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SISTEMAS DE TV DIGITAL
ESTUDO DAS TECNOLOGIAS
por
SISTEMAS DE TV DIGITAL
ESTUDO DAS TECNOLOGIAS
por
i
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS..................................................................iii
LISTA DE FIGURAS ................................................................................ iv
LISTA DE TABELAS ................................................................................ v
RESUMO .................................................................................................... vi
ABSTRACT............................................................................................... vii
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 8
1.1. OBJETIVOS ..................................................................................................... 9
1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 9
2. Arquitetura de TV Digital ................................................................... 10
2.1. CAMADA DE APLICAÇÕES ....................................................................... 11
2.2. CAMADA DE MIDDLEWARE .................................................................... 11
2.3. CAMADA DE COMPRESSÃO ..................................................................... 14
2.4. CAMADA DE TRANSPORTE ...................................................................... 15
2.5. CAMADA DE MODULAÇÃO ...................................................................... 16
3. Sistemas de TV Digital......................................................................... 17
3.1. ATSC - ADVANCED TELEVISION SYSTEM COMMITTEE ................. 17
3.2. DVB - DIGITAL VÍDEO BROADCASTING............................................... 18
3.3. ISDB - INTEGRATED SYSTEM DIGITAL BROADCASTING ............... 20
3.4. COMPARAÇÃO ENTRE OS PADRÕES DE TV DIGITAL ...................... 23
4. Sistema Brasileiro de TV Digital ........................................................ 24
4.1. PLANO BÁSICO DE DISTRIBUIÇÃO DE CANAIS - PBTVD ................. 27
5. Set-Top Box ........................................................................................... 29
5.1. ARQUITETURA DO SET-TOP BOX .......................................................... 30
5.1.1. COMPONENTES DE HARDWARE ................................................... 30
5.1.2. COMPONENTES DE SOFTWARE .................................................... 35
5.1.3. PERFIS DE SET-TOP BOXES ............................................................ 37
6. Considerações Finais............................................................................ 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 39
Anexo I - Lançamento da TV Digital no Brasil ..................................... 41
Anexo II – Decreto nº4.901 ...................................................................... 45
Anexo III – Decreto n°- 5.820, de 29 de junho de 2006 ......................... 49
LISTA DE ABREVIATURAS
Figura 1. Arquitetura de TV Digital com tecnologias usadas em cada camada Fonte: Adaptado do
Livro TV Digital Interativa (2005). ........................................................................................ 10
Figura 2. Arquitetura em Camadas do Padrão ATSC[5]. ................................................................ 18
Figura 3. Estrutura do Padrão ATSC Fonte: Tutorial TV Digital - Teleco ...................................... 18
Figura 4. Arquitetura em Camadas do Padrão DVB[5]................................................................... 19
Figura 5. Estrutura do Padrão ATSC Fonte: Tutorial TV Digital - Teleco ...................................... 20
Figura 6. Arquitetura em Camadas do Padrão ISDB[5]. ................................................................. 21
Figura 7. Estrutura do Padrão ISDB Fonte: Tutorial TV Digital – Teleco ...................................... 22
Figura 8. Período de Transição Fonte: PBTVD – Anatel[12] ......................................................... 28
Figura 9. Faixa VHF e UHF Fonte: PBTVD – Anatel[12].............................................................. 29
Figura 10. Modelo de um sistema de Tv Digital com set-top Box[5]. ............................................. 30
Figura 11. Arquitetura de Hardware do Set-Top Box[5]. ................................................................ 31
Figura 12. Principais módulos de um Set-Top Box Fonte: Arquitetura do Set-Top Box para TV
Digital Interativa - Unicamp[12] ............................................................................................ 32
Figura 13. Arquitetura em camadas de software do Set-top Box. Fonte: Arquitetura do Set-Top Box
para TV Digital Interativa - Unicamp[12] .............................................................................. 36
LISTA DE TABELAS
BASSETO, Everson Ricardo. Digital TV. Campinas, 2007. Work Course Conclusion,
Universidade São Francisco , Campinas, 2007.
The Brazilian Digital TV System offers a television with better quality of image and sound,
hereafter the possibility of interactivity, simultaneous transmission to reception fixed, mobile and
portable. This work, introduce the architecture of a Digital TV System, dividing the system into
layers and describing each one. It is demonstrated the architecture of the main systems of Digital
TV, releasing the main characteristic of each and all. The standards introduced are European -
Digital Video Broadcasting (DVB); American, the Advanced Television System Committee (ATSC)
and the Japanese-Integrated System Digital Broadcasting (ISDB), base for the Brazilian standard-
SBTVD. It introduce technical aspect, social and corporative of SBTVD. It manifest the
implantation, the interactivity, portability and the quality of sound and image of the Brazilian
standard. And finally it introduce a study in Functional blocks of the Set-Top Box, the converting
box that should be used in current analog TV's existing in the most Brazilian homes.
A TV aberta transmitida no Brasil está presente em 90% das residências brasileiras[1]. Esse
sistema utiliza canais analógicos com largura de banda de 6 MHz [2].
Já na TV Digital a transmissão de áudio e vídeo passa a ser feita através de sinais digitais
que codificados permitem um uso mais eficiente do espectro eletromagnético, devido ao aumento
da taxa de transmissão de dados na banda de freqüências disponível [ 1 ] .
