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Rafael de Souza 6ºp.

CIRURGIA DO PÂNCREAS
ANATOMIA: Irrigação e drenagem =

- Comprimento: 10 a 15 cm;
- Tronco celíaco e artéria mesentérica superior irrigam o
- Peso: 60 a 100 gramas;
pâncreas;

- Amarelo-rósea, de consistência mole e aspecto frágil;


- Existem variações, mas em sua maior parte o corpo e
- Localização: posteriormente ao a cauda são supridos por ramos da artéria esplênica,
e s t ô m a g o e o m e n t o m e n o r, enquanto a cabeça e o processo uncinado recebem
posicionado transversalmente no suprimento pelas artérias pancreatoduodenal superior
retroperitônio, estendendo-se do (ramo da gastroduodenal) e inferior (ramo da
arco duodenal ao hilo esplênico, mesentérica superior);

anterior a primeira e segunda - Estes ramos se anastomosam na cabeça do pâncreas


vértebras lombares, veia cava formando a arcada arterial pancreatoduodenal, que
inferior, aorta, veia esplênica e irriga em conjunto duodeno e pâncreas, o restante do
glândula adrenal esquerda.
órgão é irrigado pela artéria lienal;

- A drenagem venosa é feita para as veias esplênicas,


Quatro regiões =
mesentérica superior e porta;

Cabeça/processo uncinado: está na parte interna do


arco duodenal e seu processo uncinado se prolonga
posterior e medialmente situando-se posterior a veia
mesentérica superior, veia porta e artéria mesentérica
superior (região dos vasos mesentéricos superiores);

Colo: estreito e está entre a cabeça e o corpo, medindo


cerca de 2 cm de comprimento;

Corpo: se localiza abaixo do tronco celíaco e acima da


exura duodeno jejunal;

Cauda: se prolonga dentro do hilo esplênico;

Drenagem linfática =

- O pâncreas é drenado por múltiplos grupos


linfonodais;

- A cabeça e o processo uncinado em sua maior parte


são drenados para os linfonodos subpilóricos, portais,
mesentéricos, mesocólicos, e aortocavais;

- O corpo e a cauda para os linfonodos celíacos,


aortocavais, mesentéricos, mesocólicos e linfonodos
do hilo esplênico;

Ductos =
Inervação =

Ducto principal (Wirsung): origina-se na cauda pela - A inervação é feita pelos nervos simpáticos e
con uência de pequenos ductos e segue o eixo parassimpáticos;

longitudinal até o colo, onde curva-se inferiormente e - As bras parassimpáticas pré-ganglionares chegam
dorsalmente para desembocar junto com o colédoco na ao gânglio celíaco pelo nervo vago, onde saem as
segunda porção do duodeno na papila maior (papila de bras pós ganglionares direcionando-se até a
Vater);
glândula;

Ducto acessório (Santorini): drena parte proximal da - As bras espalham-se entre os lóbulos pancreáticos
cabeça do pâncreas e comunica-se com o ducto ao redor dos ácinos e
principal ao nível do colo. Termina na papila duodenal por m nas células;

menor, que se situa 2cm proximal e discretamente - Os nervos simpáticos


anterior a papila maior;
chegam no pâncreas
através dos troncos
grande e pequeno
esplâncnicos;

- As bras pré-
ganglionares terminam
nos gânglios celíaco ou
mesentérico superior, e
as pós-ganglionares
acompanham os vasos
sanguíneos do pâncreas

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HISTOLOGIA: duodenojejunostomia isoperistáltica retrocólica.
A gastrojejunostomia associada a vagotomia
troncular é outra opção.

