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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO

CURSO DE ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES

TRANSMISSÃO DE CONTEÚDO INTERATIVO NO PADRÃO


BRASILEIRO DE TV DIGITAL: Uma Análise de RF

Henrique de Freitas Carneiro

Petrópolis

2016
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO

CURSO DE ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES

TRANSMISSÃO DE CONTEÚDO INTERATIVO NO PADRÃO


BRASILEIRO DE TV DIGITAL: Uma Análise de RF

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Centro de Engenharia e Computação da UCP como
requisito parcial para conclusão do Curso de
Engenharia de Telecomunicações.

Henrique de Freitas Carneiro

Professor Orientador
Giovane Quadrelli

Petrópolis
2016
Aluno: Henrique de Freitas Carneiro Matrícula: 07100320

Titulo do trabalho

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Engenharia e


Computação da UCP como requisito parcial para conclusão do Curso de Engenharia de
Telecomunicações.

AVALIAÇÃO

GRAU FINAL: _____

AVALIADO POR

Prof. Giovane Quadrelli, DSc. ______________________________

Prof. Fabio Licht ______________________________

Prof. Paulo Leite ______________________________

Petrópolis, 27 Junho de 2016.

Prof. Giovane Quadrelli, DSc.

Coordenador da Engenharia de Telecomunicações


DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente a Deus, por me


permitir a conclusão dessa difícil caminhada.
Dedico aos meus pais e irmãos, pelo
apoio incondicional e pelas orações.
Dedico a todos os meus familiares e
amigos, pois sei que torcem pelo meu sucesso.
Dedico aos professores que exerceram
o verdadeiro papel de educadores, ensinando
não apenas conteúdos teóricos, mas
compartilhando expectativas e contribuindo
para o meu desenvolvimento pessoal.
AGRADECIMENTOS

Agradeço muito a Deus e a Nossa


Senhora, por ter tido essa oportunidade e pela
força para superar as dificuldades.
Aos meus pais, Carlos Henrique e
Adelaide, que com amor sacrificaram seus dias
para que eu pudesse realizar os meus sonhos.
Sem vocês com certeza não chegaria até aqui.
Agradeço aos meus irmãos, Elisa e
Heloísa pelo incentivo, pelo companheirismo e
pelas aulas compartilhadas na Universidade.
Aos meus familiares, principalmente
aos meus avós, que com certeza intercederam
por mim junto a Deus.
A todos os amigos que foram grandes
companheiros e compartilharam expectativas,
dificuldades e alegrias.
Agradeço a todos os professores,
principalmente ao Felipe R. Henriques meu
coorientador, Giovane Quadrelli, ao professor
Paulo Leite e ao professor Fabio Licht . Ao
Felipe, pela coorientação neste trabalho, pela
disponibilidade na realização experimental e
amizade nesses messes de trabalho. O Giovane
Quadrelli por me orientar no trabalho e pela sua
disponibilidade como coordenador e professor.
O Paulo Leite pelas matérias ministradas
contribuindo para minha evolução profissional.
Fabio Licht pela disponibilidade e contribuição
para a conclusão da faculdade.
RESUMO

Este trabalho apresenta o conceito da TV no Brasil. São apresentados os sistemas


desde o sistema de TV analógico ao Digital; o sistema analógico foi quem impulsionou o
estudo para melhoria de qualidade na transmissão se sinal de TV além da melhoria na
qualidade dos conteúdos de áudio e vídeo. Em seguida são apresentados os sistemas de
TV Digital utilizados no mundo, assim como o sistema adotado pelo Brasil o ISDB, além
disso, a interatividade apareceu como um conceito de canal de retorno entre usuário e
emissora. Por ultimo foi realizado em laboratório um experimento simulando uma
emissora de TV transmitindo conteúdo interativo, por fim, uma análise de RF utilizando
analisador de espectro em diferentes antenas disponíveis no laboratório foi realizado.

Palavras Chaves: TV Analógica, TV Digital, ISDB.

ABSTRACT
This work was carried out by presenting the TV concept and how started work in
Brazil. the systems were presented from the analog to Digital TV system, the analog
system was the one who drove the study for improvement of quality in the transmission if
TV signal in addition to improving the quality of audio and video content, then was
introduced the system Digital TV used in the world, as well as the system adopted by
Brazil ISDB was included interactivity a concept of return channel between user and
broadcaster. Finally it was done in the laboratory a small senary simulating a brodcaster
where he observed the transmission of content and RF analysis by spectrum analyzer in
different antennas available in the laboratory.

Key-words: Analog TV, Digital TV, ISDB.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Varredura de imagem................................................................................................16
Figura 2: Comparação de imagem dos padrões NTSC x HDTV..............................................17
Figura 3: Modelo de referência em camadas............................................................................20
Figura 4: Canal de retorno........................................................................................................22
Figura 5: Playout EITV (Frontal).............................................................................................23
Figura 6: Playout EITV (Traseira)............................................................................................24
Figura 7: Fluxo das funções do playout....................................................................................26
Figura 8: Diagrama de irradiação da antena yagi.....................................................................27
Figura 9: Antena Yagi Exsto....................................................................................................28
Figura 10: Diagrama de irradiação da antena dipolo λ/2..........................................................29
Figura 11: Antena dipolo λ/2 Exsto..........................................................................................30
Figura 12: Antena Omni...........................................................................................................31
Figura 13: Receptor proview....................................................................................................32
Figura 14: Analisador de espectro BK precision 2630.............................................................32
Figura 15: Recepção com o set-top box no padrão Brasileiro de TV Digital...........................36
Figura 16: Recepção com o celular de conteúdo no padrão Brasileiro de TV Digital.............37
Figura 17: Esquema de medição de espectro............................................................................38
Figura 18: Resultado do sinal para transmissão com a antena Yagi.........................................38
Figura 19: Resultado do sinal para transmissão com a antena Omni.......................................39

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Formato e resolução..................................................................................................17
Tabela 2: Função e caractéristica técnica do transmissor.........................................................24
Tabela 3: Característica Antena Yagi.......................................................................................28
Tabela 4: Característica Antena Dipolo λ/2..............................................................................29
Tabela 5: Dados técnicos do analisador de espectro.................................................................33