A rigor, as diferenças entre os três sistemas são pequenas. A grande vantagem para o sistema
americano é a alta definição e a interatividade, porém a tecnologia utilizada ainda não desenvolveu
um sistema que permita a mobilidade e portabilidade [ 3 ].
Dentre as três, a tecnologia Japonesa padrão ISDB é a mais completa, permite a transmissão
em alta definição, mobilidade, portabilidade e interatividade.
Essa proposta está no 1º parágrafo do primeiro artigo do decreto presidencial que institui o
SBTVD, em 26 de novembro de 2003: “Promover a inclusão social, a diversidade cultural do país e
a língua pátria por meio de acesso à tecnologia digital, visando a democratização da informação”
[1].
Outro grande benefício da TV Digital é a interatividade com os programas e possibilidade
de ter acesso à rede mundial de computadores usando apenas o controle remoto ou um teclado
especial
Para ter acesso a TV Digital o consumidor deve adquirir o conversor chamado Set Top Box
também conhecido como URL que permite receber o sinal digital e convertê-lo para o formato de
áudio e vídeo disponível no seu receptor de TV. Ou adquirir uma TV nova que incorpore conversor
[3].
1.1. OBJETIVOS
E finalmente desenvolve-se uma proposta de uma ‘caixa conversora’ (Set Top Box) em
blocos funcionais. A caixa conversora permite que as TV’s analógicas possam receber os programas
da TV Digital.
5. Conclusão.
6. Bibliográfica;
7. Anexos;
9
2. Arquitetura de TV Digital
1. Camada de Aplicações
2. Camada de Middleware
3. Camada de Compressão
4. Camada de Transporte
5. Camada de Modulação
10
2.1. CAMADA DE APLICAÇÕES
A camada de aplicação é a responsável pela execução dos aplicativos multimídia
desenvolvidos[5].
Interface gráfica que possibilita a navegação pelas múltiplas possibilidades de programação que
o usuário encontrará na TV Digital, sendo o equivalente aos guias de horários de televisão
publicados nos jornais, com funções e operação análoga a de um portal de internet.
Uma de suas funções é permitir o agendamento de conteúdos específicos para serem gravados
por Digital Video Recorders conectados à TV[6].
• T-GOV ou T-GOVERN
É uma aplicação que pode oferecer serviços interessantes, evitando deslocamento a cartórios ou
postos de informação, consultas sobre a disponibilidade dos programas do governo. Serviços de
saúde também estão sendo esperadas dentre as aplicações de TV digital no ambiente brasileiro,
facilitando a distribuição de remédios e a marcação de consultas e exames em hospitais públicos[5].
• T-COMMERCE
11
portabilidade é primordial em sistemas de TV Digital, pois é muito complicado considerar como
premissa que todos os receptores digitais sejam exatamente iguais.
Para resolver esse problema o grupo DVB começou a especificar uma camada de middleware,
que deu origem à plataforma MHP[5]. Um ano após a primeira versão, foi lançada a especificação
MHP 1.1.
Além do uso da API Java, o MHP 1.1 possibilitou a utilização de uma linguagem de
programação declarativa semelhante ao HTML, denominada DVB-HTML [5].
12
Além do MHP, o MHEG-5 (padrão ISO/IEC 13522-5) é adotado na camada de middleware no
DVB-T. O MHEG é um padrão usado para representar apresentações multimídia, permitindo
interatividade do usuário com o conteúdo da apresentação. No caso da TV Digital, o MHEG pode
ser usado para representar um guia de programação eletrônico (EPG), por exemplo.
Desenvolvido pelo ATSC, o DASE similar ao MHP, define uma camada de software que
permite a programação de conteúdo, aplicações e suporte a linguagens declarativas, usadas na web
(HTML ) e procedurais (Java TV)[7].
Infelizmente, as semelhanças entre esses dois padrões param neste ponto. Os middlewares MHP
e DASE não foram projetados para serem compatíveis entre si. Dessa forma, um serviço
desenvolvido para um desses padrões não é compatível com o outro.
O padrão ISDB é formado por um conjunto de documentos que definem os padrões adotados
para transmissão, transporte, codificação e middleware, que foram especificados pela organização
ARIB[8].
Esse middleware é formado por alguns padrões, como o ARIB STD-B24 (Data Coding and
Transmission Specification for digital Broadcasting) que define uma linguagem declarativa
denominada BML (Broadcast 40 Markup Language) [4]. Essa linguagem, baseada na linguagem
XML, é usada para especificação de serviços multimídia para TV Digital.
13
2.3. CAMADA DE COMPRESSÃO
A ITU-T deu origem ao padrão H.261 voltado para vídeo conferencia, e posteriormente aos
padrões H.262 e H.264[4].
Os padrões MPEG são utilizados para codificação e compressão de dados de mídia. Os padrões
MPEG-1, MPEG-2 e MPEG-4 são os principais utilizados na compressão de áudio e vídeo[4].
O MPEG-1 foi criado para vídeos codificados até 1,5 Mbps com qualidade VHS, e áudio
codificado com 192 Kbps por canal.
• Dolby AC3
O padrão Dolby é largamente empregados na codificação de áudio e vídeo para cinema e DVD.