- Pâncreas ectópico =
‣ Presença de tecido pancreático fora do seu sítio
habitual, não tendo relação anatômica ou
vascular com o pâncreas propriamente dito;

‣ Parede gástrica, duodeno e jejuno, porém pode


ser encontrado também no divertículo de
Meckel, no umbigo ou em qualquer parte do
trato gastrointestinal;

‣ No antro gástrico pode causar síndrome da


estenose pilórica, sendo muitas vezes
confundido com doença maligna;

- Órgão endócrino, formado pelas ilhotas de ‣ O diagnóstico: Endoscopia Digestiva Alta (EDA):
lesão elevada com umbilicação central jorrando
Langerhans e um órgão exócrino, constituído por
células acinares e ductais;
suco pancreático; Estudo radiológico do trato
- As célula acinares, liberam suas secreções no interior gastrointestinal superior: nódulo na área pré-
do espaço acinar, centralizado, que faz comunicação pilórica, com um defeito de enchimento no seu
com o ducto pancreático principal. Além disso, interior, quando no antro gástrico;

a p re s e n t a m g r a n d e q u a n t i d a d e d e re t í c u l o
‣ Complicações: tumores malignos, pancreatite,
endoplasmático e grânulos de zimogênios abcessos e pseudocistos;

eosinofílicos que se localizam no ápice.

‣ Tratamento: casos sintomáticos - ressecção do


- O ducto pancreático é delimitado por células tecido aberrante;

colunares altas e muitas possuem grânulos de


‣ A maioria dos casos é assintomático, sendo um
mucina.
achado acidental nas laparotomias;

- As células pancreáticas em sua maioria, são


constituídas de células acinares, sendo as células - Pâncreas divisum =
ductais representando apenas 5% da massa ‣ Dois ductos isolados, sem comunicação;

pancreática.
‣ A alteração se manifesta antes da 8ª semana de
vida fetal e assim permanece pelo resto da vida;

EMBRIOLOGIA:
‣ A incidência varia de 1 a 14%;

- Dois brotos endodérmicos nascem do duodeno ‣ O ducto de Santorini (menor/acessório) assume


durante a 4° semana de gestação, o divertículo o papel de ducto principal e drena a parte dorsal
hepático que dará origem ao fígado, vesícula biliar e do pâncreas, que é maior, através da papila
ductos biliares, e o broto pancreático dorsal que duodenal menor, assim sendo, o pequeno
forma o corpo a cauda do pâncreas;
diâmetro da papila menor poderá ser insu ciente
- O broto pancreático ventral é originado pelo para drenar o grande volume de secreção
divertículo hepático no 32º dia de gestação, o qual pancreática dessa região;

dará origem ao processo uncinado e parte inferior da [Estase da secreção pancreática exócrina e aumento da
cabeça do pâncreas;
pressão ductal, o que poderá ser causa de pancreatite];

- Os dois brotos pancreáticos fundem-se por volta do ‣ Já a parte ventral, que é menor, é drenada pelo
37º dia de gestação, em 90 % das pessoas, assim ducto de Wirsung pela papila duodenal maior;

como os sistemas ductais.

‣ O diagnóstico é realizado com maior precisão


pela colangiopancreatogra a retrógrada
endoscópica (CPRE), que além de diagnóstica é
ALTERAÇÕES EMBRIOLÓGICAS DO PÂNCREAS =
também terapêutica;

- Pâncreas anular = ‣ O tratamento é realizado por meio de uma


‣ É um anel de tecido es ncterotomia da papila duodenal menor, seja
pancreático que circunda a endoscópica ou transduodenal;

segunda porção do duodeno,


de forma completa ou não, e
aparece quando as porções
do broto ventral bí do
fundem-se com o broto
dorsal;

‣ Sintomas: obstrução intestinal alta,


manifestando-se principalmente na infância;

‣ Quando o envolvimento for incompleto, poderá


ser assintomática;

‣ Diagnóstico: exames radiológicos: sinal de


dupla bolha (uma bolha de ar no estômago e
outra no duodeno);

‣ Alta incidência de anomalias associadas:


t r i s s o m i a d o 2 1 , c a rd í a c a s , re n a i s o u
gastrintestinais;