LISTA DE SIGLAS
AAC – Advanced Audio Coding

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AIT - Application Information Table

ASTC - Advanced Television Broadcasting Committee

AVC - Advanced Video Coding

ARIB - Association of Radio Industries and Business

BIT - Broadcasting Information Table

BNC - Bayonet Neill Concelman

BST-OFDM – The Band-Segmented Transmission Orthogonal Frequency Division


Multiplexing

CC - Closed Caption

COFDM - Coded Orthogonal Frequency Division Multiplex

DASE - Digital Television Software Environment

DSM-CC - Digital Storage Media Command and Control

DVB - Digital Vídeo Broadcasting

DVD - Digital Versatile Disc

EDTV - Enhanced Definition Television

EIT - Event Information Table

EPG - Electronic Programming Guide

FPS – Frame Por Segundo

FTP - File Transfer Protocol

HD - High Definitio

HTDV - High Definition Television

ISDB - Integrated Services Digital Broadcasting


ISO/OSI - Open System International Organization for Standardization

MPEG – Moving Picture Experts Group

MUSE - Multiple Sub-Nyquist Sampling Encoding

NBR – Norma Brasileira

NTP - Network Time Protocol

NTSC – National Television System(s) Committee

PAL - Phase Alternating Line

PAT - Program Association Table

PID - Process IDentification

PMT - Program Map Table

PSK - Pre-Shared Key

QAM - Quadrature Amplitude Modulation

QPSK - Quadrature Phase Shift Keying

SECAM - Séquentiel Couleur Mémoire

SD - Standard Definition

SDT - Service Descriptor Table

SDTT - Software Download Trigger Table

SPI - Serial Peripheral Interface

TDT - Time and Date Table

TOT - Time Offset Table

TMCC - Transmission and Multiplexing Configuration Control

TS - Transport Stream

USB - Universal Serial Bus

UTC - Universal Coordinated Time

VBI – Vertical Blanking Interval

VSB - Vestigial Side Band


XML - Extensible Markup Language
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

1.1 OBJETIVO 12

1.2 MOTIVAÇÃO 12

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 13

2 UM PEQUENO HISTÓRICO 13

3 PADRÕES DE TV ANALÓGICA: NTSC, PAL E SECAM 14

3.1 NTSC 14

3.2 PAL 15

3.3 SECAM 15

4 TV DIGITAL INTERATIVA 16

4.1 CONCEITO 16

4.2 PADRÕES DE TV DIGITAL 18

4.2.1 Padrão DVB (EUROPEU) 18

4.2.2 Padrão ATSC (AMERICANO) 18

4.2.3 Padrão ISDB (JAPONÊS) 19

4.2.4 Padrão SBTVD (BRASILEIRO) 19

4.3 MODELO TV DIGITAL 19

4.4 INTERATIVIDADE 20

4.5 CANAL DE RETORNO 22

5 AMBIENTE EXPERIMENTAL 23

5.1 EQUIPEMANETO DE TRANSMISSÃO 23

5.2 ANTENAS 27

5.2.1 Antena Yagi 27

5.2.2 Antena Dipolo λ/2 28

5.2.3 Antena Omnidirecional 30

5.3 RECEPTOR 31
5.4 ANALISADOR DE ESPECTRO 32

6 RESULTADO DAS MEDIÇÕES 35

6.1 TRANSMISSÃO DE CONTEÚDO 35

6.2 MEDIÇÕES DE TRANSMISSÃO 37

7 CONCLUSÃO 40

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
12

1 INTRODUÇÃO

A televisão é um dos meios de comunicação mais utilizado no mundo. Com o


avanço da tecnologia, houve a necessidade da melhora na qualidade de transmissão e
recepção da TV. Com intuído de realizar melhoria no sistema de TV foi realizado a troca
dos transmissores analógicos por transmissores de sinal digital. A mudança acarretou na
melhoria de transmissão de vídeo e áudio. Em conjunto, foi incluída no padrão brasileiro
de TV Digital a possibilidade dos usuários interagirem com as emissoras de transmissão
de conteúdo de áudio e vídeo.

Com a mudança do sistema de TV houve a necessidade de mudança técnica no


sistema de transmissão e recepção, por exemplo com o aumento de banda utilizado na
transmissão analógica Porém houve o cuidado de utilizar na transmissão digital as mesmas
características do sinal analógico.

Hoje existem três sistemas de TV Digital que servem como parâmetro para
estudos de implementação para outros sistemas além de serem utilizados mundialmente. O
ATSC é o padrão americano, o DVB é o padrão Europeu e o ISDB é o padrão japonês. O
sistema brasileiro de TV Digital, foi criado com base no japonês (ISDB).

1.1 OBJETIVO

Este trabalho tem por objetivo realizar o estudo de transmissão de conteúdo


audiovisual com aplicação interativa de TV Digital. Deseja-se de entender como é
realizada a transmissão pelo padrão brasileiro de TV Digital, utilizando como base um
equipamentos de transmissão e antenas. Além desses recursos foram utilizados para a
recepção do sinal antenas, set-top box ligados à TV e celular para verificar a recepção do
sinal transmitido em laboratório.

1.2 MOTIVAÇÃO

Nos últimos anos, os avanços nas tecnologias de transmissão e a necessidade de se


transmitir vídeos com maior qualidade possível levaram ao desenvolvimento da TV Digital e
outros meios de consumir conteúdos de qualidade e de alta resolução. Os principais motivos
para a utilização do padrão de TV Digital são: áudio e vídeo, equipamentos e formas de
13

transmitir conteúdo de qualidade, necessidade de disponibilizar conteúdo a qualquer hora


para usuário final, além da interatividade.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

No segundo capítulo, abordamos historicamente o surgimento da TV Digital.

No terceiro capítulo apresentamos o início da operação da TV Analógica,


apresentando os principais padrões utilizados no mundo.

O quarto capítulo mostra uma fundamentação teórica sobre TV Digital,


apresentando a maneira como apresentamos os padrões de TV Digital no mundo.

