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Mussa Salimo
Universidade Pedagógica
Montepuez
2019
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Mussa Salimo
Universidade Pedagógica
Montepuez
2019
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Introdução
A CEI (Casa dos Estudantes do Império), especificamente pela representação das obras
condensadas na colecção “Autores Ultramarinos”, foi considerada como um espaço político
associado a um fenómeno histórico e cultural, em decorrência dos seus objectivos políticos
estabelecidos pelo regime. Assim se tornara também, em seu quotidiano, um lugar de
representações de luta e resistência, tanto quanto fomentador de uma produção significativa
dos estudantes que logravam à metrópole. Em outras palavras, a CEI se tornou muito mais
uma expressão que manifesta visões de mundo de indivíduos e grupos, neste mesmo sentido,
expressando emoções e incorporando difusamente o conhecimento que traz consigo, do que
uma residência estudantil do império. Neste trabalho, falar-se-á o contributo da casa dos
estudantes do império na emergência da literatura moçambicana, pois como sendo uma
instituição que congregava todos estudantes vindos das colónias, Moçambique não fica de
fora na análise desse aspecto.
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A Casa dos Estudantes do Império (CEI) foi uma instituição estatal que funcionava de
maneira semelhante a uma república estudantil, mantida para albergar os vários estudantes das
colónias portuguesas que vinham estudar na metrópole, disponível em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_dos_Estudantes_do_Imp%C3%A9rio, acesso aos 07 de
Abril de 2019.
Para entender o lugar social de produção de algumas das literaturas de resistência, assim como
a CEI se tornou um espaço de combate aos discursos do colonizador e de disseminação de
sentimentos anticoloniais e anti-salazaristas é preciso que compreendamos as tensões que
atravessaram o período de existência da instituição. Desse modo, inúmeros acontecimentos
(inclusive o papel que a literatura assume na viragem da década de 1960) acabam por
corroborar no entendimento de como a CEI passou de “filha da Mocidade portuguesa” para
um espaço de subversão dos ideais do regime e “de encontro, troca de ideias, de liberdade e
de sonho” (CASTELO:17).
Foi criada em 1944, pelo regime salazarista, para fortalecer a "mentalidade imperial e do
sentimento da portugalidade entre os estudantes das colónias", respondendo igualmente a uma
necessidade de congregar num único espaço de convivência os estudantes das até então
colónias portuguesas, que não possuíam instituições de ensino superior ou para auxiliar
àqueles que necessitavam complementar os créditos académicos em Portugal.
O objectivo da casa dos estudantes do império era de permitir que os estudantes das antigas
colónias portuguesas frequentassem a universidade, a Casa dos Estudantes do Império juntou
nacionalistas africanos como Joaquim Chissano, Pascoal Mocumbi, Sérgio Vieira, de
Moçambique, Amílcar Cabral, de Cabo Verde, ou Pepetela e Agostinho Neto, de Angola.
As actividades culturais foram proibidas, livros, ficheiros, bem como sócios que supostamente
– ou que de facto – possuíam ligações com instituições ou indivíduos que não compactuassem
com os ideais do regime, foram apreendidos. Ainda segundo Castelo (2011), um dos
principais motivos para a instauração de uma comissão administrativa seria pelo facto de que
era vista enquanto supostamente uma dependência do aparelho ideológico do Estado, a CEI
cedo subverteu as expectativas do regime, impondo-se como um importante espaço cultural e
político de contestação do salazarismo e do colonialismo, onde se reuniam os estudantes das
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A Casa dos Estudantes do Império, de certa maneira, foi um feitiço que voltou-se contra o
feiticeiro. Foi uma ideia da própria universidade portuguesa para os filhos dos colonos, mas
que depois foi usada em nosso benefício.
Foi essa antologia que revelou aos jovens poetas e artistas moçambicanos alguns poemas
seminais amordaçados como o Quenquelezê de Rui de Noronha, testemunha Luís Honwana.
A presença de Moçambique, se não foi tão numerosa, ela tem conteúdos inesperados e
desconhecidos. Num escrito que vai ser publicado nos 50 anos de Luuanda do Luandino, Luís
Bernardo Honwana cujo livro maior da literatura moçambicana, Nós Matamos o Cão Tinhoso
celebra em simbólica.
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Conclusão
A CEI foi criada no intuito de abrigar os estudantes das colónias, em condições de dar
ideais colonialistas, através do sistema educacional superior promovido para os das colónias,
cuja meta era alimentar noções de unidade e de uma suposta “grande nação portuguesa”.
Entretanto, a CEI acabara ganhando outros formatos, envolvendo temas e debates que
contribuirá não só para formar intelectuais a serviço do colonialismo, mas também aqueles
que militaram em defesa da libertação das colónias, tornando-se um espaço fomentador das
A CEI teve um papel muito importante na emergência da literatura moçambicana, pois através
dela, várias obras moçambicanas, assim como de outras colónias fomentadoras das ideias de
Referências Bibliográficas
CASTELO, Cláudia. A Casa dos Estudantes do Império: lugar de memória anticolonial, 7.º
Congresso Ibérico de Estudos Africanos, In: 50 anos das independências africanas: desafios
para a modernidade : Actas, Lisboa, 2010.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_dos_Estudantes_do_Imp%C3%A9rio
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Índice
Introdução...................................................................................................................................3
Conclusão....................................................................................................................................7
Referências Bibliográficas..........................................................................................................8