‣ O tratamento para casos sintomáticos é


cirúrgico, e a cirurgia de eleição é a
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FISIOLOGIA: ‣ Exopeptidases (carboxipeptidases A e B,
- Glândula de secreção mista, endócrina e exócrina, aminopeptidase);

onde o tecido endócrino corresponde a ‣ Nucleases (ribonucleases, desoxiribonucleases)


aproximadamente 1% da glândula;

- Pode-se retirar de 80 – 90% do pâncreas e ainda Enzimas Glicolíticas:


assim não causar Diabetes. ‣ Amilase pancreática
Pâncreas endócrino = Enzimas lipolíticas:
• Difusamente dispersas pelo pâncreas em pequenos ‣ Lipase, fosfolipase A e B;
agregados, sendo denominadas ilhotas. Estas ‣ Estecraseestercaboxílica;
células são diferenciadas em:
‣ Colipase;

‣ Células A (alfa) secretam Glucagon;

‣ Células B (beta) secretam insulina;


A regulação da secreção pancreática ocorre por um
‣ Células D (delta) secretam somatostatina;
mecanismo neuro-hormonal;

‣ Células D2 (delta 2) secretam peptídeo • Secretina: polipeptídeo produzida na mucosa


intestinal vasoativo;
duodenal e jejuno proximal, aumenta a secreção
‣ Células PP ou F, secretam o polipeptídeo hidroeletrolítica do suco pancreático e age sobre a
pancreático (pp);
secreção enzimática aumentando a fase inicial da
estimulação;

Principal função do pâncreas: regulação da energia


corporal, papel este que se dá em sua maior parte pela • Colecisticina-pancreozimina (CCK-PZ):
regulação hormonal do metabolismo dos carboidratos;
polipeptídeo sintetizado em sua maior parte nas
porções proximais do intestino delgado e tem ação
- A insulina aumenta o transporte de glicose para dentro sobre a secreção enzimática, a contração da
das células, diminuindo o nível de glicose no sangue, vesícula biliar e efeito relaxante sobre o esfíncter de
aumentado a síntese proteica, reduzindo a Oddi (na papila de vater);

glicogenólise e a lipólise e consequentemente


armazenando energia. O glucagon libera energia • Gastrina: liberada no antro gástrico e tem ação na
através da liberação de glicose para o sangue por secreção cloridopéptica;

meio da glicogenólise, gliconeogênese e lipólise.

• Glucagon: age inibindo a produção enzimática e


forte ação relaxadora no esfíncter da papila;

• Peptídeo-intestinal-vasoativo: estimula a secreção


hidroeletrolítica e aparenta aumentar a ação da
secretina e CCK-PZ;

• Somatostatina: inibe a liberação de secretina,


insulina, colecistocinina e glucagon assim como o
uxo sanguíneo entérico;

Pâncreas exócrino =
• Libera uma secreção composta por água, eletrólitos MÉTODOS DIAGNÓSTICOS:
e enzimas;
Anamnese e exame físico =

• A água e os eletrólitos formam a secreção ‣ Ictericia;

hidroeletrolítica;
‣ Perda ponderal;

• As enzimas formam a secreção ecbólica;


‣ Dor abdominal;

• Secreção hidroeletrolítica: líquido incolor, inodoro,


com pH em torno de 8,3, secretado em grande Exames laboratoriais =

volume (1500 – 4000 ml / dia) devido à presença de ‣ Aumento de bilirrubina (em maior parte do
quimo nas partes proximais do duodeno; A componente direto; pois o problema não é no
concentração de potássio é de 6 a 9 mEq/l, sódio fígado);

de 139 a 143 mEq/l, cálcio de 1,7 a 2,3 mEq/l, cloro ‣ Aumento da fosfatase alcalina;

varia de 20 a 126 mEq/l, bicarbonato varia de 20 a ‣ Alteração das transaminases;


160 mEq/l, tendo ainda fosfato e sulfato na sua ‣ Marcadores tumorais: alfa feto proteína, antígeno
composição; O pH alcalino é dado pelo carcinoembrionário (CEA) e o antígeno carboidrato
bicarbonato, tendo como função a neutralização do 19-9 (CA 19-9)* sendo este o principal para
quimo ácido vindo do estomago;
diagnostico e acompanhamento pós – operatório;