Esse padrão é especificado por uma única companhia conhecida como Dolby Laboratories.[5]
Esse padrão foi escolhido para ser usado no Sistema de TV Digital norte americano e é opcional
do DVB (padrão europeu).
14
O Dolby AC3 utiliza um processo de codificação em sub-bandas e algoritmos psico-acústicos
para otimizar a quantização e produzir som surround. Ele permite até 5.1 canais, ou seja, cinco
canais principais, e um subwoofer que podem ser comprimidos em um único fluxo de dados com
640kbps.
• MPEG-2TS
Da mesma forma que o MPEG-1, o MPEG-2 também é dividido em camadas de Áudio, Vídeo e
System. Os padrões MPEG-2 Áudio e Vídeo usam os mesmos princípios dos algoritmos de
compressão MPEG-1, com diversas extensões e melhorias.
O MPEG-2 OS é similar ao MPEG-1 Systems. Ele encapsula e agrupa vídeos, áudios e outros
tipos de dados digitais em um único feixe, com uma base comum de tempo.
Enquanto a abordagem por fluxo de transporte (MPEG-2 TS) consiste em pacotes fixos de 188
bytes, usados para multiplexar áudios, vídeos e outros dados em um único feixe. Diferentemente da
multiplexação por fluxo de programas, a multiplexação por fluxo de transporte não necessita de
uma base comum de tempo.
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2.5. CAMADA DE MODULAÇÃO
Há dois padrões utilizados para TV Digital. O sistema de televisão digital ATSC adota o padrão
8-VSB (8 Level – Vestigial Side Band Modulation), já os sistemas DVB e ISDB adotaram o padrão
COFDM (CodedOrthogonal Frequency Division Multiplexing).
• 8-VSB
O 8 VSB, padrão utilizado pelo sistema americano, modula uma portadora localizada a 310 kHz
do início da banda de 6 MHz, em AM-VSB / SC (amplitude modulada, com banda vestigial e
portadora suprimida). Na modulação 8-VSB, existem 8 níveis bem definidos: 4 positivos e 4
negativos. Esses níveis são tais que, cada conjunto de 3 bits consecutivos do sinal irá corresponder a
um nível. Conseqüentemente, a taxa de bits fica dividida por 3 e assim, a freqüência do sinal
modulador resultante torna-se compatível com a banda de 6 MHz, visto que a modulação é em
VSB[9].
OFDM é quase sempre utilizado juntamente com codificação de canal (técnica de correção de
erro), resultando no chamado COFDM.
O OFDM também conhecido como discrete multitone modulation (DMT), é uma técnica de
modulação baseada na multiplexação por divisão de freqüência (FDM) onde múltiplos sinais são
enviados em diferentes freqüências. Muitos são familiarizados com FDM pelo uso de aparelhos de
rádio e televisão: normalmente, cada estação é associada a uma determinada freqüência (ou canal) e
deve utilizá-la para realizar suas transmissões. OFDM parte deste conceito mas vai além, pois
divide uma única transmissão em múltiplos sinais com menor ocupação espectral (dezenas ou
milhares). Isto adicionado com o uso de técnicas avançadas de modulação em cada componente,
resulta em um sinal com grande resistência à interferência.
16
algumas formas de redes de computadores. Sua principal característica quanto ao desempenho é o
fato de apresentar boa imunidade a multi-percursos, geradores dos famosos "fantasmas"
presenciados nas televisões analógicas[6].
3. Sistemas de TV Digital
Em sua versão atual, o ATSC não permite aplicações móveis e portáteis, devido a um
conjunto de características, tais como: modulação, entrelaçamento temporal e inflexibilidade na
configuração dos parâmetros de transmissão, que causam uma baixa imunidade a multipercurso
afetando a recepção em campo (outdoor) e interiores (indoor) [9].
17
Figura 2. Arquitetura em Camadas do Padrão ATSC[5].
Como podemos ver a multiplexação e a codificação de vídeo são feitas sobre o padrão
MPEG-2 HDTV. Já a codificação de áudio é realizada através do formato Dolby AC-3. Tanto a
codificação de áudio e vídeo estão presentes na camada de compressão.
18
Esse conjunto de padrões é definido por um consórcio homônimo, que começou
oficialmente em setembro de 2003. O consórcio DVB é atualmente composto por mais de trezentos
membros, de 35 países[4]. Admite 5 modos de transmissão com resoluções que variam, de acordo
com a especificação, de 240 a 1080 linhas[9]:
• DVB-MC, para difusão via microondas operando em freqüências até 10 GHz (MMDS);
O DVB-T comporta a recepção por dispositivos móveis. Entretanto, segundo seus críticos,
não funciona satisfatoriamente, principalmente no modo hierárquico, quando transmite ao mesmo
tempo para televisão de alta definição e sistemas móveis[9].
19
O DVB-T utiliza codificação COFDM, cuja taxa de transmissão varia entre 5 a 31,7 Mbps,
dependendo dos parâmetros utilizados na codificação e modulação do sinal. A multiplexação e a
codificação de áudio é feita pelo padrão MPEG-2 BC e a de vídeo é feita sobre o padrão MPEG-2
SDTV. Na camada de transporte, da mesma maneira que o Sistema Americano o padrão utilizado é
o MPEG-2 TS. O middleware utilizado é o MHP (Multimedia Home Plataform).