No quinto capítulo apresentamos os equipamentos utilizados em laboratório para


realizar os testes e medições da transmissão de conteúdo audiovisual e interativo do
padrão brasileiro de TV Digital.

No sexto capítulo, apresentamos s resultados obtidos através de medições e


transmissões realizadas no laboratório são apresentados.

Por fim, o sétimo capítulo apresenta as conclusões sobre o trabalho.

2 UM PEQUENO HISTÓRICO

A televisão tem grande influencia na indústria cultural brasileira e no


comportamento social. A primeira transmissão de televisão em um ambiente fechado foi
no ano de 1939 realizada no Rio de Janeiro em uma feira. A primeira transmissão aberta
ocorreu em 1948, ainda em fase de teste.

Em 18 de setembro de 1950 foi transmitindo desde o inicio uma programação


diversificada na cidade de são Paulo realizada pela TV Tupi (canal 3).

Em janeiro de 1951 foi inaugurada no Rio de Janeiro a TV Tupi (canal 6), em


1952 foi inaugurada em São Paulo a TV Paulista (canal 5), e em setembro de 1953 foi
inaugurada, também em São Paulo, a Record (canal 7).

A TV Record realizou a primeira transmissão em 1956, um jogo de futebol da


cidade de Campinas (SP) para a cidade de São Paulo. Por conta da distancia entre as
cidades, foi necessário utilizar retransmissores, para que os telespectadores pudessem
assistir ao jogo.
14

Em 1957 foi feita a primeira experiência de videoteipe (gravação de imagens e


áudios em uma fita magnética) feita no Brasil, realizada pela TV Rio canal 13, na cidade
do Rio de Janeiro, gravando o programa de Chico Anísio.

A partir de 1958 surgiu principalmente no Rio e São Paulo, a veiculação de séries


cinematográficas importadas dos Estados Unidos. No Brasil em 1959 já havia doze
emissoras em funcionamento [8].

3 PADRÕES DE TV ANALÓGICA: NTSC, PAL E SECAM

O inicio das transmissões de TV começou com padrões de transmissão


analógicos, com imagens de baixa resolução no formato 4:3. A transmissão da TV
analógica tem início com imagens preto e branco, e em seguida foi desenvolvida a
transmissão de TV colorida e cada país introduziu seu padrão de transmissão de TV.

3.1 NTSC

O sistema NTSC foi a comissão que desenvolveu os padrões de televisão dos


Estados Unidos, sistema analógico aprovado em 1941 como primeiro padrão de
radiodifusão do pais.

O sistema tem por padrão 525 linhas de resolução, sendo que 480 são imagem
visível. As 45 restantes são as VBI, que são utilizadas para estabelecer o tempo que o
feixe necessita para realizar a reposição do final de um frame para o inicio do próximo.

O formato de vídeo transmite 60 meios-frames por segundos, sendo assim


transmite 30 fps.

O padrão NTSC de 60 quadros por segundos é baseado no sistema elétrico de 60


ciclos por segundos (ou 60 Hertz) nos países que o tipo de corrente alternada possui essa
característica.

Pode haver uma variante do sistema NTSC, o NTSC-J, que é um sistema


analógico usado pelo Japão [10].
15

3.2 PAL

O sistema PAL é um formato europeu. Criado pelo engenheiro Walter Bruch, com
a ajuda da empesa electrónica Telekunken. Em agosto de 1967 foi realizada sua a primeira
aplicação do sistema.

Esse padrão apresenta uma melhoria na qualidade da imagem, pois possui uma
maior quantidade de linhas de varredura. O sistema apresenta 100 linhas a mais em
comparação com o sistema NTSC, possuindo 625 linhas de resolução. Diferente do padrão
americano o padrão europeu utiliza um tipo de corrente alternada de 50 Hertz, ou seja 50
ciclos por segundos, sendo assim possui um varrimento de 50 meio-quadros por segundo,
com transmissão exata de 25 quadros por segundo.

As variantes do sistema PAL são: PAL-B e PAL-G usado na Europa Ocidental;


PAL-D/K usado na Europa Oriental e o sistema PAL-D usado na China; PAL-I usados no
Reino Unido, Irlanda, Hong Kong e Macau; PAL-M usado no Brasil; PAL-PLUS usado na
Europa permitindo a transmissão no formato 16:9 em televisão 4:3 [10].

3.3 SECAM

O sistema analógico foi criado em 1956 na França por Henri de France. Esse
sistema foi adotado pelas antigas colônias francesas e belgas, países do Leste Europeu,
pela Antiga União Soviética e por alguns países do Oriente Médio.

O sistema SECAM transmite em 625 linhas de resolução assim como no sistema


PAL, portanto 576 linhas são visíveis no sistema. Como no sistema PAL o sistema
SECAM também usa a mesma frequência de varrimento, 50 Hertz.

No momento os conteúdos são realizados em sistema de vídeo com resolução 576


linhas (PAL e SECAM) ou vídeo composto (PAL), esse conteúdo depois de criado e
convertido para SECAM para que seja feita a transmissão.

O sistema SECAM possui algumas variantes: O SECAM L usado na França e nas


antigas colônias Francesas; SECAM B/G usado no Oriente Médio, também foi utilizado
na Grécia e Alemanha Oriental e o SECAM D/K utilizado na antiga União Soviética e na
Europa Oriental [10].
16

4 TV DIGITAL INTERATIVA

A televisão é um dos meios de comunicação mais utilizado no mundo. Com a


evolução da tecnologia, tornou-se necessário o aperfeiçoamento na qualidade de
transmissão e recepção de imagem. Essa mudança aumentou a qualidade de áudio e
imagem. Com o advento da TV Digital, foi incluída a possibilidade de interatividade além
da melhora na transmissão de áudio e vídeo, sendo assim obteve uma maior na qualidade e
nitidez dos conteúdos de áudio e vídeo.

4.1 CONCEITO

As principais características, através das quais podemos avaliar as imagens


projetadas em um monitor são os números de linhas horizontais e verticais, o formato da
tela, o número de quadros por segundo e o tipo de varredura.