[Nas fístulas pancreáticas há perda dessas secreções


podendo ocorrer alterações no equilíbrio ácido-básico;]
Radiogra a simples de Abdome: Baixa sensibilidade
diagnostica, identi cando calci cações na localização
Secreção ecbólica: constituem as enzimas pancreáticas do órgão sugerindo pancreatite crônica;

e são classi cadas de acordo com o tipo de alimento


que são capazes de hidrolisar. Ultrassonogra a Abdominal: Demonstra a dilatação das
vias biliares, além de fazer diagnostico diferencial com
Enzimas proteolíticas: coledocolitíase, pouca acurácia sobre o órgão;

‣ Endopeptidases (elastase, colagenases, tripsina,


quimiotripsina, calicreina);

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Tomogra a Computadorizada:
• Através do omento menor, porém o acesso através
‣ Grande importância em casos de pancreatite dele torna-se limitado devido a limitações impostas
aguda, além de de nir o estadiamento neoplásico e pela curvatura gástrica menor;
determinar os critérios de inoperabilidade; • Através do omento maior, permite visualização
‣ Método de escolha para diagnóstico de doenças quase totalmente da face anterior do pâncreas;
pancreáticas; • Mobilização duodenopancreática (Manobra de
Kocher), realiza um descolamento do espaço
Ressonância Magnética: Possui um alto custo e ainda retroduodenopancreático, permitindo a exploração
assim para doenças pancreáticas não supera a da cabeça do pâncreas, além da visualização da
Tomogra a computadorizada.
veia cava inferior e do hilo renal direito;

Angiogra a: permite averiguar se há invasão tumoral dos PANCREATECTOMIAS:


casos peripancreáticos, principalmente os mesentéricos • Duodenopancreatectomia (whipple) =
superiores, indicando inoperabilidade. ‣ A mais utilizada, em até 80% dos casos;
‣ Retira-se a cabeça do pâncreas e o duodeno,
Biopsia guiada por USG ou TC: permite diagnostico porém costuma stulizar; {pois deixa um segmento
etiológico dos tumores e na pancreatite agua de corpo e cauda que continua funcionando
diagnostico da infecção do tecido pancreático. normal} {retira-se também a vesícula biliar}

‣ Tem indicação para tumor de cabeça de pâncreas


Colangiogra a por via transparietohepática ou retrograda e traumatismos na região;

endoscópica: possibilita a visualização da árvore biliar e ‣ Faz-se anastomose com pâncreas, colédoco e
o ponto de obstrução e permite procedimentos por estômago, no jejuno;

descompressão, como colocação de stent.

Seriogra a: tem importância nos tumores de papila,


onde evidência o sinal de Frotsberg (Sinal do 3
invertido).

Laparotomia Exploradora: antigamente era muito


utilizada com nalidade diagnóstica, porém com o
advento da ultrassonogra a (USG) e da Tomogra a
computadorizada (TC) fez com que se tornasse menos
frequente;

VIAS DE ACESSO: • Pancreatectomia distal =


- Órgão localizado no retroperitônio e recoberto por ‣ Retira-se o corpo e a cauda; {pode ou não retirar o
vísceras mais super ciais;
baço junto}
- Posicionamento do paciente => decubito dorsal, ‣ Tem indicação para pseudocistos de corpo e cauda,
coxim no dorso e trendelenburg invertida; {liberando tumores císticos, traumas, pancreatite crônica e
as alças intestinais, facilitando o acesso}
tumores pancreáticos.

