A cisticercose suína é doença ocasionada pelas larvas da Taenia sollium, que
pode se localizar nos tecidos musculares e em vários órgãos como, pulmões, cérebro e coração de seu hospedeiro (CAVALINI, 2009). A cisticercose é a infecção dos tecidos dos suínos pela forma larval do parasito Taenia solium ou a infecção dos tecidos humanos após a ingestão dos ovos do mesmo parasito (ACHA; SZIFRES, 1986; REY, 1991). O fato do porco ser um alimento usualmente consumido por humanos faz dele a principal fonte de infecção para a população, porque é principalmente em seus tecidos que se desenvolve os cisticercos (VERONESI, et al., 1991). O problema da cisticercose em suínos tem deixado de ser considerada somente como uma enfermidade parasitária, para ser enfrentada como um problema de importância social. Os suínos com cisticercose, não apresentam manifestações clínicas evidentes, notando a doença apenas nos abatedouros. A cisticercose tem sido responsável por grandes prejuízos econômicos para pecuaristas e frigoríficos (SOUZA, 1997; LOBATO, 2008), principalmente por causa do descarte dos órgãos e carcaças parasitadas. As manifestações clínicas dos suínos são difíceis de observar, salvo em casos em que a infecção é muito intensa; neste caso se observa paralisia da língua e o maxilar inferior ou dificuldade no desenvolvimento. O diagnóstico da cisticercose bovina é realizado na inspeção post mortem que ocorre durante o abate nos matadouros e consiste basicamente na avaliação visual macroscópica de cisticercos nos tecidos e órgãos da carcaça (BRASIL, 2002; 1980). O diagnóstico da cisticercose em abatedouros, somado à informação da origem do animal, possibilita a definição de áreas de ocorrência da doença, bem como a sua qualificação para que possam ser executadas medidas de controle (Ungar e Germano, 1992). É uma doença parasitária bastante importante para a população humana, pois a ingestão de carne suína contaminada pode provocar teníase em pessoas, quando não é feito o cozimento adequado do alimento. O homem adquire a infecção e desenvolve a tênia ao ingerir carne suína infectada, insuficientemente cozida, chega ao estômago e logo ao intestino delgado, que por ação dos sucos gástricos e biliares se invagina e se fixa na mucosa intestinal e começa o desenvolvimento da tênia adulta. Pode ser evitada facilmente mantendo a higiene nas granjas de suínos, e conscientizando as pessoas a não criarem seus animais livremente evitando o ciclo da Taenia solium. Estas medidas melhoram as condições da saúde publica e evitam maiores prejuízos aos criadores. Diante disso, fica evidente a importância de uma inspeção veterinária e um controle sanitário adequado, levando a um destino correto das carcaças e órgãos parasitados GERMANO (2008). No Brasil os casos mais freqüentes são nos estados do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, devido ao maior consumo de carne suína crua ou mal cozida (REY, 1973). REFERÊNCIAS ACHA, P.; SZIFRES, B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al hombre y a los animales. 2. ed. Washington: OPS/OMS, 1986. 989 p. BORCHERT, A. 1981. Parasitología Veterinaria. 3ra edición. Zaragoza. Editorial Acribia. 162-166 pp. BRASIL. Guia de Vigilância Epidemiológica. Fundação Nacional da Saúde. 5ª edição. Vol II. Brasília: FUNASA, 2002, 399p. CAVALINI, A. C; NEVE, M. F; Cisticercose em Suínos, Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária – ISSN: 1679-7353, Ano VII, Número 12, Periódicos Semestral, Janeiro de 2009. FORTES E.,Parasitologia Veterinária.3 ed., Ícone: São Paulo, 2004. p. 686 REY, L. Parasitologia. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, p.695, 1973. Geneva, Switzerland: World Health Organization. 71-2 (WHO/VPH 83.49). GERMANO, L. M. P.; GERMANO, S. I. M. Higiene e vigilância Sanitária de alimentos: 3ª ed. São Paulo, editora Manole, 2008. Cap.21 p. 463 – 477. LOBATO, J.C.V. A Cisticercose e o consumo da carne suína. Especialização “Lato sensu” em Higiene e Inspeção de produtos de Origem Animal. Vitória, 35p, 2008. MATIAS, Z.; PAWLOWSKI, Z.; SOULSBY, E.J.L.; et al. 1983. Guidelines for OLIVEIRA A. L., SANTOS W. L. M. A importância do serviço de Inspeção Federal na vigilância sanitária de alimentos – cisticercose bovina. Higiene Alimentar, v. 11, n. 48, p. 19-21. 1997. REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nas Américas e na África. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. 731p. SOUZA R. M., ANTUNES C. F., GUATIMOSIM C. B., RIBEIRO R. M. P., surveillance,prevention and control of cysticercosis/taeniasis. UNGAR, M.L.; GERMANO, P.M.L. Bovine cysticercosis prevalence in the state of São Paulo, Brazil. Rev. Saúde Publ., v.26, p.167-172, 1992. VERONESI, R.; FRANÇA NETTO, A.S.; FOCACCIA R. Doenças infecciosas e parasitárias. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.