A quantidade de quadros por segundo descreve a quantidade de imagens


apresentadas em uma televisão ou monitor por unidade de tempo. A forma como é
reconstruída a imagem de acordo com a frequência de quadros de transmissão é chamado
de varredura. A varredura pode ser classifica em varredura entrelaçada (I) e varredura
progressiva (P), a varredura entrelaçada possui dois campos sucessivos, o primeiro com as
linhas pares e o segundo com as linhas impares. Para compor um quadro do sinal de vídeo,
a varredura progressiva apresenta somente um campo de linha, não havendo a necessidade
de linhas pare e impares. Na Figura 1 podemos ver uma imagem da varredura progressiva
e varredura entrelaçada.

Figura 1: Varredura de imagem.


Fonte: [14]
17

O formato da tela também é uma característica que influencia na qualidade da


imagem apresentada no monitor. Nesse formato podemos fazer a seguinte diferenciar que
para a TV digital e usado o formato 16:9 (widescreen) e na TV analógica usa-se o formato
4:3. Na Figura 2 podemos observar o formato 16:9 e o formato 4:3.

Figura 2: Comparação de imagem dos padrões NTSC x HDTV.


Fonte: [2]

Podemos observar na Figura 1 que no formato 16:9 possui uma área extra de
imagem inexistente no formato 4:3, o que traz uma vantagem ao sistema Digital.

Com as características mencionadas acima: varredura, formata da imagem, etc,


podemos caracterizar o formato das imagens em SDTV, EDTV, HTDV. O formato SDTV
possui uma definição similar a TV analógica, EDTV apresenta uma resolução
intermediaria, e o formato HDTV é utilizado pela definição de TV Digital com uma
definição superior [1].

A Tabela 1 mostra as características e os formatos de imagens que são exibidos


nos monitores.

Tabela 1: Formato e resolução.

SDTV EDTV HDTV HDTV HDTV HDTV


LARGURA/

VARREDUR 480i 480p 480p 720p 1080i 1080p


A
RESOLUÇÃ
640x480 640x480 720x480 1280x720 1920x1080 1920x1080
O
FORMATO 4:3 4:3 16:9 16:9 16:9 16:9
18

4.2 PADRÕES DE TV DIGITAL

4.2.1 Padrão DVB (EUROPEU)

Em 1993, o padrão DVB (Digital Video Broadcasting) foi desenvolvido na


Europa, baseado no padrão MPEG. A transmissão no DVB pode ser realizada das
seguintes formas: DVB-T, transmissão terrestre por radio difusão; DVB-C, transmissão
via cabo; DVB-S, transmissão realizada via satélite; DVB- MC, realiza a transmissão por
micro-onda operando na faixa de frequência até 10GHz; DVB-MS, transmissão por micro-
ondas operando em uma frequência acima de 10GHz e DVB-H, transmissão realizada
através de sistemas móveis.

O padrão DVB utiliza técnica de transmissão COFDM para a radiodifusão


terrestre. Na transmissão por satélite é recomendado que se use a modulação QPSK. Para
a transmissão por cabo recomenda-se usar a modulação 65-QAM. Nas transmissões por
micro-ondas em até 10GHz é recomendado a modulação 16, 32 ou 64-QAM. Por fim a
transmissão pro micro-ondas acima de 10GHz utiliza-se a modulação QPSK.

A compressão de vídeo e a multiplexação são baseadas no MPEG-2 e a


compressão de áudio é realizada pelo MPEG-2 BC. A operação iniciou em 1998 através
da transmissão terrestre por difusão [1, 3].

4.2.2 Padrão ATSC (AMERICANO)

O ATSC (Advanced Television Broadcasting Committee) é o padrão Americano


de TV Digital, iniciando em 1990 pela Grand Aliance consórcio de empresas americanas.
O padrão ATSC tem como divisão nas transmissões: o ATSC-T, para a transmissão
terrestre por radiodifusão; o ATSC-C, para a transmissão realizada via cabo; e o ATSC-S,
em transmissão realizada por satélite.

O padrão Americano usa o middleware DASE (Digital Television Software


Environment), esse é utilizado para definir as regras de aplicação do modelo de referência
para os serviços de TV Digital.

As modulações utilizadas pelo padrão ATSC são 8-VSB, para a transmissão


terrestre por radiodifusão, modulação 64-QAM utilizada para a transmissão via cabo e a
QSPK para a transmissão por satélite.
19

A multiplexação e a compressão de vídeos são baseadas pelo padrão MPEG-2 e a


compressão de áudio tem-se como base o padrão Dolby AC-3.

A Operação do ATSC iniciou pela primeira vez em 1998 [1,3].

4.2.3 Padrão ISDB (JAPONÊS)

O Japão iniciou o desenvolvimento de um padrão totalmente digital em 1997,


denominado ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting). O padrão japonês usa o
ARIB (Association of Radio Industries and Business) como middleware para definir as
regras de aplicação do modelo de referência para os serviços de TV Digital.

O ISDB opera com o BST-OFDM nas transmissões terrestres por radiodifusão,


64-QAM na transmissão via cabo e a modulação 8-PSK na transmissão por satélite.

Para realizar as transmissões o padrão se divide em ISDB-T para transmissão por


radiodifusão terrestre; ISDB-C, para a transmissão via cabo e o ISBC-C para a
transmissão por satélite.

Esse padrão entrou em operação em 2000 somente para transmissão via satélite
[1,3].

4.2.4 Padrão SBTVD (BRASILEIRO)

O SBTVD (Sistema Brasileiro de televisão Terrestre Digital) adotou o padrão


ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) como base para o sistema de TV Digital
em 2006, adotando como nome o ISDB-TB. Esse formato permite também, além da
transmissão em alta definição, a transmissão multiprogramação. O modo de transmissão
por radiodifusão usa a modulação BST-OFDM.

O padrão brasileiro de TV Digital usa o padrão de compressão e multiplexação o


MPEG-4 AVC e na compressão de áudio o MPEG-4 AAC [1,3].

O padrão brasileiro usa o Ginga como middleware para definir as regras de


aplicação do modelo de referência para os serviços de TV Digital.