Incisão mediana = {mais utilizada} • Pancreatectomia total =


‣ Do processo xifoide até a sín se púbica passando ‣ Além de todo o pâncreas, retira-se o duodeno
pela cicatriz umbilical;
também;
‣ A abertura se faz no entrecruzamento das bras da ‣ Tem indicação para tumores;
bainha do musculo reto do abdômen, ‣ Anastomose do colédoco no jejuno e estômago no
consequentemente não havendo secção de planos jejuno;

musculares;

‣ A vantagem desse via é a simplicidade e facilidade ANASTOMOSES PANCREATODIGESTIVAS:


com que é realizada, além de ser rápida e com • Pancreatojejunostomia longitudinal (cirurgia de
possibilidade de ampliação, permitindo acesso a Puestow) =
toda cavidade abdominal, sendo muito utilizada ‣ Indicado na pancreatite crônica, com dilatação do
para tratamento de traumatismos pancreáticos. ducto de Wirsung; {para aumentar a aérea de
drenagem} {anastomose que leva o jejuno la para
Incisão de Lennander (paramediana) = dentro do pancreas; todo o ducto vai drenar para o
‣ Pararretal interna direita supra e infraumbilical; jejuno; a ponto de duodeno que ca solta, junta-se
‣ Permite fácil acesso e é rápida de ser realizada;
de volta ao jejuno}
‣ A drenagem do
Incisão transversa supraumbilical = pâncreas faz
‣ Realiza a secção dos músculos retos do abdômen, com que diminua
incisão é curvilínea, pode-se prolongar lateralmente a dor;

de acordo com as necessidades;

Manobras necessárias para expor o órgão =

• Elevação do mesocólon transverso, aproveitando


para explorar os vasos mesentéricos superiores,
logo que a invasão tumoral desses vasos torna a
neoplasia irressecável;
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• Pancreatojejunostomia em Y de Roux = PANCREATITE CRÔNICA:
‣ Tem indicação no trauma; {ou doença só do corpo}
- É caracterizada por brose pancreática progressiva,
‣ Retira-se o corpo, mantendo a cabeça e a cauda; irreversível com substituição do parênquima normal,
{secciono o jejuno e subo com ele na região de mesmo quando a causa for excluída;

anastomose, que vai ser a cauda do pancreas, e - A lesão inicial aparenta ser a precipitação do material
pego o duodeno e junto com jejuno la em baixo}
proteico dentro dos canais. Estes precipitados irão em
seguida ser responsáveis por todas as lesões da
PANCREATITE AGUDA: doença;

- É um processo in amatório geralmente reversível que - Principal sintoma é a dor (95% dos casos);

acomete o pâncreas que anteriormente encontrava-se


normal, onde as principais etiologias são a litíase biliar Tratamento =
e o alcoolismo.
‣ Medidas clinicas conservadoras como abstinência
- Pode ser classi cado em =
alcoólica, analgésicos e restrição de gorduras;
A. Leve (intersticial): Possui bom prognóstisco, ‣ Administração de somatostatina exógena ou
caracterizada por edema e congestão. análogos (octreotide), que tem como função
Acomete de 80 – 90 % dos casos. diminuir a secreção pancreática,
B. Grave (necrótica): Caracteriza-se por necrose c o n s e q u e n t e m e n t e d i m i n u i n d o a p re s s ã o
hemorrágica, supuração e gangrena;
intraductal, assim aliviando a dor;

‣ Endoscopia: método diagnostico mais acurado


- Não há um consenso com relação a indicações para o estudo do parênquima pancreático;

cirúrgicas, nem tempo ideal para realizar a ‣ Colangiopancreatogra a por RMN: exame mais
intervenção;
acurado para a avaliar os ductos pancreáticos e
biliares;

Procedimentos cirúrgicos = [não há uma operação de escolha, isso dependerá das


• Colecistostomia ou Coledocostomia: características de cada caso. A maioria dos cirurgiões
‣ Realizados em pacientes com dilatação das vias faz a sua escolha baseando-se no diâmetro do ducto
biliares devido ao aumento de pressão exercido pancreático principal, assim sendo, uma TC, CPRE ou
pelo pâncreas a parede do ducto do colédoco ou colangiopancreatogra a por RNM no pré operatório é
pela colelitíase; fundamental;]

