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Capital fixo e desenvolvimento das forças produtivas da sociedade

Divisão das maquinas em 1) maquinas empregadas para produzir energia; 2)


maquinas que tem a simples finalidade de transmitir a energia e executar o trabalho

Capital Fixo - Todo capital que participa no processo de produção e em todo o


seu momento (inclusive a circulação) é considerado como meio de produção. Vendo
dessa forma, toda matéria-prima é meio de produção para o produto. (pag. 484)

O próprio valor do capital fixo é dado pelo fato de que ele só é usado como meio
no processo e existe apenas como agente para a transformação da matéria-prima em
produto. Pode ser uma tecnologia em si ou uma condição para permitir a produção. Só
tem sentido próprio, servindo exclusivamente da e para a produção, sem valor exterior.
(pag. 484)

O processo de trabalho foi absorvido pelo capital, inclusive suas condições


materiais, e a segunda aparecia como a totalidade das condições desse processo, em
porções diferentes: material de trabalho, meios de trabalho e trabalho vivo. Essas eram
as partes materiais, mas era o processo do trabalho sua unidade movente (ou uma
interação mutua desses elementos). Assim, esses elementos aparecem somente como os
momentos fundamentais do próprio processo do trabalho. (pag. 484)

O capital fixo não pode ser visto da mesma forma que o capital circulante,
principalmente se tratando dos valores de uso de cada tipo de capital. E como era
considerada diferente, as suas diferenças qualitativas fazem com que sua inter-relação
permaneça e fortaleça o movimento do capital, seu movimento total. Os elementos do
capital fixo são considerados como valor de uso do próprio capital nas diferentes fases.
(pag. 485)

O meio de trabalho sofre uma mudança formal, e não aparece apenas como meio
de trabalho em si, mas como um modo de existência particular dele, determinado pelo
capital fixo, e assimilando processos de produção do capital, o próprio meio de trabalho
se transforma em um sistema automático da máquina, um autômato que possui
movimento próprio, que possui diversos órgão mecânicos e intelectuais, onde o trabalho
vivo são apenas membros conscientes dele. O valor de uso dele é transformado, sua
existência material se adequa ao capital fixo, e a forma que foi assimilada ao meio de
trabalho no processo de produção se torna uma posta pelo próprio capital e a ele
corresponde. Nenhuma maquina aparece como meio de trabalho de um trabalhador
individual. A diferença é que a maquina não media a atividade do trabalhador sobre o
objeto, na verdade é ela própria que vai ao objeto, enquanto o trabalhador vivo se reduz
a supervisionar e a manter livre de falhas. Na produção por maquinaria, a apropriação
do trabalho vivo é posta como caráter do próprio processo de produção. O processo de
produção agora não é mais o processo de trabalho, no sentido de processo que o
trabalho domina, agora o trabalho é o órgão consciente, disperso nos diversos pontos do
sistema mecânico. (pag. 485-486)

O trabalho social deixa de ser representado pelo trabalhador e agora aparece no


próprio capital. A força produtiva de uma sociedade agora é medida pelo capital fixo,
que existe de forma objetiva. O trabalhador se torna supérfluo. (pag. 487)

O desenvolvimento do capital acontece quando o meio de trabalho é


determinado como capital fixo, não só formalmente, mas quando tiver sido abolido em
sua forma imediata, e o capital fixo se defrontar como o trabalho como maquina no
interior do processo de produção; quando o processo de produção não aparecer como
processo submetida à habilidade imediata do trabalhador, mas como aplicação
tecnológica da ciência. Logo, a tendência do capital é conferir a produção um caráter
cientifico, e o trabalho direto reduzido a um simples momento desse processo. O
desenvolvimento do capital por um lado pressupõe um determinado desenvolvimento
histórico das forças produtivas, por outro lado, as impulsiona e força. (pag. 487)