4.3 MODELO TV DIGITAL

O modelo de televisão digital foi desenvolvido em camadas, assim como o


modelo ISO/OSI (Open System Interconnect da International Organization for
Standardization). [19]. São elas, camada de aplicação, camada de middleware, camada de
20

compressão, camada de transporte e camada de transmissão. Na Figura 3 observamos o


modelo de camadas da TV Digital.

Figura 3: Modelo de referência em camadas.


Fonte: [4]

As principais funções das camadas do modelo SBTVD são:

 Camada de Aplicação: Responsável pela execução das aplicações


multimídias desenvolvidas;

 Camada de Middleware: Esta camada possibilita que as aplicações sejam


executadas pelos hardwares existentes;

 Camada de Compressão: Realiza a codificação de áudios e vídeos;

 Camada de Transporte: Realiza a multiplexação e demultiplexação dos


programas de TV;

 Camada de Transmissão: Responsável pela sintonia e transmissão do sinal;

A principal realização da TV digital foi a criação de um canal de interatividade


permitindo assim a interação do usuário com as emissoras de TV [1].

4.4 INTERATIVIDADE

A interatividade nasce da necessidade do usuário de comunicação e troca de


informações com a emissora. Com a criação da interatividade, as máquinas passaram não
só executar tarefas, mas a realizar a interação humana em determinados programas
21

televisivos, Por exemplo, tem-se aplicações interativas transmitidas pela emissora, jogos
multiusuários em tempo real, guia de programação.

São três interfaces integrantes da interação: o computador, o usuário e o designer,


que tem a função de projetar as interfaces. Um conceito geral da interatividade é a
participação ativa do favorecido deu uma transação de informação [5].

Através do desenvolvimento tecnológico da televisão, pode-se classificar os


níveis de interatividade conforme observado abaixo [1, 6]:

 Nível 0: a interatividade aqui se dá na TV em preto e branco com ação de


ligar e desligar, regular volume, brilho e contraste;

 Nível 1: esse nível aparece na TV a cores. Nesse estágio surge o controle


remoto e o usuário passa a poder navegar entre canais dando mais
conforto ao usuário. Essa navegação também é chamada de zapping;

 Nível 2: é a possiblidade de incluir equipamentos juntamente com a


televisão; são eles: videocassete, DVDs e vídeo games, possibilitando ao
usuário de jogar, a gravar vídeos, para que seja vistos posteriormente;

 Nível 3: neste nível surge a possibilidade de interação digital. O usuário


passa a interferir através de celular, e-mail ou fax;

 Nível 4: possibilita o telespectador a utilizar o controle remoto e interferir


na programação permitindo a escolha de senas ou ângulos de câmeras de
sua preferencia.

Existe ainda 3 níveis complementares na TV Digital interativa; são eles [1, 6]:

 Nível 5: neste nível o telespectador pode de fato, participar da


programação, enviando vídeos de baixa qualidade.

 Nível 6: este nível oferece o mesmo recurso do nível aterior porém, com
o aumento da largura de banda, o telespectador passa a ter a
possibilidade de enviar vídeos de alta qualidade;

 Nível 7: há interatividade plena nesse nível. Dessa forma o telespectador


passa a poder gerar conteúdo e se confundir com o transmissor.
22

4.5 CANAL DE RETORNO

O canal de retorno é o meio de comunicação no sentido do usuário para a


emissora de TV. É nesse canal de retorno que é realizada a interatividade entre o usuário e
a emissora realizando o transporte das informações de interatividade. O canal de retorno é
constituído pela interconexão das redes de televisão com as redes de telecomunicações.

O canal de retorno é obtido por qualquer combinação de tecnologias de rede de


acesso de telecomunicações, contando que seja estabelecida uma comunicação entre o
usuário e a emissora.

Na implementação do canal de retorno a comunicação ocorre no sentido da


emissora para o usuário, transmitindo a programação diária juntamente com alguma
aplicação interativa, caso possua aplicação interativa. A comunicação do usuário para
emissora pode ocorrer com o usuário realizando alguma decisão na programação da
emissora, por exemplo, o final de uma novela. A Figura 3 apresenta uma ilustração do
conceito de um canal de retorno. [8]

Figura 4: Canal de retorno.


Fonte: [8]

A partir dos resultados obtidos em testes, observou-se que a tecnologia mais


adequada para o canal de interatividade no ISDB é o WiMax (IEEE 802.16). Porém,
devido a necessidade de se adaptar essa tecnologia para as bandas VHF/UHF mias testes
foram solicitados.
23

5 AMBIENTE EXPERIMENTAL

Nesse capitulo será feita uma breve discrição dos equipamentos utilizados para
realizar a transmissão de um conteúdo audiovisual, além de conter os equipamentos que
foram usados para realizar as medições do sinal de transmissão e analisar o espectro de
transmissão.

Esses são os equipamentos básicos para uma transmissão e recepção de TV,


podendo ainda haver a inclusão de alguns recursos como Cloused Caption e EPG e tantos
outros recursos que há para realizar a automação na transmissão dos conteúdos gerados.
Contudo para essa experiência apenas foram utilizados os equipamentos para a
transmissão e recepção de conteúdo audiovisual e conteúdo interativo através do sistema
ISDB.

5.1 EQUIPEMANETO DE TRANSMISSÃO

O transmissor usado é o playout EITV profissional, voltado para operação em


emissoras geradoras e retransmissoras de TV digital interativa O playout e compatível
com o padrão brasileiro de TV digital.

Playout é um termo utilizado na radiodifusão para a transmissão de conteúdo


para televisão. Esse equipamento tem o intuído de distribuir esses conteúdos para o
público. Nas Figuras 5 e 6 podemos verificar fotos (frontal e traseira) do hardware do
playout EITV.

Figura 5: Playout EITV (Frontal).

Fonte: [19]
24

Figura 6: Playout EITV (Traseira).

Fonte: [19]

O playout realiza as seguintes funções, conforme a Tabela 2:

Tabela 2: Funções caractéristica técnica do transmissor.


