.
e causam sofrimento
clinicamente
significativo ou
prejuízo no Vamos falar um pouco de cada uma dessas
funcionamento
social ou categorias, separadamente, a fim de demonstrar suas
ocupacional ou em
outras áreas diferenças.
importantes da vida
do indivíduo.
Segundo o DSM – IV
R (Diagnostic and Iremos tratar de todos os tipos de abusos
Statistical Manual of
sexuais, porém dando mais ênfase aos casos de abusos
Mental Disorders,
4ª. edição revisada), sexuais infantis.
as parafilias são
classificadas em:
Exibicionismo;
Fetichismo;
PEDOFILIA
Frotteurismo;
Pedofilia;
Masoquismo;
Sadismo; A Pedofilia é um transtorno parafílico, onde a
Fetichismo
Transvéstico; pessoa apresenta fantasia e excitação sexual intensa
Voyeurismo;
Parafilia sem outra com crianças pré-púberes.
especificação:
escatologia
telefônica,
necrofilia, Vamos aos detalhes:
parcialismo,
zoofilia, coprofilia,
clismafilia e
O foco parafílico da Pedofilia envolve atividade
urofilia.
sexual com uma criança pré-púbere (geralmente com 13
Aula 3 | Abuso sexual infantil 91
CONSEQÜÊNCIAS
As consequências de uma violência sexual praticada
contra crianças e adolescentes podem ser físicas,
psicológicas ou de comportamento, todas
igualmente prejudiciais para quem sofre a violência.
FÍSICAS
Dor constante na vagina ou no ânus.
Corrimento vaginal.
Inflamações e hemorragias.
Doenças sexualmente transmissíveis como AIDS,
hepatite B.
PSICOLÓGICAS
Sentimento de culpa.
Sentimento de isolamento de ser diferente.
Sentimento de estar "marcado" para o resto da
vida.
Depressão.
Falta de amor próprio (baixa auto-estima).
Medo indefinido permanente.
Tentativa de suicído.
COMPORTAMENTAIS
Demonstrações assíduas de comportamentos
sexuais.
Aula 3 | Abuso sexual infantil 93
ESTUPRO
Importante
O Estupro é definido como o ato físico de atacar
outra pessoa e forçá-la a praticar sexo sem seu Um exemplo típico
de abuso sexual é o
consentimento. Pode ser um ataque homossexual ou estupro que é o ato
sexual forçado e
heterossexual, estando a pessoa consciente ou não
com penetração
(sob efeito de drogas ou em coma). peniana.
A vítima normalmente é
estigmatizada, havendo uma tendência
social de acusá-la direta ou
indiretamente por ter provocado o
estupro. Sente-se impotente até
mesmo em delatar o estuprador, que
muitas vezes é alguém já conhecido,
sentindo-se muito culpada e temerosa
de represálias. Muitas vezes, pode
sentir que o estupro não foi um
estupro, que foi uma atitude permitida
por ela e de sua responsabilidade. Tal
atitude dificulta o delato do crime. Os
sentimentos de baixo auto-estima,
culpa, vergonha, temor (fobias),
tristeza e desmotivação são comuns. A Para refletir
ideação suicida também pode piorar o
quadro. São comuns sintomas
Por isso que, pela
similares ao estresse pós-traumático lei, só o homem
(transtorno de ansiedade comum em estupra.
soldados pós-guerra). Que coisa, não?
(Parisotto, 2005)
SENADO FEDERAL
SUBSECRETARIA DE INFORMAÇÕES
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_sexual
ATENÇÃO
Por fim:
Existe diferença
entre exploração
Exploração sexual comercial definiu-se sexual comercial e
como uma violência contra crianças e exploração sexual
adolescentes, que se contextualiza em profissional. A
função da cultura (do uso do corpo), exploração sexual
comercial afeta mais
do padrão ético e legal, do trabalho e as crianças e
do mercado. A exploração sexual adolescentes, nosso
comercial de crianças e adolescentes é objeto de estudo.
uma relação de poder e de Porém não poderia
deixar de citar esse
sexualidade, mercantilizada, que visa a outro tipo de abuso
obtenção de proveitos por adultos, que sexual que é a e
causa danos bio-psico-sociais aos exploração sexual
explorados, que são pessoas em profissional.
processo de desenvolvimento. Implica
o envolvimento de crianças e
adolescentes em práticas sexuais,
coercitivos ou persuasivos, o que
configura uma transgressão legal e a
violação de direitos a liberdade
individual da população infanto-juvenil.