O padrão japonês ou ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) foi criado em 1999 no
Japão pelo consórcio DiBEG (Digital Broadcasting Experts Group), contando principalmente com
o suporte da emissora pública japonesa NHK[4].
O ISDB foi o último padrão a ser lançado, porém foi o primeiro a ser estudado, se tornando
assim o padrão que mais atende às diversas funcionalidades da TV digital como as transmissões
móveis e portáteis[5].
Esse padrão é apontado como o mais flexível de todos os sistemas por responder melhor a
necessidades de mobilidade e portabilidade. Ele é uma evolução do sistema DVB-T, sistema
Europeu usado na maioria dos países do mundo[6].
20
No Brasil, foi eleito o melhor nos testes técnicos comparativos conduzidos por um grupo de
trabalho da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) e da Associação Brasileira das
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), ratificados pela Fundação CPqD. Em 29 de Junho de 2006
foi anunciado o padrão adotado pelo Brasil na transmissão de TV digital.[6]
O que mais chama atenção neste sistema é a sua versatilidade. Além de permitir enviar os
sinais da televisão digital ele pode ser empregado em diversas atividades, como:
• transmissão de dados;
• receptor para recepção parcial em um PDA e em um telefone celular;
• recepção com a utilização de um computador ou servidor doméstico;
• acesso aos sites dos programas de televisão;
• serviços de atualização do receptor por download;
• sistema multimídia para fins educacionais.
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O ISDB utiliza codificação COFDM, com algumas variações; possui uma taxa de
transferência que varia entre 3,65 a 23,23 Mbps, e uma largura de banda de 6, 7 ou 8 MHz. A
multiplexação e a codificação de vídeo, como no padrão anterior, também são realizadas em
MPEG-2 HDTV. A codificação de Áudio utiliza o MPEG-2 AAC. Na camada de transporte o
padrão utilizado é o MPEG-2 TS. E finalmente o middleware é o ARIB (Association of Radio
Industries and Businesses).
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3.4. COMPARAÇÃO ENTRE OS PADRÕES DE TV DIGITAL
A tabela 1 apresenta uma breve comparação entre os padrões de TV digital.
- Eficaz para TV
móvel e portátil
Principais - Criado por um Transmissão de sinal Comercial: a balança
consórcio de 250 só por cabos e não comercial Brasil-Japão
Desvantagens
entidades de mais de disponibilizar o acesso é
15 países, o que por antenas interna. mais fraca em
dificulta contrapartidas.
negociações e - Controlado pela
contrapartidas. Zenith, da sulcoreana
LG, que não abre mão
do pagamento de
royalties.
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4. Sistema Brasileiro de TV Digital
Centrando as análises nos três padrões existentes, o grupo avançou em 1998, quando a Anatel
iniciou os seus estudos sobre TV Digital e mercado de telecomunicações. Além de tomar a frente
nas pesquisas, a Agências avalizou a iniciativa SET/Abert, dando continuidade ao trabalho que
vinha sendo desenvolvido, porém com uma visão mais pragmática. O objetivo inicial estava claro:
escolher um dos três padrões para ser adotado pelo Brasil. O desenvolvimento de um padrão
nacional estava praticamente fora de questão.
Em 1999 deram inicio nos testes de laboratório e de campo. Logo no início dos testes
percebeu-se que a modulação 8-VSB, usada pelo padrão norte-americano, não atendia às
necessidades brasileiras, uma vez que seu desempenho foi insatisfatório na recepção doméstica,
principalmente usando antenas internas. Esse fato levou a Anatel a descartar o padrão de modulação
norte-americano, colocando em consulta pública a utilização do COFDM, usado pelo DVB e ISDB.
Atualmente, quase metade dos aparelhos de TV têm recepção apenas por antenas internas. Esse
número aumenta consideravelmente se adicionarmos os aparelhos com antenas externas, mas que
mesmo assim recebem predominantemente o sinal pelas antenas internas.
O relatório final dos testes de TV digital confirmou o melhor desempenho dos padrões
europeu e japonês, além do desempenho insuficiente do padrão norte-americano nos quesitos
24
transmissão de sinais em áreas de sombra e para receptores móveis. Entre os dois primeiros, o
padrão japonês foi considerado superior ao sistema europeu, devido ao melhor desempenho na
recepção de sinais televisivos em ambientes fechados, e a sua flexibilidade para recepção de
programas ou acesso a serviços, através de terminais fixos ou móveis. Em 31 de agosto de 2000, a
Anatel encerrou a discussão técnica sobre o padrão de TV digital a ser adorado no Brasil. Esperava-
se um pronunciamento oficial sobre qual padrão seria adotado, mas este anúncio foi adiado para
depois da posse do novo governo, que ocorreria dois anos depois.