‣ São procedimentos simples, porém utilizados em


pacientes graves; Exemplo: Paciente com quadro de dor de forte
‣ A coledocostomia é utilizada em pacientes intensidade com exame complementar evidenciando
anteriormente colecistectomizados ou que dilatação do ducto pancreático principal;

apresentam obstrução do ducto cístico;


Causa da dor: provável obstrução ductal;
C i r u rg i a d e e s c o l h a : P a n c re a t o j e j u n o s t o m i a
• Colecistectomia, coledocotomia e longitudinal ampla latero-lateral com alça excluída em Y
papiloes ncterotomiatransduodenal: de Roux tipo Partington e Rochelle (1960), que é uma
‣ Procedimento realizado em pacientes portadores modi cação da cirurgia de Puestow (1958);
de litíase biliar, quando a pancreatite aguda se Vantagens: alívio álgico, preservação do parênquima
manifesta de forma leve a moderada no paciente pancreático;

em bom estado clinico;

Tempos operatórios da pancreatojejunostomia


Tratamento endoscópico = longitudinal são os seguintes =
• CPRE com papilotomia: • Laparotomia mediana supraumbilical;
‣ Reduz a taxa de morbidade e mortalidade nos • Secção do ligamento gastrocólico e exposição da
pacientes com pancreatite aguda grave;
face anterior do pâncreas, desde o hilo esplênico
‣ Indicação absoluta: pacientes com pancreatite até o duodeno;
aguda grave, com suspeita de etiologia biliar com • Incisão e abertura do ducto principal amplamente
ausência de melhora em 48 horas; de 1-2 cm do hilo esplênico até 1-2 cm da papila
‣ Con rmado cálculos na via biliar, a papilotomia duodenal menor, para certi car-se de que todos os
deve ser realizada;
segmentos estenóticos sejam abertos;
• Isolamento de uma alça jejunal em Y de Roux. O
• Necrosectomia (Desbridamento): jejuno é seccionado 30-40 cm distal do ligamento
‣ É realizada uma remoção cirúrgica dos tecidos de Treitz;
intrapancreáticos e peripancreáticos, sendo • Anastomose látero-lateral da alça jejunal ao ducto
reconhecidos pela coloração acinzentada, pancreático. Primeiro a porção inferior do pâncreas
hemorrágica e pela ausência de tecido e depois a superior;
macroscopicamente normal;
• Anastomose biliodigestiva. Só será realizada
‣ Esses tecidos podem ser delimitados no quando houver compressão do colédoco;

parênquima normal após 5 dias de evolução da • Anastomose gastrojejunal será indicada quando o
doença;
duodeno estiver obstruído;

‣ É importante preservar o tecido pancreático normal


com a nalidade de evitar ou diminuir as chances - As ressecções pancreáticas são o tratamento de
de uma insu ciência pancreática.
escolha quando os pacientes apresentam ductos
pancreáticos normais. Neste caso, a dor é devida a
obstrução de pequenos ductos ou pela irritação ou
in amação dos nervos pancreáticos e
peripancreáticos;

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Rafael de Souza 6ºp.


- Por tanto a drenagem não tem efeito sobre o alivio da Deiscência da sutura da parede gástrica anterior
dor, requerendo um procedimento sob o sistema (incomum) e infecção da loja cística por
nervoso (ressecção do gânglio celíaco, simpatectomia contaminação oriunda do estomago;

ou esplancnicotomia);
- No Brasil dentre as complicações de pancreatite Cistojejunostomia:
crônica, a incidência dos pseudocistos é elevada ‣ Indicação: Pseudocistosnão infectados, não
(40-60%). Em sua maioria as principais manifestações aderentes ao estomago e ao duodeno, situados no
são dor epigástrica persistente, perda de peso, corpo e cauda do pâncreas, no nível da borda
vômitos e as vezes tumor palpável;
inferior.
- Podendo ser classi cada da seguinte forma: ‣ Complicações: Hemorragia, deiscência da
‣ Tipo I: Pós necrótico, surge após a anastomose jejunal com abscesso ou fístula e
pancreatite aguda. Ductos com anatomia abscesso subfrênico.
preservada, a maioria regride ‣ Oferece melhores resultados se comparada a
espontaneamente; cistogástrica, porém é de execução mais
‣ Tipo II: Pós necrótico, surge após a trabalhosa pois requem mais anastomoses;

agudização da pancreatite crônica.