Fonte [19]

Função Característica Técnica


Multiplexação e geração de SI conforme a Norma Brasileira
ABNT NBR 15603; Geração de informações de tabelas PAT,
PMT, NIT, EIT, SDT, TDT, TOT, BIT, SDTT e AIT Configuração
de fuso horário (timezone) para ajuste automático de horário com
Servidor de SI
base no UTC Configuração das tabelas que serão geradas no fluxo
de transporte Configuração de número de canal virtual
Configuração de ID de serviço (service ID) Configuração de taxa
de repetição das tabelas em milissegundos.
Multiplexação e geração de EPG conforme a Norma Brasileira
ABNT NBR 15603 Geração de H-EIT, M-EIT e L-EIT Geração de
EIT p/f e EIT scheduling para guia eletrônico de programação
Informações de data, horário, duração, título, subtítulo e descrição
Servidor de EPG
dos programas Descritores EIT (short event, parental rating, audio
component, digital copy control) Atualização automática de tabelas
EIT com base em arquivo XML e protocolo FTP Sincronização
com relógio externo via NTP; Interface WEB para geração do EPG
Servidor de Closed Aderente às Normas ABTN NBR 15606-1 e ARIB STD-B24
Caption VOL1 PART 3 Geração em tempo real de legendas e caracteres
sobrepostos Suporte a Closed Caption roll-up e pop-up Entrada de
25

sinal serial (EIA-608) a partir de interface RS-232 ou atravás da


ethernet Configuração de PID do stream de saída do Closed
Caption (CC) Configuração de idioma do CC Suporte a geração de
vários streams de CC simultâneos (HD, SD, 1SEG, multi-idioma)
Geração de PTS para sincronização com o stream de A/V Saída em
tempo real do stream com CC multiplexado via interface ASI
Codificação de dados conforme a Norma Brasileira ABNT NBR
15606 Geração de carrossel de objetos DSM-CC Suporte a
aplicações GINGA-J, GINGA-NCL, GINGA-Bridge e GEM
Inserção em tempo real do carrossel de objetos no fluxo de
transporte Configuração de ID de organização (organization ID) e
ID de aplicação (application ID) Configuração de opção de auto-
inicialização (autostart) Descritores de dados (association tag,
component tag, carousel ID, data broadcast ID) Descritores AIT
Servidor de Carrossel
(application signalling, transport protocol, application descriptor,
de Objetos
control code) Descritores GINGA (optional flags, document
resolution, content ID, default version, language) Configuração de
taxa de bits (bitrate) de transmissão da aplicação Configuração de
PIDs de AIT e stream de dados Geração de Stream Events DSM-
CC Atualização automática de aplicações com base em arquivo
XML e protocolo FTP Agendamento automático de transmissão,
início (start) e parada (stop) de aplicações via XML Agendamento
automático de envio de Stream Events via XML
Até 8 entradas ASI independentes para multiplexação em tempo
real Integração com encoders externos via entradas ASI
Multiplexação automática de A/V, SI, EPG, Closed Caption e
Multiplexador
carrossel de objetos Filtragem de PIDs e streams, regeração de
tabelas e dados de TS ou BTS em tempo real Entrada de TS ou
BTS em tempo real via interface ASI
Re-multiplexador Remultiplexação de fluxo de transporte conforme a Norma
Brasileira ABNT NBR 15601 Geração de fluxo de transporte
organizado em camadas hierárquicas (layers A, B, C) Geração do
pacote IIP (ISDB-T Information Packet) Geração de informação
TMCC (Transmission and Multiplexing Configuration Control)
26

Configuração de modo de transmissão e intervalo de guarda


Configuração de segmentos, modulação, code rate e time
interleaving dos layers Transmissão de conteúdo 1-SEG para
recepção parcial Configuração para habilitar flag de alerta de
emergência Ordenação automática dos pacotes para construção de
quadro OFDM Geração de sinais para transmissão HDTV, SDTV e
TV Móvel Opção de entrada de referência externa de clock de 10
MHz para saída SPI Saída de BTS em tempo real via interface ASI
ou SPI

A Figura 7 apresenta a fluxo das funções do playout.

Figura 7: Fluxo das funções do playout.

Fonte: [19]

5.2 ANTENAS

5.2.1 Antena Yagi

A antena Yagi é muito utilizada em sistemas de telecomunicações. Esse tipo de


antena apresenta um baixo custo e fácil fabricação, podendo operar como transmissor ou
27

receptor. A antena possui esse nome devido a uma publicação de um artigo em 1928, de
autoria de S. Uda e assinado pelo inglês H. Yagi, por isso o nome da antena Yagi Uda.

A estrutura da antena é composta por dipolos, elemento excitador, elemento


refletor, elementos parasitas e diretores. Esses componentes são usados para excitar a
onda eletromagnética, refleti-la com máxima radiação almejada e transmitir na direção
desejada.

A antena Yagi possui característica diretiva, podendo ser observado como


exemplo na Figura 8 do diagrama de irradiação da antena yagi.

Figura 8: Diagrama de irradiação da antena yagi.

Fonte: [11]

A antena Yagi é utilizada nas faixas de frequência HF, VHF e UHF, todavia, a
faixa mais utilizada é a faixa VHF, muito utilizada na transmissão de televisão e de rádio
FM. [11]

Nesse trabalho foi utilizado o kit de antenas XT 401 da Exsto para realizar a
transmissão do sinal de TV Digital. As características da antena yagi são apresentadas na
Tabela 3.

Tabela 3: Característica da Antena Yagi

Fonte: [18]

Característica Técnica Elementos desmontáveis


Polarização linear
28

Potência máxima de entrada: 150W


Ganho por elemento: 8 dBi (5,85 dBd)
Relação F/C > 12 dB
VSWR <1,5:1
Conexão N Fêmea

Na Figura 9 tem-se a foto da antena utilizada no ambiente experimental.

Figura 9: Antena Yagi Exsto.