Após a posse no novo governo, o então ministro das Comunicações Miro Teixeira,
encaminhou uma carta de intenções ao presidente da República, onde levantou a necessidade da
inclusão digital através da TV Interativa. Era o primeiro sinal de que o assunto teria outro
tratamento. O passo seguinte foi o anúncio de que o país desenvolveria um padrão próprio de
transmissão, idéia que foi amplamente defendida pelo ministro até a sua saída do Ministério, um
ano após tomar posse. Em maio do mesmo ano, foi criado um grupo de estudo para analisar
novamente o assunto e dar um parecer sobre os estudos já realizados.[6]
Os trabalhos desse grupo de estudo duraram até novembro, quando saiu o decreto nº4.901, de
26 de novembro de 2003, além de nortear a transição do sistema analógico para o digital, deixou
claro que esse avanço tecnológico não se restringiria a uma simples troca de equipamento. A
preocupação com a inclusão social por intermédio da TV e com o desenvolvimento da indústria
nacional estava entre os principais objetivos. O decreto deixou claro que a TV digital seria uma
ferramenta com finalidades sociais, não uma simples evolução tecnológica que atende apenas a
interesses mercadológicos ou econômicos[5].
25
O primeiro edital público do SBTVD, visando habilitar instituições interessadas em participar
do SBTVD, foi publicado pelo governo federal ainda no primeiro semestre de 2004. Naquela etapa,
82 instituições foram habilitadas, de um total de 90 candidatas. A etapa seguinte foi a da divulgação
de mais 19 editais, chamadas de carta-convite, acompanhadas de uma Requisição Formal de
Proposta (RFP), destinadas apenas às instituições já habilitadas anteriormente. Desses 19 editais,
publicados em três lotes, dois não tiveram nenhuma instituição aprovada, enquanto que três tiveram
duas aprovadas. Os editais incentivaram a formação de redes de pesquisa, onde os estudos são
realizados de forma descentralizada por várias instituições trabalhando num mesmo tema. No total,
estão envolvidas 79 instituições no desenvolvimento do SBTVD, congregando mais de 1.200
pesquisadores[6].
Por conta desses atrasos, foi editado em 10 de março de 2005 o Decreto nº5.393, que altera e
acrescenta dispositivos ao Decreto nº4.901, de 26 de novembro de 2003. O prazo para a
apresentação do relatório final foi esticado para 23 meses a partir da criação do Comitê de
Desenvolvimento. Ou seja, a definição final do SBTVD ficou para fevereiro de 2006. Além disso,
foi estipulado a data de 10 de dezembro de 2005 para a conclusão das atividades das instituições
contratadas pela Finep para a realização das pesquisas do SBTVD[4].
26
CPqD é responsável pela coordenação dos centros de pesquisas e universidades que estão
desenvolvendo o relatório sobre o sistema brasileiro de TV Digital.[11]
O Padrão Brasileiro tem entre suas principais condições a interatividade e área de cobertura.
A primeira deverá permitir o usuário buscar informações referentes aos programas, acessar serviços
interativos como o e-gov, educação a distância entre outros[14].
Além dessas condições tem algumas premissas que devem ser destacadas como[13]:
27
• ocupação dos canais digitais nas faixas VHF alto(7 a 13) e UHF (14 a 59) (figura 9);
• reserva dos canais UHF 60 a 69 a serem utilizados estrategicamente (figura 9);
• revisão das relações de proteção;
• possibilidade ou não de SFN - redes de freqüência única;
• não impedimento da implementação de interatividade;
• harmonização de coberturas analógico-digital;
• adoção de parâmetros técnicos conservadores;
• privilégio para recepção interna na áreas urbanas;
• nível de recepção estabelecido em relação a qualidade mínima de vídeo no ponto de
recepção, obtido de forma experimental, sem determinação de taxa de erro (BER) relativa ao
limite C/N (sinal/nível de ruído) para o piorcaso e equivalente a 19dB.
28
Figura 9. Faixa VHF e UHF
Fonte: PBTVD – Anatel[12]
5. Set-Top Box
A TV aberta transmitida no Brasil está presente em 90% das residências brasileiras[1], com
isso o Set-Top Box passa a ter grande importância para que a população possa receber o sinal digital
e convertê-lo para sua TV Analógica.
Antes de ser processado por um receptor, o sinal difundido precisa ser captado por uma
antena específica para a tecnologia usada, no caso de satélite ou radiodifusão, ou chegar via cabo. O
receptor pode estar embutido em uma televisão digital ou ser um equipamento à parte como
representado na figura 10. Neste último caso, o receptor passa a ser conhecido como set-top Box. A
idéia básica desse dispositivo é o de uma pequena caixa agregada à televisão analógica, que
converte os sinais digitais para serem vistos nas TVs convencionais. O set-top Box pode possuir
também um canal de retorno, possibilitando a interatividade entre o telespectador e os serviços
oferecidos[4].
29
Figura 10. Modelo de um sistema de Tv Digital com set-top Box[5].
30
Basicamente o sintonizador no receptor recebe um sinal via satélite, por difusão ou a cabo e
encaminha esse sinal para o demodulador que extrai o fluxo de transporte MPEG-2. O demodulador
analisa se o sinal possui erros e depois o encaminha para o demultiplexador que extrai os fluxos de
áudio, vídeo e dados encaminhando esses ao decodificador que os converte em um sinal apropriado
para exibição no aparelho televisivo.
