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Resumo de Sociolinguística

Conceito de Sociolinguística

Sociolinguística – é o ramo da linguística que estuda a relação entre a língua e a


sociedade. É o estudo descritivo do efeito de qualquer e todos os aspectos da sociedade,
incluindo as normas culturais espectativas e contextos, na maneira como a língua é
usada, e os efeitos do uso da língua na sociedade.

Objecto de estudo da sociolinguística

 Correlação entre a estrutura linguística e o factor social.

Ramos da Sociolinguística

São três grandes ramos da sociolinguística:

 Sociologia da linguagem;
 A etnografia da fala ou da comunicação;
 A teoria da Variação ou mudança (sociolinguística variacionista).

A hipótese de Sapir-Worf e o relativismo linguístico

1ª Hipótese

Hipótese fraca (relativismo linguístico) – esta hipótese diz que a cultura influencia a
língua, ou seja, se um termo x não existe numa determinada língua, os falantes dessa
língua precisaram de perífrases para conceituar o mesmo. Por exemplo, quando diz-se
"harusse" na cultura Mwani, o que na cultura europeia significa casar-se com uma
mulher virgem.

2ª Hipótese

Hipótese forte (determinismo linguístico) – refere que a língua determina a cultura, ou


seja, a estrutura de uma língua determina como vemos o mundo. Por exemplo, para um
moçambicano "casa" é um abrigo qualquer, enquanto, para um português "casa" é um
edifício que contém quarto de banho, cozinha, sala de estar e de jantar, jardim, etc.

Pág. 1 Resumo produzido por: Muapalinho, Hassan e Norberto.


“Aquele que corre cansa, aquele que anda, sempre alcança seus objectivos.”
Resumo de Sociolinguística

Relação língua e poder

Não importa a idade da pessoa terá que ser respeitada por ocupação social que
desempenha, ou seja, se alguém é de idade inferior do outro, mas este ocupar um cargo
superior, este tem que ser dirigido com vocabulário adequado ao nível que se encontra.

Relação da linguagem e solidariedade

Quando respeitamos a pessoa mesmo que seja inferior a nos, ou seja, quando se respeita
alguém sem se preocupar com o seu nível social em termos linguísticos.

Princípios da cortesia

Este princípio tem como objectivo atenuar a ameaça provocada por alguns actos de fala
à face dos falantes. Estabelece, portanto, o uso da língua com base em algumas
estratégias verbais, permitindo o recurso a formas suavizadas através de determinados
mecanismos linguísticos para não ferir sensibilidades.

Factores da socialização (Bernestein)

Os factores da socialização refere-se às redes sociais ou grupos que tenham os mesmos


objectivos ou interesses (influencias). Os factores que influenciam a socialização são:

Factores ou socialização primárias (família);

Factores ou socialização segundárias (escola, grupos de trabalho, etc);

Socialização e códigos sociolinguísticos (teoria de Basil e Bernestein)

Código restrito é uma variação estilística do código elaborado, desfavorecida.

Código elaborado refere-se a norma padrão, favorecida. Exemplo contextualização –


recontextualização.

De uma maneira geral, bilinguismo é a situação linguística na qual os falantes são


levados a utilizar alternativamente, segundo os meios ou as situações, duas línguas
diferentes.

Dimensões e tipos de Bilinguismo

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“Aquele que corre cansa, aquele que anda, sempre alcança seus objectivos.”
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A Competência relativa compreende a relação existente entre L1 e L2. Desta relação


nasce o bilinguismo balanceado e o bilinguismo dominante. No bilinguismo
balanceado o sujeito possui o mesmo grau de competência linguística nas duas línguas,
independente de qual seja essa competência. No bilinguismo dominante, o sujeito tem
maior competência em utilizar uma das duas línguas, sendo, normalmente, a língua
materna.

A dimensão da Organização Cognitiva caracteriza-se pelo bilinguismo composto e o


coordenado. No bilinguismo composto, o sujeito formula primeiro seu pensamento em
uma língua (geralmente na materna) para então traduzir mentalmente a segunda língua.
No bilinguismo coordenado, o indivíduo consegue distinguir as duas línguas de
maneira independente, podendo codifica-las e decodifica-las para cada ambiente.

A Idade de aquisição é outra dimensão proposta por Harmes e Blanc (2000) de


extrema importância, já que afeta o desenvolvimento linguístico, neuro-psicológico,
cognitivo e sócio-cultural do falante. Dentro dessa idade de aquisição pode-se encontrar
o bilinguismo infantil e o consecutivo. Esse bilinguismo pode ser entendido de duas
maneiras: simultâneo quando a criança aprende as duas línguas ao mesmo tempo,
como, por exemplo, as crianças que já nascem em ambientes onde os pais são bilíngues.
Por outro lado, no consecutivo, a criança aprende primeiro sua língua materna e em
seguida, ainda na infância, adquire a segunda língua. Além do bilinguismo infantil,
encontram-se também o bilinguismo adolescente e o adulto.

A Presença ou não de indivíduos falantes representa o contato do aprendiz com os


falantes da segunda língua. É necessário entender com que frequência o uso da L2 se
encontra no ambiente e em qual ela está inserida, seja familiar ou escolar. A partir disso
pode-se detectar o bilinguismo endógeno e exógeno. O primeiro caso pode ser
interpretado como uma sociedade que possui duas línguas, contudo, ambas podem ser
utilizadas como nativas ou apenas uma delas, além disso, podem ter, ou não, caráter
institucional. O segundo caso, as duas línguas são consideradas oficiais, mas a segunda
língua pode não fazer parte da comunidade e não ter caráter institucional.