Geralmente existe comunicação do cisto com Cistoduodenostomia:
o sistema ductal. Não ocorrendo regressão ‣ Indicações: Pseudocistos aderidos na cabeça do
espontânea, é preferido realizar a drenagem pâncreas em contato com duodeno.
interna; ‣ Complicações: Hemorragia, abscesso, fístula,
‣ Tipo III: Retenção associada a estenose deiscência de sutura na parede anterior do
ductal. Tramento cirúrgico associado a duodeno;

drenagem ou ressecção de parte do cisto;

CIRURGIAS PALIATIVAS:
- Caso o cisto não regrida em seis semanas, Procedimentos cirúrgicos paliativos são muitos
provavelmente não regredirá posteriormente, assim a utilizados pois, em apenas 10-15% dos pacientes com
conduta é controversa; câncer de pâncreas há possibilidade de ressecção. A
- Alguns autores adotam a conduta expectante em grande maioria é candidato ao tratamento paliativo com
casos assintomáticos e para as complicações intenção de aliviar a icterícia, a obstrução duodenal e a
(sangramento, rotura, compressão de órgãos) dor.

tratamento cirúrgico; A cirurgias paliativas são:


- Outros se orientam pelo tamanho do cisto, se superior • Colecistostomia e coledocostomia: Utilizado em
a seis centímetros mesmo que assintomáticos, devido pacientes graves e de alto risco cirúrgico. Permite a
a maior possibilidade de complicações a cirurgia está drenagem externa da bile com descompressão das
indicada. vias biliares, assim diminuindo a icterícia. Alta
- A técnica a ser escolhida irá depender: morbidade;

1. Localização
2. Relação com sistema ductal • Colecistoduodenostomia e
3. Posição extra ou intra parenquimatosa
coledocoduodenostomia: E cazes para alivio da
4. Situação da parede
icterícia obstrutiva, porém a proximidade da
5. Associação com litíase pancreática
anastomose com a massa tumoral, possui alta
6. Situação dos órgãos contíguos;

frequência de recidiva de icterícia por nova


obstrução. Devem ser contraindicados para
Ressecção de Pseudocisto = doenças malignas do pâncreas;

‣ Tem alta mortalidade (10%), indicação:


• Pós traumática;
• Colecistojejunostomia e coledocojejunostomia:
• Pseudocisto associado a hemorragia de Em doenças malignas periampulares que causam
grande volume;

icterícia obstrutiva, essas técnicas são as


• Pseudocisto recorrente já drenado;
preferidas. Podem ser realizadas em alça ou em Y
de Roux.

Drenagem externa =
‣ Indicada na presença de infecção, no pseudocisto
• Gastrojejunostomia: Muito útil em pacientes com
recente, com parede na e impropria para sutura;

obstrução do bulbo e segunda porção duodenal,


com objetivo de excluir o duodeno. Pode ser
Drenagem interna = associado a vagotomia troncular.
‣ Indicada quando pseudocisto for antigo, maior que
seis semanas, com paredes brosadas e sem
infecção;
• Destruição química do gânglio celíaco: Injeção de
20 a 30 ml de etanol a 50% de cada lado da aorta
Exemplos =
na área dos gânglios. É utilizada para alivio da dor e
Cistogastrostomia: parece ser o procedimento mais simples e com
‣ Indicação: pseudocistos não infectados ou cistos menor morbidade. Essa in ltração pode ser
verdadeiros na face anterior do corpo do pâncreas realizada por um anestesista especializado, por via
ou na borda superior, aderidos a parede posterior percutânea, quando houver recidiva da dor, ou pode
do estomago;
ser guiada por tomogra a computadorizada;

‣ Complicações: Hemorragia (maior incidência que


nas cistojejunostomias e cistoduodenostomias,
traduzida por melena com ou sem hematêmese),

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Rafael de Souza 6ºp.