31
Figura 12. Principais módulos de um Set-Top Box
Fonte: Arquitetura do Set-Top Box para TV Digital Interativa - Unicamp[12]
• Sintonizador
É o receptor em si, ele recebe os diferentes sinais das redes digitais baseadas nas
modulações ( QAM, COFDM, QPSK, 8-VSB)[16]. O sintonizador seleciona um canal de VHF ou
UHF(de 6 MHZ, no caso do Brasil) onde existe informação de áudio e vídeo. Para transmissão via
satélite o canal é tipicamente de 30 MHz. Para transmissão a cabo o canal usualmente é de 8 MHZ.
O sintonizador converte o sinal de radiofreqüência para o sinal banda base codificado, que pode ser
mais facilmente manipulado pelos componentes adjacentes[15].
• Demodulador
32
A função do demodulador é amostrar o sinal sintonizado e convertê-lo em feixes de bits
denominados Transport Stream, que contém vídeo, áudio e dados codificados. Uma vez que o
stream é recuperado, é feita uma checagem de erros para então encaminhar o stream ao
demultiplexador.
• Acesso Condicional
Esse módulo é interessante para uma emissora que deseja controlar o acesso a uma
programação por região geográfica ou mesmo pagamento por evento (pay-per-view) [4].
• Demultiplexador
• Decodificador de Vídeo
33
• Decodificador de Áudio
• Processamento de Dados
− Processador
O processador, ou CPU, é o cérebro do set-top box [17]. Suas funções são, basicamente:
− Memória
• Interfaces Físicas
34
− Modems
Para setp-top boxes de TV a Cabo, também pode ser usado o Cable Modem, termo que se
refere a uma interface de rede que opera sobre um sistema de televisão a cabo. É uma tecnologia
que potencializa a oferta de Internet rápida às operadoras de TV a cabo.
Em razão dessa convergência, os projetos de set-top boxes estão incorporando interfaces que
os permitirão se comunicar em tempo real com dispositivos como câmeras de vídeo, DVD,
tocadores de CD e teclados musicais.
35
Figura 13. Arquitetura em camadas de software do Set-top Box.
Fonte: Arquitetura do Set-Top Box para TV Digital Interativa - Unicamp[12]
• Middleware
O uso do middleware permite que haja portabilidade das aplicações, de forma que possam
ser transmitidas para qualquer set-top box com determinado middleware adotado [4].
Também podem fazer parte do middleware máquinas para apresentação de código HTML,
JavaScript, XHTML, entre outras linguagens declarativas ou procedurais.
36
• Aplicações Interativas
As aplicações podem ser residentes no set-top box (não fazem uso do middleware), ou
podem ser transmitidas e carregadas pelo set-top box. Para isso, faz-se o uso de um carrossel de
dados [12], que permite a transmissão repetida e periódica de dados, de forma que ele esteja pelo
menos parcialmente disponível quando solicitado pelo usuário.
Esse tipo de set-top box de baixo custo funciona, basicamente, como um receptor de TV
Digital. Suporta a interatividade das aplicações, usualmente não possui canal de retorno, ou seja, só
permite interatividade local.
Os set-top boxes médios, geralmente são os escolhidos por operadoras de TV por assinatura,
pois suportam todas as funcionalidades necessárias para uso das aplicações interativas básicas.
37
Os set-top boxes avançados contemplam todas as funcionalidades dos perfis anteriores, além
de incorporar outras como personalização de usuário, interface para uma home-network, dentre
outras. Características de um modelo avançado, em pouquíssimo tempo podem ser passadas ao
modelo médio, pois vão surgindo novas tecnologias e os preços desses componentes tendem a
diminuir com o tempo.
6. Considerações Finais
O sistema de Tv Digital está sendo inciado neste final de ano trazendo uma TV com melhor
qualidade de imagem, som além da possibilidade de interatividade ao usuário.
Após anos de pesquisas do CpQD, da Anatel entre outras empresas nacionais, o padrão que
apresentou melhor desempenho foi o japonês.
A possibilidade de usar padrão norte-americano foi descartada logo no início das pesquisas
por não ter bom desempenho durante os testes de recepção com antenas internas, sendo que, maior
parte da população brasileira usa este tipo de antena para receber o sinal.
Na seqüência dos testes o padrão japonês se mostrou superior ao europeu, devido ao melhor
desempenho na recepção de sinais televisivos em ambiente fechados, e a sua flexibilidade para
recepção através de terminais fixos ou móveis.
Uma peça indispensável à população brasileira será o set-top Box. Cerca de 90% da
população tem TV analógica e não deverá comprar outro aparelho de imediato. Dessa maneira
deverão adquirir o conversor.
O set-top Box será o responsável em receber o sinal digital e convertê-lo para analógico,
com isso será possível ter a mesma programação, qualidade de som e imagem além da
interatividade que teríamos em uma TV Digital na TV Analógica.
A principio os set-top boxes que estão sendo fabricados no Brasil estão sem o midleware que
está em desenvolvimento pela PUC-RIO e só serão implantados nos set-top boxes apõe o término
do desenvolvimento do software completo. Por esse motivo os principais set-top boxes brasileiros
serão sem interatividade, possibilitando apenas uma TV com melhor definição.