O Status é uma dimensão importante para entender como o ensino da segunda língua
está sendo desenvolvido, pois cada indivíduo pode declarar diversas formas de
bilinguismo. Dentre estes pode-se encontrar o bilinguismo aditivo, no qual as duas
línguas são consideradas iguais e seu desenvolvimento dá-se de maneira igualitária. No
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bilinguismo subtrativo percebe-se uma perda considerável da língua materna para que
a aquisição da segunda língua possa acontecer.

A última dimensão do bilinguismo é a Identidade Cultural. Conforme esta dimensão,


os seres distinguem-se pelo sentimento de pertencimento a um determinado grupo ou
sociedade apresentando diversificadas culturas. Desse modo, essa identidade cultural,
no bilinguismo, pode abranger as seguintes características: biculturais, monoculturais,
aculturais e desculturais. As pessoas que se se consideram biculturais são aquelas que
dispõem de duas culturas e se reconhece por meio de cada uma delas. No bilinguismo
monocultural o sujeito se identifica com apenas um dos grupos em questão. Em
sequência, o acultural, o sujeito renuncia sua cultura de origem e passa a adotar a
cultura dos falantes da língua estrangeira. Por fim, no descultural o indivíduo desiste de
sua própria cultura, mas ao tentar adotar a cultura da L2 falha, acabando por não seguir
cultura alguma.

Dimensões Conceitos Definição dos conceitos-


base
Competência relativa Bilinguismo balanceado L1=L2
Bilinguismo dominante L1>L2 ou L1<L2
Bilinguismo Composto 1 Representação para 2
Organização Cognitiva traduções
Bilinguismo Coordenado 2 Representações para 2
traduções
Bilinguismo Infantil L2 Adquirida antes dos
10/11 anos
Simultâneo L1 e L2 adquirida ao
mesmo tempo
Consecutivo L2 adquirida
posteriormente a L1
Idade de Aquisição Adolescente L2 adquirida entre 11 e 17
anos
Adulto L2 adquirida após os 17
anos
Bilinguismo Endógeno Presença da L2 na

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Presença da L2 comunidade
Bilinguismo Exógeno Ausência da L2 na
comunidade
Bilinguismo Aditivo Não há perda ou prejuízo
Estatuto das línguas da L1
Bilinguismo Subtrativo Perda ou prejuízo da L1
Bilinguismo Bicultural Identificação positiva com
os dois grupos
Bilinguismo Monocultural Identidade cultural
Identidade cultural referente a L1 ou L2
Bilinguismo Acultural Identidade cultural apenas a
L2
Bilinguismo Descultural Sem identidade cultural

A gestão in vivo, refere-se ao modo como as pessoas, cotidianamente são confrontadas


com problemas de comunicação, e os resolvem. Dessa forma, o que chamamos de
“línguas aproximativas” ou ainda as línguas veiculadas, são produto típico de uma
gestão in vivo do plurilinguismo.

Mas existe outra abordagem dos problemas do plurilinguismo ou da neologia, a


abordagem do poder. É a gestão in vitro: em seus laboratórios, linguistas analisam as
situações e as línguas, descrevem-nas, constroem hipóteses sobre o futuro das situações,
proposições para regular os problemas, depois os políticos estudam essas hipóteses e
proposições, fazem escolhas e aplicam-nas.

Chamaremos de Politica linguística – um conjunto de escolhas conscientes referentes


as relações entre as línguas e a vida social e de planeamento linguístico, a
implementação concreta de uma política linguística, de certo modo, a passagem ao acto.

Tipos de políticas linguísticas

Política de assimilação - é aquela que aplica fortes medidas orientadas a acelerar o


decrescimento de uma ou mais minorias linguísticas. O objetivo final de tais politicas é
de promover a unidade nacional dentro de um estado, (assumindo ideia de que a
existência de uma só língua em um pais favoreceria o tal objectivo).
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“Aquele que corre cansa, aquele que anda, sempre alcança seus objectivos.”
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Política de intervenção – consiste em permitir a interação normal entre comunidades


linguísticas e a evolução das minorias que seguem em curso. Caso invariavelmente este
favorece o grupo dominante. Em ocasions, tal política vem acompanhada por medidas
administrativas que protegem as certas minorias.

Política de estatutos legais diferenciados – é uma política que reorganiza o estatuto


legal distinto de uma língua concreta normalmente busca permitir a coexistência dentro
de um estado de múltiplas comunidades linguísticas.

Política de promoção de línguas de idioma oficial – é uma política que favorece o


idioma oficial é uma politica de monolinguismo em ocasions pode favorecer uma língua
nacional, outras vezes favorecem uma língua colonial de grau influência internacional.

Políticas setoriais – diz-se que uma politica setorial quando concerne só a um


subconjunto de sectores possíveis considerados em conjunto por politicas linguísticas de
alcance geral. Exemplo de políticas sectoriais correntes são aquelas que só tratam
assuntos em matérias educativas, ou com a planificação de corpus, ou com o estatuto de
uma língua em administração pública ou em sistema judicial.

Politica de bilinguismo ou trilinguísimo – é uma politica que favorece os idiomas


oficiais, a diversas formas em se podem aplicar estas politicas.

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“Aquele que corre cansa, aquele que anda, sempre alcança seus objectivos.”

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