- Existem métodos não cirúrgicos que pode ser pâncreas, que poderá comprimir e di cultar a
utilizados para alivio da icterícia provocados por drenagem biliar.

tumores pancreáticos, como:


• Drenagem percutânea: Realizada através de • Pancreatectomia distal com esplenectomia:
punção trans-hepática percutânea da árvore Utilizada com maior frequência para traumatismos
biliar, seguido da colocação de um cateter pancreáticos com provável lesão do ducto na região
através de uma agulha, para descompressão e corpo-caudal.

alivio da icterícia;

• Anastomose pancreatojejunal distal: Realizada


quando lesões ocorrem próximas a cabeça do
• Colocação de um molde na árvore biliar pâncreas e quando a retirada do coto distal trouxer
(Stenting): por via endoscópica, isto é, dúvida quanto ao funcionamento do tecido restante.
passagem de um cateter transtumoral A técnica consiste em ligar o ducto pancreático da
posicionado no interior da árvore biliar até o porção proximal ao duodeno, fecha-se o tecido
duodeno;
restante com o inabsorvível. Em seguida o coto
distal é preparado e anastomosado a uma alça
TRAUMATISMOS PANCREÁTICOS: jejunal excluída em Y de Roux.

- Embora pouco frequente devido a sua localização


anatômica, e sua dimensão reduzida, é de grande • Duodenopancreatectomia: É indicada quando
importância devido ao alto índice de morbidade e houver lesão importante da cabeça do pâncreas,
mortalidade; com ducto lesado e geralmente associada com a
- Com o desenvolvimento das técnicas de abordagem rotura duodenal. Entretanto é uma opção extrema,
das lesões graves desse órgão, tem havido na pois apresenta alto índice de complicações como
atualidade um decréscimo no índice de complicações stulas, hemorragias e estenose da anastomose
e mortalidade pós-operatória; coledocojejunal;

- Após o diagnóstico da lesão pancreática, aberta ou


fechada, é necessária uma laparotomia exploradora, TUMORES PANCREÁTICOS:
visto que qualquer trauma pancreático o tratamento é Tumores benignos exócrinos:
cirúrgico; ‣ A maioria dos tumores benignos exócrinos do
- Abre-se o ligamento gastrocólico, expondo a cabeça e pâncreas são císticos , mas nem sempre todos os
o corpo do órgão que é melhor visualizada realizando tumores císticos são classi cados como benignos.
a manobra de Kocher; Normalmente são assintomáticos porém, quando
- Na avaliação das lesões é importante determinar o os sintomas iniciam é devido a obstrução e
grau de comprometimento do órgão, se houve pressão a órgãos vizinhos;

comprometimento dos ductos, e associação de lesões


de órgãos adjacentes que fazem limite com esse Tumores pancreáticos malignos:
órgão;
‣ Maior frequência nos homens em relação as
mulheres, sendo mais comum na raça negra. Os
O tratamento é baseado na classi cação do trauma =
fatores de risco relacionados são: tabagismo e
histórico de pancreatite crônica ou hereditária.
Aproximadamente 70% das neoplasias ductais
surgem na cabeça pancreática ou processo
uncinado. Possuem aspectos de massas
endurecidas e com formato irregular;

Biópsia =
‣ Tem como função indicar o tipo de câncer e
con rmar o diagnóstico, sendo solicitadas antes
das terapias quimiorradioterápicas de tumores
pancreáticos irressecáveis, ou tratamento
neoadjuvante de tumores ressecáveis.

Os procedimento cirúrgicos utilizados em traumas são =

• Desbridamento de áreas necróticas;

• Drenagem da região peripancreática: Indicada


em contusões pancreáticas, quando há edema e/ou
hemorragia super cial sem lesões de ductos
importantes.

• Drenagem associada à colecistostomia: Indicada


quando houver edema importante na cabeça do
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