5.2.2 Antena Dipolo λ/2

A antena dipolo de meia onda é um tipo básico de antena. O nome dipolo de meia
onda está relacionado ao seu comprimento ser igual a metade do comprimento de onda a
ser irradiado, cada metade possuindo um comprimento de ¼ do comprimento de onda
transmitido ou recebido. [12]

A antena dipolo de meia onda possui um diagrama de irradiação com


característica mais diretiva no eixo vertical e no eixo horizontal possui um ângulo de
abertura característico de 360°, conforme exemplo da Figura 10.
29

Figura 10: Diagrama de irradiação da antena dipolo λ/2.

Fonte: [13]

Podemos observar as características técnicas da antena dipolo meia onda na


Tabela 3.

Tabela 4: Característica da Antena Dipolo λ/2.

Fonte [18]

Polarização linear
Potência máxima de entrada: 150W
Dipolo λ/2 Ganho por elemento: 2,9 dBi (0,75 dBd)
VSWR <1,5:1
Conexão N Fêmea

Na Figura 11 podemos observar a foto da antena dipolo de meia onda usada.


30

Figura 11: Antena dipolo λ/2 Exsto.

5.2.3 Antena Omnidirecional

A Antena omnidirecional também pode ser chamada de dipolo, já que ela irradia
sinal em todas as direções, permitindo que se conecte a uma sinal transmitido em torno do
ponto de acesso. Como a antena dipolo de meia onda o sinal vertical possui um ângulo de
abertura pequeno e o ângulo de abertura horizontal é de 360°.

No trabalho realizado foi utilizado uma antena omnidirecional de 3dBi para


realizar a recepção do sinal de TV transmitido em laboratório acoplado ao receptor
gerando o conteúdo para uma TV LG.

Na Figura 12 podemos ter um exemplo da antena omnidirecional utilizada no


laboratório.
31

Figura 12: Antena Omni.

5.3 RECEPTOR

O receptor é responsável pela captação do sinal dos canais de TV Digital, seleção


dos canais e conversão do sinal para uso nos televisores. No receptor pode haver a função
de carregar um arquivo interativo que é transmitido junto com o conteúdo audiovisual,
além de ter a possibilidade de conectá-la à internet incrementando a interatividade do
usuário com as emissoras de TV.

O receptor proview possui a capacidade de carregar aplicações através da porta


USB, podendo assim testar aplicações desenvolvidas para uso de interatividade do sistema
Digital.

A Figura 13 apresenta uma foto do set-top box usado em laboratório.


32

Figura 13: Receptor proview.

Fonte: [20]

5.4 ANALISADOR DE ESPECTRO

O analisador de espectro é um instrumento eletrônico utilizado para verificar


componentes harmônicas do sinal elétrico, os componentes podem ser frequência e
amplitude, espalhados no espectro de frequência.

O analisador de espectro BK precision 2930 é apropriado para quase todas as


formas de analise de sinal no intervalo de frequência 0,15MHz até 1GHz. Outro aspecto
importante é a qualitatividade, ou seja também pode capturar os valores de amplitude dos
sinais apresentados.

Na figura 14 temos uma foto do analisador de espectro usado para a analise do


sinal transmitido.

Figura 14: Analisador de espectro BK precision 2630.


33

Fonte: [9]

Na Tabela 5 podemos conhecer alguns dados técnicos do analisador de espectro.

Tabela 5: Dados técnicos do analisador de espectro.

Fonte [17]

Características de frequência
Margem frequência 0,15MHz-1GHz (-3dB)
A precisão frequência central ± 100kHz
Marcador Precisão ± (0,1% intervalo de 100kHz +)
Indicação de frequência
Resolução 100kHz (5 LED dígito)
100kHz / div-100MHz / div. em passos de
Escalas frequência 1-2-5 0 Hz + / div.(Zero Scan) Precisão ±
10%
Estabilidade
Deriva <150kHz / h
Largura de banda FI (-3dB)
Resolução 400kHz e 20kHz
Filtro de vídeo em 4kHz
Frequência de Varredura 43Hz
Características de amplitude
Margem -100dBm a + 13dBm
Faixa de exibição 80 dB (10 dB / div.)
Nível de referência -27dBm a + 13dBm (em passos de 10dB)
Precisão nível de referência ± 2 dB
Nível médio de ruído 99dBm (12,5 kHz FBB)
2º harmônico: <-75dBc
3ª intermodulação harmônica -70dBc (2 sinais separados> 3MHz)
Limiar de sensibilidade média <5 dB acima do nível médio de ruído
Precisão da indicação ± 2 dB
FI Amplificação regulável em torno de 10dB
Recursos de entrada
Entrada RF BNC com impedância de 50Ω
Atenuador 0 a 40dB (4 x 10 dB)
34

Precisão de entrada do atenuador ± 1 dB


Nível máximo entrada: + 20dBm (0.1W) (com atenuação de 40 dB)
Rastreamento Gerador
-50dBm a + 1dBm (em 10 passos de 10dB e
Faixa de nível de saída variável)
Atenuadores de saída 0 - 40dB (4x10dB)
Atenuadores precisão ± 1 dB
Impedância de saída 50W (conector BNC)
Faixa de frequência 0,1 MHz a 1 GHz
Resposta de frequência ± 1,5 dB
Ruído AF <20dBc
Diversos
Funcionamento 10 ° a 50 ° C
Tubo 8x10div, grade interna
Rotação de feixe Ajustável de frente
Ligação à rede 115 / 230V ~, 50-60 Hz
Consumo aprox. 20W max.
Proteção Classe de proteção I (VDE 0411)
Peso Aproximadamente 6 kg
W 285 milímetros, 125 milímetros Al, 380
Medidas
milímetros L

6 RESULTADO DAS MEDIÇÕES

Nesse capítulo será apresentado o ambiente experimental de laboratório e como é


realizada a transmissão de conteúdos de áudio, vídeo e aplicação interativa simulando uma
pequena emissora de TV. Após essa apresentação, discutiremos os resultados da análise
do espectro transmitido no laboratório usando os equipamentos mínimos para uma
transmissão dos conteúdos no padrão brasileiro de TV Digital.

6.1 TRANSMISSÃO DE CONTEÚDO

Para realizar as medições da experiência realizada em laboratório foi transmitido


no padrão Brasileiro de TV digital um vídeo em formato TS (Transport Stream) em
35

conjunto com uma aplicação interativa de um jogo da velha. O experimento foi realizado
no laboratório de TV Digital do CEFET/RJ (Campus Petrópolis).