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] ROSA, Almir Antonio. Televisão Digital Terrestre: Sistema, padrões e modelos. São Paulo,
200. 303f. Tese de Doutorado (Comunicação e Semiótica) Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo
[3] Usando recursos da Internet (IPTV), a TV digital ganha a interatividade tão sonhada pelos
internautas. Disponível em:http://www.leg.ufba.br/twiki/bin/view/GEC/TvDigital Acesso em: 1º
abril 2007.
[5] BARROS DE SOUZA, Vinicius. Set-Top Box Para TV Digital Interativa. Niterói.2004
[8] T. DE OLIVEIRA, Carina. Um Estudo Sobre os Padrões de Middleware para Televisao Digital
Interativa Disponívem em: http://www.gta.ufrj.br/~carina/artigos/MonografiaCarina.pdf Acesso:
12/10/2007
[14] A. R. MANHÃES, Marcus e J. SHIEHS, Pei. Padrão para TV Digital Brasileira: o Limite do
Sistema Canal deInteratividadE. Disponível em:
http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/manhaes_e_shieh/limite_do_sistema_04.ht
ml acesso: 06/11/2007
[15] S. G. PICCOLO, Lara. Arquitetura do set-top Box para TV Digital Interativa Disponível em:
http://www.ic.unicamp.br/~rodolfo/Cursos/mo401/2s2005/Trabalho/039632-settopbox.pdf Acesso:
11/11/2007
39
[16] J. M. de Assis, Tom. TV DIGITAL - A NOVA FRONTEIRA Disponível em:
http://br.geocities.com/tvdigitalbr/tom_artigos/tv_digital/nova_fronteira.html Acesso: 11/11/2007
[17] O'Driscoll, G. The Essencial Guide to Digital Set-top Boxes and Interactive TV. Prentice Hall,
1999.
[18] Nicholls, R. SMS – Today´s Interactive Television. Australia, 2000. Disponível em:
http://www.broadcastpapers.com Acesso: 15/11/2007
40
ANEXO I - LANÇAMENTO DA TV DIGITAL NO BRASIL
Dia 2 de Dezembro de 2007 é a data prevista para a primeira transmissão HDTV (Televisão de Alta Definição)
na cidade de São Paulo.
Para a cidade do Rio de Janeiro a previsão é que as transmissões sejam iniciadas até o final do primeiro
semestre de 2008. Para as demais cidades brasileiras a previsão é que isto ocorra até 2011.
A transmissão analógica continuará ocorrendo, simultâneamente à digital, por um período de 10 anos até
29/06/2016. A partir de Jul/2013 somente serão outorgados canais para a transmissão em tecnologia digital.
Apresenta-se a seguir uma estimativa de prazo máximo para entrada em operação das Geradoras e
Transmissoras de TV Digital nas várias cidades do Brasil.
Campo Grande, Cuiabá, João Pessoa, Maceió, Natal, São Luís e Teresina Set/2010
Aracaju, Boa Vista, Florianópolis, Macapá, Palmas, Porto Velho, Rio Branco e
Jan/2011
Vitória
Os prazos acima consideram que a Publicação da Portaria de aprovação do projeto de instalação em feita em
menos de 15 dias.
Apresenta-se a seguir as etapas a serem cumpridas por cada emissora para implantação da TV Digital no Brasil.
(Port MC 652 Minicom 10/10/2006 )
Etapa Prazo
Será consignado para cada emissora um canal de 6 MHz para transmissão de TV digital. A
cobertura de TV Digital de cada canal deve ser a mesma do canal analógico correspondente.
Até Cidades
30/11/2007*
Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e Salvador:
(grupo1)
31/03/2008*
Belém, Curitiba, Goiânia, Manaus, Porto Alegre e Recife
(grupo 2)
31/07/2008*
Campo Grande, Cuiabá, João Pessoa, Maceió, Natal, São Luís e Teresina
(grupo 3)
30/11/2008*
Aracaju, Boa Vista, Florianópolis, Macapá, Palmas, Porto Velho, Rio Branco e Vitória
(grupo 4)
Retransmissoras situadas nas capitais dos Estados e no Distrito Federal: até 30 de abril de
30/04/2009***
2009
42
Consignação de Canais Digitais para a cidade de São Paulo
O Plano Básico de Distribuição de Canais de Televisão Digital foi definido pela Res. 407, 10/06/05
A Anatel está promovendo mudanças nos Planos Básicos de Distribuição de Canais de Televisão
Digital - PBTVD e de Atribuição de Canais de Televisão por Assinatura em UHF - PBTVA de
modo a consignar os canais digitais para as emissoras. A tabela a seguir apresenta a evolução deste
processo.
43
Capitais do Grupo 2
Capitais do Grupo 3
Capitais do Grupo 4
Aracajú - - - -
Boa Vista - - -
-
44
Macapá - - - -
Palmas - - - -
Porto Velho - - -
-
Rio Branco - - - -
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,
alínea "a", da Constituição,
DECRETA:
Art. 1 o Fica instituído o Sistema Brasileiro de Televisão Digital SBTVD, que tem por finalidade
alcançar, entre outros, os seguintes objetivos:
I promover a inclusão social, a diversidade cultural do País e a língua pátria por meio do acesso à
tecnologia digital, visando à democratização da informação;
VI estimular a evolução das atuais exploradoras de serviço de televisão analógica, bem assim o
ingresso de novas empresas, propiciando a expansão do setor e possibilitando o desenvolvimento de
inúmeros serviços decorrentes da tecnologia digital, conforme legislação específica;
45
VII estabelecer ações e modelos de negócios para a televisão digital adequados à realidade
econômica e empresarial do País;
I fixar critérios e condições para a escolha das pesquisas e dos projetos a serem realizados para o
desenvolvimento do SBTVD, bem como de seus participantes;
III definir estratégias, planejar as ações necessárias e aprovar planos de aplicação para a condução
da pesquisa e o desenvolvimento do SBTVD;
VII fixar as diretrizes básicas para o adequado estabelecimento de modelos de negócios de televisão
digital; e
Parágrafo único. O prazo para a apresentação do relatório a que se refere o inciso VIII deste artigo
fica fixado em doze meses, a contar da instalação do Comitê de Desenvolvimento do SBTVD.