(Maria Lúcia Leal - "A Exploração
Sexual de Meninos e Meninas na
América Latina e no Caribe", Relatório
Final - Brasil, Dezembro, 1998)
A VISÃO DA SAÚDE
A VISÃO DA JUSTIÇA
A VISÃO DA EDUCAÇÃO
Fonte : http://portal.mec.gov.br
PROJETO-PILOTO
Lançado em outubro de 2004 e término em outubro
de 2005, o projeto-piloto do Escola que Protege,
programa do Ministério da Educação, atuou em três
capitais brasileiras - Recife (PE), Fortaleza (CE) e
Belém (PA), em parceria com a organização não-
governamental Hathor - Ações de Amor à Vida.
OBJETIVO
Trabalhar com a temática da violência nas escolas,
na formação de profissionais de educação da rede
pública e da rede de proteção integral, para prevenir
e romper o ciclo de violência contra crianças e
adolescentes no Brasil.
Aula 3 | Abuso sexual infantil 110
No desenvolvimento e na implementação do
projeto, a SECAD tem contado com a cooperação
técnica da Partners of the Americas por meio de sua
equipe técnica e de seu braço operacional no Brasil, o
Instituto Companheiro das Américas.
Programa Sentinela
Objetivo
Principais resultados
Você sabia?
Foram de grande relevância para o
Fonte:
http://www.planejamento.gov.br/planejamento_inv
estimento/conteudo/noticias/luta_contra_abuso.htm
Data de acesso:09/05/2007
EXERCÍCIO 1
( A ) Pedofilia;
( B ) Estupro;
( C ) Assédio sexual;
( D ) Exploração sexual comercial;
( E ) Exploração sexual profissional.
EXERCÍCIO 2
( A ) Pedofilia;
( B ) Estupro;
( C ) Assédio sexual;
( D ) Exploração sexual comercial;
( E ) Exploração sexual profissional.
EXERCÍCIO 3
EXERCÍCIO 4
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
RESUMO
Vimos até agora:
AULA
Alimentares na
Adolescência
Juliana Alcoforado
Apresentação
Introdução
Dica da
professora
Nesta aula, trataremos de um assunto que
chama a atenção, na atualidade, tamanha a sua
Espero que, no final prevalência e fácil observação leiga, trata-se do enorme
desta aula, vocês,
professores, possam crescimento dos casos das chamadas “patologias da
oferecer um olhar
diferenciado frente conduta alimentar” nas sociedades capitalistas, que nos
aos transtornos
alimentares. coloca frente a novos desafios e indagações.
Acredito, também,
que lhes seja
possível pensar a Historiar os caminhos das descobertas clínicas é
adolescência e as
formas de viver da imperioso para desmontar o discurso que entende
atualidade de modo
reflexivo. essas patologias apenas como sintomas da moda.
Dizemos sintomas da moda tendo em vista que, nos
dias de hoje, a ditadura estética aniquila a
autenticidade e a autonomia do sujeito que se vê
submetido ao modelo estético único e imperioso da
cultura do corpo magro.
Um passeio histórico
Viver: Mente e
Cérebro, uma
revista de
Nos séculos XV e XVI, o jejum carregava um psicologia,
psicanálise,
cunho de perseverança, autocontrole e santidade. A fé neurociências e
conhecimento, traz
religiosa marcava a cultura e a constituição do homem sempre boas
reportagens em
estava inscrita num culto divino de adoração, culpa e linguagem fácil e
ideal de pureza. acessível até para os
que não trabalham
na área.
Você sabia?
No século XVII, Richard Morton (1637 – 1698)
publica um livro com o nome de “Tisiologia sobre a HIPERFAGIA
– fag (o) – do grego
doença da consunção”, descrevendo três sintomas phago = que ou o
que come, “ato de
essenciais: perda de apetite, amenorréia e comer”
Hiperfagia – ato de
emagrecimento importante. comer em demasia.
Dica de
O transtorno alimentar como paradigma leitura
do adoecer na contemporaneidade
O livro, de
GIDDENS, Anthony.
A Transformação da
Se, originalmente, as razões para o Intimidade:
Sexualidade, Amor e
emagrecimento se localizavam na religiosidade, nos Erotismo nas
Sociedades
ideais de santidade e de pureza; hoje, a magreza Modernas. São
Paulo: UNESP, 1992,
estaria relacionada a um ideal de beleza a ser convida-nos a
pensar sobre a
conquistado. problemática
contemporânea.