Sobre o seu desenvolvimento, a dimensão quantitativa e sua intensidade indica o


grau em que o capital fixo está desenvolvido como capital, como o poder sobre o
trabalho vivo, e seu nível de produção. Ainda assim, mesmo que a maquinaria ou outras
formas materiais de existência do capital fixo confira a si mesmo a forma adequada de
valor de uso no interior do processo de produção, não significa que seu valor de uso seja
capital, ou análogo a ele. (pag. 487-488)

O tempo de trabalho ao mesmo tempo que é colocado como o elemento que


determina o valor, nessa nova forma de produção com o capital fixo, o próprio trabalho
imediato desaparece e consequentemente a criação de valor de uso, ao mesmo tempo
que é reduzido quantitativamente – momento indispensável, mas subalterno as
tecnologias dos autômatos. (pag. 488)
O processo de trabalho anterior que agora é transformado em um processo
cientifico – o que caracteriza o trabalho de capital fixo – que submete as forças da
natureza a seu serviço para satisfazer as necessidades humanas, transforma o trabalho
individual enquanto diminui a sua importância (se torna menos produtivo em
comparação), ao mesmo tempo que a manutenção do trabalho é ditada pela qualidade do
capital circulante, onde o capital adianta o salario ao trabalhador para ele trocar por
produtos necessários a seu consumo. “O capital se põe como mediador entre os
diferentes trabalhadores na forma do capital circulante”. (pag. 488-489)

O capital fixo, na forma de maquinaria, só produz valor se ele mesmo tiver


valor, ou quando ele aumenta a proporção do trabalho excedente ao aumentar a força
produtiva em comparação com o trabalho vivo e individual. Em menos tempo, ele cria
uma massa de produtos maior. E em menos tempo, em mais quantidade, o capital fixo
consegue valorizar uma maior quantidade de trabalho no máximo de objetos que cria. A
maquinaria vem para substituir onde tem abundancia nas forças de trabalho, e não para
se somar a essas forças. (pag. 489)

O capital, quando se apropria do trabalho vivo adquire uma certa realidade


imediata: a ciência e sua evolução permite com que exista maquinas que possam
executar o mesmo trabalho que o trabalhador vivo, ao mesmo tempo que para
desenvolver essa maquina a própria indústria precisa estar em um certo nível além das
ciências estarem a serviço do capital. “A invenção torna-se então um negócio e
aplicação da ciência à própria produção imediata, um critério que a determina e
solicita”. Mas o que deu origem a maquinaria de fato foi a divisão do trabalho, que
transforma o trabalho em operações cada vez mais mecânicas, podendo então ser
substituída pelas maquinas. (pag. 490-491)

Dentro do próprio de produção do capital, “o tempo de trabalho empregado na


produção de capital fixo se relaciona ao capital empregado na produção do capital
circulante como o tempo de trabalho excedente se relaciona ao necessário”, ou seja, na
própria criação de valor. Quando a produção direcionada para a satisfação da
necessidade imediata se torna mais produtiva, uma maior parte da produção pode se
voltar para a satisfação das necessidades da própria produção (incluindo os próprios
meios de produção). Aí, quando o capital fixo se vira para a produção de meios para a
criação de valor, deixando de lado a produção de valores de uso imediatos e a produção
de valores que são requeridos para a reprodução imediata do capital, se mostra mais
elevado que o capital circulante, tendo um fim em si mesmo. Isso faz com que ele se
torne o “critério do desenvolvimento da riqueza fundada no modo de produção do
capital”. (pag. 495)

Sobre o meio de produção, a sua durabilidade é uma condição básica, pois será
exigido dele uma incessante repetição, o que uma baixa durabilidade seria sinônimo de
recorrentes manutenções, o que tornaria caro o seu uso. “Sua duração é aumento de sua
força produtiva”. Já o capital circulante, não existe a preocupação anterior sobre sua
duração no momento da produção, pois não pode ser transformado em capital fixo. (pag.
495-496)

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