46
Art. 4 o O Comitê de Desenvolvimento do SBTVD será composto por um representante de cada um
dos seguintes órgãos:
IV Ministério da Cultura;
VI Ministério da Educação;
Art. 5 o O Comitê Consultivo tem por finalidade propor as ações e as diretrizes fundamentais
relativas ao SBTVD e será integrado por representantes de entidades que desenvolvam atividades
relacionadas à tecnologia de televisão digital.
Art. 6 o Compete ao Grupo Gestor a execução das ações relativas à gestão operacional e
administrativa voltadas para o cumprimento das estratégias e diretrizes estabelecidas pelo Comitê
de Desenvolvimento do SBTVD.
Art. 7 o O Grupo Gestor será integrado por um representante, titular e respectivo suplente, de cada
órgão e entidade a seguir indicados:
47
I Ministério das Comunicações, que o coordenará;
IV Ministério da Cultura;
VI Ministério da Educação;
§ 1 o Os membros do Grupo Gestor serão indicados pelos titulares de seus respectivos órgãos e
designados pelo Ministro de Estado das Comunicações, no prazo de quinze dias a contar da data de
publicação deste Decreto.
§ 2 o O coordenador do Grupo Gestor poderá instituir comissões e grupos técnicos com a finalidade
de desenvolver atividades específicas em cumprimento dos objetivos estabelecidos neste Decreto.
Art. 8 o Para o desempenho das atividades a que se refere o art. 6 o deste Decreto, o Grupo Gestor
poderá dispor do apoio técnico e administrativo, entre outros, das seguintes entidades:
Art. 9 o Para os fins do disposto neste Decreto, o SBTVD poderá ser financiado com recursos
provenientes do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações - FUNTTEL,
ou ainda, por outras fontes de recursos públicos ou privados, cujos planos de aplicação serão
aprovados pelo Comitê de Desenvolvimento do SBTVD.
Miro Teixeira
48
ANEXO III – DECRETO N°- 5.820, DE 29 DE JUNHO DE 2006
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, combinado com o art. 223 da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 4.117, de 27
de agosto de 1962, e na Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997,
DECRETA:
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a implantação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital
Terrestre - SBTVD-T na plataforma de transmissão e retransmissão de sinais de radiodifusão de
sons e imagens.
49
§ 1º O Comitê de Desenvolvimento fixará as diretrizes para elaboração das especificações
técnicas a serem adotadas no SBTVD-T, inclusive para reconhecimento dos organismos
internacionais competentes.
§ 3º O Fórum do SBTVD-T deverá ser composto, entre outros, por representantes do setor
de radiodifusão, do setor industrial e da comunidade científica e tecnológica.
III - interatividade.
50
Parágrafo único. O cronograma a que se refere o caput observará o limite de até sete anos e
respeitará a seguinte ordem:
III - serviços de retransmissão de televisão nas Capitais dos Estados e no Distrito Federal; e
Art. 9º A consignação de canais de que trata o art. 7o será disciplinada por instrumento
contratual celebrado entre o Ministério das Comunicações e as outorgadas, com cláusulas que
estabeleçam ao menos:
I - prazo para utilização plena do canal previsto no caput, sob pena da revogação da
consignação prevista; e
§ 3º A outorgada deverá iniciar a transmissão digital em prazo não superior a dezoito meses,
contados a partir da aprovação do projeto, sob pena de revogação da consignação prevista no art.
7o.
Art. 10. O período de transição do sistema de transmissão analógica para o SBTVD-T será
de dez anos, contados a partir da publicação deste Decreto.
51
§ 2º Os canais utilizados para transmissão analógica serão devolvidos à União após o prazo
de transição previsto no caput.
Art. 11. A partir de 1o de julho de 2013, o Ministério das Comunicações somente outorgará
a exploração do serviço de radiodifusão de sons e imagens para a transmissão em tecnologia
digital.
Art. 12. O Ministério das Comunicações deverá consignar, nos Municípios contemplados no
PBTVD e nos limites nele estabelecidos, pelo menos quatro canais digitais de radiofreqüência com
largura de banda de seis megahertz cada para a exploração direta pela União Federal.
Art. 13. A União poderá explorar o serviço de radiodifusão de sons e imagens em tecnologia
digital, observadas as normas de operação compartilhada a serem fixadas pelo Ministério das
Comunicações, dentre outros, para transmissão de:
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Brasília, 29 de junho de 2006; 185º da Independência e 118º da República.
53