A ADOLESCÊNCIA
Do sentido e da história
Importante
Um momento de crise
O espetáculo A
Flauta Mágica, No senso comum, psicologizado, tomamos como
escrito em 1731 por
Wolfgang Amadeus adolescente alguém que apresenta características como
Mozart, é possível
ser entendido como
a rebeldia, a transgressão ou se apresenta como
uma metáfora das
nostálgico e apaixonado.
transformações
vividas na
adolescência.
É recorrente vermos pais atônitos, não
conseguindo compreender o porquê de seus filhos,
antes doces e meigos, se tornarem rebeldes e
agressivos. Sentem-se excluídos à medida que ou se
isolam ou optam por lidar com outros adolescentes.
Na psicanálise
Dica de
leitura
Tomamos
H. Ey (1999, p. 23), em seu Manual de conhecimento,
também, através do
Psiquiatria, nos fala sobre anorexia como: site de
relacionamentos,
que é tido
mulher esquálida que apresenta como atualmente como
queixa uma obesidade imaginária. Há um dos mais
uma estreita dependência em relação visitados do país, o
“Orkut”, de
a mãe, que por sua vez, coexistem
comunidades que
com uma negação da fadiga. indicam a presença
de pulseiras de duas
A exposição do corpo esquelético, que a cores diferentes,
determinando,
anoréxica nos apresenta e que tanto alarme nos causa, assim, anoréxicas e
bulímicas pela cor
só serve para causar sua satisfação. de suas pulseiras.
Mais uma vez,
estamos diante da
tentativa de
Celso Rennó Lima, em seu texto “Anorexia, um nomeação do sou...
já mencionada
para além da histeria”, nos fala das cenas descritas e anteriormente.
repetidas no olhar assombrado que assinala o terror que
experimentam os familiares e da satisfação a ela associa-
Aula 4 |Transtornos alimentares na adolescência 142
BULIMIA
A bulimia operatória;
A bulimia sintomática;
A bulimia conflitiva.
Aula 4 |Transtornos alimentares na adolescência 151
BULIMIA OPERATÓRIA
“Dieta de hoje:
Gatorade, trident e Tenta-se evitar o pensamento, a reflexão e a
pirulito. Aiiii!
Está difícil controlar angústia em momentos em que estes começam a se
a fome.... a
ansiedade... eu fazer presentes, através dos atos de devoração. Faz-se,
tinha tudo para
estar fazendo uma dessa forma, a constituição de um objeto externo
dieta. Tinha
planejado que eu ia
substitutivo apaziguador que tem como função de
perder 0,5 kg por obturação de algo que não foi simbolizado, que está
dia. Estou com
medo da balança e ausente ou danificado no mundo psíquico. Deste modo,
daqui a pouco vou
vomitar e estou o agir compulsivo, seja ele alimento, álcool, esconde de
jurando de novo que
vai ser a última vez. seu autor algo que ficou petrificado gerando um ato
Minha garganta está
toda ‘ ferrada’. Estou alienante.
com uma gripe que
não ‘sara’. A
imunidade está
totalmente baixa...” Gerard Pommier descreve a análise de pacientes
Depoimento
encontrado na
bulímicos, em que a produção, o relato e o trabalho de
comunidade “Diário um sonho precederam o final de um ciclo compulsivo,
da Ana/ Mia” onde
os participantes permitindo em sua análise identificar alguns dos fatores
desabafam e apóiam
uns aos outros, em que tinham incidido no início. A interpretação do autor
suas dietas de “Low
Food” (LF como nos faz retornar a algo que já mencionamos em relação
costumam chamar,
que significa “pouca à anorexia, que é um transtorno na transmissão
comida”) ou nas de
“No Food” (NF como simbólica por parte do pai e de um adernar no campo
costumam chamar,
que significa da onipotência materna. A ingestão voraz do alimento
“nenhuma comida”).
seria, portanto, uma forma compensatória real de
introjeção de uma função paterna falida.
UMA PROPOSTA
Conclusão
EXERCÍCIO 1
( A ) Infância;
( B ) Adolescência;
( C ) Adultos;
( D ) Idoso;
( E ) Lactantes.
Aula 4 |Transtornos alimentares na adolescência 160
EXERCÍCIO 2
( A ) Bulimia operatória;
( B ) Bulimia compulsiva;
( C ) Bulimia depressiva;
( D ) Bulimia conflitiva;
( E ) Bulimia sintomática.
EXERCÍCIO 3
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EXERCÍCIO 4
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RESUMO
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