Os equipamentos usados no laboratório foram:

 Playout professional EITV, equipamento usado para realizar a transmissão


dos conteúdos áudio, vídeo e aplicação interativa, usado em muitas
emissoras de TV;

 Antena yagi, a antena foi acoplada ao playout para realizar a transmissão


dos conteúdos simulando um ambiente de transmissão de TV.

 Set-top box RCASOFT Proview XPS1000, uma antena omni foi acoplado
ao receptor para realizar a captação do sinal transmitido, o receptor foi
ligado a uma TV LED da LG exibindo o conteúdo transmitido.

 Celular Sony Xperia C4, utilizamos o celular para realizar a recepção do


conteúdo transmitido.

Para realizar a transmissão do vídeo e da aplicação foi necessário fazer o upload


para o playout dos arquivos de vídeo no formato TS e a aplicação em NCL/LUA. No
playout é necessário associar a aplicação ao vídeo, para que assim juntos, vídeo e
aplicação interativa, esses sejam transmitido pelo playout.

Para que o usuário consiga carregar a aplicação interativa no receptor é necessário


que aperte um botão no controle remoto, sendo assim a aplicação é carregada e exibida na
TV juntamente com o vídeo, pois não é necessário interromper a programação para que
seja exibida a aplicação. Em sendo exibida a aplicação, o usuário através do controle
remoto pode realizar a interação com o jogo apresentado.

Na Figura 15 podemos ver um exemplo da transmissão do conteúdo de vídeo e


aplicação interativa e podemos observar que a aplicação é exibida sobrepondo-se ao
vídeo, que continua em exibição sem a necessidade de ser interrompido [16].
36

Figura 15: Recepção com o set-top box no padrão Brasileiro de TV Digital

Fonte: [16]

Na experiência realizada em laboratório também foi utilizado o celular para


realizar a recepção do sinal de vídeo transmitido em 1Seg. Contudo, no celular a aplicação
interativa não pode ser carregada. Sendo assim, o celular foi utilizado somente para a
recepção do vídeo transmitido.

O teste foi realizado com o celular ao em torno do laboratório e foi possível


observar que em cerca de uns 20 metros de distancia conseguimos visualizar a
programação transmitida em boa qualidade. Como a transmissão é digital percebemos que
mesmo em uma tela pequena sempre vamos visualizar uma programação limpa e de boa
qualidade, pois caso não haja a possibilidade de recepção desse sinal o mesmo não é mais
transmitido interrompendo a exibição.

Na Figura 16 podemos observar a recepção da programação realizada através do


celular transmitida pelo playout.
37

Figura 16: Recepção com o celular de conteúdo no padrão Brasileiro de TV Digital.

6.2 MEDIÇÕES DE TRANSMISSÃO

No laboratório montado utilizamos o playout EITV acoplando uma antena yagi


junto ao transmissor. Para captar o sinal e realizar a medição do espectro, foi incluída uma
antena omni direcional no analisador de espectro BK precision 2630.

Podemos observar na Figura 17 como foram realizadas as ligações para que fosse
feita a visualização do espectro na tela do analisador.
38

Figura 17: Esquema de medição de espectro

Na Figura 18 pose ser visualizado a onda obtida no analisador de espectro, como


resultado obtido pelo analisador de espectro utilizando antena Yagi na transmissão,
utilizando frequência central em trono de 470MHz e para a recepção o uso da antena
dipolo λ.

Figura 18: Resultado do sinal para transmissão com a antena Yagi.

Na Figura 19 pose ser visualizado a onda obtida no analisador de espectro, como


resultado obtido pelo analisador de espectro utilizando antena Omni na transmissão,
frequência central em trono de 780MHz e para a recepção o uso da antena dipolo λ.
39

Figura 19: Resultado do sinal para transmissão com a antena Omni.

7 CONCLUSÃO

Neste trabalho foi montada uma pequena estrutura simulando uma emissora de
TV Digital, onde os equipamentos utilizados possuem a função de realizar a transmissão
de conteúdos de áudio, vídeo e conteúdo interativo, produzidos em laboratório.

Para a recepção podemos observar em uma TV LED, através do set-top box o


conteúdo transmitido em alta qualidade, com o auxilio do controle remoto do set-box foi
40

possível realizar a execução da aplicação interativa e realizar o controle para interação


com a aplicação.

Na montagem da infraestrutura simulando uma emissora, realizamos a captura


dos sinais transmitidos com diferentes antenas disponíveis para uso.

Como trabalho futuros, pretendemos investigar o efeito da mudança das antenas


de transmissão na recepção do sinal, de acordo com suas características.

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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nova era”. Universidade Federal Fluminense: Brasil.
2. Mundo Digital, “Tudo sobre HDMI, como funciona eos tipos de conexão”.
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41

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<http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialtvdconsis1/default.asp>. Acesso em: 28
Abril 2016
4. Pereira, F. “Estudos de Implementação em Emissoras Local no Brasil”. Disponível
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28 Abril 2016
5. Teixera, L. (2006), “Usabilidade e Entretenimento na TV Digital”. Faculdade de
Arquitetura, Artes e Comunicação: Brasil.
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7. Amorim, E. “História da TV brasileira”. Centro Cultura de São Paulo: Brasil.
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TV Digital”. CPqD Tecnologias: Brasil.
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<http://www.tecnologiadoglobo.com/2009/08/diferenca-entre-pal-ntsc-e-secam/>.
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12. Galileu, “Antenas e linhas”. Disponível em <
http://galileu.radiocb.com/ebooks/Antenas%20e%20linhas.pdf> Acesso em 13 maio
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13. Virtual Shop, “Antenas – Curso Completo UL0085”. Disponível em <
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Acesso em 13 Maio 2016.
14. SlideShare, “TV Digital: O que você precisa saber?”. Disponível em
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42

16. Fialho, N. V. e Henriques, F. R., “TV Digital Interativa: Uma Proposta para
Inclusão Digital”. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da
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